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Caminho Primitivo - 5ª Etapa (Berducedo - Grandas de Salime)

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Trail stats

Distance
13.17 mi
Elevation gain
2,805 ft
Technical difficulty
Moderate
Elevation loss
3,927 ft
Max elevation
3,431 ft
TrailRank 
77 5
Min elevation
673 ft
Trail type
One Way
Moving time
5 hours 9 minutes
Time
7 hours 18 minutes
Coordinates
3771
Uploaded
September 20, 2021
Recorded
September 2021
  • Rating

  •   5 1 review
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near Berducedo, Asturias (España)

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Itinerary description

Saímos do Albergue de Berducedo tão cedo como costume. "Verde" ou "verdugo" estará na génese do topónimo desta linda aldeia. Enchem-se nossos olhos do verde dos prados no vale do "Regueiro del Canedo" e, no nosso espírito, a certeza da origem está escolhida.
Os 50 metros que nos separam da AS-34 são percorridos aos ziguezagues e em bicos dos pés, tanta é a bosta que atapeta o asfalto. Chegamos ao Barin. Cá fora "desayunan" já alguns peregrinos, a maior parte já nossos conhecidos. Entramos e pedimos as "tostadas con mantequilla" da praxe e os cafés com leite. Aguardamos que chegue pão fresco para os "bocadilhos de jamón" que, conjuntamente com a fruta adquirida ontem, nos hão de servir de almoço.
Três quartos de hora depois estamos a sair. A manhã espreguiça-se em suaves névoas que sobem dos vales. O gado pasta sereno nas encostas orvalhadas. A aldeia acordou antes que o fizesse a manhã.
Além está a Igreja de Santa Maria mas à nossa esquerda aparece um antigo monumento de que não tenho apontamento. Parece um jazigo tríplice. Presumo que o não seja. Talvez o lugar onde se acomodam os andores antes e após as procissões. Sem que apareça vivalma que nos elucide, seguimos em frente. A igreja, construída no séc. XIV, apresenta um aspeto degradado. É o telhado construído em lages de ardósia, típico das antigas construções destes territórios. Tem uma galilé alpendrada, de construção posterior, que poderia albergar muitos fiéis caso no interior não coubessem, o que não creio que aconteça nos tempos que correm. Ao lado existe um grande e velho teixo. O teixo foi árvore sagrada dos povos celtas representando a vida, a morte e a eternidade: a vida, porque resiste aos frios invernos sem nunca perder as folhas, ao contrário das caducifólias que com ela co-habitam; a morte, porque, à exceção da parte vermelha das bagas, tudo nela é tóxico ou letal; a eternidade, pela longevidade que pode ir além dos 2000 anos. Sendo considerada a mais antiga árvore autótene da Europa encontra-se atualmente em perigo de extinção. Mas este, junto a esta igreja, não se sabendo quem primeiro foi plantado se ela se ele, presenciou muitas discussões e decisões que a vida das gentes condicionaram. Aqui, à sua sombra e proteção, se reunia a "xunta vecinal" acreditando no "espírito da árvore" mais do que na "comunhão dos Santos" que na igreja têm altar.
Continuamos nós caminho crendo que os espíritos nos hão de acompanhar também, até porque hoje ainda havemos de atravessar o lugar onde o "diabo se salvou".
Atalhámos, poupando a longa distância de uns 50 metros, e, sobre a mãe pedra que, lavada, lajeia o carreiro, subimos o que as gentes de cá chamam, em puro asturiano, "a Costa" que, não sabendo eu porquê, me soa tão familiar. Esta é a subida para os montes de "A Prida de Madera".
Pisam nossas botas agora as suaves carumas dos pinheiros silvestres (Pinus Sylvester). Penso na diferença do tamanho das pinhas entre estas que atapetam o chão e as dos nossos pinheiros bravos (Pinus Pinaster). Dos nossos bastam duas pinhas para acender a lareira, destes seriam necessárias pelo menos umas vinte, mas ...são tão giras nos arranjos de Natal!...
A manhã está tão maravilhosa quanto as paisagens montanhosas coroadas de flutuantes albas nuvens. O gado mansamente pasta nestes verdes e frescos prados.
Piso pesado pisam nossas botas descendo para "A Mesa". É o asfalto serpenteante da estrada que segue os contornos da encosta oriental do "Cordal de Berducedo" e nos leva ao concelho de Grandas de Salime. 17 kms faltariam ali atrás para que cheguemos ao destino desta jornada, segundo se lia na vermelha tabuleta sinaleira da GR 109 (Astúrias Interiores) que nos vai acompanhando agora porque coincidente com El Camino por estas bandas (ou brandas).
Passamos sobre o "Arroyo de los Cabríos" e a Igreja de Santa Maria Madalena aparece ali já à frente. Está em obras. O telhado de ardósia foi removido e eu rogo à Santa que, se por acaso a ideia de o substituir por telha tenha nascido na cabeça do responsável, lhe apague a parte da memória onde essa ideia forma tenha tomado. Esta igreja, rodeada por cerca de madeira tosca, terá sido construída entre os séculos XVII e XVIII no pequeno outeiro onde existia um monumento fúnebre pré histórico. Os lugares de culto passam gerações independentemente das crenças ou fé que o tempo determina.
Do Albergue Miguelin sai um grupo de peregrinos "comandado" por "el comandante". Assim o apelidámos pela atitude nele notada no nosso primeiro encontro lá atrás em terras de Tineo.
Um elemento do nosso grupo, atormentada por bota pouco cooperante e outras necessidades, entra no bar para se servir de "los servicios". Enquanto aguardamos aproxima-se um senhor transportando areia num carrinho de mão. Entabulamos conversa. "Le gusta mucho Portugal y el bacalau" nos diz simpaticamente. Muito nos conta, nos vinte e tal minutos que já dura a conversa. Ficamos a saber que as obras da igreja as paga ele. Uma obra orçada em 34.000€ que o "ayuntamiento" não quis ou não tinha forma de pagar e a Igreja, com tão poucos e já idosos fregueses, para tal não tinha capacidade. A maioria dos jovens saíram buscando vida mais digna ou mais fácil, segundo ele. Tal se passou com os seus filhos e não sabe o que acontecerá à manada de 80 cabeças que pastam nos seus prados nem aos 5 hectares de plantação de arandos que cultiva em "buena tierra". Falamos de arandos e das benéficas propriedades deste fruto. Deixa-nos agora porque longa vai já a conversa e o que o carrinho transporta pode já estar a fazer falta na obra.
Saem nossos companheiros do bar e retomamos viagem. Estrada de asfalto acima, a caminho de Buspol, passamos defronte ao Albergue de A Mesa que, como outros, funciona na antiga escola. Ainda que a estrada seja estreita e não haja passeios ou bermas, o escasso trânsito e a suavidade da subida permite que conversemos enquanto caminhamos.
Aconteceu. Não sei bem se sei porquê. Vou aqui de cenho franzido, macambúzio, enxixarado... mas porquê?... questiono-me, porque não hei de engolir, esquecer, pôr para trás das costas?... é de mim, não sei disfarçar. Vou à frente.
Passamos o alto e começamos a descer. Do lado esquerdo aparece um painel informativo sugerindo um desvio no caminho por possíveis perigos que possam existir devidos ao grande incêndio de 2017. Quatro anos são passados e passados deverão também ter sido os ditos perigos. Não informo os meus companheiros e opto por mim. Espero não me arrepender.
Deixamos a estrada de alcatrão saindo à direita. Noto que o caminho estreita. Fecho-me no meu silêncio. Não me sinto bem comigo na solidão do meu sentir. Conto as lajes de ardósia que vou pisando num carreiro entre velhos muros de pedra. Vejo Grandas de Salime à distância de uma pedrada. Engana-nos a distância e engano-me eu procurando alívio na contemplação desta esplendorosa paisagem.
Passo por um conjunto de antigas casas de xisto. Paro junto à Capilla de Santa Marina de Buspol". Este singelo templo pertenceu a um hospital de peregrinos que aqui existiu. Olho o interior. Partilha a Santa as instalações com Santa Maria Madalena, Santiago e Santa Teresa. Teve este oratório um sino que se conta entre os mais antigos das Astúrias, séc. XIV, e que foi realojado algures para evitar as tentações de algum "amigo do alheio".
O muro de xisto dá lugar a "chantas" espetadas no chão a ladear o carreiro por onde seguimos. Aproximam-se meus companheiros e eu sigo adiante.
Pergunta-me J.A. se estou zangado com ele. Que não, digo, não é com ele. Não resisto e "desbobino" o que me vai na alma. Foi sem mais pensar. Atitude muito própria de mim. Não consigo calar o que, na alma, me atormenta. Momento duro. Penitenciamo-nos mutuamente. Alivia-se a tensão. Lavamos a alma. Entendemo-nos porque amigos somos.
E pronto. Cá vamos. A descida acentuada cobra em esforço aos nossos joelhos e paga-nos em beleza na paisagem aos nossos olhos e ao nosso espírito.
Ainda se não vê o "embalse" do Salto de Salime mas sonha-se já a sua beleza na suavidade das brumas brancas que sobem aos céus quais nuvens de incenso em hino de louvor ao Criador.
O terreno que nos ladeia é de mato rasteiro nascido no chão que o fogo lambeu e nas cinzas das árvores que, se as havia, devorou. As pedras soltas e a inclinação do terreno obrigam a cuidados mil. Caminhamos devagar, cuidando para não escorregar. À frente, lá em baixo, aparece agora o espelho azul de "El embalse de Salime". Lindo, emoldurado por montanhas sob um véu de diáfana névoa. À direita, num alto semiplano, está Grandas. Parece perto porque o nosso olhar voa, não caminha. Lá longe, as montanhas que separam as Astúrias da Galiza. Dizem que aquela, na parte mais alta, é a "Serra do Acevo" que nos espera provavelmente depois de amanhã.
O caminho, cavado na encosta, mostra agora arestas xistosas na forma de grandes penedos recortados ameaçando deixar cair lascas estratificadas sobre os intrusos que por aqui se atrevem a passar. Os espetros dos pinheiros carbonizados dão um aspeto lúgubre à paisagem e enegrecem-nos a alma.
Deixámos os fantasmas e espetros para trás e já descemos pelos zzs deste paradisíaco bosque na encosta alcantilada e rochosa de "A Pena de Armadela". Entre castanheiros, fetos e muros musgados, pisando um chão macio coberto de folhas e ouriços, alcançamos o, já nosso conhecido, peregrino que "parla" italiano e italiano disse ser. Oferece-se para nos tirar uma foto de grupo. Aceitamos e, sem pose estudada, fica o registo numa foto a quatro no meio do arvoredo desta maravilhosa descida.
Adiantámo-nos e estamos já no asfalto da AS-14 que nos levará a "El Muro" do "embalse de Salime", edificado em meados do séc XX. Na escarpada encosta do outro lado do Navia, o rio dos três "caminos", vê-se aquilo que parece uma aldeia fantasma. São construções que deram apoio à construção desta grande barragem. Finda a construção não se encontrou, ou não se quis encontrar, maneira de reabilitar estas estruturas que, ingloriamente, se vão finando.
A AS-14 foi construída aqui numa encosta quase vertical. Para lá da proteção da estrada é um abismo até ao Navia que, talvez feliz pelo "grande salto" lá em baixo corre em direção ao mar. Agora a rocha ladeia o asfalto de ambos os lados e um buraco que atravessa a da direita em direção ao precipício desafia-nos de porta aberta. Atravessamos o túnel e... oh que maravilha!... este miradouro permite apreciar "El Muro" que, com os seus 134m foi, quando da inauguração da barragem, o mais alto da Europa. Em Portugal construiu-se na mesma altura Castelo de Bode. Várias são as curiosidades relativas a esta obra. Uma muito interessante é que, pelo embargo imposto à ditadura franquista pelas Nações Unidas, só foi possível concluir a central porque a Inglaterra forneceu secretamente e à revelia as turbinas e os geradores. Outra, tenho pena de não termos tempo para descer lá baixo e ver presencialmente, é a existência na sala das turbinas de enormes murais, da autoria de Joaquin Vaquero Turcios, ilustrando todas as fases de construção, desde a secagem do rio aos acidentes fatais ocorridos na obra. Talvez um dia venha cá para ver tudo em pormenor, hoje contento-me com a vista excecional daqui da "Boca de la Ballena".
Atravessamos a barragem e, daqui do grande muro, olho o miradouro onde estivémos há pouco e entendo, finalmente, a razão do nome "Boca da Baleia". De facto, o artista desenhou a plataforma de modo a assemelhar-se à boca aberta de uma baleia. Só visto!
Pelo asfalto da AS-14 começamos agora a subir, contemplando o grande lago à nossa esquerda que se estende por 34 kms. Medito. Muitas das águas que neste rio correram e esta barragem encheram, foram lágrimas de dor, as lágrimas de quem viu a escola, a igreja, o cemitério onde repousam os seus queridos pais ou avós afundar; lágrimas de quem perdeu hortas e lar submersos na escuridão das profundezas para que outros vissem a luz. Aqui como em Castelo de Bode e centenas de outras, os povos viram-se expropriados de tudo, até da sua dignidade, por meia dúzia de tostões que os atirou para a miséria. Quantas vidas submersas?... quantos sonhos afogados?... quantas mágoas carpidas em rios de lágrimas?... quantas vidas esquecidas ficaram na escuridão para que se fizesse luz?...
Ergo meu olhar aos céus!... como lidas Tu com isto?... porque tem alguém que sofrer para que outros possam sorrir?... porque raio não olho apenas a paisagem e usufruo desta beleza que me rodeia?...
Chegamos ao hotel/restaurante Las Grandas. Instalado na Belavista, uma das aldeias construídas para alojamento dos operários durante a construção da barragem, é um edifício recuperado numa povoação quase abandonada na totalidade.
Entramos e dirigimo-nos ao terraço. Esta varanda sobre a albufeira tem uma vista de exceção para este espelho de água e as montanhas que o abraçam. Percorremos com o olhar o caminho que fizemos desde Buspol. Primeiro a grande descida por caminhos entre mato e entre arvoredos de incrível beleza; a seguir a "Boca de la Ballena" e "El Muro"; finalmente a subida pela AS-14 até aqui.
Pedimos as indispensáveis "cañas", tiramos os "bocadillos" trazidos do Barin de Berducedo e... começa a chover. Estoicamente aguentamos os primeiros pingos. Acabamos no bar. Equipamo-nos para enfrentar a chuva e saímos.
A AS-14 sobe aos ziguezagues e nós com ela. Mas sobe a sério!... é "la ladera del Zreixalón".
A chuva ora vem ora não e nós ora tiramos as capas ora as colocamos de novo. E porquê? porque não mantemos as capas?... para quem caminha basta dizer ... porque está calor e a subida é duuura.
Eu e a minha companheira atrasámo-nos lá em baixo e agora olhamos lá para cima e vemos os nossos companheiros distantes... em altura. Eh pah, temos muito que subir. O asfalto segue ao lado de precipícios numa encosta povoada de árvores e rochedos mas despovoada de segurança. Os muitos peregrinos que já aqui passaram deixaram um testemunho de sensatez: sempre que possível foram pisoteando à esquerda da proteção a que os espanhóis chamam quitamiedos e nós, num excecional português, rail de proteção. Este pisoteio criou os carreiros agradáveis e protegidos por onde vamos caminhando. Bem hajam.
Subimos e subimos e chegamos agora a um ponto especial, El Mirador. Vamos lá então "mirar". Miramos e até parece miragem. A impressionante vista deste lago entre montanhas estende-se desde a grande parede da barragem até às poucas casas de Salime que se salvaram da inundação. Salime, a aldeia que deu nome à barragem tem um nome que a lenda atribui ao diabo. Eu conto: Andava um diabo nas suas diabruras, saltando de rochedo em rochedo no leito impetuoso do Navia. Vai daí, oh diabo, o diabo escorregou e caiu ao rio e viu-se arrastado na corrente. Esbraceja o pobre diabo mas a força da água arrasta-o sem piedade. Agarra-se a um rochedo e, debatendo-se contra a corrente, consegue safar-se. Fica o diabo tão contente que, aos saltos, não pára de exclamar - Salime! Salime! Salime! - mas, ó sorte do diabo, o povo ao vê-lo atira-o de novo ao rio. Repetem-se os bracejos, repete-se a aflição, repetem-se os encontrões nas rochas num leito de rio impiedoso, mas, sorte do diabo, o diabo agarra-se a outra rocha, safa-se e, rindo às gargalhadas, exclama - Subsalime! - e assim nasceram, para o povo, as duas povoações, Salime e Subsalime que não tiveram a sorte do diabo e jazem submersas. Coisas do diabo...
Durante toda esta história não deixámos de subir e correr o risco de ser atropelados nesta perigosa estrada, li que já houve peregrinos atropelados neste troço do caminho, mas agora, aqui onde temos a informação que faltam 2 kms para Grandas, um mojón indica-nos a saída do asfalto para um carreiro com uma inclinação ainda mais acentuada que a estrada onde vínhamos.
Entramos num pinhal e suaviza-se a subida, o caminho e o cansaço. O chão coberto de caruma ameniza o cansaço, a beleza do entorno e a chuva que já não cai alegram-nos e dão novo folgo a estes estafados peregrinos.
O pinhal deu lugar a souto e agora carvalhal. O carreiro, sempre bonito, umas vezes é atapetado de folhas outras de lages de xisto.
Saímos do bosque e entramos em Grandas de Salime aqui em "el barrio de El Ferreiro". A povoação estende-se pelo vale de "El Rigueirón" mostrando os seus típicos telhados negros de ardósia. Paramos junto à Casa'l Ferreiro. Seria ferreiro sem dúvida quem aqui viveu pois a "arte" bem patente está nos diversos utensílios aqui expostos mas mais ainda nas obras de arte que povoam as paredes. Observamos a figura de D. Quixote, feita com engenho e arte de quem artista tem que ser. Vigia daqui os peregrinos que passam e apelidado já foi de "Vigilante del Camino" ou "El Quijote de los Peregrinos".
Não sabendo onde se situa o Albergue El Salvador perguntamos a um motorista que distribui bens de consumo. Indica-nos o edifício e o caminho mais perto. Sigo por caminho diferente e questionam meus companheiros porquê. A razão primeira foi a esperança de poder visitar "El Museo Etnográfico" e passar pelo centro "del casco histórico" antes de nos recolhermos ao albergue.
Vã foi a intenção de visitar o museu que encerrado está por hoje ser "lunes" e no dia da lua fecha-se o que em dia de sol deve ser visitado. Deve-se a iniciativa deste museu a "Pepe el Ferreiro", que dono seria da casa que atrás deixámos que, por mania ou gosto, foi juntando as velharias que outros não queriam. Visão de no futuro poder mostrar o que o passado foi. Não é saudosismo bacoco é espírito de quem acha que só conhecendo quem fomos podemos entender quem somos. Pena me fica de não poder visitar este museu que, pelo que me foi dado saber, é talvez o mais completo da Ibéria.
Ficou para trás "el Museo" e passamos agora defronte a "el Ayuntamiento". Esta casa amarela, com uma torre em ferro forjado e um relógio, foi o primeiro poiso do museu etnográfico e nela funcionou também um albergue de peregrinos. O Museu passou para a "rectoral" e o albergue subiu à Av. de La Costa.
Eis à nossa frente o escuro e antiquíssimo edifício da Colegiata de San Salvador de Grandas de Salime. Terá nascido nos finais do séc. XII como uma pequena igreja que foi sendo remodelada e acrescentada ao longo dos séculos pelo que apresenta uma mistura de estilos. Tem as portas fechadas. Só dá para ver por fora. Espreitamos o portal românico de 4 arquivoltas com figuras vegetais que alternam com figuras animais e humanas nos capitéis. O grande pórtico deu proteção a imensos peregrinos.
Como mais não dá para ver seguimos pela Avenida da Costa acima em direção ao Albergue de San Salvador de Grandas de Salime. Acabamos de chegar completando outra etapa de incrível beleza e alguma (há quem diga muita) dificuldade. Damos graças e acolhemo-nos ao albergue.

Waypoints

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Photo ofPastagens no vale do 'Regueiro del Canedo'

Pastagens no vale do 'Regueiro del Canedo'

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Photo ofIgreja de Santa Maria de Berducedo Photo ofIgreja de Santa Maria de Berducedo Photo ofIgreja de Santa Maria de Berducedo

Igreja de Santa Maria de Berducedo

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Photo ofVales nublados Photo ofVales nublados

Vales nublados

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Photo ofCaminho chão sob pinheiros e as nuvens repousando sobre os vales Photo ofCaminho chão sob pinheiros e as nuvens repousando sobre os vales Photo ofCaminho chão sob pinheiros e as nuvens repousando sobre os vales

Caminho chão sob pinheiros e as nuvens repousando sobre os vales

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Photo ofManada pastando no vale 'del Arroyo de los Cabríos' Photo ofManada pastando no vale 'del Arroyo de los Cabríos' Photo ofManada pastando no vale 'del Arroyo de los Cabríos'

Manada pastando no vale 'del Arroyo de los Cabríos'

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Photo ofIgreja de Santa Maria Magdalena em obras Photo ofIgreja de Santa Maria Magdalena em obras Photo ofIgreja de Santa Maria Magdalena em obras

Igreja de Santa Maria Magdalena em obras

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Photo ofSeguimos o Camino Oficial só porque já passaram 4 anos Photo ofSeguimos o Camino Oficial só porque já passaram 4 anos

Seguimos o Camino Oficial só porque já passaram 4 anos

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Photo ofBrancas e diáfanas névoas subindo entre montanhas Photo ofBrancas e diáfanas névoas subindo entre montanhas

Brancas e diáfanas névoas subindo entre montanhas

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Photo ofCapilla de Santa Marina de Buspol Photo ofCapilla de Santa Marina de Buspol Photo ofCapilla de Santa Marina de Buspol

Capilla de Santa Marina de Buspol

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Photo ofE Grandas ali tão perto

E Grandas ali tão perto

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Photo ofEmbalse e névoas do Salto de Salime Photo ofEmbalse e névoas do Salto de Salime

Embalse e névoas do Salto de Salime

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Photo ofGrandas há distância de um sopro

Grandas há distância de um sopro

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Photo ofQuando o céu se reflete num espelho entre montanhas Photo ofQuando o céu se reflete num espelho entre montanhas Photo ofQuando o céu se reflete num espelho entre montanhas

Quando o céu se reflete num espelho entre montanhas

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Photo ofPenedos negros riscados de branco numa paisagem de sonho Photo ofPenedos negros riscados de branco numa paisagem de sonho

Penedos negros riscados de branco numa paisagem de sonho

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Photo ofMoitas, xistos e pinheiros queimados Photo ofMoitas, xistos e pinheiros queimados Photo ofMoitas, xistos e pinheiros queimados

Moitas, xistos e pinheiros queimados

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Photo ofUm grande penedo suspenso sobre o rio Photo ofUm grande penedo suspenso sobre o rio Photo ofUm grande penedo suspenso sobre o rio

Um grande penedo suspenso sobre o rio

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Photo ofNós os quatro numa curva do caminho Photo ofNós os quatro numa curva do caminho

Nós os quatro numa curva do caminho

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Photo ofPor um belo souto sombrio Photo ofPor um belo souto sombrio Photo ofPor um belo souto sombrio

Por um belo souto sombrio

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Na 'Boca da Baleia'

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Photo ofA albufeiras para lá do 'quitamiedos' Photo ofA albufeiras para lá do 'quitamiedos'

A albufeiras para lá do 'quitamiedos'

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Photo ofMirando del Mirador Photo ofMirando del Mirador Photo ofMirando del Mirador

Mirando del Mirador

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Photo ofUm fofo tapete de caruma Photo ofUm fofo tapete de caruma

Um fofo tapete de caruma

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Photo ofTelhados típicos em ardósia

Telhados típicos em ardósia

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Photo ofD. Quixote e a argola para amarrar Rocinante

D. Quixote e a argola para amarrar Rocinante

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Museo

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No centro histórico de Grandas de Salime

Comments  (2)

  • Photo of AliceLigeiro
    AliceLigeiro Dec 21, 2021

    Mais uma etapa com partes do percurso de "cortar a respiração".
    Quer a descida para a barragem, quer as passagens por zonas florestais ou mesmo pequenos carreiros entre muros, vão perdurar na minha memória.

  • Photo of AliceLigeiro
    AliceLigeiro Dec 21, 2021

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    Trilho de incrível beleza

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