Caminho Português do Interior - Etapa 19 A Laxe - Bandeira *CPI*
near Bendoiro, Galicia (España)
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Trail photos
Itinerary description
Ao contrario do que tinha afirmado, a Maria José não abriu às 7:30 como tinha anunciado. Esperamos 10 minutos, com uns deliciosos 5ºC e sob um vento gélido naquela estrada desabrigada... e fomos embora. Um local disse-nos que estranhava muito, "pois ela até costuma abrir às sete!"
Seguimos uns quilómetros, e não foram poucos: só por volta das 10:00 entramos no bar A Pedra, em Silleda, onde fomos bem servidos e ficamos como novos.
É uma curta etapa até Bandeira, e sem particulares pontos notáveis.
O maior entusiasmo, para mim, foi o ter mais uma vez pisado longas extensões do Camiño Real que unia Ourense a Santiago, que culminou na travessia da Ponte Velha de Taboado, românica e localizada num belo e selvagem recanto. A ponte terá sido erigida sobre o Deza em 912, no local de outra de madeira (Pons Tabulata) da qual herdou o nome. Uma ponte do tempo da descoberta do túmulo de S. Tiago, e que hoje só serve a peregrinos. Quantos já aqui terão passado?
Foxo de Deza é outro dos pontos interessantes do percurso, um lugar que cresceu de importância nos tempos medievos, situado numa encruzilhada do Caminho Real com outras vias locais, que se desenvolve ao longo da Rúa Real e onde ainda agora se divisam muitos vestígios desse passado longínquo.
Depois, ainda antes de cruzar o rio Toxa, fizemos um pequeno desvio à esquerda (aprox. 250 metros) para ir visitar o Muíño de Covián, um edifício de 4 mós, um dos maiores moínhos da Galiza.
Ao chegar ao final da etapa entramos no Mesón Bandeira para um combinado de ovos estrelados, bacon e batata frita. E só depois fomos ao Albergue.
O albergue de Bandeira é um "Lego" construído com módulos pré-fabricados mas nem por isso menos cómodo. Espaçoso, luminoso, equipado com tudo o necessário, ar condicionado na cozinha / sala de comer e na camarata, camarata para minusválidos, e escrupulosamente limpo.
Apesar de estarmos poucos, enquanto esteve presente a hospitaleira fez frequentes visitas às casa de banho, luvas calçadas, para as limpar e manter perfumadas e a brilhar. É outro mundo.
Mesmo ao lado (150m) fica o Dia%. E lá havia lulas em conserva, arroz à valenciana, um bom Ribeiro branco, queijo e marmelada... que mais se pode querer, tendo uma boa cozinha e sala para comer?
O CPI
O Caminho Português do Interior é um dos trajectos utilizados pelos peregrinos Portugueses para chegar a Santiago de Compostela. Por ele seguiam os que partiam da zona Centro, em redor de Viseu, e, claro, todos aqueles que viviam no eixo Viseu > Chaves. Também de Coimbra alguns seguiam por esta via, quando queriam evitar o Caminho Central que seguia via Porto > Valença, ou pretendiam juntar-se a outros grupos que partiam do interior.
Os peregrinos da Via da Prata, que segue de Sevilha até Astorga, onde se junta ao grande Caminho Francês, na maior parte das vezes deixavam a via da Prata em Granja de Moreruela onde tomavam a Via Sanabresa; outros saiam antes, em Zamora, entravam em Portugal por Quintanilha e saiam por Vinhais, atingindo depois Verin. Em qualquer caso todos acabavam por se juntar e nomeadamente a partir de Ourense todos seguem o mesmo trajecto até ao Campo de Estrelas - os do Caminho Interior Português e os da Via da Prata.
Foi um dos mais bonitos dos muitos caminhos que já fiz até Santiago, sobretudo na metade portuguesa do percurso. O Outono é mesmo a altura ideal para o fazer, com os dias mais curtos, as temperaturas amenas, os céus calmos. E a paisagem é espectacular, começando logo com os marmeleiros carregados, salpicando de amarelo toda a paisagem em torno de Viseu, o colorido feérico das vinhas que nos acompanha desde Reconcos, próximo de Lamego, até Vila Real, ou a beleza dos castanheiros e carvalhos vestindo-se de tons outonais até Chaves. E a abundância não tem limites: comemos toneladas de marmelos, maçãs, nozes (muitas nozes!), castanhas, amoras (serôdias!), pêras, uvas, medronhos...
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Aqui ficam os links para os registos de cada uma das etapas:
Track Integral 457 km agregador das 21 etapas
Etapa 01 15.82 km Farminhão - Fontelo
Etapa 02 17.79 Km Fontelo - Almargem
Etapa 03 24.56 Km Almargem - Ribolhos
Etapa 04 23.90 Km Ribolhos - Aldeia do Codeçal
Etapa 05 21.02 Km Aldeia do Codeçal - Lamego
Etapa 06 21.06 Km Lamego - Santa Marta de Penaguião
Etapa 07 19.68 Km Santa Marta de Penaguião - Vila Real
Etapa 08 27.50 Km Vila Real - Parada de Aguiar
Etapa 09 23.76 Km Parada de Aguiar - Vidago
Etapa 10 18.99 Km Vidago - Chaves
Etapa 11 29.93 Km Chaves - Verín
Etapa 12 21.39 Km Verín - Viladerrei
Etapa 13 24.48 Km Viladerrei - Sandiás
Etapa 14 14.01 Km Sandiás - Allariz
Etapa 15 24.05 Km Allariz - Ourense
Etapa 16 23.98 Km Ourense - Cea
Etapa 17 21.40 Km Cea - Castro Dozón por Oseira
Etapa 18 25.38 Km Castro Dozón - Lalín - A Laxe
Etapa 19 18.04 Km A Laxe - Bandeira
Etapa 20 25.19 Km Bandeira - Pico Sacro - Lestedo
Etapa 21 14.21 Km Lestedo - Santiago de Compostela
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Mapa geral da Peregrinação:
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Seguimos uns quilómetros, e não foram poucos: só por volta das 10:00 entramos no bar A Pedra, em Silleda, onde fomos bem servidos e ficamos como novos.
É uma curta etapa até Bandeira, e sem particulares pontos notáveis.
O maior entusiasmo, para mim, foi o ter mais uma vez pisado longas extensões do Camiño Real que unia Ourense a Santiago, que culminou na travessia da Ponte Velha de Taboado, românica e localizada num belo e selvagem recanto. A ponte terá sido erigida sobre o Deza em 912, no local de outra de madeira (Pons Tabulata) da qual herdou o nome. Uma ponte do tempo da descoberta do túmulo de S. Tiago, e que hoje só serve a peregrinos. Quantos já aqui terão passado?
Foxo de Deza é outro dos pontos interessantes do percurso, um lugar que cresceu de importância nos tempos medievos, situado numa encruzilhada do Caminho Real com outras vias locais, que se desenvolve ao longo da Rúa Real e onde ainda agora se divisam muitos vestígios desse passado longínquo.
Depois, ainda antes de cruzar o rio Toxa, fizemos um pequeno desvio à esquerda (aprox. 250 metros) para ir visitar o Muíño de Covián, um edifício de 4 mós, um dos maiores moínhos da Galiza.
Ao chegar ao final da etapa entramos no Mesón Bandeira para um combinado de ovos estrelados, bacon e batata frita. E só depois fomos ao Albergue.
O albergue de Bandeira é um "Lego" construído com módulos pré-fabricados mas nem por isso menos cómodo. Espaçoso, luminoso, equipado com tudo o necessário, ar condicionado na cozinha / sala de comer e na camarata, camarata para minusválidos, e escrupulosamente limpo.
Apesar de estarmos poucos, enquanto esteve presente a hospitaleira fez frequentes visitas às casa de banho, luvas calçadas, para as limpar e manter perfumadas e a brilhar. É outro mundo.
Mesmo ao lado (150m) fica o Dia%. E lá havia lulas em conserva, arroz à valenciana, um bom Ribeiro branco, queijo e marmelada... que mais se pode querer, tendo uma boa cozinha e sala para comer?
O CPI
O Caminho Português do Interior é um dos trajectos utilizados pelos peregrinos Portugueses para chegar a Santiago de Compostela. Por ele seguiam os que partiam da zona Centro, em redor de Viseu, e, claro, todos aqueles que viviam no eixo Viseu > Chaves. Também de Coimbra alguns seguiam por esta via, quando queriam evitar o Caminho Central que seguia via Porto > Valença, ou pretendiam juntar-se a outros grupos que partiam do interior.
Os peregrinos da Via da Prata, que segue de Sevilha até Astorga, onde se junta ao grande Caminho Francês, na maior parte das vezes deixavam a via da Prata em Granja de Moreruela onde tomavam a Via Sanabresa; outros saiam antes, em Zamora, entravam em Portugal por Quintanilha e saiam por Vinhais, atingindo depois Verin. Em qualquer caso todos acabavam por se juntar e nomeadamente a partir de Ourense todos seguem o mesmo trajecto até ao Campo de Estrelas - os do Caminho Interior Português e os da Via da Prata.
Foi um dos mais bonitos dos muitos caminhos que já fiz até Santiago, sobretudo na metade portuguesa do percurso. O Outono é mesmo a altura ideal para o fazer, com os dias mais curtos, as temperaturas amenas, os céus calmos. E a paisagem é espectacular, começando logo com os marmeleiros carregados, salpicando de amarelo toda a paisagem em torno de Viseu, o colorido feérico das vinhas que nos acompanha desde Reconcos, próximo de Lamego, até Vila Real, ou a beleza dos castanheiros e carvalhos vestindo-se de tons outonais até Chaves. E a abundância não tem limites: comemos toneladas de marmelos, maçãs, nozes (muitas nozes!), castanhas, amoras (serôdias!), pêras, uvas, medronhos...
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Aqui ficam os links para os registos de cada uma das etapas:
Track Integral 457 km agregador das 21 etapas
Etapa 01 15.82 km Farminhão - Fontelo
Etapa 02 17.79 Km Fontelo - Almargem
Etapa 03 24.56 Km Almargem - Ribolhos
Etapa 04 23.90 Km Ribolhos - Aldeia do Codeçal
Etapa 05 21.02 Km Aldeia do Codeçal - Lamego
Etapa 06 21.06 Km Lamego - Santa Marta de Penaguião
Etapa 07 19.68 Km Santa Marta de Penaguião - Vila Real
Etapa 08 27.50 Km Vila Real - Parada de Aguiar
Etapa 09 23.76 Km Parada de Aguiar - Vidago
Etapa 10 18.99 Km Vidago - Chaves
Etapa 11 29.93 Km Chaves - Verín
Etapa 12 21.39 Km Verín - Viladerrei
Etapa 13 24.48 Km Viladerrei - Sandiás
Etapa 14 14.01 Km Sandiás - Allariz
Etapa 15 24.05 Km Allariz - Ourense
Etapa 16 23.98 Km Ourense - Cea
Etapa 17 21.40 Km Cea - Castro Dozón por Oseira
Etapa 18 25.38 Km Castro Dozón - Lalín - A Laxe
Etapa 19 18.04 Km A Laxe - Bandeira
Etapa 20 25.19 Km Bandeira - Pico Sacro - Lestedo
Etapa 21 14.21 Km Lestedo - Santiago de Compostela
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Mapa geral da Peregrinação:
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Waypoints
Provisioning
1,181 ft
Dia%
Comments (1)
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Information
Easy to follow
Scenery
Easy
Obrigado uma vez mais, pela partilha!
Bom Caminho 🙏🦶