Gaeiras - Barragem do Arnóia - Trilho da Azenha - Trilho dos Ingleses (Óbidos)
near Gaieiras, Leiria (Portugal)
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Trail photos
Itinerary description
Começámos com uma visita aos jardins bem cuidados da Casa das Gaeiras, seguindo depois pela Rua do convento, até chegar ao Convento de São Miguel das Gaeiras, onde é possível fazer um passeio pelos jardins em redor.
Alguns metros adiante, após a ponte sobre a Auto-Estrada A15, encontrámos sinalização do "PR 3 Óbidos - Ecovia do Arnóia", que seguimos até à Barragem.
O quilómetro seguinte é feito por um estradão que acompanha a albufeira da barragem, designado por "Estrada do Açude".
Um corte à esquerda, leva-nos para um magnífico "single-track", por entre a vegetação tradicional que circunda a albufeira.
Aproximadamente ao km 7, entramos no "trilho da azenha", outra zona de grande beleza natural, e poucos metros depois das ruínas da azenha, é necessário "pular" alguns troncos caídos, para prosseguir a caminhada.
Após o km8, depois de cruzar a estrada de betuminoso, o percurso fica mais difícil, pois o mato cresceu bastante, incluindo bastantes silvas.
Em alguns pontos, o desnível é acentuado, e é necessário usa algumas cordas disponíveis para prosseguir o trajecto.
Após a ponte sobre o Rio Arnóia, entramos no "trilho dos Ingleses", que contorna a albufeira da barragem, mas que também apresenta algum mato e silvas, que obrigam a cuidados redobrados.
Devido a estes estes obstáculos, classifiquei o percurso de dificuldade moderada.
Outros percursos que fiz na Região:
Entre a Terra e o Mar (PR2-Nazaré) (30-11-2014)
Montejunto 24-JAN-16
Pelo Planalto das Cesaredas (23-12-2018)
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G.R.L.O. - Praia da Consolação - Baleal
G.R.L.O. - Baleal - Bom Sucesso
G.R.L.O. - Volta à Lagoa de Óbidos
G.R.L.O. - Foz do Arelho - São Martinho do Porto
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Do Porto Novo, às Escarpas da Maceira
Termas dos Cucos / Serra dos Cucos (Torres Vedras)
Gaeiras - Barragem do Arnóia - Trilho da Azenha - Trilho dos Ingleses (Óbidos)
São Martinho do Porto - Nazaré
ALR PR1 - Ribeira de Muge (Almeirim)
Escaroupim - Muge - Ponte D. Amélia - Valada
Reserva Natural do Paúl do Boquilobo (Golegã)
Serras de Al-Ruta (parcial)/ Sabugos/ Pé do Monte (Arruda dos Vinhos)
Paisagem Protegida da Serra de Montejunto (Cadaval/ Alenquer)
Grutas, Antas e Paisagens de Lousa (Loures)
Waypoints
Capela de São Marcos
Edificado no séc. XIX e pertença da Casa das Gaeiras, este pequeno templo apresenta uma planta retangular de uma só nave. A fachada com um portal de verga reta está coberta por um pequeno alpendre sustentado por seis colunas com base num parapeito que contorna o alpendre. Tem uma abertura ao centro por escada, em linha com o portal principal. No seu interior destacam-se a imagem do padroeiro, as pinturas do teto datadas de 1940 e o túmulo do Vice-Almirante Henrique Prego, assim como os túmulos de vários membros da família Pinheiro.
Casa das Gaeiras
A Casa das Gaeiras Fundada em 1720, pertenceu inicialmente a um estrangeiro cidadão de Hamburgo, que detinha o monopólio dos curtumes. Em 1780 foi comprada pela família Pinheiro, mais precisamente por António Gomes da Silva Pinheiro, médico do Rei D. João V e que veio a mando deste administrar o Hospital Termal de Caldas da Rainha. Veio também tratar o soberano, nestas águas santas, acabando por ficar na região. Família Pinheiro e a Casa das Gaeiras Texto de: João Pedro Tormenta António Gomes da Silva Pinheiro (1763-1834), médico e provedor do Real Hospital das Caldas, durante as Invasões Francesas, natural da Freguesia de S. Miguel, Concelho de Arouca, adquire em 1780, uma extensa propriedade numa localidade chamada de Gaeiras, freguesia da Vila de Óbidos, recuperando e ampliando uma Fábrica de Curtumes aí já existente. Ainda como Lente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, foi designado, em 1799, Provedor do Hospital Real das Caldas da Rainha. A sua administração foi sempre pautada pelo desenvolvimento de infra-estruturas de apoio ao próprio Hospital – reparando edifícios anexos já obsoletos; conserto de vias de comunicação de acesso ao hospital; construção de novas enfermarias e mandando comprar várias propriedades, ricas em produtos, que iriam ser necessários para consumo do próprio hospital. Com a chegada das tropas napoleónicas, em Novembro de 1807, é intimado a albergar militares franceses, tanto no Hospital Real das Caldas da Rainha como no Hospital Militar das Gaeiras, do qual também era responsável. Após a Batalha da Roliça, ocorrida em 17 de Agosto de 1808, acomoda no Hospital das Caldas, uma grande parte dos feridos ingleses, o que leva o Príncipe Regente, D. João VI, a escrever-lhe, em 24 de Outubro de 1808, estimando a forma como foram tratados esses mesmos soldados da “Velha Albion”. A partir de 1811, em consequência do caos geral causado pelas tropas do marechal francês André Massena, toma medidas, como Provedor do Hospital, de combate às doenças e pobreza que grassam nas terras circunvizinhas de Caldas da Rainha, sendo louvado, pelos governadores do reino, pela sua extremosa humanidade. Mais tarde, foi nomeado Médico Honorário da Real Casa (1821), Escudeiro e Cavaleiro-Fidalgo da Casa Real (1824), Físico-Mor do Reino (07 de Março de 1826), Fidalgo-Cavaleiro (08 de Abril de 1826) e Conselheiro do Conselho de Estado (14 de Abril de 1826) gozando de “todas as honras, prerrogativas, privilégios, liberdades, franquezas, authoridades e izençoens” deste último cargo. Professou, ainda, como Cavaleiro na Ordem de Cristo no Convento da Luz, em Carnide (Lisboa), entre os anos de 1797 e 1798. Apoiou politicamente, conjuntamente com o seu filho Adriano Gomes da Silva Pinheiro, o partido absolutista de D. Miguel. A derrota deste, na Guerra Civil, levou a que fosse demitido, em 23 de Outubro de 1833, do cargo de Provedor do Hospital Real das Caldas, em: “…consequência da sua má conduta política”2, cargo este que ocupou durante trinta e quatro anos, num dos períodos mais conturbados da História de Portugal. Adriano Gomes da Silva Pinheiro (1792-1861), filho mais velho de António Gomes da Silva Pinheiro, exerceu, tal como o seu progenitor cargos de relevo na administração pública portuguesa. Sendo Advogado de profissão, foi nomeado em 1821, Juíz de Fora das Vilas de Óbidos e Caldas da Rainha. Sendo um partidário da causa miguelista, foi um executor leal das medidas que o monarca absolutista queria impor ao país, aquando do golpe da “Vilafrancada” (27 de Maio de 1823). Numa missiva datada de 31 de Maio de 1823, este pede-lhe que tome todas as medidas achadas necessárias de conservação do sossego público, bem como o autoriza para empregar as mais “enérgicas, e seguras providencias” contra aqueles que se opuseram à proclamação (refere-se ao golpe anteriormente citado) do restauro do regime Absolutista. Ordena-lhe, ainda, que reinstale a Vereação antiga da Câmara da Vila de Óbidos “antes da chamada reforma” (refere-se à Constituição de cariz liberal de 1822) e que dissolva as denominadas Guardas Nacionais, estabelecendo em seu lugar o sistema de Ordenanças, além de que o informe de todas as ocorrências e notícias perturbadoras da ordem pública que possam verificar-se na região de Óbidos e Caldas, processando os seus autores, assim como seja responsável pela execução de todas as ordens gerais sobre passageiros e passaportes. Em Outubro desse mesmo ano pede dispensa ou suspensão do lugar em causa, para ocupar o lugar de Juiz do Crime do Bairro do Mocambo (Lisboa), em Fevereiro de 1825, tendo aí permanecido por pouco tempo, pois logo em Maio do mesmo ano é nomeado para o cargo de Juíz de Fora da Vila de Santiago do Cacém, cargo que ocupou até 1831 com bom serviço, “limpeza de mãos” e “bom acolhemento às partes”. Entretanto, em 1830, o pai, António Gomes da Silva Pinheiro delega nele todos os seus serviços prestados ao longo dos anos à Casa Real. Em Novembro de 1831, é nomeado por D. Miguel, Provedor e Contador da Real Fazenda da Comarca de Viana do Minho, tendo desempenhado um papel relevante, na região de Entre Douro e Minho, no abastecimento às tropas realistas (ou miguelistas) que combatiam as tropas liberais durante o Cerco do Porto (1832-1833). Desempenhou este cargo, pelo menos até 1831. José Maria Gomes Viseu da Silva Pinheiro (1847-1904), neto de António Gomes da Silva Pinheiro, possuía, como herança familiar, além da propriedade das Gaeiras (onde incentivou uma produção vitivinícola de características específicas na região onde se inseria) outras propriedades nos Concelhos de Caldas da Rainha e Azambuja. Teve uma intervenção pública como político, tendo sido membro do Partido Regenerador (apesar de ser apoiante da causa legitimista/miguelista1), de que foi o chefe local em Óbidos, Caldas da Rainha, Azambuja, Lourinhã e Peniche, concelhos em que detinha significativa influência política. Foi eleito para uma só legislatura, pelo círculo plurinominal de Leiria em 1895 (mas só prestou juramento em 08 de Janeiro de 1896). Integrou as comissões de Agricultura (1896 e 1897), Administração Pública (1896) e Legislação Criminal (1896) e interveio no plenário apenas em duas ocasiões: uma para entregar uma representação de proprietários e residentes de Valado de Frades (Alcobaça) para abertura de vala que servisse como esgoto de águas estagnadas em diversas aldeias das redondezas (em 27 de Março de 1896) e outra da Câmara Municipal de Leiria contra redução de direitos sobre álcool estrangeiro e a favor de uma lei de protecção à aguardente de vinho nacional (02 de Maio de 1896). Desempenhou, ainda, o cargo de Presidente da Câmara Municipal da Azambuja. Em 1903 deu à estampa um pequeno ensaio intitulado “A questão do álcool”, no qual refere “que a importação de álcool em grande escala, destinada a embaratecer o vinho nacional e permitir-lhe competir nos mercados externos, era profundamente errada por prejudicar a qualidade que deveria ser a imagem de marca dos vinhos portugueses no estrangeiro”. Participou em inúmeras exposições agrícolas e pecuárias, apresentando vinhos e diversas raças de gado cavalar e sendo laureado em diversos certames. O seu último projecto, que a morte impediu de concretizar, era a constituição de uma coudelaria de grande nível, capaz de se tornar a melhor do país. Acabou por falecer em 22 de Maio de 1904, tendo sido proferido o seu elogio fúnebre na Câmara dos Deputados, no dia 04 de Outubro, em que se enalteceu a sua figura como um homem “inteligente e activo, honesto e bom, honrado e rico”, prestando relevantes serviços à agricultura e ao “engrandecimento e reconstituição das forças produtivas do país”, além de nas sessões camarárias das Vilas da Azambuja, Caldas da Rainha e Peniche terem prestado também um tributo à sua pessoa. O peso da sua figura entre os regeneradores pode ser aferido pela presença de Hintze Ribeiro, chefe do Partido Regenerador, no cortejo fúnebre até à estação do Rossio, de onde o féretro seguiu para a sua propriedade das Gaeiras, acompanhado por um representante especial do chefe do partido. Era sogro de Frederico Ferreira Pinto Basto, que tinha casado, em segundas núpcias, com uma das suas filhas, de seu nome Emília Garrido Pinheiro. Frederico Ferreira Pinto Basto (1872-1939) , nascido em Lisboa no dia 19 de Junho de 1872, bisneto de José Ferreira Pinto Basto, o fundador da Fábrica da Vista Alegre em Ílhavo (1824), era filho de um português, Eduardo Ferreira Pinto Basto, e de uma senhora inglesa, D. Lucy Custance. Apesar de ter nascido na capital portuguesa, desde muito cedo partiu para Inglaterra, para estudar nos melhores colégios londrinos. A ele e aos seus irmãos, Eduardo e Guilherme, por volta do ano de 1886, se atribui a introdução das regras do futebol em Portugal. Participa, assim, no primeiro jogo de futebol, alguma vez realizado no nosso país. Este jogo efectuou-se na cidade de Lisboa, em 22 de Janeiro de 1889, no local onde se encontra a Praça de Touros do Campo Pequeno, em frente ao Palácio Galveias, ganhando o conjunto português por 2-1 a uma formação inglesa, constituída para o efeito. Em 1902, ao casar em segundas núpcias, com D. Emília Garrido Pinheiro, vem viver para a propriedade dos Pinheiros, na localidade das Gaeiras, perto da Vila de Óbidos. Apercebendo-se da importância do espólio que existia na casa herdada por sua mulher, relativamente ao período da Guerra Peninsular, torna-se um estudioso do período em causa. Dedica-se afincadamente à organização de todas as recordações bibliográficas, documentais, museológicas, cartográficas e iconográficas, além da armaria, existentes na chamada “Casa das Gaeiras”. Com um excelente rigor científico, para a altura, no tratamento e inventariação das peças que conseguiu reunir, consegue criar um museu particular, visitável e consagrado às memórias da Guerra Peninsular. Até ao seu falecimento (ocorrido em 22 de Fevereiro de 1939), manteve uma estreita correspondência com instituições portuguesas, inglesas (especialmente) e até francesas, com o intuito de enriquecer cada vez mais o seu acervo. Naturalmente que a educação inglesa de Frederico Ferreira Pinto Basto, influenciou-o na sua maneira de pensar e de agir, sendo um autodidacta na forma como preparou e concebeu um espaço museológico, tão pouco em voga no Portugal dos anos 30. Muitos anos depois da sua morte, em 1961, os seus descendentes, centrados na figura de José Ferreira Pinto Basto, resolveram doar à Câmara Municipal de Óbidos, algumas das peças, maioritariamente material bélico, que existiam no seu museu. Peças essas, que nove anos depois, puderam ser apreciadas por todos, no novo Museu Municipal de Óbidos. (texto retirado da página da Junta de Freguesia de Gaeiras)
Convento de São Miguel das Gaeiras
Ao longo dos tempos os arredores de Óbidos foram muito procurados para a implantação de ordens religiosas. Os Franciscanos Arrábidos foram os que conseguiram sobreviver. Data do século XVI a sua implantação, tendo sido a 29 de Setembro de 1569 (dia do Arcanjo S. Miguel), lançada a primeira pedra para o seu convento, que, segundo dados escritos, foi seu fundador o Cardeal Infante D. Henrique. A construção foi instituída no Arelho, sendo um edifício muito pobre, mas em tudo seguindo os exemplos da tipologia geral da Ordem. Os monges davam uma verdadeira imagem de “pobreza franciscana”. Os frades arrábidos fazem a sua entrada em Portugal no século XVI, sendo o primeiro convento instituído na Serra da Arrábida, fornecendo-lhes, para além do nome, uma tipologia de lugares preferenciados a habitar. Voltando ao convento do Arelho, tinha quase tudo para estar no local ideal. Isolado, mas não em demasia, pois os frades para sobreviverem pediam nas povoações vizinhas (Óbidos e arredores). Ficavam perto da Lagoa, de onde obtinham o pescado. Mas havia um senão neste lugar, as más condições climáticas, sempre sujeito às humidades marítimas que abalavam a saúde dos religiosos. Por este motivo foi feita a transferência para as Gaeiras. O desejo é conseguido quando D. Dinis de Lencastre, Alcaide de Óbidos e Comendador da Ordem de Cristo e sua mulher D. Isabel Henriques, se propõe oferecer novo convento, dada a grande devoção que tinham pela Ordem. A oferta é aceite e os doadores compram o terreno nas Gaeiras onde hoje se situa, tendo sido iniciada a construção em 1602 e, em 1606 já se faziam ofícios religiosos na capela-mor. Foram sempre em número reduzido os religiosos deste convento, sendo inicialmente treze e mais tarde vinte. Ao longo dos tempos as obras de restauro sucederam-se e em 1692 é pela primeira vez reedificado. Era um edifício com as habituais dependências conventuais, ou seja, das oficinas ao dormitório, passando pela capela e respirando o bom ar puro do pátio interior ou da cerca repleta de arvoredos. A calma do lugar convidava os monges e outras pessoas para um passeio de reflexão ou para agradáveis momentos de música. O cenário era completado por horta, pomares de fruta e uma fonte de água fresca (datada de 1702). A sua construção é tipicamente de convento franciscano. A fachada da igreja tem uma galilé coberta, situando-se ao fundo de um adro de romaria. Ladeando a porta estão dois nichos de azulejos com figuras representativas de atos religiosos, sendo à esquerda o monge franciscano-capucho, de olhos vendados, cadeado na boca e fechadura no peito e, à direita, uma representação de S. João Baptista. Sobre a janela do coro, também em azulejos, as figuras de S. Roque e S. Barnabé e, em pedra, uma escultura de S. Miguel do século XVIII. Na portaria, numa espécie de altar, um grupo de imagens de barro, em tamanho natural, representam a morte de S. Francisco e, as ombreiras e vergas das portas são lavradas por inteiro e todas diferentes. O pátio interior é pequeno e singelo, de pilares simples, com fonte central e com uma pequena capela de teto em abóboda pintada e com um altar. A igreja, de uma só nave, abóboda caleada, constituída por dois altares laterais, coro com cadeirado e púlpito, ornado de azulejos pintados a azul sobre esmalte branco, representando a vida de S. Francisco e Santo António. No retábulo do altar-mor uma pintura seiscentista representa S. Miguel, ladeada por ornamentos de talha dourada. Festa dos Cavaleiros Era costume, que datava da fundação do Convento de São Miguel das Gaeiras, que na véspera de São João fosse àquele convento a Câmara de Óbidos com todos os empregados da justiça, que eram e tinha sido, e convidados da Câmara pela forma seguinte: - Na véspera de São João, pelas quatro horas da tarde, começava o sino do paço do concelho a tocar até que estivesse tudo pronto, e montavam a cavalo, indo [a] diante o porteiro, atrás os empregados, como escrivães, avaliadores do concelho, almotacés, e convidados, todos a dois e dois, e atrás de tudo a Câmara, de capas, com chapéus pequenos com a aba da parte de diante levantada e guarnecida de plumas brancas, indo adiante da câmara o procurador do concelho com o estandarte. E nesta forma partiam para o convento. E logo que ali chegavam, se dirigiam à igreja, onde todos faziam oração, e voltavam logo depois, pela mesma ordem, para Óbidos. No dia seguinte, pelas nove horas, tornava a tocar o sino do paço do concelho e se juntavam novamente, como no dia antecedente, e pela mesma ordem partiam os cavaleiros para o convento, onde iam ouvir missa e jantavam todos, para ajuda do qual a câmara era obrigada a dar aos frades dois carneiros, seis alqueires de trigo e dois almudes de vinho, o que nada era em relação ao que os frades apresentavam. Findo o jantar e lá pela tarde, iam à igreja buscar o estandarte, que ali tinha ficado do dia antecedente, e com coroas de flores enfiadas no braço direito partiam os cavaleiros pela mesma forma para Óbidos, vindo pela calçada, direitos à porta da Vila e dali à praça, depois davam três voltas pelas ruas principais da Vila e afinal se apeavam à porta do paço do concelho. Não era isento desta função qualquer que fosse ou tivesse sido empregado público. (texto retirado da página da Junta de Freguesia de Gaieras)
Sinalização - PR 3 Óbidos - Ecovia do Arnóia
Sinalização - PR 3 Óbidos - Ecovia do Arnóia
Comments (10)
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Muy bonita ruta, enhorabuena.
Gracias Oscar Upegui
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Information
Easy to follow
Scenery
Moderate
Nota: Parte do trilho junto da barragem estava submerso.
Obrigado pelo comentário David, que será bastante útil aos próximos caminheiros.
De facto, quando fiz o percurso, o nível de água estava bastante baixo, mas actualmente deve estar muito diferente.
Continuação de boas caminhadas
Precioso sendero amigo, muy buenas fotos, un fuerte abrazo.
Obrigado amigo Pájaro,
Um abraço
Muito bom percurso por Óbidos. Muito boas fotos e explicações. Um abraço forte.
Obrigado pela avaliação e comentário Tetititu,
Um grande abraço
Espectaculares fotos del convento. La ruta está increíble!
Obrigado pela avaliação Alfredo,
Um abraço