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GR64: Caminho dos Monges (etapa 1/2) - S. João de Tarouca à Cascata do Varosa (turismo rural)

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Author

Trail stats

Distance
12.31 mi
Elevation gain
1,076 ft
Technical difficulty
Moderate
Elevation loss
1,552 ft
Max elevation
1,912 ft
TrailRank 
83 5
Min elevation
1,323 ft
Trail type
One Way
Time
7 hours 30 minutes
Coordinates
1444
Uploaded
October 5, 2023
Recorded
October 2023
  • Rating

  •   5 2 Reviews

near São João de Tarouca, Viseu (Portugal)

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Itinerary description

O percurso aqui partilhado pode conter erros de GPS ou eventualmente passar por propriedades privadas, ou mesmo através de corta mato e ter passagens por locais que podem ser perigosos para os menos experientes. A descrição do percurso é efetuada à data da sua realização, pelo que se deve ter em atenção que as condições do trilho podem facilmente vir a alterar-se, quer pelas condições meteorológicas, quer por mudança da vegetação, quer por outros fatores inimputáveis à minha vontade. O grau de dificuldade e as condições técnicas atribuídas é baseado na minha experiência pessoal e apenas serve de referência, pelo que não me responsabilizo por qualquer acidente que possa ocorrer por influência ou utilização do percurso aqui disponibilizado.





MAIS INFORMAÇÃO ACERCA DESTE CAMINHO PODE SER CONSULTADA NA SUA PÁGINA OFICIAL
O Caminho dos Monges, que liga o Concelho de Tarouca a Lamego, é o mesmo que foi percorrido pelos Monges da Ordem de Cister há séculos atrás…
É um projeto supramunicipal que envolve dois municípios, Lamego e Tarouca, tendo uma extensão total aproximada de 42 km, cerca de 19 Km no concelho de Lamego e 23 km no concelho de Tarouca.
A presença dos Monges de Cister no Vale Varosa é prova irrefutável da importância deste território ao nível regional, nacional e internacional. Nada é mais genuíno do que a origem, e a história do Vale Varosa transporta-nos à génese do nosso país. Dom Afonso Henriques havia proclamado Portugal como país em 1139 porém naquele tempo o estatuto de país carecia de reconhecimento papal. São Bernardo Claraval, o mentor da Ordem de Cister, tio do Primeiro Rei de Portugal, sabia que a fundação de um convento no território português era fundamental para sensibilizar o Papa Alexandre III a reconhecer Portugal como um país de pleno direito. Assim nasce o Mosteiro de S. João de Tarouca, o primeiro Mosteiro Cisterciense, o início do Caminho dos Monges, e igualmente um novo caminho para o nosso Portugal.
As terras do Vale Varosa fixaram os Monges de Cister, os chamados Monges Brancos, e a sua ligação ao primeiro Rei de Portugal, D. Afonso Henriques, fê-los crescer, aumentando as suas propriedades e criando um maior poder sobre o território e sobre quem aqui vivia. A sua audácia e ousadia impeliram-nos a seguir o curso da água, o curso do Rio Varosa, que os levou até ao Douro, onde cedo perceberam da riqueza agrícola do território, e onde nasce a primeira quinta de produção de vinho doce de Lamego, a Quinta do Mosteiro.
Percorrer o Caminho dos Monges é partir à descoberta de um território ímpar, prodigiosamente rico em história, religião e património, que convida a uma aproximação tátil, e à descoberta dos usos e costumes tradicionais que estes deixaram. É maravilhar-se com os locais de culto e meditação dos monges brancos, e fruir da perfeita simbiose entre a história e a natureza, que nos impele a ser capazes de tocar e respirar os lugares por onde o Caminho nos transporta.
Percorrer este Caminho é descobrir o Mosteiro de S. João de Tarouca, conhecer a Portagem Medieval da Ponte e Torre de Ucanha, apreciar o imponente Mosteiro de Santa Maria de Salzedas, visitar a Capela de S. Pedro de Balsemão, percecionar a singularidade das primeiras instalações da Companhia Hidroelétrica do Varosa, percorrer o traçado da épica linha de caminho-de-ferro entre Régua e Lamego e contornar a Quinta do Mosteirô, chegando assim ao Douro Património Mundial, sempre ladeado de uma paisagem arrebatadora.
O Caminho dos Monges representa, por isso, muito mais do que um projeto de promoção turística territorial e de valorização do interior, é um projeto de cariz cultural que pretende associar as vivências seculares dos Monges, à riqueza patrimonial e histórica da região, à grandeza única dos vales do rio Varosa e Douro, apresentando- se como um conteúdo diferenciador para um maior engrandecimento do Douro, ligado à génese do Vinho do Porto, e constituindo-se como o primeiro grande caminho de ecoturismo cultural nacional.


IGREJA DO MOSTEIRO DE SÃO JOÃO DE TAROUCA


ENTRADA SOB A TORRE PARA A PONTE FORTIFICADA DE UCANHA

- ETAPA 1/2: DO MOSTEIRO DE S. JOÃO DE TAROUCA À CASCATA DO VAROSA (turismo rural)
- O Caminho dos Monges é uma Grande Rota dividida em 2 etapas mas que pode ser realizada de uma só vez (embora considere que percorrer uma só etapa de 42 kms seja algo excessivo mas...). As duas etapas, embora se desenvolvam essencialmente pela região do Varosa, são significativamente diferentes, quer pela paisagem que atravessam, quer pelos pontos de interesse espalhados ao longo das jornadas, o que faz deste caminho uma experiência variada e bastante rica. É um trilho linear, com marcações específicas das grandes rotas (vermelho e branco) e com painéis informativos dispersos ao longo do traçado. Também coincide, pontualmente, com marcas de PRs desta região. Pode ter início em qualquer uma das extremidades (Peso da Régua ou São João de Tarouca), embora a opção aconselhada seja na direção do rio Douro, pois no sentido oposto, para montante do rio Varosa, o percurso faz-se sempre em declive ascendente;
- Em termos de logística, sendo linear, este percurso requer uma preparação prévia, o que nem sempre facilita a oportunidade de o querermos percorrer. O ideal será deixar um carro numa das extremidades (final, de preferência) e deslocarmo-nos noutro veículo para o início (carro próprio, também, ou alugar um serviço de táxi). Como éramos apenas duas pessoas para percorrer este caminho, optamos pela seguinte solução: no primeiro dia deixamos de manhã cedo o nosso veículo na unidade hoteleira onde pernoitaríamos (Cascata do Varosa), tendo previamente acordado com a gerência um transporte particular até São João de Tarouca. Isso facilitou-nos sobretudo na organização das mochilas que foram bem mais leves, pois a roupa e os reforços alimentares do dia seguinte ficaram no carro. Foi uma solução que resultou eficaz e prática, mas outras haveria, pelo que considero que esta logística deve ficar ao critério de cada um, em função da sua disponibilidade económica e temporal;
- De forma a facilitar-nos a orientação no terreno, optei por seguir o percurso publicado por Zé Mustaine (a quem desde já agradeço a partilha), testado no terreno em março de 2023. Seguimos praticamente o mesmo traçado (salvo uma ou outra derivação) e na mesma direção (sentido jusante do Varosa);
- Esta 1ª etapa revelou-se muito acessível, com apenas uma subida mais pronunciada, precisamente ao atravessar a urbe de Ucanha. Assim, começamos o percurso em frente à igreja do mosteiro de São João de Tarouca (que, por um feliz acaso, estava aberta e foi possível visitar o seu interior), e a seguir cruzamos o rio Varosa pela Ponte Românica de São João de Tarouca. Já na margem esquerda deste, entra-se no antigo Caminho dos Monges, um curto mas belo trilho que acompanha o rio até Mondim da Beira, onde se encontra outra pérola desta etapa, a Ponte Românica de Mondim da Beira. Embora o percurso continue pela margem esquerda do rio, faz todo o sentido que se percorra a ponte de forma a melhor podermos visualizar esta bela obra de engenharia medieval. Continuando agora sobre alcatrão (temos que caminhar 2,5 kms neste piso), no topo de uma subida surge-nos, à direita, outro singular monumento deste caminho, o Arco de Paradela. Quando finalmente se abandona o piso alcatroado, estamos já às portas de Tarouca, onde fizemos uma curta derivação para visitarmos a lindíssima Igreja de São Pedro de Tarouca (não compreendo o facto de estar "fora" desta rota) e, mais uma vez, tivemos sorte pois o templo estava aberto ao público pelo que pudemos visitar o seu excecional interior. Retomando o trilho "oficial", subimos na direção do Parque da Alcácima, de cujo miradouro se obtêm uma ótima vista sobre a cidade de Tarouca e, deste, descemos até à ciclovia que nos levou até ao Parque Ribeirinho da cidade, onde acompanhamos a ribeira de Tarouca até nos desviarmos para a freguesia de Dálvares. No extremo desta encontra-se a Casa do Paço (Museu do Espumante Murganheira), que pode ser visitado assim como a sua loja com produtos locais. Novamente no "caminho", voltamos a encontrar o rio Varosa, o qual tornamos a acompanhar pela berma de campos agrícolas, primeiro, e depois por um curto trilho a meia encosta, entre pinheiros e fragas, até se chegar a Ucanha. Avistada a famosa Ponte Fortificada, deslocamo-nos na sua direção e, sobre ela, voltamos a cruzar o rio, passando sob a Torre de Ucanha, um dos monumentos mais belos desta região. Logo a seguir, numa viela à esquerda, encontra-se a Igreja de São João Evangelista (Paroquial de Ucanha), antes de se começar a subir a inclinada rua do Pelourinho, cujos edifícios atestam o legado histórico deste aglomerado urbano formado em torno da torre e que, em tempos idos, foi denominado como Vila da Ponte. Deixando para trás Ucanha, o percurso desenvolve-se agora por caminhos de terra, ainda a subir, com o vale do Varosa na paisagem a evidenciar toda a sua riqueza natural e agrícola. Entre pomares, vinhas, olivais e soutos, chega-se ao ponto mais elevado da etapa e desce-se para Salzedas, onde se encontra o magnificamente bem recuperado Mosteiro de Santa Maria de Salzedas, mais um monumento nacional de relevo cuja visita é obrigatória. Ao lado do Mosteiro está o Bairro do Quelho, a antiga Judiaria de Salzedas, cujos edifícios também se encontram atualmente a ser recuperados. Continuando pela grande rota, à saída da povoação está a Ponte Românica de Vila Pouca de Salzedas e, ainda um pouco mais à frente, a Ponte Medieval das Regadas. No entanto, não se atravessam estas duas pontes pois o caminho permanece na margem direita da ribeira de Salzedas, afluente do Varosa, até se chegar à aldeia de Murganheira. Atravessado o velho casario, prossegue-se por velhos caminhos de terra entre socalcos de oliveiras, até se chegar ao portão de acesso à unidade de turismo rural Cascata do Varosa, local por nós escolhido para pernoitar entre as duas etapas desta GR64;
- Este percurso apresenta marcações "oficiais" nos dois sentidos. Porém, de forma a evitar enganos ou acrescentar kms desnecessários, aconselha-se o uso de GPS (foi a minha opção) ou de aplicações de telemóvel;
- Misto de caminhos de terra e rurais, arruamentos e algum piso alcatroado;
- Esta primeira etapa atravessa lugares de grande beleza paisagística que marcam a paisagem do vale do Varosa. Acresce ainda toda a monumentalidade dos impressionantes mosteiros de São João de Tarouca e de Santa Maria de Salzedas, das pontes Românicas de São João de Tarouca e Mondim da Beira e da ponte medieval das Regadas, as históricas Torre e Ponte Fortificada de Ucanha, o singular Arco de Paradela, o belíssimo monumento nacional que é a Igreja de São Pedro de Tarouca, o Parque da Alcácima com o seu miradouro e o Parque Ribeirinho de Tarouca, a solarenga Casa do Paço (Museu do Espumante Murganheira), a Igreja de São João Evangelista e o Pelourinho de Ucanha e ainda o velho Bairro do Quelho, a antiga Judiaria de Salzedas. Concluindo, a 1ª etapa do Caminho dos Monges alia, de forma harmoniosa, monumentalidade histórica e beleza natural, que nos transporta para as memórias da fundação da nossa nacionalidade através do legado deixado pelos "Monges Brancos" de Cister ao longo do Vale Varosa. É um percurso muito, muito bonito e culturalmente riquíssimo. Absolutamente recomendado!


IGREJA DO MOSTEIRO DE SANTA MARIA DE SALZEDAS (INTERIOR)


PONTE DAS REGADAS (MEDIEVAL)

- TURISMO RURAL CASCATA DO VAROSA
- Situado num bucólico território, recolhido como um tesouro a preservar, o empreendimento Turismo Rural Cascata do Varosa é um espaço onde a vida ganha uma nova dimensão.
Aqui, somos tomados por sensações indizíveis, onde a tranquilidade parece ganhar uma forma física. A quietude que aqui se experimenta é apenas perturbada pelos sons do rio que corre mesmo ao lado, pelos pássaros que cantam imperturbáveis, ou pelos animais silvestres que se ouvem mas não se vêm; é a fuga perfeita para todos os que precisam de se afastar dos ritmos acelerados das cidades.
PÁGINA OFICIAL

- QUINTA DOS PADRES SANTOS
- A Quinta dos Padres Santos é o que resta de uma propriedade duriense de um casal que, por darem pão aos pobres, se tornaram os Padres Santos nos finais do séc. XIX, nos domínios da Ordem de Cister em Portugal. Nesta época Padre significava Pai, ou seja, este tinha a responsabilidade de sustentar a família. E foi o que este casal fez, sentiu-se responsável por fazer esta obra de beneficência às pessoas da região. Todos os dias com a farinha que produziam nos dois moinhos de água da Quinta, faziam o pão nos dois fornos de lenha, que depois distribuíam aos pobres da região.
Atualmente a Quinta dos Padres Santos é um empreendimento de agroturismo que alia a agricultura ao património etnográfico recuperado e adaptado ao conforto dos dias de hoje.
PÁGINA OFICIAL


VIELA EM TAROUCA (PORMENOR DO PERCURSO)


RUA DO PELOURINHO (UCANHA)

Outros percursos realizados nesta região:
GR64: Caminho dos Monges (etapa 2/2)
PR3 - Complexo de Trilhos de Tarouca
De Salzedas a Ucanha, pela Rota das Vinhas de Cister
PR1 LMG - Serra das Meadas (alargado ao Santuário de Nª Srª dos Remédios e centro histórico de Lamego)
PR6 LMG - Percurso das Máscaras de Lazarim + PR4 LMG - Percurso da Anta de Mazes


CASARIO EM SALZEDAS (PORMENOR DO PERCURSO)


BAIRRO DO QUELHO / ANTIGA JUDIARIA DE SALZEDAS

- GRAU DE DIFICULDADE DA ETAPA 1/2

- 56 - FÁCIL



ANÁLISE DETALHADA. (Em função da preparação física de cada pessoa, este gráfico indicará o grau de dificuldade do percurso. No meu caso, considerei a minha preparação física como sendo ALTA)
IBP INDEX


CASARIO DA RUA DO PELOURINHO EM UCANHA (PORMENOR DO PERCURSO)


VELHO CASARIO EM MURGANHEIRA (PORMENOR DO PERCURSO)

- LAMEGO
- Cidade antiquíssima, datando já do tempo dos romanos, foi reconquistada definitivamente em 1057 por Fernando Magno de Leão aos mouros; quando os distritos foram instituídos em 1835 por uma reforma de Mouzinho da Silveira, Lamego foi inicialmente prevista como sede de distrito; mas nesse mesmo ano a sede do mesmo foi deslocada para Viseu, devido à sua posição mais central. Foi em Lamego que teriam decorrido as lendárias Cortes de Lamego, onde teria sido feita a aclamação de D. Afonso Henriques como Rei de Portugal e se estabeleceram as "Regras de Sucessão ao Trono". É sede da diocese de Lamego (a única diocese portuguesa que não corresponde a uma capital de distrito), e no concelho são numerosos os monumentos religiosos, dos quais se destacam a Sé Catedral, a Igreja de São Pedro de Balsemão e o Santuário da Nossa Senhora dos Remédios, que dá também o nome a Romaria anual cujo dia principal é o 8 de Setembro, que é também o feriado municipal. Conhecida também pela sua gastronomia, nas qual se destacam os seus presuntos, o "cabrito assado com arroz de forno" e pela produção de vinhos, nomeadamente vinho do Porto, de cuja Região Demarcada faz parte, e pelos vinhos espumantes.
Perde-se na bruma do tempo a origem de LAMEGO. Segundo o autor Pina Manique e Albuquerque citado pelo historiador Gonçalves da Costa (1977, p. 45, vol.1), " o topónimo “Lamego” compõe-se dum radical lígure ou ambro-ilírio Lam, e o sufixo aecus, revelador dum gentílico. Lamaecus era, pois, o nome dum possessor dum fundo agrário hispano-romano, instituído no séc. III junto ao burgo que se ia desenvolvendo à roda do castelo..."
Em tempos remotos habitaram esta região Lígures e Túrdulos que, na fusão com os Iberos, deram Lusitanos. Durante a presença romana, a região de Lamego era habitada pelos Coilarnos, como testemunham vários achados arqueológicos como aras, estelas, cipos e outros monumentos.
Pela localização do castelo, apenas acessível por poente, tudo leva a crer que lá houvesse um castro. As Inquirições Afonsinas (século XIII) citam o Castro de Lameco como sinónimo de uma fortificação medieval. Destruída pelos romanos, os habitantes tiveram que descer dos seus abrigos alcantilados para se dedicarem ao cultivo das terras, influenciados pela civilização de Roma. Lamego torna-se cristã quando o rei dos Visigodos Recaredo I se converte ao Cristianismo. Em 570, no Concílio de Lugo, aparece-nos referenciado Sardinário como Bispo de Lamego.
O rei visigodo Sisebuto, durante o seu reinado entre o ano de 612 e 621, cunha aqui moeda, o que atesta bem da importância comercial, cultural e histórica de Lamego. Seguem-se tempos alternativos de paz e guerra. Ora cristã, ora árabe, mudou de mãos várias vezes até que Fernando Magno de Leão a conquistou definitivamente em 29 de Novembro de 1057. Perdeu entretanto a sede de diocese, sendo esta restaurada em 1071. Em 1128, no alvor da nacionalidade, o aio do nosso primeiro rei, D. Egas Moniz, tem a tenência de Lamego e residência em Britiande, ficando senhor de Riba–Douro, entre o Paiva e o Távora, alcançando ainda terras de Côa. D. Sancho I concedeu-lhe carta de couto em 1191. Lamego foi crescendo à volta de dois polos: Sé e Castelo. Em 1290, D. Dinis deu carta de feira à cidade (Viterbo, 1962), chegando a vir mercadores de Castela e de Granada, comercializando as especiarias e os tecidos orientais.
Durante o séc. XV fruiu as vantagens de uma situação privilegiada, numa das mais concorridas vias de trânsito do Ocidente da Península, ligando as cidades de Além-Douro, Braga e Guimarães, por Alcântara e Mérida a Córdova e a Sevilha. Rota preferida na Romagem a Compostela (Albuquerque, 1986). No entanto, dois importantes acontecimentos fizeram mudar completamente a vida económica e social desta região: a conquista de Granada que lançou fora da Península os últimos mouros, levando consigo o ânimo comercial; e a descoberta do caminho marítimo para a Índia, enfraquecendo todo o comércio de Lamego. D. Manuel outorgou-lhe foral novo em 1514. Ainda durante o séc. XVI é nomeado bispo de Lamego D. Manuel de Noronha, um dos mais notáveis prelados de Lamego. Ocupando a mitra durante dezoito anos, foi apelidado “o grande construtor” e é com ele que começa verdadeiramente o culto a Nossa Senhora dos Remédios. Nos séculos XVII e XVIII começam a ser construídos, em Lamego, os solares, a que não é certamente alheio o incremento do comércio do vinho generoso do Douro e a proteccão que lhe foi dada pelo Marquês de Pombal com a criação da Região Demarcada do Douro e Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro. Em 1835, Lamego foi capital de distrito mas haveria de a perder em favor de Viseu, pelo decreto de Dezembro desse mesmo ano, criado pelo ministro do reino, Luís Mouzinho de Albuquerque. Em 1919, com a tentativa de restauração monárquica, Lamego tem de novo a sede efémera de capital de Distrito, por apenas vinte e quatro dias (Almeida, 1968).
Na segunda metade do século XIX, sob a presidência do Visconde Guedes Teixeira, Lamego conhece o caminho da modernização com a abertura de novas avenidas, ainda hoje consideradas as mais importantes da cidade. Já após a implantação da República e sob a presidência de Alfredo de Sousa, Lamego conhece novo surto de desenvolvimento, sendo nessa altura coberto o rio Coura, que até então passava a descoberto pela baixa da cidade. Lamego é um importante e incontornável centro histórico e cultural do Douro.


PANORÂMICA DE SALZEDAS


ARCO DE PARADELA (MONDIM DA BEIRA)

Waypoints

PictographReligious site Altitude 1,797 ft
Photo ofAlminhas de Nossa Sra. do Terço Photo ofAlminhas de Nossa Sra. do Terço Photo ofAlminhas de Nossa Sra. do Terço

Alminhas de Nossa Sra. do Terço

PictographMonument Altitude 1,729 ft
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Arco de Paradela

Este pequeno monumento é um arco memorial do séc. XII, XIII, de granito, de volta inteira, e que, segundo fonte bibliográfica, existiam inicialmente 3 arcos, desaparecendo dois com o andar dos anos. Conta-se que quando o corpo do Conde de Barcelos estava a ser levado de Lalim para ser sepultado no Mosteiro de S. João de Tarouca, parou neste local, e em memória desse facto ali se erigiram os arcos. No entanto as opiniões sobre o arco de Paradela divergem de autor para autor: para uns, é um marco monumental que se ergueu para demarcar o limite do Couto do Mosteiro de S. João de Tarouca, para outros é um monumento funerário construído para o túmulo de Diogo Anes, que em 1175 (séc. XII) era o proprietário do terreno. Obs. – O topónimo de Paradela tem um sentido topográfico: uma subida difícil ao cimo da qual se pode descansar.

PictographWaypoint Altitude 1,701 ft
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Bairro do Quelho / Antiga Judiaria de Salzedas

Em redor do Mosteiro de Salzedas e da Ponte e Torre da Ucanha, ambos monumentos classificados, emergem a céu aberto os vestígios de uma antiga judiaria (também conhecida como bairro do Quelho). A Judiaria de Salzedas é um conjunto maioritariamente habitacional, com marcas da ruralidade em que foi gerada, evidenciadas por alguns pisos térreos com a função de curro para animais, e onde a parte residencial é limitada aos pisos superiores. É possível visualizar vestígios de alpendres em madeira, representativos da tradicional irregularidade própria dos materiais mais antigos, bem como pequenos corpos avançados nos pisos superiores. Estes tinham a função de aumentar ligeiramente o espaço interno, à custa de uma sobreposição com o espaço público, também muito reduzido e formado e organizado em apertadas e sinuosas artérias de comunicação. A maior parte das edificações ao longo da Rua da Senhora do Arco, Rua da Ramalha, Rua do Carvalho e Praça António Pereira de Sousa, estão também dispostas de modo semelhante contribuindo para a homogeneidade do conjunto. No interior dum conjunto arquitetónico urbano mais vasto, existem ruínas com inscrições e elementos de simbologia judaica, que podem atestar e testemunhar a presença de Judeus em tempos remotos. Este conjunto, em vias de classificação, desenvolve-se a partir de curiosos arruamentos e apresenta-se como um dos mais autênticos e importantes exemplares da arquitetura vernacular, de carácter urbano, representando um excelente retrato do que seria uma urbe medieval. De traçado muito irregular é moldado pelas construções que o compõem e permitem a passagem de uns para outros através de invulgares passadiços, integrados nas arquiteturas.

PictographWaypoint Altitude 1,763 ft
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Via Romana

PictographWaypoint Altitude 1,724 ft
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'Velho' Caminho dos Monges

PictographReligious site Altitude 1,789 ft
Photo ofCapela de N. Sra. dos Prazeres (Alcácima) Photo ofCapela de N. Sra. dos Prazeres (Alcácima) Photo ofCapela de N. Sra. dos Prazeres (Alcácima)

Capela de N. Sra. dos Prazeres (Alcácima)

PictographReligious site Altitude 1,617 ft
Photo ofCapela de Nossa Sra. da Ajuda Photo ofCapela de Nossa Sra. da Ajuda

Capela de Nossa Sra. da Ajuda

PictographReligious site Altitude 1,658 ft
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Capela de Santo André

PictographReligious site Altitude 1,701 ft
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Capela do Mártir São Sebastião

PictographReligious site Altitude 1,488 ft
Photo ofCapela (privada) Photo ofCapela (privada) Photo ofCapela (privada)

Capela (privada)

PictographMuseum Altitude 1,589 ft
Photo ofCasa do Paço (Museu do Espumante Murganheira) Photo ofCasa do Paço (Museu do Espumante Murganheira) Photo ofCasa do Paço (Museu do Espumante Murganheira)

Casa do Paço (Museu do Espumante Murganheira)

Situada no Vale do Varosa, primeira região demarcada de espumantes de Portugal, e tradicionalmente enraizada no processo de produção de espumante, na Casa do Paço de Dálvares é possível visitar o Museu do Espumante, cujo espólio espelha todo o processo artesanal do seu fabrico, desde a vindima até ao produto final.

PictographWaypoint Altitude 1,603 ft
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Casa solarenga em Dálvares

PictographFountain Altitude 1,598 ft
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Fonte

PictographReligious site Altitude 1,489 ft
Photo ofIgreja de São João Evangelista (Paroquial de Ucanha) Photo ofIgreja de São João Evangelista (Paroquial de Ucanha) Photo ofIgreja de São João Evangelista (Paroquial de Ucanha)

Igreja de São João Evangelista (Paroquial de Ucanha)

A localidade de Ucanha, documentada desde o século XII, integrava os domínios do Mosteiro de Salzedas que, na segunda metade do século XVII, criou a paróquia de Ucanha com cura apresentado pelo mosteiro. A construção da igreja remonta a esta época, encontrando-se no seu interior um túmulo seiscentista. Todavia, o ano de 1729, sobre o portal principal, poderá significar que as obras se prolongaram até esta data. É, no entanto, já muito tardia, pois a campanha decorativa do interior denuncia uma linguagem de transição do proto-barroco para o barroco, situando-se entre o final do século XVII e o início da centúria seguinte. A arquitectura da igreja caracteriza-se por uma quase total ausência de elementos decorativos, inscrevendo-se nos modelos maneiristas mais depurados. O contraste com o interior não pode ser mais forte, pois no espaço da nave e da capela-mor predominam os dourados da talha e a policromia das pinturas, criando um efeito cenográfico que ganha maior amplitude à medida que nos aproximamos da capela-mor. A fachada principal, de cantaria regular, é delimitada por pilastras nos cunhais terminando em empena, com cruz no vértice. O portal, de verga recta, com cornija saliente, é antecedido por três degraus semicirculares. A torre sineira, à direita, apresenta três registos, dois dos quais bem acima da linha dos telhados. Na fachada lateral onde se inscreve a torre, ganha especial importância o portal, de volta perfeita, enquadrado numa estrutura rectangular rematada por arquitrave e cornija. Do lado oposto, a igreja confina com o cemitério. No interior, a nave é coberta por abobada de caixotões pintados com motivos figurativos, destacando-se ainda o coro alto, a pia baptismal e o púlpito, com base em cantaria. O arco triunfal é flanqueado por dois retábulos, cuja talha extravasa o âmbito destes altares envolvendo todo o arco em arquivoltas seccionadas por aduelas. Esta ampla estrutura enquadra, mais ao fundo, o próprio retábulo-mor, com ampla tribuna. Na capela-mor, a abóbada é, também ela, de caixotões, com motivos figurativos.

PictographReligious site Altitude 1,600 ft
Photo ofIgreja de Dálvares Photo ofIgreja de Dálvares Photo ofIgreja de Dálvares

Igreja de Dálvares

PictographReligious site Altitude 1,821 ft
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Igreja do Mosteiro de São João De Tarouca

Constituiu-se no primeiro mosteiro da Ordem de Cister no país, por volta de 1140. Pertencia à filiação do Mosteiro de Claraval, França, fundado por S. Bernardo em 1115. Em 1152, após a vitória de D. Afonso Henriques sobre os mouros na batalha de Trancoso, foi lançada a primeira pedra da igreja conventual. Em 1938 procedeu-se à restauração dos retábulos, nomeadamente o de São Pedro, atribuído a Gaspar Vaz. A pintura do Arcanjo São Miguel, atribuída ao mesmo artista, foi restaurada nos anos oitenta do séc. XX, com o especial empenho do secretário de estado da cultura Pedro Santana Lopes, e do professor Paulo de Sousa Pinto, licenciado da Universidade do Porto. A Igreja do Mosteiro de São João (Baptista) de Tarouca apresenta planta cruciforme, com elementos do românico e do gótico, e portal renascentista. Sofreu progressivas alterações durante o século XVII, nomeadamente no frontispício. O arquitecto de São João de Tarouca aplicou os preceitos da escola românica cisterciense, de origem borgonhesa. A nave central, no entanto, parece única as laterais aproximam-se de capelas comunicantes (devido à rectorização provocada pelo sistema construído) e pelos contrafortes percebem-se as naves laterais no alçado. Encontra-se também na igreja o mausoléu gótico de Dom Pedro Afonso, Conde de Barcelos (filho de Dom Dinis).

PictographReligious site Altitude 1,763 ft
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Igreja de São Pedro de Tarouca

Monumento Nacional consagrado a S. Pedro, a Igreja Matriz de Tarouca é um templo medieval erguido na transição do século XIII para o século XIV, notando-se na sua estrutura arquitetónica e decorativa sinais do românico convivendo com a renovada linguagem do gótico inicial. A Matriz desta vila do distrito de Viseu apresenta uma frontaria austera e sóbria, aspeto que lhe é transmitido pelos robustos panos de cantaria granítica. A porta principal é composta por duas arquivoltas ogivais apoiadas em dois pares de colunas capitelizados - com decoração esculpida de motivos fitomórficos, simbólicos, antropomórficos e zoomórficos -, sendo alcançada depois de vencida uma pequena escadaria. O portal é sobrepujado ao centro por uma abertura circular, enquanto a empena triangular da fachada é encimada por uma cruz e ladeada por dois remates pinaculares. A parede lateral norte é rasgada por um portal gótico com três arquivoltas ogivais assentes em seis colunelos e moldurado por gablete. Adossada a esta parede externa eleva-se a torre sineira, de duas ventanas e terminação triangular. Correndo ao longo da cornija de toda a igreja, nota-se uma série de modilhões esculpidos. O interior é simples, formado por nave única e coberta por teto de madeira. A capela-mor possui uma cobertura composta por trinta painéis pintados do século XVII, tendo ainda um retábulo barroco em talha dourada. Na face do Evangelho destaca-se um grandioso túmulo manuelino, sob um elegante arcossólio de volta plena e enriquecido por rendilhado de cariz naturalista. Lateralmente, impõem-se dois colunelos espiralados que se conjugam harmoniosamente com o cordame da decoração parietal do arco, enquanto nas cantoneiras deste estão medalhões com bustos de perfil. A arca funerária é simples e sem qualquer ornamentação esculpida. Coloca-se a hipótese de este mausoléu manuelino ter sido realizado para albergar os restos mortais de D. João de Meneses, 1.º Conde de Tarouca.

PictographPanorama Altitude 1,761 ft
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Miradouro da Alcácima

O Morro da Alcácima é um excelente miradouro sobre a cidade de Tarouca e é parte das memórias de muitos tarouquenses. São muitos os que acreditam, que há muitos séculos atrás, ali se encontrava um castelo ou uma torre de vigia. Durante os anos 80 e 90 a Alcácima era um local de passeio, de namoro, de convívio, onde habitavam alguns animais que faziam as delícias dos mais pequenos aos mais crescidos, bem como um belo jardim sempre tratado com zelo. Alcácima era, e é ainda hoje, um local de grande referência para os tarouquenses. O tempo foi passando e a Alcácima foi sendo esquecida, o abandono tomou conta daquele espaço e os atos de destruição intensificaram-se. Há cerca de dois anos atrás, a Câmara Municipal de Tarouca, aproveitando uma oportunidade do Portugal2020, desenvolveu um projeto de investimento para aquele espaço. Quem visita o Morro da Alcácima pode perceber o elevado investimento na requalificação, com a construção e reconstrução de muitos metros de muro, a pavimentação de quase toda a área pedestre que garante assim uma maior e melhor mobilidade, o mobiliário urbano que permite acolher visitas para descansar ou para fazer um piquenique, bem como o parque de diversão para os mais novos e a zona de exercício físico, a horta pedagógica e as casinhas que em tempos albergaram alguns animais.

PictographWaypoint Altitude 1,613 ft
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Moinho do Pego

PictographReligious site Altitude 1,701 ft
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Mosteiro de Santa Maria de Salzedas

Mosteiro masculino da Ordem de Cister, a sua construção iniciou-se em 1168. Com a sua fundação intimamente ligada à figura de Teresa Afonso, esposa de Egas Moniz, o complexo monástico foi largamente ampliado no século XVII e XVIII, destacando-se um novo e monumental claustro no século XVIII, com traço do arquiteto maltês Carlos Gimach. Contando no seu espólio com trabalhos de alguns dos maiores nomes da pintura em Portugal, como Vasco Fernandes (Grão Vasco), Bento Coelho da Silveira ou Pascoal Parente, com a extinção das Ordens Religiosas em Portugal em 1834, a igreja foi convertida em igreja paroquial e parte das dependências monásticas vendidas a privados. Classificado Monumento Nacional em 1997, em 2002, ao abrigo de protocolo com a Diocese de Lamego, o Estado Português iniciou o progressivo restauro dos edifícios e espólio. A integração, em 2009, no Projeto Vale do Varosa, juntamente com mais dois monumentos (Mosteiro de São João de Tarouca e Convento de Santo António de Ferreirim), possibilitou a abertura do espaço ao público em outubro de 2011, espaço onde é ainda possível visitar o núcleo museológico e a exposição “Fragmentos. Expressões da Arte Religiosa do Mosteiro de Santa Maria de Salzedas”. O Mosteiro de Santa Maria de Salzedas, à semelhança do congénere de São João de Tarouca, é dos mais visitados da região do Douro e Varosa.

PictographRuins Altitude 1,811 ft
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Mosteiro São João de Tarouca

A construção do Mosteiro de São João de Tarouca iniciou-se em 1154, sendo este o primeiro mosteiro masculino cisterciense edificado em território português. Com a sua fundação intimamente ligada à fundação da nacionalidade e à figura de D. Afonso Henriques, o complexo monástico foi largamente ampliado no século XVII e XVIII com a construção de novos edifícios, de entre os quais se destaca um novo e colossal dormitório, de dois pisos, único em Portugal. O ano de 1834 viria a ditar a sucessiva decadência do edificado, consequência direta do decreto da extinção das Ordens Religiosas. A igreja foi convertida em igreja paroquial e as dependências monásticas foram vendidas em hasta pública e os seus edifícios explorados como pedreira até aos inícios do século XX. Classificado de Monumento Nacional, o complexo monástico integra desde 2009, juntamente com mais dois monumentos (Mosteiro de Santa Maria de Salzedas e Convento de Santo António de Ferreirim) o Projeto Vale do Varosa, que já permitiu a requalificação da Igreja do Mosteiro e, desde 2013, a musealização das ruínas, resultado de uma exaustiva escavação arqueológica que decorreu entre 1998 e 2007. Na Casa da Tulha, antigo celeiro monástico, o visitante pode ver a reconstituição tridimensional do Mosteiro, sendo este o espaço que acolhe o centro interpretativo do sítio. O Mosteiro de São João de Tarouca é um dos lugares mais procurados por quem visita a região do Douro e do Varosa.

PictographFountain Altitude 1,663 ft
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Murganheira (fonte)

PictographPanorama Altitude 1,775 ft
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Panorâmica de Salzedas

PictographPark Altitude 1,578 ft
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Parque Ribeirinho de Tarouca

O Parque Ribeirinho de Tarouca representa uma mancha verde que se inicia no Castanheiro do Ouro e se estende numa área total de aproximadamente 7,5 hectares (o equivalente a cerca de sete campos de futebol). É, por excelência, um espaço privilegiado para o lazer, desporto e diversão, possuindo valências que o tornam num ponto de visita preferencial para os tarouquenses e para todos os que visitam o território.

PictographMonument Altitude 1,626 ft
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Pelourinho de Ucanha

Em 1504, Ucanha foi nomeada cabeça do couto de Salzedas, passando, por isso, a dispor do estatuto concelhio, de que disfrutou até 1836. O actual pelourinho não é o que acompanhou o impulso concelhio verificado no reinado de D. Manuel, mas sim outro edificado por volta de 1673, segundo opinião de alguns autores. Implantado na principal praça da localidade, junto da antiga Câmara, apoia-se sobre plataforma oitavada de quatro degraus. O fuste é de secção oitavada e integra anel central, sobre o qual se dispõe uma inscrição praticamente ilegível, onde, de acordo com algumas interpretações, se inscreveu o ano de 1673. O coroamento é formado por capitel de inspiração jónica, tendo numa das faces o brasão real. Desmantelado aquando das Lutas Liberais, o pelourinho foi reconstruído em 1935, a partir de dois elementos remanescentes, que haviam sido reutilizados numa construção privada da aldeia de Murganheira.

PictographBridge Altitude 1,480 ft
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Ponte Fortificada de Ucanha

A mais conhecida passagem do rio Varosa é a ponte de Ucanha, provavelmente edificada durante os séculos XIV-XV, substituindo uma outra de filiação romana. A torre que lhe está adossada foi construída em 1465 por iniciativa do abade do Mosteiro de Santa Maria de Salzedas, D. Fernando, marcando a entrada no couto monástico e servindo como depósito do pagamento da portagem que os viandantes aqui entregavam para a transporem. Por ordem deste abade foi erigido em 1472 um hospital nas proximidades da ponte, para auxílio dos pobres e viajantes, possivelmente no local onde hoje se mantém uma porta de cariz medieval. Aqui passava a estrada, já desde a época romana, que de Lamego se dirigia para o interior, passando por Moimenta da Beira e Trancoso, podendo-se ainda hoje observar alguns troços de calçada bem conservados. Inevitavelmente, também aqui parte um caminho em direção ao Mosteiro de Santa Maria de Salzedas. A Ponte Fortificada de Ucanha integra o projeto Vale do Varosa desde abril de 2014.

PictographBridge Altitude 1,520 ft
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Ponte das Regadas (medieval)

PictographBridge Altitude 1,604 ft
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Ponte Românica de Mondim da Beira

Num lugar com paisagem inesquecível, onde correm as refrescantes águas do rio Varosa, encontra-se a Ponte Românica de Mondim da Beira, uma impressionante edificação construída durante a transição para o século XIV. Com traços do românico e do gótico, esta é uma ponte com dois arcos desiguais, o que parece evidenciar mais do que uma fase construtiva. A ponte possui um tabuleiro de passagem em planos diferentes, atingindo o seu ponto mais alto no enfiamento do fecho do arco maior. Não é apenas a beleza da flora que se espalha por toda a envolvente desta ponte histórica, aqui é possível vislumbrar diversos animais que participam rotineiramente neste quadro de natureza viva.

PictographBridge Altitude 1,636 ft
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Ponte Românica de Vila Pouca de Salzedas

Esta pequena ponte de um só arco encontra-se num dos locais mais belos ao longo do rio Varosa. Local de visita obrigatória, para desfrutar de toda a zona envolvente de rara beleza, num conjunto de quedas de água e densa vegetação. A construção da ponte românica de Vila Pouca de Salzedas deve-se aos monges do mosteiro de Salzedas e datará do mesmo período do mosteiro, século XII. A ponte facilitava a ligação entre Salzedas e Lamego. Junto à ponte existem três moínhos, cada um com características diferentes, de acordo com o cereal que moíam: milho, centeio ou cevada. O acesso à ponte é feito por um caminho íngreme, estreito e de piso irregular de cerca de 150m pelo que, apesar de ser acessível por carro, recomenda-se a ida a pé. A ponte, rodeada de densa vegetação, está localizada num segmento do rio Varosa pontoado por cascatas e rápidos.

PictographBridge Altitude 1,737 ft
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Ponte Românica de São João de Tarouca

Por entre o casario, montes e rio reúnem-se na paisagem ornada, ao fundo, pela Ponte Românica de São João de Tarouca. A história dos monges cistercienses está marcada nas suas pedras, tendo sido os responsáveis pela sua edificação. A ponte, em alvenaria de granito, foca-se numa construção com três olhos sendo o central maior e mais alto do que os que estão nas laterais.

PictographBridge Altitude 1,577 ft
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Ponte de madeira (ribeira de Tarouca)

PictographWaypoint Altitude 1,553 ft
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Quinta das Regadas

PictographProvisioning Altitude 1,710 ft
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Restaurante Casa do Forno

PictographRiver Altitude 1,522 ft
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Rio Varosa

Tal como o rio Paiva, o rio Varosa nasce na serra de Leomil. Corre para Norte para desaguar em frente do Peso da Régua. Foi provavelmente nesta zona do Douro, centrada na cidade de Lamego, que nasceu o vinho generoso que viria a ser aprimorado no Vinho do Porto. Da importância que teve no início da nacionalidade ficam os numerosos monumentos românicos e, dentre estes, belíssimas pontes. Um pouco antes de encontrar o Douro, o rio Varosa é retido numa barragem. É logo abaixo do paredão da barragem que vamos encontrar a ponte da Geia que liga, através de um caminho antigo, as povoações de Sande e Valdigem.

PictographMonument Altitude 1,486 ft
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Torre de Ucanha

A primeira configuração deste monumento único deve ter ocorrido na segunda metade do século XII, altura em que esta parcela do território estava vinculada ao Couto do Mosteiro de Salzedas. A ponte encontrava-se à entrada dessa circunscrição e o aglomerado urbano formado em torno dela aparece denominado como Vila da Ponte. O conjunto patrimonial que hoje vemos, todavia, data de época posterior, eventualmente do século XIV, época em que se reconstruiu a ponte e a torre que a tutela. A ponte é em duplo cavalete, como foi normal na pontística medieval, e encontra-se suportada por cinco arcos apontados, sendo o central de vão muito maior, vencendo a largura do leito do rio Varosa. Os pés direitos deste arco médio são os únicos a possuir reforço por talhamares. Mas a maior originalidade deste monumento é a associação de uma torre à ponte, como forma de protecção e de controlo de pessoas e bens. Num mundo feudal, em que as passagens sobre os rios eram poucas, a cobrança de portagem constituía um rendimento adicional (em alguns casos de extrema importância), e é precisamente à luz desse imposto que se deve entender a existência desta torre. Implanta-se do lado do mosteiro de Tarouca e é de planta quadrangular com três pisos, dispondo de dispositivos militares nas quatro faces, concretamente balcões de matacães axiais ao nível do derradeiro andar, complementados por escassas seteiras. Ao longo do século XIV foram várias as tentativas para isentar grupos de moradores do pagamento de portagem, todas votadas ao insucesso por imposição dos monges de Salzedas. Em 1465 há a notícia de o conjunto ter sido intervencionado, por acção do abade D. Fernando de Salzedas. Desconhece-se o alcance dos trabalhos então realizados, mas é de supor que tenham sido de alguma importância, a ponto de se associar uma epígrafe comemorativa da empreitada. Infelizmente, as marcas desse projecto quatrocentista não são facilmente identificáveis e o conjunto aguarda um estudo mais completo que possa evidenciar o que então se efectuou. A partir de 1504 a portagem foi extinta e o monumento perdeu grande parte da sua função inicial. O tabuleiro continuou a ser o meio privilegiado de passagem na zona, mas a torre entrou em decadência, permanecendo apenas como armazém de produtos. Esta tendência degenerativa só foi invertida na década de 30 do século XX, altura em que a DGEMN empreendeu o restauro do conjunto.

PictographWaypoint Altitude 1,325 ft
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TR Cascata do Varosa

PictographWaypoint Altitude 1,528 ft
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Ucanha (rua do Pelourinho)

Comments  (4)

  • Photo of Aiguille du Midi
    Aiguille du Midi Oct 22, 2023

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    Gostei muito desta primeira etapa do Caminho dos Monges, é realmente monumental! Na verdade, é preciso algum tempo extra para se poder visitar todos os locais muitíssimo interessantes por onde este trilho passa. E, aliada a esta faceta histórica, há ainda toda a beleza natural do Vale do Rio Varosa, um rio que em muitos locais ainda corre quase em estado selvagem. É uma etapa mesmo muito bonita e que me deu muito prazer percorrer! Muito bom, grande abraço.

  • Photo of João Marques Fernandes
    João Marques Fernandes Oct 22, 2023

    Obrigado pela excelente avaliação e importante comentário ao trilho, Aiguille du Midi. Esta GR64 já estava na calha faz algum tempo e acho que o fizemos na altura certa. Um pouco de calor a mais mas, mesmo assim, aceitável. E é incrível como numa só etapa estão tantos e tão importantes monumentos concentrados, que chega a ser difícil visitar todos. Foi excelente, sem dúvida, e na melhor das companhias!! Grande abraço e até breve.

  • Photo of _BIO_RAIA_
    _BIO_RAIA_ Oct 22, 2023

    Já caminhei por terras do Varosa e gostei muito. Ucanha, Salzedas, São João de Tarouca e Tarouca têm imenso património histórico e a região é muito fértil, com muitas árvores de fruta, oliveiras, castanheiros e vinhas. Lembro-me, inclusive, de ter percorrido partes do atual Caminho dos Monges que na altura ainda não existia, exceto um curto caminho que terminava na ponte românica de São João de Tarouca. O Vale Varosa é, sem dúvida, muito bonito e caminhar por esses velhos caminhos deu-me imenso prazer, tenho que lá voltar! Obrigado pela partilha, abraço e boas caminhadas.

  • Photo of João Marques Fernandes
    João Marques Fernandes Oct 22, 2023

    Obrigado, _BIO_RAIA_, pelo simpático comentário. É um prazer artilhar estas aventuras. Temos que voltar a Ucanha e almoçar na excecional Casa da Eira!! Grande abraço.

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