Caminho Português do Interior - Etapa 17 Cea - Castro Dozón por Oseira *CPI*
near Cea, Galicia (España)
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Trail photos
Itinerary description
As noites estão cada vez mais bonitas, cada vez nos levantamos mais cedo para poder usufruir do espectáculo do amanhecer enquanto caminhamos. É uma vantagem do Outono: noites longas e belos céus. As setas amarelas ajudaram, levando-nos numa grande volta à vila, oportunidade para rever fornos e recantos rústicos.
Quinze ou vinte minutos depois já fora do povoado, entramos no "Refuxio", para um café e uma madalena. Ainda um pequeno descanso em Pieles, onde comemos algo da mochila e avançamos, antes das 11:00 já estávamos em Oseira, ponto alto do dia, ponto alto da Via Sanabresa.
O mosteiro é uma edificação enorme, imponente, cuja existência é conhecida desde 1137, que ficou na dependência da ordem de Cister, e em 1141 São Bernardo enviou para aqui uma colónia de monges franceses. Em 1835 os frades foram-se e o convento entrou em ruína e alvo de vandalização até que em 1929 os monjes regressaram e desde então tem vindo a recuperar o complexo. Hoje estão lá 18, mas já foram 80 no tempo da mãe da D. Elma, a dona do bar em frente, o Venezuela, já meu conhecido da passagem em BTT em 2008.
Está tudo na mesma, quase dez anos volvidos. Ao fundo do balcão lá continua a pilha dos belos pães de Cea, que nos saciaram a fome, com uma tábua de quesos e embutidos e dois copos de muito bom tinto. É Domingo. Logo a seguir voltamos a entrar na igreja e entre as 11:30 e as 12:30 assistimos à missa com canto gregoriano que nos transportou para outro Universo, o divino, o intemporal.
No final voltamos para a realidade, saímos, e palmilhamos a melhor parte do caminho do dia: se até aqui foi essencialmente asfalto, de Oseira em diante é sempre trilho, caminhos, montanha, pequenos lugares e lameiros. Em A Gouxa paramos para uma água com gás e depois caminhamos os 4,5km que nos separavam do final da etapa, Castro Dozón.
Passamos logo à entrada pelo único bar aberto, o Canton, marcamos o jantar ara as 20:00 e seguimos para o albergue, que fica já à saída da aldeia. É um bom albergue, embora mal gerido, check-in tardio (18:00), demorado e complicado, router no ar mas sem conectividade internet, mas enfim, tudo acabou bem e pudemos descansar.
O CPI
O Caminho Português do Interior é um dos trajectos utilizados pelos peregrinos Portugueses para chegar a Santiago de Compostela. Por ele seguiam os que partiam da zona Centro, em redor de Viseu, e, claro, todos aqueles que viviam no eixo Viseu > Chaves. Também de Coimbra alguns seguiam por esta via, quando queriam evitar o Caminho Central que seguia via Porto > Valença, ou pretendiam juntar-se a outros grupos que partiam do interior.
Os peregrinos da Via da Prata, que segue de Sevilha até Astorga, onde se junta ao grande Caminho Francês, na maior parte das vezes deixavam a via da Prata em Granja de Moreruela onde tomavam a Via Sanabresa; outros saiam antes, em Zamora, entravam em Portugal por Quintanilha e saiam por Vinhais, atingindo depois Verin. Em qualquer caso todos acabavam por se juntar e nomeadamente a partir de Ourense todos seguem o mesmo trajecto até ao Campo de Estrelas - os do Caminho Interior Português e os da Via da Prata.
Foi um dos mais bonitos dos muitos caminhos que já fiz até Santiago, sobretudo na metade portuguesa do percurso. O Outono é mesmo a altura ideal para o fazer, com os dias mais curtos, as temperaturas amenas, os céus calmos. E a paisagem é espectacular, começando logo com os marmeleiros carregados, salpicando de amarelo toda a paisagem em torno de Viseu, o colorido feérico das vinhas que nos acompanha desde Reconcos, próximo de Lamego, até Vila Real, ou a beleza dos castanheiros e carvalhos vestindo-se de tons outonais até Chaves. E a abundância não tem limites: comemos toneladas de marmelos, maçãs, nozes (muitas nozes!), castanhas, amoras (serôdias!), pêras, uvas, medronhos...
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Aqui ficam os links para os registos de cada uma das etapas:
Track Integral 457 km agregador das 21 etapas
Etapa 01 15.82 km Farminhão - Fontelo
Etapa 02 17.79 Km Fontelo - Almargem
Etapa 03 24.56 Km Almargem - Ribolhos
Etapa 04 23.90 Km Ribolhos - Aldeia do Codeçal
Etapa 05 21.02 Km Aldeia do Codeçal - Lamego
Etapa 06 21.06 Km Lamego - Santa Marta de Penaguião
Etapa 07 19.68 Km Santa Marta de Penaguião - Vila Real
Etapa 08 27.50 Km Vila Real - Parada de Aguiar
Etapa 09 23.76 Km Parada de Aguiar - Vidago
Etapa 10 18.99 Km Vidago - Chaves
Etapa 11 29.93 Km Chaves - Verín
Etapa 12 21.39 Km Verín - Viladerrei
Etapa 13 24.48 Km Viladerrei - Sandiás
Etapa 14 14.01 Km Sandiás - Allariz
Etapa 15 24.05 Km Allariz - Ourense
Etapa 16 23.98 Km Ourense - Cea
Etapa 17 21.40 Km Cea - Castro Dozón por Oseira
Etapa 18 25.38 Km Castro Dozón - Lalín - A Laxe
Etapa 19 18.04 Km A Laxe - Bandeira
Etapa 20 25.19 Km Bandeira - Pico Sacro - Lestedo
Etapa 21 14.21 Km Lestedo - Santiago de Compostela
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Mapa geral da Peregrinação:
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Quinze ou vinte minutos depois já fora do povoado, entramos no "Refuxio", para um café e uma madalena. Ainda um pequeno descanso em Pieles, onde comemos algo da mochila e avançamos, antes das 11:00 já estávamos em Oseira, ponto alto do dia, ponto alto da Via Sanabresa.
O mosteiro é uma edificação enorme, imponente, cuja existência é conhecida desde 1137, que ficou na dependência da ordem de Cister, e em 1141 São Bernardo enviou para aqui uma colónia de monges franceses. Em 1835 os frades foram-se e o convento entrou em ruína e alvo de vandalização até que em 1929 os monjes regressaram e desde então tem vindo a recuperar o complexo. Hoje estão lá 18, mas já foram 80 no tempo da mãe da D. Elma, a dona do bar em frente, o Venezuela, já meu conhecido da passagem em BTT em 2008.
Está tudo na mesma, quase dez anos volvidos. Ao fundo do balcão lá continua a pilha dos belos pães de Cea, que nos saciaram a fome, com uma tábua de quesos e embutidos e dois copos de muito bom tinto. É Domingo. Logo a seguir voltamos a entrar na igreja e entre as 11:30 e as 12:30 assistimos à missa com canto gregoriano que nos transportou para outro Universo, o divino, o intemporal.
No final voltamos para a realidade, saímos, e palmilhamos a melhor parte do caminho do dia: se até aqui foi essencialmente asfalto, de Oseira em diante é sempre trilho, caminhos, montanha, pequenos lugares e lameiros. Em A Gouxa paramos para uma água com gás e depois caminhamos os 4,5km que nos separavam do final da etapa, Castro Dozón.
Passamos logo à entrada pelo único bar aberto, o Canton, marcamos o jantar ara as 20:00 e seguimos para o albergue, que fica já à saída da aldeia. É um bom albergue, embora mal gerido, check-in tardio (18:00), demorado e complicado, router no ar mas sem conectividade internet, mas enfim, tudo acabou bem e pudemos descansar.
O CPI
O Caminho Português do Interior é um dos trajectos utilizados pelos peregrinos Portugueses para chegar a Santiago de Compostela. Por ele seguiam os que partiam da zona Centro, em redor de Viseu, e, claro, todos aqueles que viviam no eixo Viseu > Chaves. Também de Coimbra alguns seguiam por esta via, quando queriam evitar o Caminho Central que seguia via Porto > Valença, ou pretendiam juntar-se a outros grupos que partiam do interior.
Os peregrinos da Via da Prata, que segue de Sevilha até Astorga, onde se junta ao grande Caminho Francês, na maior parte das vezes deixavam a via da Prata em Granja de Moreruela onde tomavam a Via Sanabresa; outros saiam antes, em Zamora, entravam em Portugal por Quintanilha e saiam por Vinhais, atingindo depois Verin. Em qualquer caso todos acabavam por se juntar e nomeadamente a partir de Ourense todos seguem o mesmo trajecto até ao Campo de Estrelas - os do Caminho Interior Português e os da Via da Prata.
Foi um dos mais bonitos dos muitos caminhos que já fiz até Santiago, sobretudo na metade portuguesa do percurso. O Outono é mesmo a altura ideal para o fazer, com os dias mais curtos, as temperaturas amenas, os céus calmos. E a paisagem é espectacular, começando logo com os marmeleiros carregados, salpicando de amarelo toda a paisagem em torno de Viseu, o colorido feérico das vinhas que nos acompanha desde Reconcos, próximo de Lamego, até Vila Real, ou a beleza dos castanheiros e carvalhos vestindo-se de tons outonais até Chaves. E a abundância não tem limites: comemos toneladas de marmelos, maçãs, nozes (muitas nozes!), castanhas, amoras (serôdias!), pêras, uvas, medronhos...
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Aqui ficam os links para os registos de cada uma das etapas:
Track Integral 457 km agregador das 21 etapas
Etapa 01 15.82 km Farminhão - Fontelo
Etapa 02 17.79 Km Fontelo - Almargem
Etapa 03 24.56 Km Almargem - Ribolhos
Etapa 04 23.90 Km Ribolhos - Aldeia do Codeçal
Etapa 05 21.02 Km Aldeia do Codeçal - Lamego
Etapa 06 21.06 Km Lamego - Santa Marta de Penaguião
Etapa 07 19.68 Km Santa Marta de Penaguião - Vila Real
Etapa 08 27.50 Km Vila Real - Parada de Aguiar
Etapa 09 23.76 Km Parada de Aguiar - Vidago
Etapa 10 18.99 Km Vidago - Chaves
Etapa 11 29.93 Km Chaves - Verín
Etapa 12 21.39 Km Verín - Viladerrei
Etapa 13 24.48 Km Viladerrei - Sandiás
Etapa 14 14.01 Km Sandiás - Allariz
Etapa 15 24.05 Km Allariz - Ourense
Etapa 16 23.98 Km Ourense - Cea
Etapa 17 21.40 Km Cea - Castro Dozón por Oseira
Etapa 18 25.38 Km Castro Dozón - Lalín - A Laxe
Etapa 19 18.04 Km A Laxe - Bandeira
Etapa 20 25.19 Km Bandeira - Pico Sacro - Lestedo
Etapa 21 14.21 Km Lestedo - Santiago de Compostela
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Mapa geral da Peregrinação:
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Waypoints
Mountain hut
1,381 ft
Albergue de Peregrinos Casa das Netas, Cea
Provisioning
2,648 ft
Café Expendiduria de Tabacos
Picnic
2,359 ft
Carballediña area descanso
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Un lo
Hum jiyi