GR64: Caminho dos Monges (etapa 2/2) - Cascata do Varosa (turismo rural) ao Peso da Régua
near Gouviães, Viseu (Portugal)
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O Caminho dos Monges, que liga o Concelho de Tarouca a Lamego, é o mesmo que foi percorrido pelos Monges da Ordem de Cister há séculos atrás…
É um projeto supramunicipal que envolve dois municípios, Lamego e Tarouca, tendo uma extensão total aproximada de 42 km, cerca de 19 Km no concelho de Lamego e 23 km no concelho de Tarouca.
A presença dos Monges de Cister no Vale Varosa é prova irrefutável da importância deste território ao nível regional, nacional e internacional. Nada é mais genuíno do que a origem, e a história do Vale Varosa transporta-nos à génese do nosso país. Dom Afonso Henriques havia proclamado Portugal como país em 1139 porém naquele tempo o estatuto de país carecia de reconhecimento papal. São Bernardo Claraval, o mentor da Ordem de Cister, tio do Primeiro Rei de Portugal, sabia que a fundação de um convento no território português era fundamental para sensibilizar o Papa Alexandre III a reconhecer Portugal como um país de pleno direito. Assim nasce o Mosteiro de S. João de Tarouca, o primeiro Mosteiro Cisterciense, o início do Caminho dos Monges, e igualmente um novo caminho para o nosso Portugal.
As terras do Vale Varosa fixaram os Monges de Cister, os chamados Monges Brancos, e a sua ligação ao primeiro Rei de Portugal, D. Afonso Henriques, fê-los crescer, aumentando as suas propriedades e criando um maior poder sobre o território e sobre quem aqui vivia. A sua audácia e ousadia impeliram-nos a seguir o curso da água, o curso do Rio Varosa, que os levou até ao Douro, onde cedo perceberam da riqueza agrícola do território, e onde nasce a primeira quinta de produção de vinho doce de Lamego, a Quinta do Mosteiro.
Percorrer o Caminho dos Monges é partir à descoberta de um território ímpar, prodigiosamente rico em história, religião e património, que convida a uma aproximação tátil, e à descoberta dos usos e costumes tradicionais que estes deixaram. É maravilhar-se com os locais de culto e meditação dos monges brancos, e fruir da perfeita simbiose entre a história e a natureza, que nos impele a ser capazes de tocar e respirar os lugares por onde o Caminho nos transporta.
Percorrer este Caminho é descobrir o Mosteiro de S. João de Tarouca, conhecer a Portagem Medieval da Ponte e Torre de Ucanha, apreciar o imponente Mosteiro de Santa Maria de Salzedas, visitar a Capela de S. Pedro de Balsemão, percecionar a singularidade das primeiras instalações da Companhia Hidroelétrica do Varosa, percorrer o traçado da épica linha de caminho-de-ferro entre Régua e Lamego e contornar a Quinta do Mosteirô, chegando assim ao Douro Património Mundial, sempre ladeado de uma paisagem arrebatadora.
O Caminho dos Monges representa, por isso, muito mais do que um projeto de promoção turística territorial e de valorização do interior, é um projeto de cariz cultural que pretende associar as vivências seculares dos Monges, à riqueza patrimonial e histórica da região, à grandeza única dos vales do rio Varosa e Douro, apresentando- se como um conteúdo diferenciador para um maior engrandecimento do Douro, ligado à génese do Vinho do Porto, e constituindo-se como o primeiro grande caminho de ecoturismo cultural nacional.
VALE VAROSA
FRAGAS DO VAROSA
- ETAPA 2/2: DA CASCATA DO VAROSA (turismo rural) AO PESO DA RÉGUA
- O Caminho dos Monges é uma Grande Rota dividida em 2 etapas mas que pode ser realizada de uma só vez (embora considere que percorrer uma só etapa de 42 kms seja algo excessivo mas...). As duas etapas, embora se desenvolvam essencialmente pela região do Varosa, são significativamente diferentes, quer pela paisagem que atravessam, quer pelos pontos de interesse espalhados ao longo das jornadas, o que faz deste caminho uma experiência variada e bastante rica. É um trilho linear, com marcações específicas das grandes rotas (vermelho e branco) e com painéis informativos dispersos ao longo do traçado. Também coincide, pontualmente, com marcas de PRs desta região. Pode ter início em qualquer uma das extremidades (Peso da Régua ou São João de Tarouca), embora a opção aconselhada seja na direção do rio Douro, pois no sentido oposto, para montante do rio Varosa, o percurso faz-se sempre em declive ascendente;
- Em termos de logística, sendo linear, este percurso requer uma preparação prévia, o que nem sempre facilita a oportunidade de o querermos percorrer. O ideal será deixar um carro numa das extremidades (final, de preferência) e deslocarmo-nos noutro veículo para o início (carro próprio, também, ou alugar um serviço de táxi). Como éramos apenas duas pessoas para percorrer este caminho, optamos pela seguinte solução: no primeiro dia deixamos de manhã cedo o nosso veículo na unidade hoteleira onde pernoitamos (Cascata do Varosa), tendo previamente acordado com a gerência um transporte particular até São João de Tarouca. No segundo dia partimos rumo ao Peso da Régua onde, à chegada, requisitamos o serviço de um táxi para nos levar de regresso à unidade hoteleira onde havíamos deixado o carro. Foi a solução possível, mas outras haveria, pelo que considero que esta logística deve ficar ao critério de cada um, em função da sua disponibilidade económica e temporal;
- De forma a facilitar-nos a orientação no terreno, optei por seguir o percurso publicado por Zé Mustaine (a quem desde já agradeço a partilha), testado no terreno em março de 2023. Seguimos praticamente o mesmo traçado (salvo uma ou outra derivação) e na mesma direção (sentido jusante do Varosa);
- A 2ª etapa também se revelou bastante acessível, apenas com uma subida mais pronunciada e em alcatrão depois de passar a Ponte de Recião. Assim, após pernoita na unidade hoteleira de turismo rural "Cascata do Varosa", retomamos o percurso na direção de Vila Pouca de Salzedas onde, à saída desta se encontra mais uma belíssima Ponte Românica sobre o rio Varosa que, nesta zona, é bastante revoltoso devido a várias formações rochosas que originam rápidos e pequenas quedas de água. Cruzado o rio sobre a ponte e continuando por uma velha calçada granítica, no topo de uma curta subida surge-nos, à esquerda, o desvio para outra unidade hoteleira aqui referida, a Quinta dos Padres Santos. Descendo umas centenas de metros pela estrada da Quinta dos Cubos, o percurso corta para a esquerda, em caminho de terra, contornando os terrenos agrícolas da Quinta da Capela. Segue-se agora por um bonito caminho, de novo junto ao rio Varosa, por um estreito vale encaixado entre fragas e apontamentos dispersos de socalcos de oliveiras embrenhados num frondoso carvalhal. A determinada altura o trilho desce abruptamente para o rio, de forma a que se cruze este sobre uma ponte pedonal em madeira. Já na margem direita, ainda em estreito caminho, segue-se na direção da Ponte de Recião. Neste local tem início uma subida em estrada de alcatrão, com cerca de 2 kms, até ao Miradouro natural de Figueira. Aqui vira-se à esquerda e, deixando para trás a estrada alcatroada, o percurso desenvolve-se agora encosta abaixo por caminhos de terra entre vinhedos, com o vale do rio Varosa na paisagem a evidenciar, mais uma vez, toda a sua riqueza natural e agrícola. Entramos na zona das vinhas durienses, pelos seus peculiares socalcos e assim vamos descendo na direção do rio até à Capela da Senhora da Pedra, mesmo à entrada da Albufeira do Varosa. Cruza-se uma primeira ponte e pouco depois cruza-se uma segunda, mas desta vez sobre o rio Balsemão que aqui vem desaguar. Continuando pela marginal da albufeira chega-se à Barragem do Varosa e, logo a seguir, surgem as escadas de acesso aos passadiços dos dois primeiros Varandins do Varosa, duas estruturas de madeira construídas sobre as fragas e que proporcionam vistas panorâmicas de cortar a respiração. São, sem dúvida, dois terraços panorâmicos soberbos, dos mais espetaculares que já tive o prazer de visitar. Depois o percurso afasta-se para o interior, passando 3 vezes por baixo da A24 antes de se chegar ao terceiro Varandim do Varosa, outra estrutura estrategicamente construída para nos oferecer uma vista privilegiada sobre uma paisagem única e grandiosa. Daqui desce-se a encosta até encontrarmos a Estrada Nacional 2 onde, percorridos 400 metros, surge à direita o desvio para a variante GR64.1, um corte no percurso que o reduz em cerca de 4 kms. Optamos por fazer a rota completa, seguindo em frente pela N2 até se tomar um desvio à esquerda que nos irá conduzir por um circuito ao longo das vinhas da Quinta do Mosteirô. NOTA: muito sinceramente, não considero que estes 4 kms sejam um valor acrescido a todo o caminho já efetuado. É um percurso extra, algo monótono, e cujo único atrativo serão as vistas panorâmicas sobre a cidade de Peso da Régua. Convenhamos que, no final de duas etapas plenas de fabulosos monumentos e paisagens esplendorosas, esta "voltinha" por entre vinhas nada de especial veio acrescentar, a não ser mais algum cansaço e a sensação de que já se podia estar na Régua, sentados numa esplanada a beber algo fresco e a contemplar o belo Douro... enfim, experimentamos e não ficamos convencidos! Após este circuito, o trilho desce para a Ponte Ferroviário do Varosa, atravessa-a e segue pela antiga linha desativada e desmantelada, num último troço a acompanhar o Rio Varosa antes deste desaguar no Douro. É um percurso lindíssimo, bucólico, que já soa a despedida, pois a Régua está cada vez mais próxima. Chegados à rotunda onde se cruzam a N2 e a N222 (duas das mais bonitas estradas de Portugal), surge finalmente a Ponte Metálica da Régua, a qual percorremos até ao seu extremo oposto, entrando na cidade de Peso da Régua e seguindo até à sua Estação de Caminho de Ferro, local onde demos por terminada esta segunda e última etapa deste magnifico e muito bem desenhado Caminho dos Monges (GR64);
- Este percurso apresenta marcações "oficiais" nos dois sentidos. Porém, de forma a evitar enganos ou acrescentar kms desnecessários, aconselha-se o uso de GPS (foi a minha opção) ou de aplicações de telemóvel;
- Misto de caminhos de terra e rurais, arruamentos e algum piso alcatroado;
- Esta segunda etapa tem características diferentes da primeira pois, ao invés da monumentalidade da etapa anterior, nesta entramos na paisagem moldada pelo homem: os socalcos das vinhas durienses. Além disso, acompanhamos os kms finais do rio Varosa antes deste desaguar no Douro e a albufeira que forma junto da sua barragem, assim como as estonteantes fragas e escarpas que adornam as suas margens. Pelo meio há lugar para conhecer a bela ponte Românica de Vila Pouca de Salzedas e a ponte de Recião (de origem romana), o Miradouro natural de Figueira e a Capela da Senhora da Pedra, as belas vistas panorâmicas sobre a Albufeira e a Barragem do Varosa, os impressionantes Varandins Panorâmicos do Varosa, as vinhas da Quinta de Mosteirô e as vistas panorâmicas sobre o Peso da Régua, as pontes Ferroviária do Varosa e Metálica da Régua e toda a maravilhosa envolvente das vinhas do Douro. Concluindo, a 2ª etapa do Caminho dos Monges vem confirmar o que a 1ª já nos tinha oferecido: monumentalidade histórica, beleza natural e paisagem moldada pelo homem que nos transporta para as memórias da fundação da nossa nacionalidade através do legado deixado pelos "Monges Brancos" de Cister ao longo do Vale Varosa. Na sua totalidade, este é um percurso belíssimo e culturalmente muito rico, cujo excelente traçado dá imenso prazer percorrer e conhecer. Muito bom, sem dúvida!
PONTE DE RECIÃO
PONTE METÁLICA DA RÉGUA
- TURISMO RURAL CASCATA DO VAROSA
- Situado num bucólico território, recolhido como um tesouro a preservar, o empreendimento Turismo Rural Cascata do Varosa é um espaço onde a vida ganha uma nova dimensão.
Aqui, somos tomados por sensações indizíveis, onde a tranquilidade parece ganhar uma forma física. A quietude que aqui se experimenta é apenas perturbada pelos sons do rio que corre mesmo ao lado, pelos pássaros que cantam imperturbáveis, ou pelos animais silvestres que se ouvem mas não se vêm; é a fuga perfeita para todos os que precisam de se afastar dos ritmos acelerados das cidades.
PÁGINA OFICIAL
- QUINTA DOS PADRES SANTOS
- A Quinta dos Padres Santos é o que resta de uma propriedade duriense de um casal que, por darem pão aos pobres, se tornaram os Padres Santos nos finais do séc. XIX, nos domínios da Ordem de Cister em Portugal. Nesta época Padre significava Pai, ou seja, este tinha a responsabilidade de sustentar a família. E foi o que este casal fez, sentiu-se responsável por fazer esta obra de beneficência às pessoas da região. Todos os dias com a farinha que produziam nos dois moinhos de água da Quinta, faziam o pão nos dois fornos de lenha, que depois distribuíam aos pobres da região.
Atualmente a Quinta dos Padres Santos é um empreendimento de agroturismo que alia a agricultura ao património etnográfico recuperado e adaptado ao conforto dos dias de hoje.
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ESCADARIA DA BARRAGEM DO VAROSA (PORMENOR DO PERCURSO)
FRAGAS DO VAROSA (PORMENOR DO PERCURSO)
Outros percursos realizados nesta região:
GR64: Caminho dos Monges (etapa 1/2)
PR3 - Complexo de Trilhos de Tarouca
De Salzedas a Ucanha, pela Rota das Vinhas de Cister
PR1 LMG - Serra das Meadas (alargado ao Santuário de Nª Srª dos Remédios e centro histórico de Lamego)
PR6 LMG - Percurso das Máscaras de Lazarim + PR4 LMG - Percurso da Anta de Mazes
CAMINHO DE BOSQUE NO VALE VAROSA
VILA POUCA DE SALZEDAS (PORMENOR DO PERCURSO)
- GRAU DE DIFICULDADE DA ETAPA 2/2
- 65 - FÁCIL
ANÁLISE DETALHADA. (Em função da preparação física de cada pessoa, este gráfico indicará o grau de dificuldade do percurso. No meu caso, considerei a minha preparação física como sendo ALTA)
IBP INDEX
PANORÂMICA DAS VINHAS DO DOURO
PONTE PEDONAL SOBRE O RIO VAROSA
- LAMEGO
- Cidade antiquíssima, datando já do tempo dos romanos, foi reconquistada definitivamente em 1057 por Fernando Magno de Leão aos mouros; quando os distritos foram instituídos em 1835 por uma reforma de Mouzinho da Silveira, Lamego foi inicialmente prevista como sede de distrito; mas nesse mesmo ano a sede do mesmo foi deslocada para Viseu, devido à sua posição mais central. Foi em Lamego que teriam decorrido as lendárias Cortes de Lamego, onde teria sido feita a aclamação de D. Afonso Henriques como Rei de Portugal e se estabeleceram as "Regras de Sucessão ao Trono". É sede da diocese de Lamego (a única diocese portuguesa que não corresponde a uma capital de distrito), e no concelho são numerosos os monumentos religiosos, dos quais se destacam a Sé Catedral, a Igreja de São Pedro de Balsemão e o Santuário da Nossa Senhora dos Remédios, que dá também o nome a Romaria anual cujo dia principal é o 8 de Setembro, que é também o feriado municipal. Conhecida também pela sua gastronomia, nas qual se destacam os seus presuntos, o "cabrito assado com arroz de forno" e pela produção de vinhos, nomeadamente vinho do Porto, de cuja Região Demarcada faz parte, e pelos vinhos espumantes.
Perde-se na bruma do tempo a origem de LAMEGO. Segundo o autor Pina Manique e Albuquerque citado pelo historiador Gonçalves da Costa (1977, p. 45, vol.1), " o topónimo “Lamego” compõe-se dum radical lígure ou ambro-ilírio Lam, e o sufixo aecus, revelador dum gentílico. Lamaecus era, pois, o nome dum possessor dum fundo agrário hispano-romano, instituído no séc. III junto ao burgo que se ia desenvolvendo à roda do castelo..."
Em tempos remotos habitaram esta região Lígures e Túrdulos que, na fusão com os Iberos, deram Lusitanos. Durante a presença romana, a região de Lamego era habitada pelos Coilarnos, como testemunham vários achados arqueológicos como aras, estelas, cipos e outros monumentos.
Pela localização do castelo, apenas acessível por poente, tudo leva a crer que lá houvesse um castro. As Inquirições Afonsinas (século XIII) citam o Castro de Lameco como sinónimo de uma fortificação medieval. Destruída pelos romanos, os habitantes tiveram que descer dos seus abrigos alcantilados para se dedicarem ao cultivo das terras, influenciados pela civilização de Roma. Lamego torna-se cristã quando o rei dos Visigodos Recaredo I se converte ao Cristianismo. Em 570, no Concílio de Lugo, aparece-nos referenciado Sardinário como Bispo de Lamego.
O rei visigodo Sisebuto, durante o seu reinado entre o ano de 612 e 621, cunha aqui moeda, o que atesta bem da importância comercial, cultural e histórica de Lamego. Seguem-se tempos alternativos de paz e guerra. Ora cristã, ora árabe, mudou de mãos várias vezes até que Fernando Magno de Leão a conquistou definitivamente em 29 de Novembro de 1057. Perdeu entretanto a sede de diocese, sendo esta restaurada em 1071. Em 1128, no alvor da nacionalidade, o aio do nosso primeiro rei, D. Egas Moniz, tem a tenência de Lamego e residência em Britiande, ficando senhor de Riba–Douro, entre o Paiva e o Távora, alcançando ainda terras de Côa. D. Sancho I concedeu-lhe carta de couto em 1191. Lamego foi crescendo à volta de dois polos: Sé e Castelo. Em 1290, D. Dinis deu carta de feira à cidade (Viterbo, 1962), chegando a vir mercadores de Castela e de Granada, comercializando as especiarias e os tecidos orientais.
Durante o séc. XV fruiu as vantagens de uma situação privilegiada, numa das mais concorridas vias de trânsito do Ocidente da Península, ligando as cidades de Além-Douro, Braga e Guimarães, por Alcântara e Mérida a Córdova e a Sevilha. Rota preferida na Romagem a Compostela (Albuquerque, 1986). No entanto, dois importantes acontecimentos fizeram mudar completamente a vida económica e social desta região: a conquista de Granada que lançou fora da Península os últimos mouros, levando consigo o ânimo comercial; e a descoberta do caminho marítimo para a Índia, enfraquecendo todo o comércio de Lamego. D. Manuel outorgou-lhe foral novo em 1514. Ainda durante o séc. XVI é nomeado bispo de Lamego D. Manuel de Noronha, um dos mais notáveis prelados de Lamego. Ocupando a mitra durante dezoito anos, foi apelidado “o grande construtor” e é com ele que começa verdadeiramente o culto a Nossa Senhora dos Remédios. Nos séculos XVII e XVIII começam a ser construídos, em Lamego, os solares, a que não é certamente alheio o incremento do comércio do vinho generoso do Douro e a proteccão que lhe foi dada pelo Marquês de Pombal com a criação da Região Demarcada do Douro e Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro. Em 1835, Lamego foi capital de distrito mas haveria de a perder em favor de Viseu, pelo decreto de Dezembro desse mesmo ano, criado pelo ministro do reino, Luís Mouzinho de Albuquerque. Em 1919, com a tentativa de restauração monárquica, Lamego tem de novo a sede efémera de capital de Distrito, por apenas vinte e quatro dias (Almeida, 1968).
Na segunda metade do século XIX, sob a presidência do Visconde Guedes Teixeira, Lamego conhece o caminho da modernização com a abertura de novas avenidas, ainda hoje consideradas as mais importantes da cidade. Já após a implantação da República e sob a presidência de Alfredo de Sousa, Lamego conhece novo surto de desenvolvimento, sendo nessa altura coberto o rio Coura, que até então passava a descoberto pela baixa da cidade. Lamego é um importante e incontornável centro histórico e cultural do Douro.
PIOCAS NO SOPÉ DA BARRAGEM DO RIO VAROSA
ALBUFEIRA DO RIO VAROSA
Waypoints
GR64.1 - Variante curta
NOTA: neste local é possível optar-se por encurtar a etapa, em cerca de 4 kms, descendo-se diretamente para a ponte ferroviária do Varosa.
Barragem do Varosa
A Barragem de Varosa localiza-se no município de Lamego, distrito de Viseu, Portugal. Situada no rio Varosa, em plena Bacia do Douro, a barragem entrou em funcionamento em 1976. As espécies piscícolas mais comuns são o barbo, a boga, o escalo e a truta. O local costuma servir de ponto de chegada das provas de canoagem nos rios Varosa e Balsemão.
Estrada Nacional 2
A antiga Estrada Real de Portugal, a Estrada Nacional 2 (N2) é a mais extensa estrada portuguesa, somando 739,26 quilómetros, e a única na Europa que atravessa um país em toda a sua longitude (há apenas mais duas no mundo: Route 66, nos EUA, e Ruta 40, na Argentina). Estende-se de Norte a Sul, ligando a cidade de Chaves, em Trás-os-Montes, à cidade de Faro, no Algarve. Instituída a 11 de maio de 1945 no Plano Rodoviário pelo decreto-lei n.º 34593, a Estrada Nacional 2 tem a presença das construções da arquitetura filipina, remetendo o início da sua história para séculos passados, onde fora criada para servir centralmente o reino português, intitulando-se de Estrada Real. A história da N2 confunde-se com a história de muitos de nós, pelas mais diversas e curiosas razões. Quem não contou carros, jogou à bola ou ao pião, ou simplesmente assentou o pé descalço neste chão? Quem não olhou o infinito das retas, ou espreitou uma curva, sonhando com o que poderia vir? A Nacional 2 é Portugal!
Miradouro natural de Figueira
Numa simples curva onde nada de especial parece existir, eis que surge uma paisagem arrebatadora. O rio Varosa serpenteia entre as vinhas do vale criando uma verdadeira tela natural. Uma placa informativa faz-nos saber que daqui é possível observar a barragem, a cidade de Lamego e as serras das Meadas, do Marão e do Alvão.
Panorâmica da Albufeira do Varosa
A barragem de Varosa localiza-se no município de Lamego, distrito de Viseu, Portugal. Situa-se no rio Varosa. A barragem entrou em funcionamento em 1976. A albufeira da barragem apresenta uma superfície inundável do Nível Pleno de Armazenamento de 0,7 km² e tem uma capacidade total de 12,943 Mio. m³.
Ponte Ferroviária do Varosa
Construída entre 1931 e 1932, com 148 m de comprimento e uma altura de 40 m, esta ponte serviria a futura linha ferroviária de Lamego. Com o cancelamento das obras no final da década de 1930, esta ponte atualmente serve apenas para a travessia pedonal e para a observação da paisagem envolvente.
Ponte Metálica da Régua
A ponte metálica foi mandada construir em 1872 pelo Rei D. Luís I para atravessamento rodoviário do Rio Douro e desativada desde 1949 devido ao estado de degradação do tabuleiro em madeira. Nesta data, a intervenção promovida em parceria pelo Município do Peso da Régua e as Estradas de Portugal na ponte metálica, permite a reutilização da estrutura, num contexto urbano e paisagístico único, com um uso mais adequado às suas caraterísticas preexistentes e em ligação com a rede de percursos pedonais à cota alta e baixa do rio Douro de elevada capacidade polarizadora.
Ponte de Recião
Ponte de origem supostamente romana (embora não tenha encontrado informação fiável acerca da origem desta ponte, a mesma é frequentemente referida como sendo romana). Sobre ela passa passa a via rodoviária N 226-2.
Ponte Românica de Vila Pouca de Salzedas
A construção da ponte românica de Vila Pouca de Salzedas deve-se aos monges do mosteiro de Salzedas e datará do mesmo período do mosteiro, século XII. A ponte facilitava a ligação entre Salzedas e Lamego. Junto à ponte existem três moínhos, cada um com características diferentes, de acordo com o cereal que moíam: milho, centeio ou cevada. O acesso à ponte é feito por um caminho íngreme, estreito e de piso irregular de cerca de 150m pelo que, apesar de ser acessível por carro, recomenda-se a ida a pé. A ponte, rodeada de densa vegetação, está localizada num segmento do rio Varosa pontoado por cascatas e rápidos.
Ponte sobre rio Balsemão
O Balsemão é um rio português que nasce na Serra de Montemuro no lugar de Rossão. No seu percurso passa por Lamego indo desaguar logo a seguir na margem esquerda do rio Varosa.
Vinhedos
Um vinhedo é uma plantação de videiras, cultivadas principalmente para vinificação, mas também passas, uvas de mesa e sumo de uva sem álcool. A ciência, prática e estudo da produção da vinha é conhecida como viticultura.
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Information
Easy to follow
Scenery
Moderate
Este caminho é muito bonito! A segunda etapa é bastante diferente da primeira, sendo que nesta segunda privilegia-se essencialmente a paisagem de influência duriense. Além disso, os últimos quilómetros do rio Varosa são espetaculares, sobretudo depois da Barragem, com os Varandins panorâmicos a surpreender quem por lá passe. No total, é um caminho fantástico, cheio de paisagens incríveis numa região muito fértil. Gostei imenso e quero voltar, foi excelente. Grande abraço.
Viva, Aiguille du Midi! Muito obrigado pela excelente avaliação e comentário ao trilho. Foram duas belas etapas de uma GR muito, muito interessante. Até breve, grande abraço!
Bonito! Espero ter oportunidade de vir também a percorrer este trilho pois gosto muito desta região.
Obrigado pela partilha, abraço.
Obrigado, _BIO_RAIA_, pela avaliação do trilho. A partilha é um prazer. Grande abraço!