De A Guarda ao Monte de Santa Trega, entre o Atlântico e o Rio Minho
near A Guarda, Galicia (España)
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Itinerary description
PANORÂMICA DE A GUARDA (DO MIRADOURO MANUEL LOMBA)
CASTRO OU CITÂNIA DE SANTA TREGA (NÚCLEO 1)
- O desenho deste trilho teve por base o percurso percorrido por pepemur em setembro de 2019 (e a quem desde já agradeço a partilha). Seguiu-se praticamente o mesmo traçado, na mesma direção (sentido dos ponteiros do relógio), e acrescentou-se um pequeno desvio pela urbe velha de A Guarda. É um percurso muito diversificado, que conjuga muito bem as características bem típicas (piscatórias) da vila de A Guarda, as soberbas vistas panorâmicas no alto do Monte de Santa Trega, o legado histórico da citânia, um dos maiores castros Galegos e todo o magnifico percurso pela linha costeira (tirando partido da temperatura mais fresca em dias quentes de verão), passando primeiro pelas várias praias fluviais até à foz do Rio Minho, um local de enorme beleza;
- Este trilho desenvolve-se entre a costa atlântica e o estuário do rio Minho. Numa primeira parte, partindo do passeio marítimo, percorrem-se algumas artérias urbanas da parte velha da vila. Posteriormente, inicia-se a gradual subida pelo Monte de Santa Trega até ao primeiro núcleo do Castro. Consecutivamente, contorna-se o monte de forma a passar pelos restantes núcleos castrejos para logo a seguir se subir até ao Pico del Facho (excecional miradouro sobre A Guarda). Deste passa-se para o promontório seguinte, onde se encontra a Ermida de Santa Trega, subindo por fim ao pico mais elevado, São Francisco (as vistas sobre o estuário / foz do rio Minho e costa portuguesa são das mais espetaculares que se podem vislumbrar, uma delícia para os sentidos). A descida é o passo seguinte, por entre densa vegetação, com muita sombra e vários miradouros naturais, até se chegar à margem direita do rio Minho. Daí para a frente inicia-se a etapa final, plana e sempre junto à linha costeira. Primeiro, ao longo das várias praias fluviais, até à Ponta de Santa Trega. E por último, todo o percurso em ecovia, sempre junto ao mar, até voltar ao ponto inicial, no passeio marítimo de A Guarda;
- Tem início e fim no estacionamento lateral da Rua do Porto, junto à praia do Porto (opcional);
- Trilho circular, sem marcações (apenas as coincidentes com os percursos oficiais que por aqui passam) e que se percorre de forma intuitiva. No entanto, a descida pela mancha florestal até ao rio Minho apresenta muitos caminhos, o que pode facilmente criar alguma confusão e levar a enganos. O ideal será mesmo usar GPS ou APPs de telemóvel;
- Neste percurso existem bastantes pontos de referência, com destaque para o Convento e Igreja de São Bento da Guarda, Praza e Torre do Reló, Igreja de Santa Maria da Guarda, os 4 núcleos do Castro de Santa Trega, a Via Sacra e a Ermida de Santa Trega, os Picos del Facho e de São Francisco, o MASAT e os vários miradouros, tanto nas encostas como no topo do monte (que fazem deste um local privilegiado para se ver a costa litoral Minhota, assim como as vilas de Caminha, Cerveira e Vila praia de Âncora), a Igreja de Nosa Señora da Visitación de Camposancos, as praias fluviais de A Armona, A Lamiña e o O Muiño, a Ponta de Santa Trega e O Seixal, as Pias Salineiras e as Cetarias, o Molhe, o Porto de Pesca, a Lota, as praias de O carreiro e do Porto e, ao longo de todo o percurso, as deslumbrantes vistas panorâmicas sobre o oceano Atlântico e o estuário do rio Minho a separar Espanha de Portugal, cuja foz é um dos locais mais emblemáticos do percurso;
- Misto de arruamentos, caminhos de terra, calçadas empedradas, passadiços e ecovias;
- Trilho com características moderadas, pois embora metade do seu trajeto seja um troço plano junto ao mar (ecovia), a subida e descida ao Monte de Santa Trega apresenta alguns declives mais pronunciados (mas sem passagens técnicas);
- Este trilho é um percurso acessível. No entanto, se chover ou estiver vento forte, as dificuldades serão acrescidas. Além disso, é um percurso com bastante exposição solar, pelo que é fundamental o uso de chapéu, protetor solar e ingerir bastantes líquidos. Botas e bastões serão seguramente uma boa ajuda;
- No seu todo, é um percurso belíssimo e muito interessante, pois conjuga as deslumbrantes paisagens da costa galega e do rio Minho, com a componente histórica e cultural da vila de A Guarda e do património arqueológico e religioso do Monte de Santa Trega: o castro e a ermida. Todo este excecional conjunto resulta numa excelente experiência para quem opte caminhar e conhecer esta belíssima região.
Absolutamente recomendado!
O SEIXAL (COSTA ATLÂNTICA)
PASSADIÇOS JUNTO À PRAIA O MUIÑO
Outros percursos realizados nesta região:
De Vila Nova de Cerveira a Vila Praia de Âncora
De Vila Nova de Cerveira a Valença, pela Ecopista do Rio Minho
Trilhos da Serra da Gávea
Trilhos de Cerveira
AREAL DA PONTA DE SANTA TREGA (PORMENOR DO PERCURSO)
PASSEIO MARÍTIMO E PRAIA DO PORTO (A GUARDA)
- A GUARDA
A Guarda é um município costeiro de Espanha, na província de Pontevedra, comunidade autónoma da Galiza. Limita com o oceano Atlântico pelo oeste, com o concelho de O Rosal pelo norte e pelo leste e, a sudeste, com Portugal, através da fronteira natural do rio Minho.
Além do Museu do Mar, situado perto do molhe, ainda possui o Castelo de Santa Cruz, uma fortaleza que foi construída no contexto das Guerras da Restauração. Aproximadamente um ano depois desta fortaleza estar terminada, os portugueses ocuparam-na, uma vez que o governador, Jorge de Madureira não possuía meios para a defender. A fortaleza esteve em mãos dos Portugueses até 1668, quando, pelo Tratado de Lisboa, se deram por terminadas as guerras da restauração. Em 1809 a fortaleza foi ocupadas por tropas francesas por um breve período, uma vez que milicianos locais, com a ajuda de tropas portuguesas, a recuperaram passado cerca de um mês.
Na sua costa (atlântica e fluvial) poder-se-ão encontrar as seguintes praias: A Armona, A Lamiña, Area Grande, Carreiro, Fedorento, O Codesal e os Muiños. Destacam-se ainda os cumes do monte de Santa Trega (314 m) e do monte Terroso (350 m).
No Porto fica o convento dos beneditinos, transformado no final do século XX em hotel. Subindo umas escadas íngremes chega-se à Calle Colón, uma antiga rua que liga a zona portuária ao centro histórico. Seções da muralha medieval são preservadas na Calle Muro e Calle Ireira. O edifício dos Paços do Concelho (Departamento de Polícia e Turismo Local) e a Torre do Reló, uma antiga torre medieval, encontram-se na Praça do Reló. Também se podem ver exemplos de casas "indianas" (construídas por emigrantes na América do Sul), como a Casa dos Alonsos. A poucos metros encontra-se a igreja paroquial de Santa Maria.
O centro urbano organiza-se em torno do porto de pesca, reflexo do passado e do presente marítimo de A Guarda. As suas ruas convidam-no a passear e descobrir a vasta e interessante oferta comercial. Algumas ruas comerciais têm uma zona azul e têm tempo de estacionamento restrito (gratuito). Na descida para o porto (Calle Concepción Arenal) está a Plaza de Abastos (mercado) que oferece produtos frescos e de qualidade todas as manhãs (exceto aos domingos). Quem gosta de fazer compras tem o mercado semanal (sábados pela manhã) nas ruas Coruña e Rosalía de Castro.
A Plaza de Abastos de A Guarda é um espaço de encontro e movimento onde os mercadores vendem produtos do mar e do jardim. Os vizinhos de A Guarda e da região, conhecedores da qualidade e frescura dos produtos que ali são oferecidos, vêm com frequência abastecer-se a este local. Linguados, pregados, congros, tamboris, sardinhas e mariscos como percebas, lagostas ou caranguejos competem entre si para obter o máximo de atenção. Produtos da horta, fruta e carne (como a reconhecida Vitela Galega), completam a oferta.
O edifício, único, luminoso e espaçoso, é obra do arquitecto de A Guarda Constantino Candeira. A Plaza situa-se na descida para o porto de A Guarda, em pleno centro da vila, sendo um dos principais elementos dinamizadores da sua atividade comercial.
A A Guarda pode-se chegar por estrada desde Tui e desde Baiona pela estrada N-552, e desde Caminha por Ferryboat. Encontra-se a 50 km de Vigo e a 120 de Santiago de Compostela.
CASTRO OU CITÂNIA DE SANTA TREGA (NÚCLEO 2)
CASTRO OU CITÂNIA DE SANTA TREGA (NÚCLEO 3 - MERGELINA)
- MONTE DE SANTA TREGA (SANTA TECLA)
O Monte de Santa Trega é um fantástico miradouro natural, com vista para a foz do rio Minho, para o vale de O Rosal e para o oceano Atlântico. No topo, duas elevações destacam-se: o Pico do Facho, com 328 metros e o Pico de San Francisco, com 341 metros de altitude.
Ao longo da subida à serra, diferentes miradouros permitem descobrir em detalhe a paisagem envolvente. O Pico del Facho oferece uma ampla vista panorâmica sobre o vale de O Rosal, o centro da vila e, sobretudo, o porto de pesca. No passado, uma fogueira (facho) era acesa à noite para indicar às populações próximas que não havia perigos e com uma segunda fogueira era indicada a presença de intrusos no mar. O Pico de São Francisco é o ponto mais alto do Monte Santa Trega e oferece vistas panorâmicas imbatíveis. O seu nome refere-se à sua orientação para a foz do Minho, para o ilhéu de A Insua, onde viviam os monges Franciscanos. Neste pico situa-se o parque de estacionamento para viaturas e autocarros, os estabelecimentos de restauração, a capela de Santa Trega, o MASAT e o vértice geodésico, na zona mais elevada, com a excecional vista para a costa portuguesa, onde a foz do rio Minho permite a este juntar-se com o Atlântico.
PANORÂMICA DO ESTUÁRIO DO RIO MINHO
PANORÂMICA DA FOZ DO RIO MINHO
- RIO MINHO
Localizado no noroeste da Península Ibérica, é sem dúvida o rio mais importante e poderoso da Galiza e um dos principais da península.
Conhecido como "pai dos rios galegos", nasceu no Pedregal de Irimia (formação de blocos periglacial), a uma altitude de cerca de 695 metros acima do nível do mar, na encosta oeste da Serra de Meira (montanhas da Cantábria), nos pés do Pico do Forno de Martín (892 msnm) (Meira-Lugo). O seu afluente mais importante é o rio Sil, com 241 km de extensão, cuja confluência ocorre em Os Peares (Lugo), e que traz quase o dobro da água que o Miño leva naquele ponto. Além disso, desde o seu nascimento, à direita, recebe águas dos rios Ladra, Avia, Tea e Louro; e à esquerda dos rios Neira, Arnoia, Moura e Coura, entre outros.
Desde 1864 (Tratado de Limites, assinado em Lisboa em 29 de setembro de 1864), os últimos 77,8 km do rio Minho servem de fronteira física e administrativa entre Espanha e Portugal, desde a foz do rio Troncoso ou Barxas (também fronteira) até a foz do Oceano Atlântico, entre as cidades de Caminha (Pt) e A Guarda (Es). É o chamado Troço Internacional do Rio Minho (TIRM).
A bacia hidrográfica do troço internacional do rio Minho (CHIRM) abrangue 1.918 km2, correspondendo a 11,3% da área total da bacia hidrográfica. Administrativamente, abrange as províncias galegas de Ourense e Pontevedra e o distrito de Viana do Castelo na parte portuguesa. A um nível menor, na Espanha, abrange 26 concelhos e, em Portugal, 9 municípios.
No troço internacional o vale alarga-se, diminuindo gradualmente a velocidade da água e permitindo maior deposição de materiais devido a alterações naturais do curso do rio (variações sazonais) ou por influência humana (a construção de reservatórios na década de 1960 limitou os picos de caudal e aumentou a sedimentação, bem como a existência de pesqueiras, que também afectam a dinâmica sedimentar). Essa sedimentação permite a formação de bancos de areia ou ilhas aluviais: as morraceiras, ínsuas ou mouchões, típicas da parte baixa, embora existam também ilhas rochosas graníticas, mais típicas da parte alta (a montante de Monção). Esses processos são muito dinâmicos, as ilhas podem formar-se em dias ou anos, desaparecer, mover-se ou consolidar e serem colonizadas pela vegetação. As mais conhecidas são as de Canosa, Morraceira do Grilo, Boega ou grupo de Verdoejo. Essas ilhas são áreas de grande interesse ecológico. A questão da nacionalidade das ilhas é muito complexa devido à sua própria dinâmica de formação/desaparecimento. O único documento existente assinado pelos dois países é o Tratado de Límites de 1864, e seus anexos de 1866 que delimitaram a fronteira do rio. Hoje, a situação das ilhas é obviamente muito diferente daquela época. Com base na fotointerpretação de ortofotos e imagens de satélite (históricas e atuais), foi feito um inventário aproximado das ilhas existentes no TIRM, considerando-se estas como terras permanentemente emersas, cercadas por água (em regimes normais de fluxo) e com vegetação consolidada. Os pequenos afloramentos rochosos foram desprezados. O uso das ilhas internacionais também é regulamentado, principalmente a caça,é da competência da Capitania do Porto de Caminha (Autoridade Marítima Nacional) e da Comandancia Naval del Miño (Armada Española).
A ilha de Santo Isidro, conhecida como Ínsua, localizada fora da foz do Minho, ao lado da praia de Moledo (Caminha), pertence a Portugal. É uma ilha granítica, sem relação geomorfológica com as anteriores. Abriga o Forte da Ínsua ou Forte de Nossa Senhora da Ínsua, uma fortificação do século XVII classificada como Monumento Nacional.
Historicamente, o rio Minho tem sido bem documentado em importância como uma marca do território que abrange, conforme descrito por autores como Estrabón, Mela, Plinio ou Ptolomeu. A origem etimológica de -Miño- é controversa entre os investigadores. Alguns autores mencionam que a origem pode estar no termo latino minio, que significa "a cor do minio", um mineral vermelho. Essa afirmação vem da mais antiga referência existente feita por Marco Juniano Justino, um grande historiador da Segunda Era de outra época. Em sua obra Justini Historiarum Philippicarum Libri XLIV, antologia da história universal da antiguidade que foi escrita por Trogo Pompeyo (historiador galo-romano do primeiro século), que não é preservada, em relação aos territórios de Gallaecia, de sua riqueza mineral e o nome que ele tirou de um rio.
Uma interpretação seria "abundante [a Galiza] tanto em cobre quanto em chumbo e em minio, que até deu nome ao rio vizinho". Esta afirmação não parece correta, uma vez que o vale do rio Minho não possui depósitos minerais nem as suas águas têm essa cor. Seria mais provável que ele se referisse ao rio Sil por uma etimologia de remissão ao termo latino sil, no grego Okhra, ou seja, o ocre (óxido de ferro), já que possui águas dessa cor, principalmente porque na sua bacia localizam-se importantes explorações de ouro.
Muito provavelmente, como é afirmado por outros autores, a origem de -Miño- está na raiz indo-européia *mein- "anda, marcha, flui" ou tem uma relação com hidrônimos pré-europeus como *men-iyo- "mountain" para o que seria o rio "montanhoso", muito consistente com a topografia galaica.
CAMINHO FLORESTAL (PR-G 122 - CAMIÑOS DO TREGA)
CAMINHO FLORESTAL (PR-G 122 - CAMIÑOS DO TREGA)
Waypoints
Pico del Facho (Calvário de Santa Trega)
O Pico del Facho, de 328 metros, oferece um amplo panorama sobre o vale de O Rosal, o centro urbano e, sobretudo, o porto de pesca. No passado, uma fogueira (tocha) era acesa à noite para indicar às cidades vizinhas que não havia perigo, e uma segunda fogueira era usada para informar a presença de intrusos no mar.
Castro de Santa Trega (núcleo 1)
Em A Guarda, Espanha, a meio da ladeira do Monte de Santa Tecla, de 341 metros de altitude, estão as ruínas do que foi uma grande cidade: a Citânia (castro) de Santa Trega / Santa Tecla. Estima-se que terão vivido aqui entre três mil a cinco mil pessoas, no século IV a.C.. No castro, que foi recuperado e onde se pode visitar uma das casas reconstruídas, terão vivido umas 150 pessoas, portanto, espelha bem que a população estava espalhada por todo o monte. A localização da citânia era estratégica, tendo uma vista panorâmica que ajudava a ter um controlo do tráfego marítimo e fluvial, já que está voltado tanto para o oceano Atlântico, como para o rio Minho. Imagina-se que a citânia se estendesse à volta de 20 hectares, onde se foram descobrindo as casas de planta circular, oval ou rectangular, e numa parte dentro de um recinto muralhado, que ainda é bem visível. Segundo os estudos, feitos no local, esta seria uma citânia bastante evoluída, uma vez que as casas estavam inclusive pintadas de diferentes cores, como vermelho, azul ou branco. O modo de subsistência seria da agricultura e gado, sendo que existem artefactos que provam que os habitantes caçavam e pescavam.
Cetaria A Grelo
Cetarias são viveiros, antigas construções de pedra na margem entre-marés para manter o marisco vivo para posterior venda. A Guarda adquiriu um grande prestígio pela comercialização de marisco de alta qualidade e este reconhecimento evoluiu para o aparecimento de uma gastronomia interessante em que se destacam os produtos do mar. Foi no séc. XIX que se construíram várias cetarias que, pela proximidade ao mar, lhes permitia entrar a água necessária para manter vivos os crustáceos como a famosa lagosta, lavagantes, caranguejos, etc., ficando assim resguardados nestes viveiros. Hoje ainda se conservam vestígios de várias destas cetarias, sendo a Cetaria Redonda ou Pepe Sobrino a mais conhecida, melhor conservada e acessível sempre que as condições do mar o permitam.
Convento de São Bento da Guarda
O Convento de São Bento da Guarda (em galego: Convento de San Bieito da Guarda) é um conjunto significativo, construído entre 1558 e 1561 como Mosteiro da Transfiguração do Senhor. O convento foi fundado por quatro irmãos, naturais do Senhorio de Teáns, Salvaterra do Minho, bisnetos de Pedro Madruga: Álvaro, García, Isabel e Maria Ozores de Soutomaior. A carta fundacional foi assinada pelo núncio do Papa Pio IV em Portugal, em 7 de setembro de 1561 e a inauguração aconteceu seis anos depois, em 5 de agosto de 1567, presidida pelo Bispo de Tui, Diego de Torquemada. O edifício sofreu uma reforma importante no século XVIII. A comunidade de beneditinas ocupou o convento até 1984, durante quatrocentos e dezassete anos. Desde 1990 as instalações albergam um hotel e restaurante.
Ermida de Santa Trega
No pico de São Francisco está a ermida de Santa Trega. Possivelmente, a freira Egéria, depois de regressar da sua peregrinação ao Oriente, introduziu a devoção à Santa entre os eremitas do Baixo Minho na Alta Idade Média. Embora a existência de uma ermida já esteja documentada no séc. XII, o culto à Santa de Iconio remonta ao século VII e foram as reformas e ampliações do séc. XVI e XVII que lhe conferem o aspecto atual. As escavações realizadas em 1994 permitiram descobrir vários túmulos visigodos, que demonstram a antiguidade e sacralização desde local.
A Farola / Molhe ou Dique Sul
O Molhe ou Dique Sul foi construído no início do séc. XX, é aqui que se pode observar as tarefas diárias dos marinheiros, a sua chegada ao porto e até assistir à venda de marisco e peixe na Lota.
Igreja de Nosa Señora da Visitación de Camposancos
Em 1798, o bispado de Tui autorizou a segregação de Camposancos da paróquia de Salcidos para se tornar a nova paróquia da Visitação. Na ermida de San Amaro (San Mauro), na Plaza de la Iglesia, o templo atual começou a ser construído em 1816, concluído em meados do século XIX. Em frente à igreja encontra-se o novo transepto com as imagens de Santo Amaro e Santa Isabel.
Igreja de Santa Maria da Guarda
Igreja paroquial de origem românica, foi ampliada no século XVI, quando Diego de Torquemada era bispo de Tui. No interior, destaca-se o retábulo da capela-mor em estilo Borrominesco do século XVIII, dedicado à Assunção da Virgem Maria. De grande interesse são as imagens de Cristo: o Cristo Deitado, obra do escultor local Cándido Sobrino. No retábulo do Altar de las Ánimas está o Cristo Crucificado, segundo a tradição é uma imagem recuperada do mar e que foi lançada pelos católicos ingleses na época de Henrique VIII. A fachada principal é barroca com murais brancos (influência portuguesa) e a fachada sul é de estilo renascentista. A torre lateral rectangular encimada por uma cúpula foi feita no séc. XIX.
Igreja de São Bento da Guarda
Pertencendo ao Convento de São Bento da Guarda, a igreja tem um retábulo singelo, presidido pelo santo, e uma portada barroca na porta norte.
Pico de São Francisco (vértice geodésico)
O miradouro do Pico de San Francisco é o ponto mais alto do Monte Santa Trega, a 341 metros, e oferece vistas panorâmicas imbatíveis. O seu nome refere-se à sua orientação para a foz do Minho, para o ilhéu de A Insua, onde viviam os monges Franciscanos.
Museu Arqueológico Monte Santa Trega (MASAT)
O Museu Arqueológico de Sta. Trega (MASAT) ocupa o edifício projetado como restaurante pelo arquiteto Porriño Antonio Palacios. Por subscrição popular, a Sociedad Pro Monte compra e adapta o edifício inaugurado como Museu em 1953 e no qual os materiais até então armazenados foram depositados num local central de A Guarda. O MASAT oferece uma coleção completa de esculturas, moedas romanas, objetos de cerâmica, vidro e, como peças singulares, um esplêndido conjunto de torques (objeto metálico de formato circular, usado por povos antigos (romanos, celtas, etc.) como insígnia ou adorno para trazer em redor do pescoço ou do pulso), decorados com filigrana fina e a cabeça de Trega, o achado mais emblemático das escavações realizadas recentemente.
Pia Salineira de Camposancos II
A costa de A Guarda, tanto no troço final da foz do Minho como ao longo da costa oceânica, é pontilhada por inúmeras salinas, ora livres, ora cravadas na rocha. Apresentam um pequeno rebordo com apenas dois centímetros de profundidade. Em 2015, foi realizada uma intervenção arqueológica no Seixal que confirmou a existência de importantes minas de sal, possivelmente da época romana.
Ponta de santa Trega
Neste local tem-se uma excelente vista panorâmica da foz do Rio Minho e da Praia do Camarido, em Caminha, assim como do Ilhéu e Forte da Ínsua.
Porto Pesqueiro e Lota de A Guarda
O Porto pesqueiro caracteriza-se pelas típicas casas de pescadores, estreitas, com vários andares e muito coloridas, que juntamente com os diques configuram o Porto como um animado ponto de encontro, graças às ruas pedonais, esplanadas e restaurantes que acolhem moradores e visitantes. A atividade piscatória está profundamente enraizada em A Guarda e continua a constituir uma das principais fontes de rendimento. Além da pesca costeira, a pesca de profundidade é atualmente de grande importância económica. A frota de espadarte é considerada uma das mais importantes de Espanha. A Lota está localizada no cais e pode ser visitada durante a semana a partir das 16h para observar as capturas de peixe e marisco: polvo, robalo, pescada, raia, linguado ou percebes são alguns dos protagonistas consoante a época. Atualmente o leilão é eletrónico embora apenas profissionais credenciados possam participar. Mas não deixa de ser um privilégio observar um produto tão fresco e como esses profissionais atuam no leilão, num interessante silêncio. A Confraria de Pescadores de Santa Tecla gere o mercado do peixe e as licenças de pesca para profissionais e desportistas.
Praia de A Armona
Praia familiar que dá continuidade ao areal que começa com as praias de O Muíño e A Lamiña. Nas imediações desta praia existiam fábricas e serrações que foram importantes atividades económicas no passado. Outros serviços: lixeiras, coleta seletiva de lixo e estacionamento.
Praia de A Lamiña
A seguir à praia de O Muíño encontra-se a praia de A Lamiña, também rodeada de pinhais e com zonas de merendas. Por ser um local ideal para atividades esportivas, possui rede de vôlei de praia. Outros serviços: banheiro e chuveiro, lixeiras, coleta seletiva e estacionamento.
Praia de O Muiño
É considerada uma das melhores praias da região devido às suas características. Faz parte das praias do Rio Minho e situa-se mesmo na foz. Está disposta na forma de uma concha num ambiente natural. A areia é bem branca e apresenta uma excelente qualidade da água. É uma praia Eco com Bandeira Azul. Outros serviços: serviço de salva-vidas, é acessível a pessoas com deficiência, tem lugares de estacionamento reservados, passadiços, WC e cadeira anfíbia e dinamizam-se campanhas e atividades ambientais. Tem também painéis informativos, WC e chuveiros, lixeiras, coleta seletiva, transporte público, estacionamento a 500 metros, hotéis e restaurantes.
Praia O Carreiro
É a única pequena praia urbana localizada fora do porto. Partilha com as restantes praias marítimas a qualidade das suas águas e propriedades iodadas, com boa qualidade da água. Outros serviços: duches, lixeiras, coleta seletiva e estacionamento.
Restaurante Porto Guardes
Simplesmente das melhores tapas que se podem encontrar em A Guarda. E o preço continua imbatível.
Torre del Reloj
Na Praza do Reló de A Guarda, anexo ao edifício da Câmara Municipal, encontramos a Torre del Reloj, que foi construída sobre os restos de uma antiga torre erigida pelo Bispo Torquemada. A actual torre de estrutura cúbica é feita de silhares irregulares de granito, foi construída em 1730 e o relógio é de 1924. Nas suas muralhas podemos ver o brasão da vila de A Guarda e de inúmeras famílias de nobres importantes na história como os Correa ou os Ozores. Na parte superior, o relógio está coroado por uma estrutura metálica com o sino. A primitiva torre fazia parte do recinto amuralhado medieval e a atual foi construída em 1570.
Via Sacra
Um exemplo da grande tradição religiosa e devoção ao mártir de Icônio são as diferentes festividades religiosas como a peregrinação a 23 de setembro, em honra do santo ou a procissão centenária do Voto, no último sábado de agosto. Nela, os fiéis visitam as estações da moderna Via Sacra, obra do escultor valenciano Vicent Mengual, que substitui a antiga, muito mais simples. Em frente à ermida ergue-se um interessante cruzeiro do século XVI dedicado a São Francisco, que recorda a presença desta ordem religiosa em A Insua, pequena ilha portuguesa situada na confluência do rio e do mar.
O Seixal
Seixal, topónimo que designa os “seixos” (pedras redondas) que foram tomando forma com a ação do mar. Até recentemente, eram utilizados para diversos fins, como pesos de pesca, elementos decorativos, etc., e o seu volume foi drasticamente reduzido, razão pela qual atualmente não é permitido, em nenhuma circunstância, recolher seixos da costa atlântica.
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Information
Easy to follow
Scenery
Moderate
Sem dúvida, uma rota que me deu imenso prazer percorrer. O Castro é simplesmente impressionante e está super bem conservado. E as vistas do alto do Monte de Santa Trega são qualquer coisa... sem palavras!
Foi uma caminhada fantástica, para repetir. Grande abraço!
Obrigado, Aiguille du Midi, pelo comentário e avaliação do trilho.
Este percurso oferece, sem dúvida, vistas espetaculares de 360º sobre a região envolvente. E o castro é realmente enorme, foi em tempos uma povoação de referência, estando muito bem conservado. Todo o conjunto foi uma excecional surpresa. Grande abraço!
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Information
Easy to follow
Scenery
Moderate
Um bom trilho, com uma subida pronunciada mas que se faz bem. As vistas do topo do monte são simplesmente espetaculares. O percurso final pela linha costeira atlântica é bonito mas cansa um pouco, pois é sempre plano... isto para quem prefere subir e descer, claro está! Mas no geral, é uma excelente caminhada. E um almoço / lanche no restaurante Porto Guardes completa a jornada na perfeição. Valeu! Grande abraço.
Obrigado, _BIO_RAIA_, pelo comentário e avaliação do trilho.
Percorrer este percurso foi uma experiência muito prazerosa. E concordo em absoluto que as vistas panorâmicas do topo do monte são simplesmente espetaculares!! Quanto ao troço junto ao mar, tem razão, é um pisar constantemente igual que realmente cansa... mas a paisagem continua a ser muito bonita, o que compensa o esforço. Continuação de excelentes caminhadas, grande abraço!!