Caminho Português do Interior Etapa 12 Verín - Villaderei (Vila De Rei) *CPI*
near Verín, Galicia (España)
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Trail photos
Itinerary description
Levantamos às 6:45, o primeiro acordar pela hora española. Rumamos em sentido contrário ao trilho do dia, para chegar à "gasolinera" que fica ali a 300 metros, na N525 , direcção A Gudiña (waypoint incluído). Ao lado um bar já aberto serviu-nos o precioso e quente café acompanhado de uns excelentes croissants à la plancha.
Cheios de energia tomamos a subida para o castelo de Monterrei, sempre com belas vistas para Verín que se estendia, preguiçosa, sob um diáfano manto de névoas.
O castelo parece merecer uma visita, mas... não temos tempo.
O trajecto é depois sobretudo estrada, mas rodeada de paisagem rural, o que ameniza o desconforto que os pavimentos sempre causam ao caminheiro. Por outro lado a diferença de hora é uma bênção: caminhamos mais frescos e podemos agora ver nascer o sol todos os dias.
Albarellos foi o local do segundo pequeno-almoço no bar O Campo. O Carlos é de Chaves, casou com uma Espanhola e desde então tem andado pelo país irmão, e a explorar aquele bar já está há 14 anos.
O caminho é agora mais variado; parámos na área de descanso de Infesta, onde há água e mesas de pedra. Infesta, logo a seguir, encantou-nos com a sua alma marcadamente serrana. Conversamos um pouco com locais e subimos, subimos, até aos 850 metros. Depois descemos um pouco e em Penaverde fizemos um pequeno desvio para ir almoçar ao Bar Claus. Uma cena caricata, o homem dizia que não tinha nada de comidas, mas depois de muito insistir e com a providencial ajuda de um homem mais idoso que entretanto apareceu para se juntar aos jogadores de cartas, mandou-nos esperar. Eram 14:00 e estávamos estávamos cheios de fome, desta vez a nossa mochila não tinha quase nada para nos dar. Finalmente estávamos sentados a uma mesa com uma fartura de pão, queijo e enchidos e azeitonas diante de nós. Ficamos cheios e pagamos pelos dois, com vinho e cafés, 10 euros...
E consegui mais uma entrada para a minha colectânea de Histórias de Peregrinos!
( Histórias de Peregrinos )
O Albergue de Villaderei estava fechado mas logo que telefonamos para o número indicado na porta (657154320 / 988445000), vieram abrir. Um espaço excelente, no prédio de uma antiga farmácia requalificado em 2012 para o efeito, integrando a Rede do "Xacobeo". Só não gostamos dos duches automáticos que só abrem 5 segundos de cada vez :(
Nessa noite dormiu lá tambem um jovem alemão, que ia de Santiago a Sevilha em bicicletacde estrada - foi o primeiro peregrino com quem nos cruzamos, em 12 dias!
Jantamos muito bem na Casa Cesar. O peregrino quer sempre comer demasiado cedo, a senhora estava renitente, mas acabou por nos servir uma salada mista tamanho XL seguida de um "segundo" de bife (grande e suculento) acompanhado de batatas fritas em meias-luas e dois ovos estrelados em cada dose. Ficamos bem.
Na camarata, um vidro que vai do chão ao tecto proporcionou-me o melhor dos adormeceres: sentindo a presença, a alma, de séculos de peregrinos que por aqui passaram, enquanto contemplava, maravilhado, uma miríade de estrelas no céu...
O CPI
O Caminho Português do Interior é um dos trajectos utilizados pelos peregrinos Portugueses para chegar a Santiago de Compostela. Por ele seguiam os que partiam da zona Centro, em redor de Viseu, e, claro, todos aqueles que viviam no eixo Viseu > Chaves. Também de Coimbra alguns seguiam por esta via, quando queriam evitar o Caminho Central que seguia via Porto > Valença, ou pretendiam juntar-se a outros grupos que partiam do interior.
Os peregrinos da Via da Prata, que segue de Sevilha até Astorga, onde se junta ao grande Caminho Francês, na maior parte das vezes deixavam a via da Prata em Granja de Moreruela onde tomavam a Via Sanabresa; outros saiam antes, em Zamora, entravam em Portugal por Quintanilha e saiam por Vinhais, atingindo depois Verin. Em qualquer caso todos acabavam por se juntar e nomeadamente a partir de Ourense todos seguem o mesmo trajecto até ao Campo de Estrelas - os do Caminho Interior Português e os da Via da Prata.
Foi um dos mais bonitos dos muitos caminhos que já fiz até Santiago, sobretudo na metade portuguesa do percurso. O Outono é mesmo a altura ideal para o fazer, com os dias mais curtos, as temperaturas amenas, os céus calmos. E a paisagem é espectacular, começando logo com os marmeleiros carregados, salpicando de amarelo toda a paisagem em torno de Viseu, o colorido feérico das vinhas que nos acompanha desde Reconcos, próximo de Lamego, até Vila Real, ou a beleza dos castanheiros e carvalhos vestindo-se de tons outonais até Chaves. E a abundância não tem limites: comemos toneladas de marmelos, maçãs, nozes (muitas nozes!), castanhas, amoras (serôdias!), pêras, uvas, medronhos...
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Aqui ficam os links para os registos de cada uma das etapas:
Track Integral 457 km agregador das 21 etapas
Etapa 01 15.82 km Farminhão - Fontelo
Etapa 02 17.79 Km Fontelo - Almargem
Etapa 03 24.56 Km Almargem - Ribolhos
Etapa 04 23.90 Km Ribolhos - Aldeia do Codeçal
Etapa 05 21.02 Km Aldeia do Codeçal - Lamego
Etapa 06 21.06 Km Lamego - Santa Marta de Penaguião
Etapa 07 19.68 Km Santa Marta de Penaguião - Vila Real
Etapa 08 27.50 Km Vila Real - Parada de Aguiar
Etapa 09 23.76 Km Parada de Aguiar - Vidago
Etapa 10 18.99 Km Vidago - Chaves
Etapa 11 29.93 Km Chaves - Verín
Etapa 12 21.39 Km Verín - Viladerrei
Etapa 13 24.48 Km Viladerrei - Sandiás
Etapa 14 14.01 Km Sandiás - Allariz
Etapa 15 24.05 Km Allariz - Ourense
Etapa 16 23.98 Km Ourense - Cea
Etapa 17 21.40 Km Cea - Castro Dozón por Oseira
Etapa 18 25.38 Km Castro Dozón - Lalín - A Laxe
Etapa 19 18.04 Km A Laxe - Bandeira
Etapa 20 25.19 Km Bandeira - Pico Sacro - Lestedo
Etapa 21 14.21 Km Lestedo - Santiago de Compostela
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Mapa geral da Peregrinação:
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Cheios de energia tomamos a subida para o castelo de Monterrei, sempre com belas vistas para Verín que se estendia, preguiçosa, sob um diáfano manto de névoas.
O castelo parece merecer uma visita, mas... não temos tempo.
O trajecto é depois sobretudo estrada, mas rodeada de paisagem rural, o que ameniza o desconforto que os pavimentos sempre causam ao caminheiro. Por outro lado a diferença de hora é uma bênção: caminhamos mais frescos e podemos agora ver nascer o sol todos os dias.
Albarellos foi o local do segundo pequeno-almoço no bar O Campo. O Carlos é de Chaves, casou com uma Espanhola e desde então tem andado pelo país irmão, e a explorar aquele bar já está há 14 anos.
O caminho é agora mais variado; parámos na área de descanso de Infesta, onde há água e mesas de pedra. Infesta, logo a seguir, encantou-nos com a sua alma marcadamente serrana. Conversamos um pouco com locais e subimos, subimos, até aos 850 metros. Depois descemos um pouco e em Penaverde fizemos um pequeno desvio para ir almoçar ao Bar Claus. Uma cena caricata, o homem dizia que não tinha nada de comidas, mas depois de muito insistir e com a providencial ajuda de um homem mais idoso que entretanto apareceu para se juntar aos jogadores de cartas, mandou-nos esperar. Eram 14:00 e estávamos estávamos cheios de fome, desta vez a nossa mochila não tinha quase nada para nos dar. Finalmente estávamos sentados a uma mesa com uma fartura de pão, queijo e enchidos e azeitonas diante de nós. Ficamos cheios e pagamos pelos dois, com vinho e cafés, 10 euros...
E consegui mais uma entrada para a minha colectânea de Histórias de Peregrinos!
( Histórias de Peregrinos )
O Albergue de Villaderei estava fechado mas logo que telefonamos para o número indicado na porta (657154320 / 988445000), vieram abrir. Um espaço excelente, no prédio de uma antiga farmácia requalificado em 2012 para o efeito, integrando a Rede do "Xacobeo". Só não gostamos dos duches automáticos que só abrem 5 segundos de cada vez :(
Nessa noite dormiu lá tambem um jovem alemão, que ia de Santiago a Sevilha em bicicletacde estrada - foi o primeiro peregrino com quem nos cruzamos, em 12 dias!
Jantamos muito bem na Casa Cesar. O peregrino quer sempre comer demasiado cedo, a senhora estava renitente, mas acabou por nos servir uma salada mista tamanho XL seguida de um "segundo" de bife (grande e suculento) acompanhado de batatas fritas em meias-luas e dois ovos estrelados em cada dose. Ficamos bem.
Na camarata, um vidro que vai do chão ao tecto proporcionou-me o melhor dos adormeceres: sentindo a presença, a alma, de séculos de peregrinos que por aqui passaram, enquanto contemplava, maravilhado, uma miríade de estrelas no céu...
O CPI
O Caminho Português do Interior é um dos trajectos utilizados pelos peregrinos Portugueses para chegar a Santiago de Compostela. Por ele seguiam os que partiam da zona Centro, em redor de Viseu, e, claro, todos aqueles que viviam no eixo Viseu > Chaves. Também de Coimbra alguns seguiam por esta via, quando queriam evitar o Caminho Central que seguia via Porto > Valença, ou pretendiam juntar-se a outros grupos que partiam do interior.
Os peregrinos da Via da Prata, que segue de Sevilha até Astorga, onde se junta ao grande Caminho Francês, na maior parte das vezes deixavam a via da Prata em Granja de Moreruela onde tomavam a Via Sanabresa; outros saiam antes, em Zamora, entravam em Portugal por Quintanilha e saiam por Vinhais, atingindo depois Verin. Em qualquer caso todos acabavam por se juntar e nomeadamente a partir de Ourense todos seguem o mesmo trajecto até ao Campo de Estrelas - os do Caminho Interior Português e os da Via da Prata.
Foi um dos mais bonitos dos muitos caminhos que já fiz até Santiago, sobretudo na metade portuguesa do percurso. O Outono é mesmo a altura ideal para o fazer, com os dias mais curtos, as temperaturas amenas, os céus calmos. E a paisagem é espectacular, começando logo com os marmeleiros carregados, salpicando de amarelo toda a paisagem em torno de Viseu, o colorido feérico das vinhas que nos acompanha desde Reconcos, próximo de Lamego, até Vila Real, ou a beleza dos castanheiros e carvalhos vestindo-se de tons outonais até Chaves. E a abundância não tem limites: comemos toneladas de marmelos, maçãs, nozes (muitas nozes!), castanhas, amoras (serôdias!), pêras, uvas, medronhos...
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Aqui ficam os links para os registos de cada uma das etapas:
Track Integral 457 km agregador das 21 etapas
Etapa 01 15.82 km Farminhão - Fontelo
Etapa 02 17.79 Km Fontelo - Almargem
Etapa 03 24.56 Km Almargem - Ribolhos
Etapa 04 23.90 Km Ribolhos - Aldeia do Codeçal
Etapa 05 21.02 Km Aldeia do Codeçal - Lamego
Etapa 06 21.06 Km Lamego - Santa Marta de Penaguião
Etapa 07 19.68 Km Santa Marta de Penaguião - Vila Real
Etapa 08 27.50 Km Vila Real - Parada de Aguiar
Etapa 09 23.76 Km Parada de Aguiar - Vidago
Etapa 10 18.99 Km Vidago - Chaves
Etapa 11 29.93 Km Chaves - Verín
Etapa 12 21.39 Km Verín - Viladerrei
Etapa 13 24.48 Km Viladerrei - Sandiás
Etapa 14 14.01 Km Sandiás - Allariz
Etapa 15 24.05 Km Allariz - Ourense
Etapa 16 23.98 Km Ourense - Cea
Etapa 17 21.40 Km Cea - Castro Dozón por Oseira
Etapa 18 25.38 Km Castro Dozón - Lalín - A Laxe
Etapa 19 18.04 Km A Laxe - Bandeira
Etapa 20 25.19 Km Bandeira - Pico Sacro - Lestedo
Etapa 21 14.21 Km Lestedo - Santiago de Compostela
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Mapa geral da Peregrinação:
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Waypoints
Religious site
0 ft
Igrexa de Santiago de Albarellos
Rúa Igrexa 13
Bridge
0 ft
Ponte1 sobre A52 Autovia Rias Baixas
Autovía Das Rías Baixas and Entidad Rebordondo and Road
Comments (1)
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I have followed this trail verified View more
Information
Easy to follow
Scenery
Moderate
I only followed this trail as far as bar cafe O Campo in Albarrellos and then walked back. I have recorded it as a circular walk from the Parador de Verin. The castle of Monterrei is a gorgeous spot, you have to goo and take a look!