Isla - Güemes
near Isla, Cantabria (España)
Viewed 36 times, downloaded 0 times
Trail photos
Itinerary description
A etapa de hoje era curtíssima, a rondar os 12 kms, por estrada e praticamente plana, não havendo por isso necessidade de começar cedo.
Os hábitos porém são o que são e, às 05:30, por mais voltas que desse, já não consegui aguentar-me na cama. Feitas as abluções matinais, recolhida a roupa que estava a secar, e engolidos uns quantos biscoitos, saí para um dia que começava a espreitar por entre as nuvens.
No dia anterior, à noite, chovera ligeiramente e a noite ameaçava ser fresca, mas a manhã mostrava-se promissora e uma T-shirt provou ser suficiente.
Os kms foram desfilando sem me cruzar com ninguém. Nenhum bar, aberto ou fechado, até chegar a Breyo, onde as luzes de um parque de campismo indicavam a possibilidade de comer ou beber alguma coisa. Mas, infelizmente, não abrem tão cedo. Nada a que o caminho do norte não me tenha já habituado.
Quando dei por ela estava em Güemes. O destino para hoje era o famoso albergue Cabaña del Abuelo Peuto.
O albergue funciona numa casa construída por Vicente Peuto em 1910. Foi entretanto consideravelmente aumentada e (re)equipada por forma a albergar cerca de 100 pessoas. O albergue é, já há muitos anos, orientado por um padre de seu nome Ernesto Bustio, que por força das suas variadas iniciativas, nomeadamente o trabalho desenvolvido no albergue, foi agraciado pelo então ainda rei Juan Carlos.
É uma figura e tanto. Maciço, quase imponente. Apesar da idade avançada, mexe-se com agilidade, sempre atento a tudo e a todos. Dono de uma autoridade largamente consentida, espalha tranquilidade à sua volta. Carisma não lhe falta. Para terminar o retrato, ostenta uma farta juba branca e barba a condizer.
Quando cheguei, bem cedo, estava à porta do albergue em animada cavaqueira com mais duas pessoas. Interrompeu a conversa, apresentou-se, perguntou-me o nome e donde vinha. Foi buscar-me um copo de água e entregou-me a uma senhora de idade para proceder ao registo. Melhor seria difícil.
O albergue fornece alojamento, retiro espiritual e alimentação (pequeno almoço, almoço e jantar) sem cobrar qualquer quantia. Vive dos donativos que os peregrinos entendam como adequados ao serviço que lhes foi prestado.
Há ainda uma biblioteca e local para instalação de tendas. Muito bem localizado, no topo de uma colina e com vistas sobre Güemes, o sítio é uma pequena pérola só acessível a portadores de credencial.
Valeu bem a pena passar por aqui e parar. Amanhã sigo para Santander e no dia seguinte regressarei ao Porto.
PS: Reencontrei hoje uma pessoa que não via desde Irún. Uma irlandesa de seu nome Ruby que tem pernas até ao pescoço e uma delas em bastante mau estado. Do resto da malta ainda não chegou ninguém. A meio do almoço reapareceu “The Montana girl” de quem ainda não tinha falado! Trata-se de uma sessentona de Bozeman, que entendeu vender o seu pequeno negócio e gastar um par de anos a calcorrear a Europa. Fala pelos cotovelos, bebe que nem um cossaco e pragueja que nem um carroceiro! Bebemos juntos uma garrafa de tinto.
Os hábitos porém são o que são e, às 05:30, por mais voltas que desse, já não consegui aguentar-me na cama. Feitas as abluções matinais, recolhida a roupa que estava a secar, e engolidos uns quantos biscoitos, saí para um dia que começava a espreitar por entre as nuvens.
No dia anterior, à noite, chovera ligeiramente e a noite ameaçava ser fresca, mas a manhã mostrava-se promissora e uma T-shirt provou ser suficiente.
Os kms foram desfilando sem me cruzar com ninguém. Nenhum bar, aberto ou fechado, até chegar a Breyo, onde as luzes de um parque de campismo indicavam a possibilidade de comer ou beber alguma coisa. Mas, infelizmente, não abrem tão cedo. Nada a que o caminho do norte não me tenha já habituado.
Quando dei por ela estava em Güemes. O destino para hoje era o famoso albergue Cabaña del Abuelo Peuto.
O albergue funciona numa casa construída por Vicente Peuto em 1910. Foi entretanto consideravelmente aumentada e (re)equipada por forma a albergar cerca de 100 pessoas. O albergue é, já há muitos anos, orientado por um padre de seu nome Ernesto Bustio, que por força das suas variadas iniciativas, nomeadamente o trabalho desenvolvido no albergue, foi agraciado pelo então ainda rei Juan Carlos.
É uma figura e tanto. Maciço, quase imponente. Apesar da idade avançada, mexe-se com agilidade, sempre atento a tudo e a todos. Dono de uma autoridade largamente consentida, espalha tranquilidade à sua volta. Carisma não lhe falta. Para terminar o retrato, ostenta uma farta juba branca e barba a condizer.
Quando cheguei, bem cedo, estava à porta do albergue em animada cavaqueira com mais duas pessoas. Interrompeu a conversa, apresentou-se, perguntou-me o nome e donde vinha. Foi buscar-me um copo de água e entregou-me a uma senhora de idade para proceder ao registo. Melhor seria difícil.
O albergue fornece alojamento, retiro espiritual e alimentação (pequeno almoço, almoço e jantar) sem cobrar qualquer quantia. Vive dos donativos que os peregrinos entendam como adequados ao serviço que lhes foi prestado.
Há ainda uma biblioteca e local para instalação de tendas. Muito bem localizado, no topo de uma colina e com vistas sobre Güemes, o sítio é uma pequena pérola só acessível a portadores de credencial.
Valeu bem a pena passar por aqui e parar. Amanhã sigo para Santander e no dia seguinte regressarei ao Porto.
PS: Reencontrei hoje uma pessoa que não via desde Irún. Uma irlandesa de seu nome Ruby que tem pernas até ao pescoço e uma delas em bastante mau estado. Do resto da malta ainda não chegou ninguém. A meio do almoço reapareceu “The Montana girl” de quem ainda não tinha falado! Trata-se de uma sessentona de Bozeman, que entendeu vender o seu pequeno negócio e gastar um par de anos a calcorrear a Europa. Fala pelos cotovelos, bebe que nem um cossaco e pragueja que nem um carroceiro! Bebemos juntos uma garrafa de tinto.
Waypoints
You can add a comment or review this trail
Comments