Caminho de Santiago (Caminho Português) - Etapa 6: Padron - Santiago de Compostela
near Padrón, Galicia (España)
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Caminho de Santiago (Caminho Português) - Etapa 6: Padron - Santiago de Compostela
De caminho em direcção a Iria Flavia, a rota deixa atrás o casco histórico de Padrón. Um dos seus edifícios civis mais notáveis é o palácio do Bispo de Quito, situado na rua Dolores; é obra barroca encarregada em 1666 ao arquitecto Melchor de Velasco por don Alonso da Per5a y Montenegro, bispo de Quito e vice-rei do Peru.
Só dois quilómetros faltam para chegar à colegiada de Iria, rodeada pelo emotivo cemitério de Adina, cantado numa composição de Rosalía de Castro, cujos restos acolheu a húmida terra iriense a sua morte em 1885, antes de repousar definitivamente no compostelano Panteão de Galegos Ilustres de San Domingos de Bonaval. A colegiada de Santa María de Iria evidencia também a devoção mariana no Caminho Português. A sua origem remonta à Alta Idade Média —ainda hoje podem ver-se no seus arredores vários sarcófagos do século VI— e foi construída sob a protecção de santa Eulália. Almanzor danificou este primeiro templo em 997. No século XI foi reconstruído várias vezes pelos bispos
Cresconio —que mudou a sua confissão para a de santa María—e Diego Peláez, promotor da catedral românica de Santiago. Gelmírez restaurou o seu esplendor no século XII, dando-lhe a categoria de colegiada e nomeando um cabido de doze cónegos e um prior. No século XIII, o templo foi reconstruído com plano basilical de três naves e três absides. Da época medieval conserva a portada ocidental, lavrada em princípios do século XIV. No tímpano, vê-se representada a Epifania.
Na época barroca, transforma-se toda a obra. Em 1666, o bispo de Quito encarregou ao arquitecto Melchor de Velasco a capela de San Ildefonso. Concebida como capela funerária de ordem dórica, destaca a sua cúpula e a estátua funerária do fundador, virado para o retábulo em atitude de quem ora, ambas obras de Mateo de Prado. No outro lado do cruzeiro, construiu-se a capela do Sagraria, dedicada à Virgem de Belém, também com cúpula e de plano central. Entre 1708-14 foi reedificada a colegiada por ordem do arcebispo Monroy, conservando as capelas antes citadas. O mestre Pedro García encarregou-se do projecto, mantendo a planta basilical de três naves separadas por pilares, cruzeiro com ressalte e capela maior rectangular, presidida por um retábulo de 1714 de Miguel de Romay. No exterior, destacam-se as torres de remates piramidais.
Frente à fachada da colegiada, situam-se as casas dos cónegos, actualmente ocupadas em boa medida pela sede da Fundação Camilo José Cela, ilustre escritor padronês Prémio Nobel de Literatura.
O peregrino encaminha-se em direcção a A Escravitude seguindo uma curta etapa de três quilómetros. O Caminho continua pelas aldeias de Quintáns, Souto, Rueiro, Cambaias, Anteporias, Tarrío e Vilar, no vale do Sar. O traçado acerca-se ao sumptuoso e barroco santuário mariano de A Escravitude, levantado entre 1732-43 sobre a fonte diante da qual, em 1732, teve lugar um milagre que motivou a sua construção. As doações tornaram possível a construção de um grande santuário barroco, com planta de cruz latina, nave única, cruzeiro com ressalte, cúpula com clarabóia e capela maior rectangular. No interior destacam-se os retábulos, realizados com audaz dinamismo barroco, com jogos de massas e volumes e um delírio decorativo como marco de devoção às esculturas de Agustín Álvarez. A fachada está flanqueada por duas torres e precedida por um átrio com escadaria de acesso desde o próprio Caminho de Santiago (hoje N-550). O substancial da obra foi concluído em 1750.
Uma vez deixado atrás o santuário, o Caminho passa em frente da igreja de Santa María de Cruces para decorrer entre bosques e cruzar a via do caminho de ferro na pitoresca aldeia de Angueira de Suso. Segue-se até Areal e O Faramello, para depois continuar até ao bonito lugar de Rúa de Francos; no bosque próximo encontram-se os restos de uma calçada romana e uma ponte; sobre um pequeno monte, ao lado esquerdo, situam-se as misteriosas e abandonadas ruínas do Castro Lupario. Um formoso cruzeiro gótico —um dos mais antigos da Galiza— e o campo da feira despedem o peregrino de Rúa de Francos. Ascende-se rapidamente até ao lugar de Castanal e, após um brusco ziguezague, causado pela concentração parcelaria, chega-se a Pontepedreira. Em Arieira, uma encantadora imagem de santo Antonifio, situada na fachada de uma casa —antiga pousada de viageiros e peregrinos—, serve de referência para seguir o Caminho, que já ascende, por um monte pequeno, até A Grela. Depois doutra subida muito suave, deixa-se atrás O Milladoiro. Intuindo já as torres da catedral e passado um curto trecho, chega-se a Agro dos Monteiros, a partir de onde é possível ver, ao longe, a cidade do Apóstolo.
O velho caminho medieval deixa a um lado as ruínas do castelo arcebispal denominado A Rocha Valia, aproxima-se de Santomil e Amafiecida e cruza uma ponte sobre o rio Sar. A rota alcança o bairro de A Choupana, perto da capela de Santa Marta.
Já na rua de Rosalía de Castro, no casco urbano de Compostela, avança-se em direcção à igreja do Pilar, belo templo barroco situado na Alameda, e, seja pela Carreira do Conde ou pela rua Xoán Carlos I, chega-se à Porta Faxeira, tradicional entrada do Caminho Português na cidade de Santiago. A rua do Franco conduz até ao colégio de Santiago Alfeo, edifício universitário do século XVI dedicado ao apóstolo Santiago o Menor, cuja cabeça se conserva no relicário da catedral. Na mesma rua, frente a este nobre edifício, encontra-se a capela de Santiago, que recorda o lugar onde, segundo a Tradição, parou o carro que transportou o corpo do Apóstolo de Iria a Compostela. A poucos metros já se encontra a esquina do claustro da catedral, notável construção renascentista.
A partir daqui, o itinerário entra na praça do Obradoiro, onde se encontra a fachada principal da basílica jacobeia, cuja entrada conduz o peregrino ao Pórtico da Glória. Outra possibilidade de acesso ao interior basilical —preferida pelos peregrinos medievais—consiste em seguir a rua Fonseca, bordejando a ala meridional do claustro, até à praça de As Praterías, onde se situa a fachada sul da catedral, a entrada mais mitiga (ias conservadas no venerável edifício.
A portada românica de As Praterías, lavrada em princípios do século XII, representa, com a sua grande quantidade de esculturas e relevos, um dos momentos de apogeu cultural da Compostela medieval e da arte do Caminho de Santiago. Passando o umbral de uma destas portas, ou então deixando atrás o célebre pórtico ocidental do Mestre Mateo, o peregrino conclui o Caminho Português diante da tumba apostólica. Termina assim um itinerário integral motivado pelo imortal espírito de peregrinação; uma rota de espectáculo artístico, esplendor ecológico e terna devoção à Virgem Maria e ao apóstolo Santiago o Maior.
Fonte: "Francisco Sigul, O Caminho Português, Xacobeo Galicia - Xunta de Galicia"
Outros percursos que fiz na Região:
Caminho de Santiago (Caminho Português) - Etapa 1: Valença - O Porriño
Caminho de Santiago (Caminho Português) - Etapa 2: O Porriño - Redondela
Caminho de Santiago (Caminho Português) - Etapa 3: Redondela - Pontevedra
Caminho de Santiago (Caminho Português) - Etapa 4: Pontevedra - Caldas de Reis
Caminho de Santiago (Caminho Português) - Etapa 5: Caldas de Reis - Padrón
Caminho de Santiago (Caminho Português) - Etapa 6: Padron - Santiago de Compostela
Santiago de Compostela (Centro Histórico)
Ferrol (percurso urbano)
Caminho de Santiago (Caminho Inglês: Ferrol - Neda)
Caminho de Santiago (Caminho Inglês: Neda - Pontedeume)
Pontedeume (circuito urbano)
Caminho de Santiago (Caminho Inglês: Pontedeume - Betanzos)
Betanzos (circuito urbano)
Caminho de Santiago (Caminho Inglês: Betanzos -Bruma)
Caminho de Santiago (Caminho Inglês: Bruma - Siguero)
Caminho de Santiago (Caminho Inglês: Siguero - Santiago de Compostela)
De caminho em direcção a Iria Flavia, a rota deixa atrás o casco histórico de Padrón. Um dos seus edifícios civis mais notáveis é o palácio do Bispo de Quito, situado na rua Dolores; é obra barroca encarregada em 1666 ao arquitecto Melchor de Velasco por don Alonso da Per5a y Montenegro, bispo de Quito e vice-rei do Peru.
Só dois quilómetros faltam para chegar à colegiada de Iria, rodeada pelo emotivo cemitério de Adina, cantado numa composição de Rosalía de Castro, cujos restos acolheu a húmida terra iriense a sua morte em 1885, antes de repousar definitivamente no compostelano Panteão de Galegos Ilustres de San Domingos de Bonaval. A colegiada de Santa María de Iria evidencia também a devoção mariana no Caminho Português. A sua origem remonta à Alta Idade Média —ainda hoje podem ver-se no seus arredores vários sarcófagos do século VI— e foi construída sob a protecção de santa Eulália. Almanzor danificou este primeiro templo em 997. No século XI foi reconstruído várias vezes pelos bispos
Cresconio —que mudou a sua confissão para a de santa María—e Diego Peláez, promotor da catedral românica de Santiago. Gelmírez restaurou o seu esplendor no século XII, dando-lhe a categoria de colegiada e nomeando um cabido de doze cónegos e um prior. No século XIII, o templo foi reconstruído com plano basilical de três naves e três absides. Da época medieval conserva a portada ocidental, lavrada em princípios do século XIV. No tímpano, vê-se representada a Epifania.
Na época barroca, transforma-se toda a obra. Em 1666, o bispo de Quito encarregou ao arquitecto Melchor de Velasco a capela de San Ildefonso. Concebida como capela funerária de ordem dórica, destaca a sua cúpula e a estátua funerária do fundador, virado para o retábulo em atitude de quem ora, ambas obras de Mateo de Prado. No outro lado do cruzeiro, construiu-se a capela do Sagraria, dedicada à Virgem de Belém, também com cúpula e de plano central. Entre 1708-14 foi reedificada a colegiada por ordem do arcebispo Monroy, conservando as capelas antes citadas. O mestre Pedro García encarregou-se do projecto, mantendo a planta basilical de três naves separadas por pilares, cruzeiro com ressalte e capela maior rectangular, presidida por um retábulo de 1714 de Miguel de Romay. No exterior, destacam-se as torres de remates piramidais.
Frente à fachada da colegiada, situam-se as casas dos cónegos, actualmente ocupadas em boa medida pela sede da Fundação Camilo José Cela, ilustre escritor padronês Prémio Nobel de Literatura.
O peregrino encaminha-se em direcção a A Escravitude seguindo uma curta etapa de três quilómetros. O Caminho continua pelas aldeias de Quintáns, Souto, Rueiro, Cambaias, Anteporias, Tarrío e Vilar, no vale do Sar. O traçado acerca-se ao sumptuoso e barroco santuário mariano de A Escravitude, levantado entre 1732-43 sobre a fonte diante da qual, em 1732, teve lugar um milagre que motivou a sua construção. As doações tornaram possível a construção de um grande santuário barroco, com planta de cruz latina, nave única, cruzeiro com ressalte, cúpula com clarabóia e capela maior rectangular. No interior destacam-se os retábulos, realizados com audaz dinamismo barroco, com jogos de massas e volumes e um delírio decorativo como marco de devoção às esculturas de Agustín Álvarez. A fachada está flanqueada por duas torres e precedida por um átrio com escadaria de acesso desde o próprio Caminho de Santiago (hoje N-550). O substancial da obra foi concluído em 1750.
Uma vez deixado atrás o santuário, o Caminho passa em frente da igreja de Santa María de Cruces para decorrer entre bosques e cruzar a via do caminho de ferro na pitoresca aldeia de Angueira de Suso. Segue-se até Areal e O Faramello, para depois continuar até ao bonito lugar de Rúa de Francos; no bosque próximo encontram-se os restos de uma calçada romana e uma ponte; sobre um pequeno monte, ao lado esquerdo, situam-se as misteriosas e abandonadas ruínas do Castro Lupario. Um formoso cruzeiro gótico —um dos mais antigos da Galiza— e o campo da feira despedem o peregrino de Rúa de Francos. Ascende-se rapidamente até ao lugar de Castanal e, após um brusco ziguezague, causado pela concentração parcelaria, chega-se a Pontepedreira. Em Arieira, uma encantadora imagem de santo Antonifio, situada na fachada de uma casa —antiga pousada de viageiros e peregrinos—, serve de referência para seguir o Caminho, que já ascende, por um monte pequeno, até A Grela. Depois doutra subida muito suave, deixa-se atrás O Milladoiro. Intuindo já as torres da catedral e passado um curto trecho, chega-se a Agro dos Monteiros, a partir de onde é possível ver, ao longe, a cidade do Apóstolo.
O velho caminho medieval deixa a um lado as ruínas do castelo arcebispal denominado A Rocha Valia, aproxima-se de Santomil e Amafiecida e cruza uma ponte sobre o rio Sar. A rota alcança o bairro de A Choupana, perto da capela de Santa Marta.
Já na rua de Rosalía de Castro, no casco urbano de Compostela, avança-se em direcção à igreja do Pilar, belo templo barroco situado na Alameda, e, seja pela Carreira do Conde ou pela rua Xoán Carlos I, chega-se à Porta Faxeira, tradicional entrada do Caminho Português na cidade de Santiago. A rua do Franco conduz até ao colégio de Santiago Alfeo, edifício universitário do século XVI dedicado ao apóstolo Santiago o Menor, cuja cabeça se conserva no relicário da catedral. Na mesma rua, frente a este nobre edifício, encontra-se a capela de Santiago, que recorda o lugar onde, segundo a Tradição, parou o carro que transportou o corpo do Apóstolo de Iria a Compostela. A poucos metros já se encontra a esquina do claustro da catedral, notável construção renascentista.
A partir daqui, o itinerário entra na praça do Obradoiro, onde se encontra a fachada principal da basílica jacobeia, cuja entrada conduz o peregrino ao Pórtico da Glória. Outra possibilidade de acesso ao interior basilical —preferida pelos peregrinos medievais—consiste em seguir a rua Fonseca, bordejando a ala meridional do claustro, até à praça de As Praterías, onde se situa a fachada sul da catedral, a entrada mais mitiga (ias conservadas no venerável edifício.
A portada românica de As Praterías, lavrada em princípios do século XII, representa, com a sua grande quantidade de esculturas e relevos, um dos momentos de apogeu cultural da Compostela medieval e da arte do Caminho de Santiago. Passando o umbral de uma destas portas, ou então deixando atrás o célebre pórtico ocidental do Mestre Mateo, o peregrino conclui o Caminho Português diante da tumba apostólica. Termina assim um itinerário integral motivado pelo imortal espírito de peregrinação; uma rota de espectáculo artístico, esplendor ecológico e terna devoção à Virgem Maria e ao apóstolo Santiago o Maior.
Fonte: "Francisco Sigul, O Caminho Português, Xacobeo Galicia - Xunta de Galicia"
Outros percursos que fiz na Região:
Caminho de Santiago (Caminho Português) - Etapa 1: Valença - O Porriño
Caminho de Santiago (Caminho Português) - Etapa 2: O Porriño - Redondela
Caminho de Santiago (Caminho Português) - Etapa 3: Redondela - Pontevedra
Caminho de Santiago (Caminho Português) - Etapa 4: Pontevedra - Caldas de Reis
Caminho de Santiago (Caminho Português) - Etapa 5: Caldas de Reis - Padrón
Caminho de Santiago (Caminho Português) - Etapa 6: Padron - Santiago de Compostela
Santiago de Compostela (Centro Histórico)
Ferrol (percurso urbano)
Caminho de Santiago (Caminho Inglês: Ferrol - Neda)
Caminho de Santiago (Caminho Inglês: Neda - Pontedeume)
Pontedeume (circuito urbano)
Caminho de Santiago (Caminho Inglês: Pontedeume - Betanzos)
Betanzos (circuito urbano)
Caminho de Santiago (Caminho Inglês: Betanzos -Bruma)
Caminho de Santiago (Caminho Inglês: Bruma - Siguero)
Caminho de Santiago (Caminho Inglês: Siguero - Santiago de Compostela)
Waypoints
Religious site
61 ft
Iglesia de Santiago Apóstol de Padrón
Iglesia de Santiago Apóstol de Padrón com Arco-Iris
Comments (11)
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Parabéns Miguel
16Ago vou fazer parte do caminho francês
Parabéns 👏👏😁
Parabéns Miguel! 💪👌👏
Obrigado a todos
Je tghttgw tu je yhw tu gvH et
👏👏👏👏
Obrigado pela avaliação Marina
Muy buena ruta del Camino de Santiago Portugues entre Padron y Santiago de Compostela. Muy buenas fotos y explicaciones. Un fuerte abrazo.
Obrigado pela avaliação e comentário,
Um abraço
Bonita ruta del camino de Santiago. Un abrazo
Obrigado pela avaliação Emilio!
Um abraço