La Senda de Camille (Pirenéus Ocidentais) - ETAPA 2/7: Lizara a Somport
near Aragüés del Puerto, Aragón (España)
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Trail photos
Itinerary description
O percurso aqui partilhado pode conter erros de GPS ou eventualmente passar por propriedades privadas, ou mesmo através de corta mato e ter passagens por locais que podem ser perigosos para os menos experientes. A descrição do percurso é efetuada à data da sua realização, pelo que se deve ter em atenção que as condições do trilho podem facilmente vir a alterar-se, quer pelas condições meteorológicas, quer por mudança da vegetação, quer por outros fatores inimputáveis à minha vontade. O grau de dificuldade e as condições técnicas atribuídas é baseado na minha experiência pessoal e apenas serve de referência, pelo que não me responsabilizo por qualquer acidente que possa ocorrer por influência ou utilização do percurso aqui disponibilizado.
A Senda de Camille é uma excecional travessia pelas paisagens mais deslumbrantes do Parque Natural de los Valles Occidentales, Parc National des Pyrénées, Pirineo Aragonés e Vallée d'Aspe. Seguindo os passos de Camille, o último urso nativo (fêmea) que teve o seu habitat natural nesta região, parte-se à descoberta de uma zona única da cordilheira dos Pirenéus.
É um percurso com uma média de seis horas de caminhada por etapa, que exige boa condição física, um nível técnico mínimo, capacidades de orientação (interpretação de mapas, manejo de bússola...) e conta com uma rede de refúgios devidamente equipados para que o descanso em cada etapa seja substancial.
A rota desenvolve-se por caminhos transitáveis e existem troços que coincidem com a GR-11 e a Haute Route Pyrénénne (HRP). Embora não existam etapas técnicas, nas zonas altas é possível encontrar neve, terrenos pedregosos e ravinas, pelo que o esforço necessário torna-se constante. Além disso, como as etapas são longas e os desníveis são pronunciados, é necessário estar-se em boa forma e habituado a caminhar em montanha.
Esta travessia não possui marcações específicas. Encontram-se placas típicas do Parque Natural de los Valles Occidentales (verdes) ou do Parc National des Pyrénées (amarelas), que indicam alguns dos pontos por onde se caminha em cada etapa ou para onde nos dirigimos. Também existem marcos de pedra e antigas marcações da GR, vermelhas e brancas.
Nesta aventura pode-se escolher o ponto de partida, a direcção a tomar, a possível subida a qualquer um dos magníficos picos, tais como Petrechema, Castillo d'Acher, Bisaurín ou Acué e visitar locais como os lagos de Estanés e Arlet, o Valle de los Sarrios, o Bosque de las Hayas, a Garganta del Aspe ou o Circo de Lescun.
Em suma, é uma excelente oportunidade para se desfrutar em pleno da riqueza natural destes vales.
Toda a informação necessária acerca deste tour pode ser consultada na sua PÁGINA OFICIAL.
PANORÂMICA DO CIRCO DE BERNERA
PANORÂMICA DO VALLE DE LOS SARRIOS
- ETAPA 2/7: DO REFÚGIO DE LIZARA AO ALBERGUE DE AYSA (SOMPORT)
- A Senda de Camille é um tour dividido em 7 etapas (pode ser realizado em 6), com algumas variantes e algumas ascensões a picos relevantes desta região. É um trilho circular, sem marcações específicas mas com informações de distâncias (essencialmente nas muitas interseções que se encontra) e também com marcas da GR11, sempre que coincide com esta (e coincide bastantes vezes). Pode ter início em qualquer um dos refúgios por onde passa, exceto no refúgio de Arlet (é o único que não tem acesso por estrada ou estradão de terra), pelo que a logística deste tour será sempre opcional em função da direção de onde se vem, do tempo disponível para o percorrer e outras escolhas que se façam. Além disso, na sua PÁGINA OFICIAL, é possível recorrer a uma central de reservas que trata de toda a logística inerente, mediante o pagamento de um valor suplementar. Foi o que fizemos, com a opção SEM GUIA, e realmente compensou pois facilitou-nos imenso trabalho, uma vez que éramos um grupo de amigos (11 pessoas), com todos os imprevistos e dúvidas que nestas situações surgem. A nossa experiência foi muito positiva, tudo correu bem e não tivemos nenhum contratempo logístico, quer com as reservas nos refúgios, quer com toda a informação e documentação que nos disponibilizaram;
- Este percurso teve como orientação o desenho percorrido pelo Kminante del Sur (a quem desde já agradeço a partilha e excelente informação publicada), testado no terreno em agosto de 2019. Seguimos praticamente o mesmo traçado e na mesma direção (sentido contrário aos ponteiros do relógio), excetuando uma ou outra alteração, nomeadamente entre os refúgios de Oza e Gabardito (optamos seguir pela Calçada Romana);
- A 2ª etapa também pode pode ser dividida em 3 partes: numa primeira parte, percorre-se a "Senda de Bernera a Puerto de Bernera", numa gradual subida de cerca de 5 kms que passa por locais emblemáticos, tais como o "Refugio de los Forestales (Caseta de Bernera)" e, um pouco mais à frente, a "Plana Mistresa (Foya de Bernera)", um imponente prado de montanha encaixado sob o "Circo de Bernera". É um local impressionante e de uma tranquilidade ímpar. Continuando em suave subida, passa-se ao lado do "Ibón Viejo", um pequeno lago encaixado no sopé de encostas bem íngremes e, logo a seguir chega-se ao ponto mais elevado da etapa, o "Puerto de Bernera", uma passagem de montanha a 2117 m de altitude. Neste local a paisagem é deslumbrante, pois surge-nos de frente a imensidão do "Valle de los Sarrios", mais um prado de montanha com dimensões inacreditáveis, quer em comprimento, quer em largura. Simplesmente fica-se sem palavras perante paisagens destas!;
- A partir de "Puerto de Bernera" tem início a segunda parte, uma longa e também gradual descida até ao "Ibón de Estanés", primeiro, e depois até à bifurcação para o "Bois de Sansanet", de onde se obtêm uma excecional vista panorámica sobre o "Vallée d'Aspe". Neste trajeto somos brindados com a imensidão do "Valle de los Sarrios", conforme já referi, e as vistas panorâmicas do "Circo de Olibón", antes de se chegar ao "Paso de La Trinchera". No seguimento deste atravessa-se o "Plan de Cantal" até à bifurcação com a GR11 e que nos obriga a sair do trilho em que seguíamos, cortando à direita por um estreito caminho que desce agora na direção do "Ibón de Estanés", um lago de montanha de grandes dimensões, no sopé do "Pico de Acué", magnifico no alto dos seus 2258 m. Contornando o lago sempre a meia encosta, cruza-se o "Puerto de Estanés" e surge-nos agora de frente o "Vallée d'Aspe", com os seus bosques verdes e as estruturas das muitas pistas de esqui que existem ao redor, espalhadas pelos vários picos que rodeiam este vale;
- Chegados à bifurcação para o "Bois de Sansanet", corta-se pela direita e continua-se a marcha descendente para a terceira e última parte da etapa, contornando o vale sempre a meia encosta, até se entrar no denso arvoredo do "Bois de Sansanet", um troço maravilhoso, verde e fresco, onde dá vontade de parar e ficar a ouvir os diversos sons que aqui se misturam, quer do vento na folhagem das árvores, quer dos muitos pássaros que aqui fazem ninho e se abrigam. Após passar por "La Chorrota", cruza-se o "Barranco de Aspe", um pequeno ribeiro de águas frescas (onde aproveitamos para nos refrescarmos e filtrar água para os cantis) e logo a seguir surge o troço mais complicado de toda a etapa, a passagem pela "Golocha de Esper", uma encosta de cascalheiras fruto de contínuas derrocadas. Tal com refiro, mais abaixo, no item "GRAU DE DIFICULDADE DA ETAPA", é fundamental atravessar este troço com cuidado, precaução no pisar e bastante atenção às encostas rochosas. Atravessada a cascalheira, reentra-se no bosque e agora sobe-se pelas encostas de "Causiat" na direção da bifurcação para "Candanchu" e, continuando em frente pela GR11, chega-se ao "Col de Causiat", tomando agora o trilho da esquerda até ao "Col de Bessata". Um pouco à frente, na "Cima de Candanchú" já se vislumbram alguns edifícios, nos quais se inclui a "Capilla de Santiago Apóstol" e o albergue Aysa, ao qual se chega depois de mais uma suave descida. Este será o local de pernoita e término desta 2ª etapa;
- Este percurso, conforme já referi, não apresenta marcações "oficiais". Por conseguinte, de forma a evitar enganos ou acrescentar kms desnecessários, aconselha-se o uso de mapas e bússola, GPS (foi a minha opção) ou as aplicações de telemóvel (estas não são muito fiáveis, pois em grande parte deste tour não se consegue obter rede de telecomunicações);
- Misto de trilhos de pé posto (montanha) e caminhos de terra;
- Novamente estamos perante uma etapa com paisagens maravilhosas, que nos arrebatam a cada instante, tal é a imponência desta cordilheira montanhosa. As paisagens dos Pirenéus e, mais precisamente no caso deste tour, o "Parque Natural de los Valles Occidentales", são de uma beleza avassaladora, com toda a perceção dos muitos maciços rochosos que povoam este imenso território montanhoso. Um especial destaque, nesta etapa, para a imensidão e beleza superlativa dos vales que atravessa, "Plana Mistresa (Foya de Bernera)", "Valle do los Sarrios" e "Plan de Cantal". Além destes, o íncrivel "Ibón de Estanés" e o frondoso "Bois de Sansanet" compõem um conjunto de belezas naturais que fazem de quem por aqui passa verdadeiros felizardos! Em resumo, a segunda etapa deste tour de sete dias apenas veio confirmar tudo o que se imaginava: a beleza e a dureza destas montanhas são indissociáveis. E fazem-nos sentir, perante elas, o quão pequenos somos!
PANORÂMICA DO "SENDERO DE BERNERA"
REFUGIO DE LOS FORESTALES (CASETA DE BERNERA)
- ALBERGUE DE AYSA (SOMPORT)
- Este albergue encontra-se junto às antigas instalações fronteiriças com França, entre Astún e Candanchú, na N-330 em Puerto de Somport e a cerca de 1 km de distância da veterana Estação de Esqui de Candanchú. No exterior tem uma esplanada com mesas e cadeiras. Tem capacidade para 45 pessoas, divididas por quartos de 4px, 6px e 10px;
- Este albergue tem vários andares, pelo que ficamos num andar térreo, em 2 quartos com 6 camas cada (beliche) e que estavam razoavelmente limpos. Todas as camas tem manta e almofada;
- De acordo com a localização dos quartos, existem várias instalações sanitárias com chuveiros (água quente), w.c. e bancadas com lavatórios. No geral, as instalações deste albergue são bastante razoáveis. No entanto, uma situação menos agradável deve ser aqui mencionada: o átrio de acesso aos quartos estava com uma infestação de formigas voadoras, situação essa muito desagradável. Inclusive, não era viável abrir as janelas dos quartos pois os referidos insectos entravam imediatamente. Acredito que possa ter sido uma situação pontual, em resultado das elevadas temperaturas que se fizeram sentir nesta época do ano. No entanto, toda esta situação pareceu-me descurada pelos responsáveis do albergue, o que é de lamentar, pois não houve sequer uma palavra acerca do assunto;
- Para além da sala de refeições existe uma pequena "loja" de produtos alimentares mas cuja variedade é extremamente reduzida e desinteressante. Não sei se tem cozinha livre;
- O serviço de bar e cafeteria é bom, com preços acessíveis e atendimento simpático;
- JANTAR: foi servido um menu bastante bom / PEQUENO-ALMOÇO: razoável e diversificado / PICNIC: com qualidade e preço acessível
PÁGINA OFICIAL
PANORÂMICA DO PICO DE ACUÉ
SENDERO DE LOS SARRIOS (PLAN DE CANTAL)
ETAPAS:
ETAPA 1/7: Gabardito a Lizara (via pico Bisaurín)
ETAPA 2/7: Lizara a Somport
ETAPA 3/7: Somport a Arlet
ETAPA 4/7: Arlet a Lauzart (com desvio a Lescun)
ETAPA 5/7: Lauzart a Linza
ETAPA 6/7: Linza a Oza
ETAPA 7/7: Oza a Gabardito (via Calçada Romana)
LA SENDA DE CAMILLE (integral em 7 etapas, via Bisaurín e Calçada Romana por Selva de Oza)
PANORÂMICA DA CÚPULA DE SECÚS, PICO ALTO DE LA PORTAZA E BRECHA DE SECÚS
PANORÂMICA DO PLAN DE CANTAL
- GRAU DE DIFICULDADE DA ETAPA 2/7
- No geral é uma etapa acessível mas já com uma distância considerável para se percorrer. Os primeiros 5 kms são a subir, numa ascensão gradual pelo "Sendero de Bernera" até ao "Puerto de Bernera". O troço seguinte é uma descida também gradual, que atravessa o "Valle de los Sarrios" até ao "Ibón de Estanés" e assim continua até aos 10,4 kms, onde se encontra a bifurcação para o "Bois de Sansanet". Após atravessar-se o bosque, surge aquele que será o local mais "complicado" desta etapa, a passagem pela "Golocha de Esper", uma encosta de cascalheiras fruto de contínuas derrocadas, o que também leva a uma constante "remarcação" do trilho neste local. É um pequeno troço a meia encosta que requer bastante atenção e prudência, pois facilmente podem rolar pedras. Além disso, como já referi, o trilho nem sempre é evidente pois vai-se alterando a adaptando à morfologia do terreno. Aqui o pisar deve ser feito com precaução de forma a atravessar-se esta zona em segurança. Depois do "Col de Causiat" e até ao albergue de Aysa, o percurso faz-se de forma descontraída.
- 120 - MÉDIA
ANÁLISE DETALHADA. (Em função da preparação física de cada pessoa, este gráfico indicará o grau de dificuldade do percurso. No meu caso, considerei a minha preparação física como sendo ALTA)
IBP INDEX
CAMINHO PELO BOIS DE SANSANET
PANORÂMICA DESDE O COL DE BESSATA
- OBSERVAÇÕES
- Pelo facto de termos realizado este tour no mês de agosto, e devido às temperaturas mais elevadas que normalmente se fazem sentir nesta altura do ano, grande parte das pequenas fontes que existem na montanha (assim como algumas linhas de água) estão secas. Por conseguinte, nesta etapa não encontramos nenhuma fonte com água. Por prevenção, e uma vez que levamos filtro de água connosco, ao passar pelo "Bois de Sansanet", em "La Chorrota", aproveitamos para filtrar água diretamente do "Barranco de Aspe" (ribeiro). No entanto, volto a frisar que é fundamental partir-se de Lizara prevenidos com provisão de água suficiente para se enfrentar esta etapa, que é mais longa que a anterior.
- Uma questão muito importante que obrigatoriamente tem que ser equacionada é a METEOROLOGIA. Nesta região montanhosa, em agosto (sobretudo no início) é usual ao final da tarde formarem-se nuvens de trovoada, com precipitação durante a noite e, algumas vezes, as neblinas matinais também se fazem sentir. Por conseguinte, se chover, com vento e neblina, as dificuldades serão muito acrescidas, pelo que percorrer esta etapa nessas condições climatéricas deve ser muito bem analisado e ponderado. Botas e bastões são essenciais em todos os percursos.
PANORÂMICA DO IBON DE ESTANÉS E PICO DE ACUÉ
PANORÂMICA DE LA ZAPATILLA
A Senda de Camille é uma excecional travessia pelas paisagens mais deslumbrantes do Parque Natural de los Valles Occidentales, Parc National des Pyrénées, Pirineo Aragonés e Vallée d'Aspe. Seguindo os passos de Camille, o último urso nativo (fêmea) que teve o seu habitat natural nesta região, parte-se à descoberta de uma zona única da cordilheira dos Pirenéus.
É um percurso com uma média de seis horas de caminhada por etapa, que exige boa condição física, um nível técnico mínimo, capacidades de orientação (interpretação de mapas, manejo de bússola...) e conta com uma rede de refúgios devidamente equipados para que o descanso em cada etapa seja substancial.
A rota desenvolve-se por caminhos transitáveis e existem troços que coincidem com a GR-11 e a Haute Route Pyrénénne (HRP). Embora não existam etapas técnicas, nas zonas altas é possível encontrar neve, terrenos pedregosos e ravinas, pelo que o esforço necessário torna-se constante. Além disso, como as etapas são longas e os desníveis são pronunciados, é necessário estar-se em boa forma e habituado a caminhar em montanha.
Esta travessia não possui marcações específicas. Encontram-se placas típicas do Parque Natural de los Valles Occidentales (verdes) ou do Parc National des Pyrénées (amarelas), que indicam alguns dos pontos por onde se caminha em cada etapa ou para onde nos dirigimos. Também existem marcos de pedra e antigas marcações da GR, vermelhas e brancas.
Nesta aventura pode-se escolher o ponto de partida, a direcção a tomar, a possível subida a qualquer um dos magníficos picos, tais como Petrechema, Castillo d'Acher, Bisaurín ou Acué e visitar locais como os lagos de Estanés e Arlet, o Valle de los Sarrios, o Bosque de las Hayas, a Garganta del Aspe ou o Circo de Lescun.
Em suma, é uma excelente oportunidade para se desfrutar em pleno da riqueza natural destes vales.
Toda a informação necessária acerca deste tour pode ser consultada na sua PÁGINA OFICIAL.
PANORÂMICA DO CIRCO DE BERNERA
PANORÂMICA DO VALLE DE LOS SARRIOS
- ETAPA 2/7: DO REFÚGIO DE LIZARA AO ALBERGUE DE AYSA (SOMPORT)
- A Senda de Camille é um tour dividido em 7 etapas (pode ser realizado em 6), com algumas variantes e algumas ascensões a picos relevantes desta região. É um trilho circular, sem marcações específicas mas com informações de distâncias (essencialmente nas muitas interseções que se encontra) e também com marcas da GR11, sempre que coincide com esta (e coincide bastantes vezes). Pode ter início em qualquer um dos refúgios por onde passa, exceto no refúgio de Arlet (é o único que não tem acesso por estrada ou estradão de terra), pelo que a logística deste tour será sempre opcional em função da direção de onde se vem, do tempo disponível para o percorrer e outras escolhas que se façam. Além disso, na sua PÁGINA OFICIAL, é possível recorrer a uma central de reservas que trata de toda a logística inerente, mediante o pagamento de um valor suplementar. Foi o que fizemos, com a opção SEM GUIA, e realmente compensou pois facilitou-nos imenso trabalho, uma vez que éramos um grupo de amigos (11 pessoas), com todos os imprevistos e dúvidas que nestas situações surgem. A nossa experiência foi muito positiva, tudo correu bem e não tivemos nenhum contratempo logístico, quer com as reservas nos refúgios, quer com toda a informação e documentação que nos disponibilizaram;
- Este percurso teve como orientação o desenho percorrido pelo Kminante del Sur (a quem desde já agradeço a partilha e excelente informação publicada), testado no terreno em agosto de 2019. Seguimos praticamente o mesmo traçado e na mesma direção (sentido contrário aos ponteiros do relógio), excetuando uma ou outra alteração, nomeadamente entre os refúgios de Oza e Gabardito (optamos seguir pela Calçada Romana);
- A 2ª etapa também pode pode ser dividida em 3 partes: numa primeira parte, percorre-se a "Senda de Bernera a Puerto de Bernera", numa gradual subida de cerca de 5 kms que passa por locais emblemáticos, tais como o "Refugio de los Forestales (Caseta de Bernera)" e, um pouco mais à frente, a "Plana Mistresa (Foya de Bernera)", um imponente prado de montanha encaixado sob o "Circo de Bernera". É um local impressionante e de uma tranquilidade ímpar. Continuando em suave subida, passa-se ao lado do "Ibón Viejo", um pequeno lago encaixado no sopé de encostas bem íngremes e, logo a seguir chega-se ao ponto mais elevado da etapa, o "Puerto de Bernera", uma passagem de montanha a 2117 m de altitude. Neste local a paisagem é deslumbrante, pois surge-nos de frente a imensidão do "Valle de los Sarrios", mais um prado de montanha com dimensões inacreditáveis, quer em comprimento, quer em largura. Simplesmente fica-se sem palavras perante paisagens destas!;
- A partir de "Puerto de Bernera" tem início a segunda parte, uma longa e também gradual descida até ao "Ibón de Estanés", primeiro, e depois até à bifurcação para o "Bois de Sansanet", de onde se obtêm uma excecional vista panorámica sobre o "Vallée d'Aspe". Neste trajeto somos brindados com a imensidão do "Valle de los Sarrios", conforme já referi, e as vistas panorâmicas do "Circo de Olibón", antes de se chegar ao "Paso de La Trinchera". No seguimento deste atravessa-se o "Plan de Cantal" até à bifurcação com a GR11 e que nos obriga a sair do trilho em que seguíamos, cortando à direita por um estreito caminho que desce agora na direção do "Ibón de Estanés", um lago de montanha de grandes dimensões, no sopé do "Pico de Acué", magnifico no alto dos seus 2258 m. Contornando o lago sempre a meia encosta, cruza-se o "Puerto de Estanés" e surge-nos agora de frente o "Vallée d'Aspe", com os seus bosques verdes e as estruturas das muitas pistas de esqui que existem ao redor, espalhadas pelos vários picos que rodeiam este vale;
- Chegados à bifurcação para o "Bois de Sansanet", corta-se pela direita e continua-se a marcha descendente para a terceira e última parte da etapa, contornando o vale sempre a meia encosta, até se entrar no denso arvoredo do "Bois de Sansanet", um troço maravilhoso, verde e fresco, onde dá vontade de parar e ficar a ouvir os diversos sons que aqui se misturam, quer do vento na folhagem das árvores, quer dos muitos pássaros que aqui fazem ninho e se abrigam. Após passar por "La Chorrota", cruza-se o "Barranco de Aspe", um pequeno ribeiro de águas frescas (onde aproveitamos para nos refrescarmos e filtrar água para os cantis) e logo a seguir surge o troço mais complicado de toda a etapa, a passagem pela "Golocha de Esper", uma encosta de cascalheiras fruto de contínuas derrocadas. Tal com refiro, mais abaixo, no item "GRAU DE DIFICULDADE DA ETAPA", é fundamental atravessar este troço com cuidado, precaução no pisar e bastante atenção às encostas rochosas. Atravessada a cascalheira, reentra-se no bosque e agora sobe-se pelas encostas de "Causiat" na direção da bifurcação para "Candanchu" e, continuando em frente pela GR11, chega-se ao "Col de Causiat", tomando agora o trilho da esquerda até ao "Col de Bessata". Um pouco à frente, na "Cima de Candanchú" já se vislumbram alguns edifícios, nos quais se inclui a "Capilla de Santiago Apóstol" e o albergue Aysa, ao qual se chega depois de mais uma suave descida. Este será o local de pernoita e término desta 2ª etapa;
- Este percurso, conforme já referi, não apresenta marcações "oficiais". Por conseguinte, de forma a evitar enganos ou acrescentar kms desnecessários, aconselha-se o uso de mapas e bússola, GPS (foi a minha opção) ou as aplicações de telemóvel (estas não são muito fiáveis, pois em grande parte deste tour não se consegue obter rede de telecomunicações);
- Misto de trilhos de pé posto (montanha) e caminhos de terra;
- Novamente estamos perante uma etapa com paisagens maravilhosas, que nos arrebatam a cada instante, tal é a imponência desta cordilheira montanhosa. As paisagens dos Pirenéus e, mais precisamente no caso deste tour, o "Parque Natural de los Valles Occidentales", são de uma beleza avassaladora, com toda a perceção dos muitos maciços rochosos que povoam este imenso território montanhoso. Um especial destaque, nesta etapa, para a imensidão e beleza superlativa dos vales que atravessa, "Plana Mistresa (Foya de Bernera)", "Valle do los Sarrios" e "Plan de Cantal". Além destes, o íncrivel "Ibón de Estanés" e o frondoso "Bois de Sansanet" compõem um conjunto de belezas naturais que fazem de quem por aqui passa verdadeiros felizardos! Em resumo, a segunda etapa deste tour de sete dias apenas veio confirmar tudo o que se imaginava: a beleza e a dureza destas montanhas são indissociáveis. E fazem-nos sentir, perante elas, o quão pequenos somos!
PANORÂMICA DO "SENDERO DE BERNERA"
REFUGIO DE LOS FORESTALES (CASETA DE BERNERA)
- ALBERGUE DE AYSA (SOMPORT)
- Este albergue encontra-se junto às antigas instalações fronteiriças com França, entre Astún e Candanchú, na N-330 em Puerto de Somport e a cerca de 1 km de distância da veterana Estação de Esqui de Candanchú. No exterior tem uma esplanada com mesas e cadeiras. Tem capacidade para 45 pessoas, divididas por quartos de 4px, 6px e 10px;
- Este albergue tem vários andares, pelo que ficamos num andar térreo, em 2 quartos com 6 camas cada (beliche) e que estavam razoavelmente limpos. Todas as camas tem manta e almofada;
- De acordo com a localização dos quartos, existem várias instalações sanitárias com chuveiros (água quente), w.c. e bancadas com lavatórios. No geral, as instalações deste albergue são bastante razoáveis. No entanto, uma situação menos agradável deve ser aqui mencionada: o átrio de acesso aos quartos estava com uma infestação de formigas voadoras, situação essa muito desagradável. Inclusive, não era viável abrir as janelas dos quartos pois os referidos insectos entravam imediatamente. Acredito que possa ter sido uma situação pontual, em resultado das elevadas temperaturas que se fizeram sentir nesta época do ano. No entanto, toda esta situação pareceu-me descurada pelos responsáveis do albergue, o que é de lamentar, pois não houve sequer uma palavra acerca do assunto;
- Para além da sala de refeições existe uma pequena "loja" de produtos alimentares mas cuja variedade é extremamente reduzida e desinteressante. Não sei se tem cozinha livre;
- O serviço de bar e cafeteria é bom, com preços acessíveis e atendimento simpático;
- JANTAR: foi servido um menu bastante bom / PEQUENO-ALMOÇO: razoável e diversificado / PICNIC: com qualidade e preço acessível
PÁGINA OFICIAL
PANORÂMICA DO PICO DE ACUÉ
SENDERO DE LOS SARRIOS (PLAN DE CANTAL)
ETAPAS:
ETAPA 1/7: Gabardito a Lizara (via pico Bisaurín)
ETAPA 2/7: Lizara a Somport
ETAPA 3/7: Somport a Arlet
ETAPA 4/7: Arlet a Lauzart (com desvio a Lescun)
ETAPA 5/7: Lauzart a Linza
ETAPA 6/7: Linza a Oza
ETAPA 7/7: Oza a Gabardito (via Calçada Romana)
LA SENDA DE CAMILLE (integral em 7 etapas, via Bisaurín e Calçada Romana por Selva de Oza)
PANORÂMICA DA CÚPULA DE SECÚS, PICO ALTO DE LA PORTAZA E BRECHA DE SECÚS
PANORÂMICA DO PLAN DE CANTAL
- GRAU DE DIFICULDADE DA ETAPA 2/7
- No geral é uma etapa acessível mas já com uma distância considerável para se percorrer. Os primeiros 5 kms são a subir, numa ascensão gradual pelo "Sendero de Bernera" até ao "Puerto de Bernera". O troço seguinte é uma descida também gradual, que atravessa o "Valle de los Sarrios" até ao "Ibón de Estanés" e assim continua até aos 10,4 kms, onde se encontra a bifurcação para o "Bois de Sansanet". Após atravessar-se o bosque, surge aquele que será o local mais "complicado" desta etapa, a passagem pela "Golocha de Esper", uma encosta de cascalheiras fruto de contínuas derrocadas, o que também leva a uma constante "remarcação" do trilho neste local. É um pequeno troço a meia encosta que requer bastante atenção e prudência, pois facilmente podem rolar pedras. Além disso, como já referi, o trilho nem sempre é evidente pois vai-se alterando a adaptando à morfologia do terreno. Aqui o pisar deve ser feito com precaução de forma a atravessar-se esta zona em segurança. Depois do "Col de Causiat" e até ao albergue de Aysa, o percurso faz-se de forma descontraída.
- 120 - MÉDIA
ANÁLISE DETALHADA. (Em função da preparação física de cada pessoa, este gráfico indicará o grau de dificuldade do percurso. No meu caso, considerei a minha preparação física como sendo ALTA)
IBP INDEX
CAMINHO PELO BOIS DE SANSANET
PANORÂMICA DESDE O COL DE BESSATA
- OBSERVAÇÕES
- Pelo facto de termos realizado este tour no mês de agosto, e devido às temperaturas mais elevadas que normalmente se fazem sentir nesta altura do ano, grande parte das pequenas fontes que existem na montanha (assim como algumas linhas de água) estão secas. Por conseguinte, nesta etapa não encontramos nenhuma fonte com água. Por prevenção, e uma vez que levamos filtro de água connosco, ao passar pelo "Bois de Sansanet", em "La Chorrota", aproveitamos para filtrar água diretamente do "Barranco de Aspe" (ribeiro). No entanto, volto a frisar que é fundamental partir-se de Lizara prevenidos com provisão de água suficiente para se enfrentar esta etapa, que é mais longa que a anterior.
- Uma questão muito importante que obrigatoriamente tem que ser equacionada é a METEOROLOGIA. Nesta região montanhosa, em agosto (sobretudo no início) é usual ao final da tarde formarem-se nuvens de trovoada, com precipitação durante a noite e, algumas vezes, as neblinas matinais também se fazem sentir. Por conseguinte, se chover, com vento e neblina, as dificuldades serão muito acrescidas, pelo que percorrer esta etapa nessas condições climatéricas deve ser muito bem analisado e ponderado. Botas e bastões são essenciais em todos os percursos.
PANORÂMICA DO IBON DE ESTANÉS E PICO DE ACUÉ
PANORÂMICA DE LA ZAPATILLA
Waypoints
Comments (4)
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Information
Easy to follow
Scenery
Moderate
Excecional, esta segunda etapa! Os prados de montanha que atravessamos são realmente incríveis, de uma dimensão surreal... apenas tive receio ao atravessar a cascalheira, senti-me desconfortável pois o piso era instável, com muito areão a rolar debaixo das botas. Felizmente a distância foi curta e o bosque, antes e depois, deu para relaxar e recuperar o fôlego. Gostei muito! Grande abraço.
Viva, Aiguille du Midi! Sem dúvida que, se a primeira etapa já tinha sido fantástica, a segunda elevou a fasquia e daqui para a frente foi sempre em grande, este tour é realmente muito bonito, com a dureza na dose certa para dele se conseguir usufruir em pleno. Obrigado pelo comentário e simpática avaliação! Grande abraço.
Viva! Esta etapa atravessa locais simplesmente incríveis, os vales devem ser realmente impressionantes pela sua dimensão. E as paisagens continuam espetaculares, muito bom! Grande abraço!
Olá, _BIO_RAIA_, obrigado pelo comentário e avaliação do trilho, esta etapa foi realmente muito bonita. Grande abraço!