CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (10ªETAPA) VARIANTE ESPIRITUAL: VILANOVA DE AROUSA - PADRÓN
near Villanueva de Arosa, Galicia (España)
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O “Caminho Português da Costa” aqui traçado segue principalmente a orla marítima a partir do burgo portuense passando por Matosinhos, Maia, Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Esposende, Viana do Castelo, Caminha, La Guarda, Baiona e Vigo antes de se juntar com o Caminho Central em Redondela até Pontevedra. Aqui optamos por seguir a Variante Espiritual passando por Armenteira, Vilanova de Arousa e Pontecesures onde se volta a juntar com Caminho Central até à Catedral de Santiago de Compostela.
10ª ETAPA
VILANOVA DE AROUSA - PONTECESURES (VARIANTE ESPIRITUAL) - PADRÓN
Esta é a terceira e última etapa da Variante Espiritual, que liga Vilanova de Arousa a Pontecesures, aqui volta-se a juntar com Caminho Português Central até à Catedral de Santiago de Compostela. É uma rota marítima, chamado Traslatio. A Rota Traslatio pelo mar de Arousa e rio Ulla, nasceu em 1963 por iniciativa da Fundación Ruta Xacobea Mar de Arousa e Ulla, entidade reconhecida pela promoção do Caminho de Santiago, e foi declarada interesse cultural e galego pela Junta da Galiza no ano de 1999.
A Rota Traslatio ou Rota Jacobea marítimo-fluvial, pelo mar de Arousa e rio Ulla, comemora a chegada à Galiza, por mar, do corpo do Apóstolo Santiago o Maior, após o seu martírio em Jerusalém.
Antigas tradições cristãs dizem que, após o seu martírio e decapitação por ordem de Herodes Agrippa, os discípulos de Santiago, Teodoro e Atanasio, recolheram o seu corpo decapitado e levaram-no desde a cidade de Jaffa, no Sul da atual Tel Aviv, ao longo de todo o Mediterrâneo e da costa Atlântica Ibérica, inserindo-se nas margens da Ria de Arousa e da Península do Grove.
Seguindo o curso dos rios Ulla e Sar, chegaram ao porto de Murgadán em Iria, Flavia, nas proximidades da atual cidade de Padrón. Ali, amarraram a barca ao “Pedrón”, um altar romano atualmente preservado na Igreja Paroquial de Santiago de Padrón e, após uma série de acontecimentos milagrosos, Santiago teria sido finalmente sepultado no monte Liberum Donum, num local vagamente designado como Arcis Marmoricis.
Optando pelo Traslatio - existem várias empresas a operar a rota marítima, link de uma delas - depois de zarpar em Vilanova de Arousa, a barca sobe a bela ria de Arousa até chegar à foz do rio Ulla e percorre o seu último troço até Pontecesures. Assim, percorre-se a única via marítima fluvial do mundo, um conjunto de 17 cruzeiros de pedra – quase todos localizados na parte inferior da ria e nas duas ribeiras do Ulla – que definem o percurso do Apóstolo.
Esta etapa também pode ser percorrida a pé, contornando os litorais da Ria de Arousa e do Rio Ulla. Segundo os promotores da Variante Espiritual seriam 28 kms. Optamos por percorrer a etapa a pé, o que veio a verificar-se uma má opção! São 35 kms, em que 2/3 são por asfalto! e com muitas falhas de sinalização. O percurso até Vilagarcía de Arousa e Porto de Carril são agradáveis, junto à orla marítima, desde aqui, tirando o Paseo Fluvial que passa pelas Torres del Oeste, o resto é sofrimento, principalmente o asfalto que acompanha a linha férrea. Uma boa alternativa ao Traslatio, será usar a ligação de comboio entre Vilagarcia de Arousa e Pontecesures, que também acompanha o Rio Ulla. Em qualquer caso, vale a pena visitar Villagarcía de Arousa.
Vamos descrever a etapa… Saímos do Albergue Turístico “A Salazón”, seguindo a margem da Ria de Arousa para norte. As setas amarelas indicam o caminho, que coincide com a conhecida Rota do Padre Sarmiento, caminho que Frei Martín Sarmiento fez em 1745 para conquistar o jubileu. Um caminho de 190 quilómetros que percorre a costa galega, em direção a Santiago de Compostela. Como dizia a escritora Emilia Pardo Bazán, entre vinhas, vales e rios, a Rota do Padre Sarmiento leva-nos “à região mais pitoresca que se pode sonhar”. Um percurso repleto de história, natureza e paisagens que valerão as melhores fotografias e as mais belas memórias, que no seu troço final, em Pontecesures, se une ao Caminho Português.
O caminho sempre em asfalto ou passeio pedonal acompanha a costa, passa pelas praias da Braña, das Sinas, Preguntoiro, até alcançar o Porto de Vilaxoán e daqui o grande Porto Marítimo de Vilagarcía de Arousa. Ali, seguimos pelo Parque Botânico Enrique Valdés até à Igexa de Vista Alegre, atravessamos a ponte sobre o Rio do Con e assim entramos no centro de Vilagarcía de Arousa. Seguimos a movimentada e comercial Rua Castelao até à Praza de Galicia, continuamos para norte, ao encontro do passeio marítimo, que alcançamos na Praia Compostela.
Agora, seguimos o passeio marítimo até Porto de Carril, sempre com a enseada de Vilagarcía à nossa esquerda. Carril foi fundada por volta de 1500 como uma vila, em 1512 já tinha um porto. Carril foi um dos portos mais importantes da Galiza por volta de 1750. Já em 1814 foi autorizado a embarcar e desembarcar com a América. Era uma cidade importante, tinha um hospital e uma escola náutica.
A partir daqui, vamos resumir a descrição da restante etapa, 23 quilómetros, ao seguinte:
Carril até Catoira – quase sempre por asfalto, o caminho, com muitas falhas de marcação (setas amarelas), não segue pela orla marítima. Infelizmente as estradas secundárias que seguimos não permitiram apreciar as paisagens costeiras. Os terrenos pertencem à Renfe, a linha do comboio passa próximo do rio Ulla, e não é permitido caminhar junto aos carris. Assim cruzamos a estrada PO-548 por mais de uma vez e atravessamos as localidades de Os Anxeles, Campanario, A Dona e Bamio. Pouco depois de Bamio, já perto de Abalo, voltamos a intersetar a PO-548, e seguimos a Senda del Camiño Real, deixando assim a estrada asfaltada. O Camiño Real cruza a PO-548 junto ao Bar/Restaurante “O Rancho”, momento ansiado para a pausa de almoço. Com o menu dia, bocadillos e cañas fizemos a merecida e longa pausa da jornada;
Catoira até Vilar – o troço mais agradável destes últimos 23 quilómetros, mas as falhas de marcação mantêm-se, as setas amarelas não aparecem com a frequência necessária, deixando dúvidas constantes sobre o caminho a seguir… continuamos pelo passeio fluvial, que acompanha o rio Ulla, por uma extensa área verde, com caminhos em cascalho ou passadiços de madeira. Passamos por vários moinhos, este é o único município galego onde podemos ver os três tipos de moinhos tradicionais existentes: moinhos de rio, vento e de maré. Depois de passar por baixo da linha ferroviária, já podemos ver as ruínas daquele que foi um dos moinhos de maré mais originais da Galiza, o Molino del Cura ou Molino de Machón. Começamos a avistar as ruínas das Torres del Oeste onde todos os primeiros domingos de agosto se celebra uma conhecida peregrinação: a peregrinação viking. É possível aceder ao local com um desvio de 200m e apreciar os vestígios e imaginar o quão imponente deve ter sido o castelo, do qual as torres faziam parte para evitar o assalto dos povos invasores que vinham do mar. Continuamos o percurso admirando as margens do rio Ulla, passamos por um belo cruzeiro jacobeu que marca o percurso fluvial do Caminho de Santiago. Pouco depois começamos a subir o Monte Cabreiro até alcançar a localidade de Vilar;
Vilar a Pontecesures / Padrón – o troço mais penoso da etapa, são quilómetros de sofrimento! Sempre por estrada asfaltada, com muita exposição solar, sem água e com muitas falhas de marcação. Segue principalmente a estrada asfaltada que acompanha a linha férrea, ladeando as localidades. Depois deste penoso itinerário, atravessamos a ponte sobre o Rio Valga e encaminhamo-nos, já no final da etapa, para as margens do Rio Ulla, em Pontecesures. Aqui, intersetamos o Caminho Português Central, atravessamos a Ponte da N-550 sobre Rio Ulla e seguimos as setas amarelas em direção ao Rio Sar, e assim chegamos ao Albergue Turístico “Camiño do Sar”, às portas de Padrón, local escolhido para a pernoita desta longa e extenuante jornada, que não recomendamos!
FICHA TÉCNICA DA ETAPA
Inicio: Vilanova de Arousa
Fim: Pontecesures / Padrón
Percurso: Vilanova de Arousa - Vilagarcía de Arousa - Carril - Catoira - Pontecesures - Padrón
Extensão: 35km
Marcha efetiva: 6h45min
Pernoita: Albergue Turístico Camiño do Sar
Informação sobre o Albergue Turístico Camiño do Sar
Localização: C/ Lugar de A Devesa, 20 - Lestrobe - Drodo (Padrón) - La Coruña.
Horário de Funcionamento: 13:00h - 20:00h
Aberto todo o ano.
Capacidade: 20 Lugares em beliche
Condições de admissão para pernoitar no albergue: Não é necessário credencial peregrino
Contactos:
Telefones: 0034 618 734 373
Propriedade do albergue: Privado, admite reservas por email: reservas@caminodosar.com
Instalações:
Receção
Cozinha
Sala refeições
Camaratas
Lavandaria
Instalações Sanitárias com chuveiro
Equipamentos e Acessórios:
Máquina de lavar roupa
Maquina e secar roupa
Aquecimento
Frigorífico
Máquina de café
Estendal
Pratos, copos, talheres, panelas
AS ETAPAS
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (1ªETAPA) SÉ DO PORTO - VILA DO CONDE
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (2ªETAPA) VILA DO CONDE - MARINHAS
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (3ªETAPA) MARINHAS - VIANA DO CASTELO
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (4ªETAPA) VIANA DO CASTELO - CAMINHA
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (5ªETAPA) CAMINHA - PORTO MOUGÁS
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (6ªETAPA) PORTO MOUGÁS - VIGO
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (7ªETAPA) VIGO - PONTEVEDRA
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (8ªETAPA) PONTEVEDRA - A ARMENTEIRA*
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (9ªETAPA) A ARMENTEIRA - VILANOVA DE AROUSA*
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (10ªETAPA) VILANOVA DE AROUSA - PADRÓN*
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (11ªETAPA) PADRÓN - SANTIAGO DE COMPOSTELA
* VARIANTE ESPIRITUAL do Caminho Português
O CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA
Sobre o Caminho Português, tal como para todos os outros, não se pode falar com rigor de um único caminho. O Caminho Português da Costa, que liga o Porto a outros concelhos costeiros, com a alternativa de ligação à Galiza, ultrapassando o rio Minho em La Guardia (frente a Caminha), Goian (através de Vila Nova de Cerveira) ou mesmo Tui (por Valença do Minho) era, segundo alguns historiadores, um dos eixos mais importantes para alcançar a casa do apóstolo em Santiago de Compostela, ganhando a devida importância somente na época moderna, a partir do século XV, sendo utilizado pelas populações costeiras e pelos que desembarcavam nos portos marítimos.
O Caminho Português da Costa é aquele em que a simplicidade das gentes enobrece os lugares históricos e embeleza as paisagens naturais. Cada passo é acompanhado por um suave cheiro a maresia que dá força à mente, colocando à prova o corpo, rumo ao objetivo traçado. Cada dia oferece momentos para serem saboreados e apreciados, onde a imensidão do oceano contrasta com as montanhas que delimitam o Caminho, criando um misto de emoções de suster a respiração. As gentes do mar, com a sua autenticidade, tratam o caminheiro de forma afável e orgulhosa, sem se escusarem a apoiarem cada peregrino na sua missão de alcançar o próximo marco. O Caminho da Costa tem uma espiritualidade própria, vivida de forma única por cada peregrino, o que torna cada viagem, através da natureza em estado puro, numa caminhada que tem tanto de serena como de emocionante. As montanhas de uma beleza singular cruzam os vales que refletem o brilho dos rios e riachos, refrescando assim as passadas de quem por ali passa e renasce. Após cada curva, um novo cenário idílico acompanhado pelo mar. É que só neste caminho é que se pode apreciar a relação entre as tranquilas praias e as fortes ondas do Atlântico. A aragem do mar, com o seu característico cheiro a sargaço a secar nos areais, que o mar traz e leva, compõe um quadro perfeito. Ao longo do caminho, assistimos, através destas paisagens, à personificação de muitos momentos da vida que levam o pensamento a encontrar um sentido. Pelos centros históricos escutam-se estórias sobre os que passaram, partilhadas pelas gentes que recebem. A admiração e sedução por cada momento ficam guardadas, apelando a um regresso, rápido, por este Caminho. Este é o trilho para quem procura novas sensações, que ultrapassam o corpo e aclaram a mente, através de uma viagem em que o espiritual se completa com o interesse cultural e paisagens de tirar o fôlego.
Descobre o teu Caminho...
Fonte: http://www.visitporto.travel/Lists/ISSUUDocumentos/CaminhosSantiago_CaminhoDaCosta.pdf
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A equipa Caminhantes
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O “Caminho Português da Costa” aqui traçado segue principalmente a orla marítima a partir do burgo portuense passando por Matosinhos, Maia, Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Esposende, Viana do Castelo, Caminha, La Guarda, Baiona e Vigo antes de se juntar com o Caminho Central em Redondela até Pontevedra. Aqui optamos por seguir a Variante Espiritual passando por Armenteira, Vilanova de Arousa e Pontecesures onde se volta a juntar com Caminho Central até à Catedral de Santiago de Compostela.
10ª ETAPA
VILANOVA DE AROUSA - PONTECESURES (VARIANTE ESPIRITUAL) - PADRÓN
Esta é a terceira e última etapa da Variante Espiritual, que liga Vilanova de Arousa a Pontecesures, aqui volta-se a juntar com Caminho Português Central até à Catedral de Santiago de Compostela. É uma rota marítima, chamado Traslatio. A Rota Traslatio pelo mar de Arousa e rio Ulla, nasceu em 1963 por iniciativa da Fundación Ruta Xacobea Mar de Arousa e Ulla, entidade reconhecida pela promoção do Caminho de Santiago, e foi declarada interesse cultural e galego pela Junta da Galiza no ano de 1999.
A Rota Traslatio ou Rota Jacobea marítimo-fluvial, pelo mar de Arousa e rio Ulla, comemora a chegada à Galiza, por mar, do corpo do Apóstolo Santiago o Maior, após o seu martírio em Jerusalém.
Antigas tradições cristãs dizem que, após o seu martírio e decapitação por ordem de Herodes Agrippa, os discípulos de Santiago, Teodoro e Atanasio, recolheram o seu corpo decapitado e levaram-no desde a cidade de Jaffa, no Sul da atual Tel Aviv, ao longo de todo o Mediterrâneo e da costa Atlântica Ibérica, inserindo-se nas margens da Ria de Arousa e da Península do Grove.
Seguindo o curso dos rios Ulla e Sar, chegaram ao porto de Murgadán em Iria, Flavia, nas proximidades da atual cidade de Padrón. Ali, amarraram a barca ao “Pedrón”, um altar romano atualmente preservado na Igreja Paroquial de Santiago de Padrón e, após uma série de acontecimentos milagrosos, Santiago teria sido finalmente sepultado no monte Liberum Donum, num local vagamente designado como Arcis Marmoricis.
Optando pelo Traslatio - existem várias empresas a operar a rota marítima, link de uma delas - depois de zarpar em Vilanova de Arousa, a barca sobe a bela ria de Arousa até chegar à foz do rio Ulla e percorre o seu último troço até Pontecesures. Assim, percorre-se a única via marítima fluvial do mundo, um conjunto de 17 cruzeiros de pedra – quase todos localizados na parte inferior da ria e nas duas ribeiras do Ulla – que definem o percurso do Apóstolo.
Esta etapa também pode ser percorrida a pé, contornando os litorais da Ria de Arousa e do Rio Ulla. Segundo os promotores da Variante Espiritual seriam 28 kms. Optamos por percorrer a etapa a pé, o que veio a verificar-se uma má opção! São 35 kms, em que 2/3 são por asfalto! e com muitas falhas de sinalização. O percurso até Vilagarcía de Arousa e Porto de Carril são agradáveis, junto à orla marítima, desde aqui, tirando o Paseo Fluvial que passa pelas Torres del Oeste, o resto é sofrimento, principalmente o asfalto que acompanha a linha férrea. Uma boa alternativa ao Traslatio, será usar a ligação de comboio entre Vilagarcia de Arousa e Pontecesures, que também acompanha o Rio Ulla. Em qualquer caso, vale a pena visitar Villagarcía de Arousa.
Vamos descrever a etapa… Saímos do Albergue Turístico “A Salazón”, seguindo a margem da Ria de Arousa para norte. As setas amarelas indicam o caminho, que coincide com a conhecida Rota do Padre Sarmiento, caminho que Frei Martín Sarmiento fez em 1745 para conquistar o jubileu. Um caminho de 190 quilómetros que percorre a costa galega, em direção a Santiago de Compostela. Como dizia a escritora Emilia Pardo Bazán, entre vinhas, vales e rios, a Rota do Padre Sarmiento leva-nos “à região mais pitoresca que se pode sonhar”. Um percurso repleto de história, natureza e paisagens que valerão as melhores fotografias e as mais belas memórias, que no seu troço final, em Pontecesures, se une ao Caminho Português.
O caminho sempre em asfalto ou passeio pedonal acompanha a costa, passa pelas praias da Braña, das Sinas, Preguntoiro, até alcançar o Porto de Vilaxoán e daqui o grande Porto Marítimo de Vilagarcía de Arousa. Ali, seguimos pelo Parque Botânico Enrique Valdés até à Igexa de Vista Alegre, atravessamos a ponte sobre o Rio do Con e assim entramos no centro de Vilagarcía de Arousa. Seguimos a movimentada e comercial Rua Castelao até à Praza de Galicia, continuamos para norte, ao encontro do passeio marítimo, que alcançamos na Praia Compostela.
Agora, seguimos o passeio marítimo até Porto de Carril, sempre com a enseada de Vilagarcía à nossa esquerda. Carril foi fundada por volta de 1500 como uma vila, em 1512 já tinha um porto. Carril foi um dos portos mais importantes da Galiza por volta de 1750. Já em 1814 foi autorizado a embarcar e desembarcar com a América. Era uma cidade importante, tinha um hospital e uma escola náutica.
A partir daqui, vamos resumir a descrição da restante etapa, 23 quilómetros, ao seguinte:
Carril até Catoira – quase sempre por asfalto, o caminho, com muitas falhas de marcação (setas amarelas), não segue pela orla marítima. Infelizmente as estradas secundárias que seguimos não permitiram apreciar as paisagens costeiras. Os terrenos pertencem à Renfe, a linha do comboio passa próximo do rio Ulla, e não é permitido caminhar junto aos carris. Assim cruzamos a estrada PO-548 por mais de uma vez e atravessamos as localidades de Os Anxeles, Campanario, A Dona e Bamio. Pouco depois de Bamio, já perto de Abalo, voltamos a intersetar a PO-548, e seguimos a Senda del Camiño Real, deixando assim a estrada asfaltada. O Camiño Real cruza a PO-548 junto ao Bar/Restaurante “O Rancho”, momento ansiado para a pausa de almoço. Com o menu dia, bocadillos e cañas fizemos a merecida e longa pausa da jornada;
Catoira até Vilar – o troço mais agradável destes últimos 23 quilómetros, mas as falhas de marcação mantêm-se, as setas amarelas não aparecem com a frequência necessária, deixando dúvidas constantes sobre o caminho a seguir… continuamos pelo passeio fluvial, que acompanha o rio Ulla, por uma extensa área verde, com caminhos em cascalho ou passadiços de madeira. Passamos por vários moinhos, este é o único município galego onde podemos ver os três tipos de moinhos tradicionais existentes: moinhos de rio, vento e de maré. Depois de passar por baixo da linha ferroviária, já podemos ver as ruínas daquele que foi um dos moinhos de maré mais originais da Galiza, o Molino del Cura ou Molino de Machón. Começamos a avistar as ruínas das Torres del Oeste onde todos os primeiros domingos de agosto se celebra uma conhecida peregrinação: a peregrinação viking. É possível aceder ao local com um desvio de 200m e apreciar os vestígios e imaginar o quão imponente deve ter sido o castelo, do qual as torres faziam parte para evitar o assalto dos povos invasores que vinham do mar. Continuamos o percurso admirando as margens do rio Ulla, passamos por um belo cruzeiro jacobeu que marca o percurso fluvial do Caminho de Santiago. Pouco depois começamos a subir o Monte Cabreiro até alcançar a localidade de Vilar;
Vilar a Pontecesures / Padrón – o troço mais penoso da etapa, são quilómetros de sofrimento! Sempre por estrada asfaltada, com muita exposição solar, sem água e com muitas falhas de marcação. Segue principalmente a estrada asfaltada que acompanha a linha férrea, ladeando as localidades. Depois deste penoso itinerário, atravessamos a ponte sobre o Rio Valga e encaminhamo-nos, já no final da etapa, para as margens do Rio Ulla, em Pontecesures. Aqui, intersetamos o Caminho Português Central, atravessamos a Ponte da N-550 sobre Rio Ulla e seguimos as setas amarelas em direção ao Rio Sar, e assim chegamos ao Albergue Turístico “Camiño do Sar”, às portas de Padrón, local escolhido para a pernoita desta longa e extenuante jornada, que não recomendamos!
FICHA TÉCNICA DA ETAPA
Inicio: Vilanova de Arousa
Fim: Pontecesures / Padrón
Percurso: Vilanova de Arousa - Vilagarcía de Arousa - Carril - Catoira - Pontecesures - Padrón
Extensão: 35km
Marcha efetiva: 6h45min
Pernoita: Albergue Turístico Camiño do Sar
Informação sobre o Albergue Turístico Camiño do Sar
Localização: C/ Lugar de A Devesa, 20 - Lestrobe - Drodo (Padrón) - La Coruña.
Horário de Funcionamento: 13:00h - 20:00h
Aberto todo o ano.
Capacidade: 20 Lugares em beliche
Condições de admissão para pernoitar no albergue: Não é necessário credencial peregrino
Contactos:
Telefones: 0034 618 734 373
Propriedade do albergue: Privado, admite reservas por email: reservas@caminodosar.com
Instalações:
Receção
Cozinha
Sala refeições
Camaratas
Lavandaria
Instalações Sanitárias com chuveiro
Equipamentos e Acessórios:
Máquina de lavar roupa
Maquina e secar roupa
Aquecimento
Frigorífico
Máquina de café
Estendal
Pratos, copos, talheres, panelas
AS ETAPAS
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (1ªETAPA) SÉ DO PORTO - VILA DO CONDE
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (2ªETAPA) VILA DO CONDE - MARINHAS
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CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (7ªETAPA) VIGO - PONTEVEDRA
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (8ªETAPA) PONTEVEDRA - A ARMENTEIRA*
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (9ªETAPA) A ARMENTEIRA - VILANOVA DE AROUSA*
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (10ªETAPA) VILANOVA DE AROUSA - PADRÓN*
CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA (11ªETAPA) PADRÓN - SANTIAGO DE COMPOSTELA
* VARIANTE ESPIRITUAL do Caminho Português
O CAMINHO PORTUGUÊS DA COSTA
Sobre o Caminho Português, tal como para todos os outros, não se pode falar com rigor de um único caminho. O Caminho Português da Costa, que liga o Porto a outros concelhos costeiros, com a alternativa de ligação à Galiza, ultrapassando o rio Minho em La Guardia (frente a Caminha), Goian (através de Vila Nova de Cerveira) ou mesmo Tui (por Valença do Minho) era, segundo alguns historiadores, um dos eixos mais importantes para alcançar a casa do apóstolo em Santiago de Compostela, ganhando a devida importância somente na época moderna, a partir do século XV, sendo utilizado pelas populações costeiras e pelos que desembarcavam nos portos marítimos.
O Caminho Português da Costa é aquele em que a simplicidade das gentes enobrece os lugares históricos e embeleza as paisagens naturais. Cada passo é acompanhado por um suave cheiro a maresia que dá força à mente, colocando à prova o corpo, rumo ao objetivo traçado. Cada dia oferece momentos para serem saboreados e apreciados, onde a imensidão do oceano contrasta com as montanhas que delimitam o Caminho, criando um misto de emoções de suster a respiração. As gentes do mar, com a sua autenticidade, tratam o caminheiro de forma afável e orgulhosa, sem se escusarem a apoiarem cada peregrino na sua missão de alcançar o próximo marco. O Caminho da Costa tem uma espiritualidade própria, vivida de forma única por cada peregrino, o que torna cada viagem, através da natureza em estado puro, numa caminhada que tem tanto de serena como de emocionante. As montanhas de uma beleza singular cruzam os vales que refletem o brilho dos rios e riachos, refrescando assim as passadas de quem por ali passa e renasce. Após cada curva, um novo cenário idílico acompanhado pelo mar. É que só neste caminho é que se pode apreciar a relação entre as tranquilas praias e as fortes ondas do Atlântico. A aragem do mar, com o seu característico cheiro a sargaço a secar nos areais, que o mar traz e leva, compõe um quadro perfeito. Ao longo do caminho, assistimos, através destas paisagens, à personificação de muitos momentos da vida que levam o pensamento a encontrar um sentido. Pelos centros históricos escutam-se estórias sobre os que passaram, partilhadas pelas gentes que recebem. A admiração e sedução por cada momento ficam guardadas, apelando a um regresso, rápido, por este Caminho. Este é o trilho para quem procura novas sensações, que ultrapassam o corpo e aclaram a mente, através de uma viagem em que o espiritual se completa com o interesse cultural e paisagens de tirar o fôlego.
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Fonte: http://www.visitporto.travel/Lists/ISSUUDocumentos/CaminhosSantiago_CaminhoDaCosta.pdf
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A equipa Caminhantes
Waypoints
Waypoint
36 ft
CAMPING RIO ULLA
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Information
Easy to follow
Scenery
Difficult
Esta etapa é exigente pela distância a percorrer.
Concordo com a descrição da etapa e a parte final é desgastante psicologicamente.
Obrigado pela partilha.
Obrigado pelo comentário e avaliação da trilha. Saudações.
Excelente registo, obrigado pela partilha. Já vos sigo há muito tempo tenho baixado algumas rotas vossas.
Olá joão j fonseca
Obrigado pelo comentário, o prazer também está na partilha.
Boas caminhadas.