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Epílogo de Finisterra - Santiago de Compostela - Corcubion ao Farol de Finisterra

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Author

Trail stats

Distance
10.18 mi
Elevation gain
1,181 ft
Technical difficulty
Moderate
Elevation loss
869 ft
Max elevation
405 ft
TrailRank 
38 4.7
Min elevation
-39 ft
Trail type
One Way
Moving time
3 hours 41 minutes
Time
4 hours 36 minutes
Coordinates
2920
Uploaded
August 24, 2021
Recorded
August 2021
  • Rating

  •   4.7 1 review
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2 comments
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near Corcubión, Galicia (España)

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Itinerary description

Décima sétima Etapa
Corcubion a Finisterra/Farol 16km
Acumulado: 416km

O som das ondas hoje serviu como despertador, foi muito bom acordar e sentir que estava junto do mar. Embora estando num albergue, senti que estava num dos melhores hotéis do mundo e senti gratidão por ter conseguido chegar até ali.
Mas ainda não estava concluída a aventura, faltava chegar ao fim conhecido da Terra na Idade Média, Finisterra.
Começa a já tradicional lide matinal e que já vamos sentindo saudades porque está a acabar. Como sempre somos os últimos a nos despachar, não há pressa e depois de todos saírem podemos calmamente tomar o pequeno almoço que já tínhamos deixado pronto no dia anterior.
Saímos com saudade do melhor albergue que tivemos até hoje e seguimos pelo passeio marítimo ao encontro das setas amarelas que sabíamos que passavam perto da igreja paroquial.
Ao lá chegar vimos outros peregrinos, alguns que tinham dormido no mesmo albergue e que saíram bem cedo, não para caminhar mas sim para procurar onde tomar o pequeno-almoço. Deixar as coisas preparadas de véspera para além de permitir alguma poupança, também proporciona comida mais saudável e livra-nos da preocupação de ter de procurar onde comer. Foram estratégias que fomos aprimorando ao longo do caminho e que vão ser muito úteis em futuros caminhos.
A saída de Corcubion foi como a maioria das saidas, a subir. Faz sentido porque é uma localidade portuária, fica situada num cabo e o nosso caminho ia nos levar até o outro lado desse cabo, então foi subir até uma cota que variou entre os 50 e os 60 metros e logo aí tivemos uma visão magnífica, ao longe já se via o farol de Finisterra. De ver a chegar, muito ainda havia para caminhar, passamos numa localidade pequena onde estávamos à espera de ter o café con leche, estava tudo cerrado... Então foi seguir caminho, algumas vezes junto a uma estrada de alcatrão, outras com fugidas para o campo, onde a cultura do eucalipto, intervala com a floresta autóctone. Aqui não se vê plantações intermináveis de eucalipto, mas faixas de plantação que são intervaladas por outras culturas. Parece-me um método mais sustentável de produção florestal.
Já com 4,7km de marcha, passamos junto à praia de Estorde e aí sim, o tradicional café con leche, que já dizemos que dá sorte para o caminho teve lugar. Esta brincadeira vem desde Lugo, porque aí não houve café, passamos por muitos locais na cidade onde se podia tomar mas não parámos. Recordam o resultado, nesse dia, ou melhor, nessa noite não houve direito a albergue.
Desta vez para cumprir a tradição o café foi tomado, mas segundo quem o tomou era tão amargo e queimado que só tinha mesmo era de dar muita sorte.
Caminhamos mais um pouco por estrada dentro da localidade de Sardineiro para depois entrar num caminho pela floresta muito agradável e que nos levou até um mirador de onde finalmente podíamos admirar Finisterra e o extenso arial que antecede. Foi aqui que encontrámos dois casais que deviam morar na zona e que por ali andavam a passear. Claro que ao falar connosco, devido à minha correcta dicção em espanhol viram logo que era português. Tinham estada há algum tempo atrás a passar férias em Portugal na praia das maçãs. Também repararam nas nossas mochilas, porque são maiores que a maioria dos peregrinos que por ali passa. Eu disse que quando saímos de Oviedo as mochilas e nós eram proporcionais, mas pelo caminho nós perdemos volume e as mochilas foram ganhando.
Houve depois sessão de fotos, temos de aproveitar quando há alguém para isso e lá seguimos o nosso caminho.
Essa parte do percurso e quase uma descida a pique até às praia e quando lá chegámos embora as setas amarelas indicassem o caminho por uma passadeira na orla do areal, como estava a maré baixa achámos muito mais interessante caminhar no areal. Estávamos a nos aproximar a passos largos do nosso objetivo e toda a natureza resolveu ajudar, porque o vento pelas costas dava uma ajuda significativa ao andamento. No final do areal era hora de olhar para o GPS que nos ia indicar a localização do albergue. Queríamos ir até ao farol, mas de preferência sem o peso das nossas mochilas gordas.
Facilmente chegamos ao albergue que tem um nome muito sugestivo para esta última etapa, "Por Fim". Ainda estava fechado mas a senhora foi muito simpática, disse que podíamos deixar as mochilas e ir ao farol descansados. Também nos indicou onde podíamos obter a Finisterrana (comprovativo de ter feito o Caminho de Santiago até Finesterra).
Agora mais leves lá íamos nós à procura do Farol, vimos que os autocarros para Santiago se apanhavam no fundo da rua. Passámos pelo local onde se obtem a Finesterrana, mas optamos por ir primeiro ao farol, assim ali seria o último carimbo do nosso Caminho.
Embora haja um percurso pedestre ao lado da estrada, o caminho até ao farol não é das coisas mais agradáveis do mundo, principalmente num dia quente. Pelo caminho várias vezes levei a mão ao tubo da bolsa de hidratação, mas não estava lá, afinal caminhar sem mochila também tem desvantagens. Tínhamos uma garrafa de meio litro mas estava guardada para a merenda.
Chegar ao farol foi um misto de sensações, fila para a fotografia ao lado do marco do quilómetro zero, este tipo de foto só devia fazer sentido para quem caminhou 400km para ali chegar, mas muitos dos que lá estavam tinham caminhado uns longos 200 metros do carro até ali.
Passamos o farol e ficamos nas falésias, ali a Terra acaba e o mar começa e é só porque a terra acaba que não vou continuar a caminhar, porque me sinto bem, o corpo recuperou, chegou ao equilíbrio. Estamos em Agosto de 2021, não consegui deixar de pensar que há cinco anos atrás eu estava numa cama de hospital , com uma infeção na coluna vertebral sem poder andar. Várias semanas teriam de passar para poder dar os primeiros passos. Passos esses que foram crescendo e cinco anos depois estou aqui, no Farol de Finisterra, depois de 400km de marcha com uma mochila às costas que nem era das mais leves do caminho. Foi a primeira vez que voltei a usar mochila deste tipo depois da inflamação na coluna e consegui. Sinto uma intensa gratidão a todos os que me ajudaram a chegar aqui, através da energia que me enviaram. Por coincidência ao longo do caminho passámos pelo dia 15 de Agosto, dia em que se celebra o nascimento do mestre Usui. Sinto também uma enorme gratidão para com o mestre Usui e a sua dádiva à humanidade, o Reiki. Sem o Reiki eu não estaria aqui, muito possivelmente estava a tomar medicação e com dores. Hoje no cabo de Finisterra sinto que tudo valeu a pena e aqui renovo o meu compromisso de ajudar todos os que precisem, porque todos somos capazes, desde que acreditemos que é possível.
A Sónia chegou perto de mim e deixei estes pensamentos, tínhamos de ir merendar. A única sombra era numas rochas mais a baixo, lá a convenci a fazer um bocadinho de escalada para lá chegar. A nossa merenda foi numa das paisagens mais belas deste caminho, com o mar de fora (como aqui é chamado) aos nossos pés.
Regressamos a Finisterra, fomos tomar banho, agora o albergue já estava aberto, trocar de roupa e ir tratar da Finesterrana. De caminho compramos o almoço que depois confessionamos no albergue.
A tarde foi passada na praia, com o tradicional mergulho que os peregrinos dão em Finisterra (só não queimamos as roupas como faziam na antiguidade) agora preferirmos as lavar e levar para casa.
O pôr-do-sol foi registado no miradouro que fica por cima da Praia do Mar de Fora, o Sol desce no horizonte, encerrando este último dia de caminhada e encerrando este caminho que nos trouxe de Oviedo até aqui.
Amanhã não vamos caminhar, já compramos o bilhete de autocarro para Santiago, vai ser o primeiro da manhã, porque amanhã é o dia de regresso.

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Comments  (2)

  • Photo of Pablo Torres González
    Pablo Torres González Sep 15, 2023

    I have followed this trail  verified  View more

    Esta foi a nosa última etapa, saíndo de Fisterra. Cando é así fanse duros os tramos que van pola estrada, mais foi un tramo sinxelo.

  • Photo of Sónia Cristina
    Sónia Cristina Sep 19, 2023

    Es un tramo muy bonito

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