La Senda de Camille (Pirenéus Ocidentais) - ETAPA 3/7: Somport a Arlet
near Candanchú, Aragón (España)
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Trail photos
Itinerary description
O percurso aqui partilhado pode conter erros de GPS ou eventualmente passar por propriedades privadas, ou mesmo através de corta mato e ter passagens por locais que podem ser perigosos para os menos experientes. A descrição do percurso é efetuada à data da sua realização, pelo que se deve ter em atenção que as condições do trilho podem facilmente vir a alterar-se, quer pelas condições meteorológicas, quer por mudança da vegetação, quer por outros fatores inimputáveis à minha vontade. O grau de dificuldade e as condições técnicas atribuídas é baseado na minha experiência pessoal e apenas serve de referência, pelo que não me responsabilizo por qualquer acidente que possa ocorrer por influência ou utilização do percurso aqui disponibilizado.
A Senda de Camille é uma excecional travessia pelas paisagens mais deslumbrantes do Parque Natural de los Valles Occidentales, Parc National des Pyrénées, Pirineo Aragonés e Vallée d'Aspe. Seguindo os passos de Camille, o último urso nativo (fêmea) que teve o seu habitat natural nesta região, parte-se à descoberta de uma zona única da cordilheira dos Pirenéus.
É um percurso com uma média de seis horas de caminhada por etapa, que exige boa condição física, um nível técnico mínimo, capacidades de orientação (interpretação de mapas, manejo de bússola...) e conta com uma rede de refúgios devidamente equipados para que o descanso em cada etapa seja substancial.
A rota desenvolve-se por caminhos transitáveis e existem troços que coincidem com a GR-11 e a Haute Route Pyrénénne (HRP). Embora não existam etapas técnicas, nas zonas altas é possível encontrar neve, terrenos pedregosos e ravinas, pelo que o esforço necessário torna-se constante. Além disso, como as etapas são longas e os desníveis são pronunciados, é necessário estar-se em boa forma e habituado a caminhar em montanha.
Esta travessia não possui marcações específicas. Encontram-se placas típicas do Parque Natural de los Valles Occidentales (verdes) ou do Parc National des Pyrénées (amarelas), que indicam alguns dos pontos por onde se caminha em cada etapa ou para onde nos dirigimos. Também existem marcos de pedra e antigas marcações da GR, vermelhas e brancas.
Nesta aventura pode-se escolher o ponto de partida, a direcção a tomar, a possível subida a qualquer um dos magníficos picos, tais como Petrechema, Castillo d'Acher, Bisaurín ou Acué e visitar locais como os lagos de Estanés e Arlet, o Valle de los Sarrios, o Bosque de las Hayas, a Garganta del Aspe ou o Circo de Lescun.
Em suma, é uma excelente oportunidade para se desfrutar em pleno da riqueza natural destes vales.
Toda a informação necessária acerca deste tour pode ser consultada na sua PÁGINA OFICIAL.
PANORÂMICA DO VAL E PIC BARALET
PANORÂMICA DO LAC E PIC D'ARLET
- ETAPA 3/7: DO ALBERGUE DE AYSA (SOMPORT) AO REFÚGIO DE ARLET
- A Senda de Camille é um tour dividido em 7 etapas (pode ser realizado em 6), com algumas variantes e algumas ascensões a picos relevantes desta região. É um trilho circular, sem marcações específicas mas com informações de distâncias (essencialmente nas muitas interseções que se encontra) e também com marcas da GR11, sempre que coincide com esta (e coincide bastantes vezes). Pode ter início em qualquer um dos refúgios por onde passa, exceto no refúgio de Arlet (é o único que não tem acesso por estrada ou estradão de terra), pelo que a logística deste tour será sempre opcional em função da direção de onde se vem, do tempo disponível para o percorrer e outras escolhas que se façam. Além disso, na sua PÁGINA OFICIAL, é possível recorrer a uma central de reservas que trata de toda a logística inerente, mediante o pagamento de um valor suplementar. Foi o que fizemos, com a opção SEM GUIA, e realmente compensou pois facilitou-nos imenso trabalho, uma vez que éramos um grupo de amigos (11 pessoas), com todos os imprevistos e dúvidas que nestas situações surgem. A nossa experiência foi muito positiva, tudo correu bem e não tivemos nenhum contratempo logístico, quer com as reservas nos refúgios, quer com toda a informação e documentação que nos disponibilizaram;
- Este percurso teve como orientação o desenho percorrido pelo Kminante del Sur (a quem desde já agradeço a partilha e excelente informação publicada), testado no terreno em agosto de 2019. Seguimos praticamente o mesmo traçado e na mesma direção (sentido contrário aos ponteiros do relógio), excetuando uma ou outra alteração, nomeadamente entre os refúgios de Oza e Gabardito (optamos seguir pela Calçada Romana);
- A 3ª etapa divide-se, essencialmente, em 2 partes: numa primeira parte, saindo de Somport, entra-se em território francês e percorre-se o belíssimo "Bois de Sansanet" até ao "Col de Maspétres", primeiro em suave descida até se encontrar a N-134 "Route du Col" e depois num "sobe e desce" também suave, até se cruzar o "Gave d'Aspe" sobre pontes de madeira, onde nesse local se obtêm uma magnifica vista panorâmica do imponente "Cirque d'Aspe". Ao longo deste trajeto por caminhos de bosque, vai-se passando por várias bifurcações, às quais convém estar atento, até surgir a indicação para se seguir na direção da "Cabane d'Escouret", um abrigo de montanha para pastores, onde durante o verão vive um criador de gado e produtor de queijo artesanal. Neste local podemos abastecer-nos de água e comprar queijo diretamente ao produtor (excelente qualidade e ótimo preço). O percurso continua pelo meio de frondosos bosques até ao "Col de Maspétres", de onde se avista a "Pont d'Espélunguère" sobre o "Ruisseau d'Espélunguère", o qual cruzamos atravessando a ponte;
- Cruzado o ribeiro, tem início a segunda parte, onde começamos por deixar o "Bois de Sansanet" para nos adentrarmos no "Bois d'Espélunguère". Porém, a diferença é que agora o trilho faz-se a subir e com uma inclinação bastante acentuada até ao "Col du Plâtre". Aí abandonamos o fresco arvoredo e, por caminho de terra, o percurso segue até à "Cabane Grosse", mais um abrigo de pastores onde existe também uma fonte com água bem fresca, sendo fundamental abastecer os cantis, pois a longa subida continua. Seguindo agora por caminho de pé posto, o próximo troço até ao "Col d'Arrouy" é, fisicamente, o mais exigente de toda a etapa, 2 kms em que a dureza da subida é "atenuada" pelas vistas panorâmicas assombrosas sobre o "Val d'Aspe", os picos que o rodeiam e as manchas verdes de bosque que cobrem grande parte dessas encostas. E se estiver calor, chegar ao "Col d'Arrouy" é um alívio, onde uma merecida pausa se impõe para desfrutar das monumentais vistas que este miradouro natural nos proporciona. O troço seguinte desenvolve-se ligeiramente a descer até ao "Col de Lapachouaou", onde se entra numa das paisagens mais incríveis desta etapa: os vastos pastos do "Val Baralet", com o seu guardião, o "Pic Baralet". Sempre por estreito trilho de pé posto, vai-se contornando o vale, onde se encontra o "Laquet e Cabane de Gourgue Sec". É uma paisagem que nos deixa sem palavras, tal a beleza que nos rodeia... e quando nos apercebemos, eis que se avista, ao longe, o "Refuge d'Arlet", sobranceiro ao "Lac d'Arlet", ao qual se chega depois de mais uma suave descida. Este será o local de pernoita e término desta 3ª etapa;
- Este percurso, conforme já referi, não apresenta marcações "oficiais". Por conseguinte, de forma a evitar enganos ou acrescentar kms desnecessários, aconselha-se o uso de mapas e bússola, GPS (foi a minha opção) ou as aplicações de telemóvel (estas não são muito fiáveis, pois em grande parte deste tour não se consegue obter rede de telecomunicações);
- Misto de trilhos de pé posto (montanha) e caminhos de terra;
- A terceira etapa apenas veio confirmar o que já tínhamos como certo: as paisagens que nos rodeiam são maravilhosas e difícil é escolher o que fotografar, tal a variedade e beleza desta cordilheira montanhosa. As paisagens dos Pirenéus e, mais precisamente, do "Parc National des Pyrénées" (uma vez que já estamos em território francês), são imponentes, avassaladoras, deslumbrantes... Destaco, nesta etapa, a riqueza ecológica dos bosques que atravessamos, "Bois de Sansanet" e "Bois d'Espélunguère", assim como os impressionantes pastos do "Val Baralet", que nos transportam para um lugar majestoso e irreal! E, por fim, o "novo" refúgio de "Arlet", cuja localização faz dele uma pérola em todo este tour. É uma peça de arquitetura notável, funcional e as instalações interiores são muito cómodas, bonitas e muito acolhedoras. Claro que também usufruímos do facto de ter peças de mobiliário novas, pois a intervenção de restauro que sofreu terminou cerca de um mês antes de aqui passarmos. De qualquer das formas, a equipa que gere este refúgio de montanha é muito simpática e dedicada, conforme pudemos constatar pela excecional qualidade do jantar que nos foi servido. E mesmo o facto de neste refúgio não haver chuveiros, se a meteorologia permitir, um banho no lago torna-se num memorável momento de relaxe de fim de tarde, com a maioria dos "hóspedes" e outros montanheiros de passagem a aproveitarem a pequena "praia" para aí descansarem, apanhar banhos de sol e conviverem, descontraidamente. Resumindo, a terceira etapa deste tour de sete dias levou-nos para novas paragens, desta vez por França, mas cuja beleza e dureza dos trilhos que percorremos continuaram a deslumbrar-nos e a exaltar os nossos sentidos a cada passagem de montanha que íamos transpondo!
CÃO PASTOR (CABANE GROSSE)
PANORÂMICA DO PARC NATIONAL DES PYRÉNÉES (DESDE O COL D'ARROUY)
- REFÚGIO DE ARLET
- O Refúgio de Arlet situa-se a 2000 m de altitude, junto ao "Lac d'Arlet" e é o único do tour que não tem acesso rodoviário. É um refúgio com o "charme" próprio da alta montanha, isolado mas com uma situação geográfica deslumbrante. Recentemente foi totalmente intervencionado, tendo reaberto no dia 15 de julho deste ano, 2023, com alterações profundas e uma fantástica intervenção arquitetónica, quer nas instalações interiores, quer na estrutura exterior. A zona de quartos está muito confortável, com instalações modernas e excelentes acabamentos. No exterior tem uma pequena esplanada com mesas e cadeiras. Segundo informações do seu site, a anterior capacidade era de 44 pessoas, num só dormitório. Presentemente essa situação mudou mas a informação ainda não foi atualizada na sua página oficial e, atualmente, os hóspedes ficam acomodados em vários quartos. Nós ficamos num quarto para 12px, em beliches amplos, muito limpo e todas as camas tem manta e almofada;
- Devido à sua localização, este refúgio NÃO TÊM CHUVEIROS, e as instalações sanitárias estão reduzidas a 2 w.c. e 1 lavatório (no interior) e 1 w.c. com 1 lavatório com acesso pelo exterior. No entanto, estas instalações apresentam ótimas condições. E se o tempo assim o permitir, o ideal será mesmo tomar banho no lago (aqui é permitido);
- A sala de refeições, não sendo particularmente grande, é muito aconchegante. E o serviço de bar e cafeteria é bom, com preços aceitáveis e atendimento simpático. Não tem cozinha livre, embora se possa montar tenda no exterior;
- JANTAR: foi servido um excelente jantar, muito bem confecionado e muito saboroso / PEQUENO-ALMOÇO: muito bom e diversificado / PICNIC: com qualidade e preço acessível
- Pernoitar em Arlet é uma das melhores experiências deste tour, fica na memória dos que aí presenciam os maravilhosos pôr e nascer do sol, assim como ter o privilégio de observar o céu estrelado que a alta montanha nos oferece, simplesmente inesquecível;
PÁGINA OFICIAL
PANORÂMICA DO VAL BARALET
PANORÂMICA DO LAC E REFUGE D'ARLET
ETAPAS:
ETAPA 1/7: Gabardito a Lizara (via pico Bisaurín)
ETAPA 2/7: Lizara a Somport
ETAPA 3/7: Somport a Arlet
ETAPA 4/7: Arlet a Lauzart (com desvio a Lescun)
ETAPA 5/7: Lauzart a Linza
ETAPA 6/7: Linza a Oza
ETAPA 7/7: Oza a Gabardito (via Calçada Romana)
LA SENDA DE CAMILLE (integral em 7 etapas, via Bisaurín e Calçada Romana por Selva de Oza)
PANORÂMICA DOS PRADOS DE BARALET E PIC DE SESQUES
PANORÂMICA DO VAL D'ASPE
- GRAU DE DIFICULDADE DA ETAPA 3/7
- Esta terceira etapa apresenta também uma distância considerável para se percorrer. Os primeiros 10 kms até à "Pont d'Espélunguère" fazem-se de forma tranquila, entre suaves descidas e pequenas subidas, grande parte por entre o arvoredo verde e fresco do "Bois de Sansanet". A partir da ponte inicia-se uma longa subida que só termina no refúgio de Arlet. Pouco depois de se atravessar o "Ruisseau d'Espelunguère", o trilho desenvolve-se pelo "Bois d'Espelunguère" até ao "Col du Plâtre", um troço íngreme mas onde se usufrui da sombra fresca das árvores. O troço seguinte, até ao "Col d'Arrouy", mantém o mesmo desnível pronunciado e é mais penoso por ser exposto. Depois o percurso abranda em termos de exigência física e mantêm uma gradual subida, sobretudo a partir do "Col de Lapachouaou". Em resumo, considero que esta é uma etapa tranquila até metade do percurso, sendo que a segunda parte exige mais esforço físico, sobretudo entre os 10,5 kms e os 14,5 kms. Mas no geral é perfeitamente acessível, desde que se esteja com uma preparação física média/alta.
- 104 - MÉDIA
ANÁLISE DETALHADA. (Em função da preparação física de cada pessoa, este gráfico indicará o grau de dificuldade do percurso. No meu caso, considerei a minha preparação física como sendo ALTA)
IBP INDEX
CAMINHO PELO BOIS D'ESPELUNGUÈRE
PANORÂMICA DO COL DE MASPÉTRES
- OBSERVAÇÕES
- Pelo facto de termos realizado este tour no mês de agosto, e devido às temperaturas mais elevadas que normalmente se fazem sentir nesta altura do ano, grande parte das pequenas fontes que existem na montanha (assim como algumas linhas de água) estão secas. Por conseguinte, nesta etapa apenas encontramos duas fontes, a primeira na "Cabane d'Escouret" e a segunda na "Cabane Grosse". No entanto, volto a frisar que é fundamental partir-se de Somport prevenidos com provisão de água suficiente para se enfrentar esta etapa, que também é longa.
- Pelo facto de nos encontrarmos em zona montanhosa, onde existem pastagens para gado (vacas e ovelhas), é normal encontrarmos pequenos produtores de queijo, sobretudo de ovelha. É o caso da "Cabane d'Escouret" (que está devidamente referida na sinalética do percurso), onde um produtor local (pastor) produz e vende o seu queijo a quem lá se dirigir ou passar. O preço é muito acessível e a qualidade é soberba. E para quem aprecia, esta é uma oportunidade imperdível, mesmo que tal acrescente mais algum peso para carregar na mochila. Porém, ao chegar ao refúgio seguinte, acompanhado por um pouco de pão e uma cerveja bem gelada, este queijo fará a delicia do palato e constituirá, seguramente, mais uma memorável recordação deste tour;
- Uma questão muito importante que obrigatoriamente tem que ser equacionada é a METEOROLOGIA. Nesta região montanhosa, em agosto (sobretudo no início) é usual ao final da tarde formarem-se nuvens de trovoada, com precipitação durante a noite e, algumas vezes, as neblinas matinais também se fazem sentir. Por conseguinte, se chover, com vento e neblina, as dificuldades serão muito acrescidas, pelo que percorrer esta etapa nessas condições climatéricas deve ser muito bem analisado e ponderado. Botas e bastões são essenciais em todos os percursos.
PANORÂMICA DO CIRQUE D'ASPE
PANORÂMICA DO LAQUET E CABANE DE GOURGUE SEC
A Senda de Camille é uma excecional travessia pelas paisagens mais deslumbrantes do Parque Natural de los Valles Occidentales, Parc National des Pyrénées, Pirineo Aragonés e Vallée d'Aspe. Seguindo os passos de Camille, o último urso nativo (fêmea) que teve o seu habitat natural nesta região, parte-se à descoberta de uma zona única da cordilheira dos Pirenéus.
É um percurso com uma média de seis horas de caminhada por etapa, que exige boa condição física, um nível técnico mínimo, capacidades de orientação (interpretação de mapas, manejo de bússola...) e conta com uma rede de refúgios devidamente equipados para que o descanso em cada etapa seja substancial.
A rota desenvolve-se por caminhos transitáveis e existem troços que coincidem com a GR-11 e a Haute Route Pyrénénne (HRP). Embora não existam etapas técnicas, nas zonas altas é possível encontrar neve, terrenos pedregosos e ravinas, pelo que o esforço necessário torna-se constante. Além disso, como as etapas são longas e os desníveis são pronunciados, é necessário estar-se em boa forma e habituado a caminhar em montanha.
Esta travessia não possui marcações específicas. Encontram-se placas típicas do Parque Natural de los Valles Occidentales (verdes) ou do Parc National des Pyrénées (amarelas), que indicam alguns dos pontos por onde se caminha em cada etapa ou para onde nos dirigimos. Também existem marcos de pedra e antigas marcações da GR, vermelhas e brancas.
Nesta aventura pode-se escolher o ponto de partida, a direcção a tomar, a possível subida a qualquer um dos magníficos picos, tais como Petrechema, Castillo d'Acher, Bisaurín ou Acué e visitar locais como os lagos de Estanés e Arlet, o Valle de los Sarrios, o Bosque de las Hayas, a Garganta del Aspe ou o Circo de Lescun.
Em suma, é uma excelente oportunidade para se desfrutar em pleno da riqueza natural destes vales.
Toda a informação necessária acerca deste tour pode ser consultada na sua PÁGINA OFICIAL.
PANORÂMICA DO VAL E PIC BARALET
PANORÂMICA DO LAC E PIC D'ARLET
- ETAPA 3/7: DO ALBERGUE DE AYSA (SOMPORT) AO REFÚGIO DE ARLET
- A Senda de Camille é um tour dividido em 7 etapas (pode ser realizado em 6), com algumas variantes e algumas ascensões a picos relevantes desta região. É um trilho circular, sem marcações específicas mas com informações de distâncias (essencialmente nas muitas interseções que se encontra) e também com marcas da GR11, sempre que coincide com esta (e coincide bastantes vezes). Pode ter início em qualquer um dos refúgios por onde passa, exceto no refúgio de Arlet (é o único que não tem acesso por estrada ou estradão de terra), pelo que a logística deste tour será sempre opcional em função da direção de onde se vem, do tempo disponível para o percorrer e outras escolhas que se façam. Além disso, na sua PÁGINA OFICIAL, é possível recorrer a uma central de reservas que trata de toda a logística inerente, mediante o pagamento de um valor suplementar. Foi o que fizemos, com a opção SEM GUIA, e realmente compensou pois facilitou-nos imenso trabalho, uma vez que éramos um grupo de amigos (11 pessoas), com todos os imprevistos e dúvidas que nestas situações surgem. A nossa experiência foi muito positiva, tudo correu bem e não tivemos nenhum contratempo logístico, quer com as reservas nos refúgios, quer com toda a informação e documentação que nos disponibilizaram;
- Este percurso teve como orientação o desenho percorrido pelo Kminante del Sur (a quem desde já agradeço a partilha e excelente informação publicada), testado no terreno em agosto de 2019. Seguimos praticamente o mesmo traçado e na mesma direção (sentido contrário aos ponteiros do relógio), excetuando uma ou outra alteração, nomeadamente entre os refúgios de Oza e Gabardito (optamos seguir pela Calçada Romana);
- A 3ª etapa divide-se, essencialmente, em 2 partes: numa primeira parte, saindo de Somport, entra-se em território francês e percorre-se o belíssimo "Bois de Sansanet" até ao "Col de Maspétres", primeiro em suave descida até se encontrar a N-134 "Route du Col" e depois num "sobe e desce" também suave, até se cruzar o "Gave d'Aspe" sobre pontes de madeira, onde nesse local se obtêm uma magnifica vista panorâmica do imponente "Cirque d'Aspe". Ao longo deste trajeto por caminhos de bosque, vai-se passando por várias bifurcações, às quais convém estar atento, até surgir a indicação para se seguir na direção da "Cabane d'Escouret", um abrigo de montanha para pastores, onde durante o verão vive um criador de gado e produtor de queijo artesanal. Neste local podemos abastecer-nos de água e comprar queijo diretamente ao produtor (excelente qualidade e ótimo preço). O percurso continua pelo meio de frondosos bosques até ao "Col de Maspétres", de onde se avista a "Pont d'Espélunguère" sobre o "Ruisseau d'Espélunguère", o qual cruzamos atravessando a ponte;
- Cruzado o ribeiro, tem início a segunda parte, onde começamos por deixar o "Bois de Sansanet" para nos adentrarmos no "Bois d'Espélunguère". Porém, a diferença é que agora o trilho faz-se a subir e com uma inclinação bastante acentuada até ao "Col du Plâtre". Aí abandonamos o fresco arvoredo e, por caminho de terra, o percurso segue até à "Cabane Grosse", mais um abrigo de pastores onde existe também uma fonte com água bem fresca, sendo fundamental abastecer os cantis, pois a longa subida continua. Seguindo agora por caminho de pé posto, o próximo troço até ao "Col d'Arrouy" é, fisicamente, o mais exigente de toda a etapa, 2 kms em que a dureza da subida é "atenuada" pelas vistas panorâmicas assombrosas sobre o "Val d'Aspe", os picos que o rodeiam e as manchas verdes de bosque que cobrem grande parte dessas encostas. E se estiver calor, chegar ao "Col d'Arrouy" é um alívio, onde uma merecida pausa se impõe para desfrutar das monumentais vistas que este miradouro natural nos proporciona. O troço seguinte desenvolve-se ligeiramente a descer até ao "Col de Lapachouaou", onde se entra numa das paisagens mais incríveis desta etapa: os vastos pastos do "Val Baralet", com o seu guardião, o "Pic Baralet". Sempre por estreito trilho de pé posto, vai-se contornando o vale, onde se encontra o "Laquet e Cabane de Gourgue Sec". É uma paisagem que nos deixa sem palavras, tal a beleza que nos rodeia... e quando nos apercebemos, eis que se avista, ao longe, o "Refuge d'Arlet", sobranceiro ao "Lac d'Arlet", ao qual se chega depois de mais uma suave descida. Este será o local de pernoita e término desta 3ª etapa;
- Este percurso, conforme já referi, não apresenta marcações "oficiais". Por conseguinte, de forma a evitar enganos ou acrescentar kms desnecessários, aconselha-se o uso de mapas e bússola, GPS (foi a minha opção) ou as aplicações de telemóvel (estas não são muito fiáveis, pois em grande parte deste tour não se consegue obter rede de telecomunicações);
- Misto de trilhos de pé posto (montanha) e caminhos de terra;
- A terceira etapa apenas veio confirmar o que já tínhamos como certo: as paisagens que nos rodeiam são maravilhosas e difícil é escolher o que fotografar, tal a variedade e beleza desta cordilheira montanhosa. As paisagens dos Pirenéus e, mais precisamente, do "Parc National des Pyrénées" (uma vez que já estamos em território francês), são imponentes, avassaladoras, deslumbrantes... Destaco, nesta etapa, a riqueza ecológica dos bosques que atravessamos, "Bois de Sansanet" e "Bois d'Espélunguère", assim como os impressionantes pastos do "Val Baralet", que nos transportam para um lugar majestoso e irreal! E, por fim, o "novo" refúgio de "Arlet", cuja localização faz dele uma pérola em todo este tour. É uma peça de arquitetura notável, funcional e as instalações interiores são muito cómodas, bonitas e muito acolhedoras. Claro que também usufruímos do facto de ter peças de mobiliário novas, pois a intervenção de restauro que sofreu terminou cerca de um mês antes de aqui passarmos. De qualquer das formas, a equipa que gere este refúgio de montanha é muito simpática e dedicada, conforme pudemos constatar pela excecional qualidade do jantar que nos foi servido. E mesmo o facto de neste refúgio não haver chuveiros, se a meteorologia permitir, um banho no lago torna-se num memorável momento de relaxe de fim de tarde, com a maioria dos "hóspedes" e outros montanheiros de passagem a aproveitarem a pequena "praia" para aí descansarem, apanhar banhos de sol e conviverem, descontraidamente. Resumindo, a terceira etapa deste tour de sete dias levou-nos para novas paragens, desta vez por França, mas cuja beleza e dureza dos trilhos que percorremos continuaram a deslumbrar-nos e a exaltar os nossos sentidos a cada passagem de montanha que íamos transpondo!
CÃO PASTOR (CABANE GROSSE)
PANORÂMICA DO PARC NATIONAL DES PYRÉNÉES (DESDE O COL D'ARROUY)
- REFÚGIO DE ARLET
- O Refúgio de Arlet situa-se a 2000 m de altitude, junto ao "Lac d'Arlet" e é o único do tour que não tem acesso rodoviário. É um refúgio com o "charme" próprio da alta montanha, isolado mas com uma situação geográfica deslumbrante. Recentemente foi totalmente intervencionado, tendo reaberto no dia 15 de julho deste ano, 2023, com alterações profundas e uma fantástica intervenção arquitetónica, quer nas instalações interiores, quer na estrutura exterior. A zona de quartos está muito confortável, com instalações modernas e excelentes acabamentos. No exterior tem uma pequena esplanada com mesas e cadeiras. Segundo informações do seu site, a anterior capacidade era de 44 pessoas, num só dormitório. Presentemente essa situação mudou mas a informação ainda não foi atualizada na sua página oficial e, atualmente, os hóspedes ficam acomodados em vários quartos. Nós ficamos num quarto para 12px, em beliches amplos, muito limpo e todas as camas tem manta e almofada;
- Devido à sua localização, este refúgio NÃO TÊM CHUVEIROS, e as instalações sanitárias estão reduzidas a 2 w.c. e 1 lavatório (no interior) e 1 w.c. com 1 lavatório com acesso pelo exterior. No entanto, estas instalações apresentam ótimas condições. E se o tempo assim o permitir, o ideal será mesmo tomar banho no lago (aqui é permitido);
- A sala de refeições, não sendo particularmente grande, é muito aconchegante. E o serviço de bar e cafeteria é bom, com preços aceitáveis e atendimento simpático. Não tem cozinha livre, embora se possa montar tenda no exterior;
- JANTAR: foi servido um excelente jantar, muito bem confecionado e muito saboroso / PEQUENO-ALMOÇO: muito bom e diversificado / PICNIC: com qualidade e preço acessível
- Pernoitar em Arlet é uma das melhores experiências deste tour, fica na memória dos que aí presenciam os maravilhosos pôr e nascer do sol, assim como ter o privilégio de observar o céu estrelado que a alta montanha nos oferece, simplesmente inesquecível;
PÁGINA OFICIAL
PANORÂMICA DO VAL BARALET
PANORÂMICA DO LAC E REFUGE D'ARLET
ETAPAS:
ETAPA 1/7: Gabardito a Lizara (via pico Bisaurín)
ETAPA 2/7: Lizara a Somport
ETAPA 3/7: Somport a Arlet
ETAPA 4/7: Arlet a Lauzart (com desvio a Lescun)
ETAPA 5/7: Lauzart a Linza
ETAPA 6/7: Linza a Oza
ETAPA 7/7: Oza a Gabardito (via Calçada Romana)
LA SENDA DE CAMILLE (integral em 7 etapas, via Bisaurín e Calçada Romana por Selva de Oza)
PANORÂMICA DOS PRADOS DE BARALET E PIC DE SESQUES
PANORÂMICA DO VAL D'ASPE
- GRAU DE DIFICULDADE DA ETAPA 3/7
- Esta terceira etapa apresenta também uma distância considerável para se percorrer. Os primeiros 10 kms até à "Pont d'Espélunguère" fazem-se de forma tranquila, entre suaves descidas e pequenas subidas, grande parte por entre o arvoredo verde e fresco do "Bois de Sansanet". A partir da ponte inicia-se uma longa subida que só termina no refúgio de Arlet. Pouco depois de se atravessar o "Ruisseau d'Espelunguère", o trilho desenvolve-se pelo "Bois d'Espelunguère" até ao "Col du Plâtre", um troço íngreme mas onde se usufrui da sombra fresca das árvores. O troço seguinte, até ao "Col d'Arrouy", mantém o mesmo desnível pronunciado e é mais penoso por ser exposto. Depois o percurso abranda em termos de exigência física e mantêm uma gradual subida, sobretudo a partir do "Col de Lapachouaou". Em resumo, considero que esta é uma etapa tranquila até metade do percurso, sendo que a segunda parte exige mais esforço físico, sobretudo entre os 10,5 kms e os 14,5 kms. Mas no geral é perfeitamente acessível, desde que se esteja com uma preparação física média/alta.
- 104 - MÉDIA
ANÁLISE DETALHADA. (Em função da preparação física de cada pessoa, este gráfico indicará o grau de dificuldade do percurso. No meu caso, considerei a minha preparação física como sendo ALTA)
IBP INDEX
CAMINHO PELO BOIS D'ESPELUNGUÈRE
PANORÂMICA DO COL DE MASPÉTRES
- OBSERVAÇÕES
- Pelo facto de termos realizado este tour no mês de agosto, e devido às temperaturas mais elevadas que normalmente se fazem sentir nesta altura do ano, grande parte das pequenas fontes que existem na montanha (assim como algumas linhas de água) estão secas. Por conseguinte, nesta etapa apenas encontramos duas fontes, a primeira na "Cabane d'Escouret" e a segunda na "Cabane Grosse". No entanto, volto a frisar que é fundamental partir-se de Somport prevenidos com provisão de água suficiente para se enfrentar esta etapa, que também é longa.
- Pelo facto de nos encontrarmos em zona montanhosa, onde existem pastagens para gado (vacas e ovelhas), é normal encontrarmos pequenos produtores de queijo, sobretudo de ovelha. É o caso da "Cabane d'Escouret" (que está devidamente referida na sinalética do percurso), onde um produtor local (pastor) produz e vende o seu queijo a quem lá se dirigir ou passar. O preço é muito acessível e a qualidade é soberba. E para quem aprecia, esta é uma oportunidade imperdível, mesmo que tal acrescente mais algum peso para carregar na mochila. Porém, ao chegar ao refúgio seguinte, acompanhado por um pouco de pão e uma cerveja bem gelada, este queijo fará a delicia do palato e constituirá, seguramente, mais uma memorável recordação deste tour;
- Uma questão muito importante que obrigatoriamente tem que ser equacionada é a METEOROLOGIA. Nesta região montanhosa, em agosto (sobretudo no início) é usual ao final da tarde formarem-se nuvens de trovoada, com precipitação durante a noite e, algumas vezes, as neblinas matinais também se fazem sentir. Por conseguinte, se chover, com vento e neblina, as dificuldades serão muito acrescidas, pelo que percorrer esta etapa nessas condições climatéricas deve ser muito bem analisado e ponderado. Botas e bastões são essenciais em todos os percursos.
PANORÂMICA DO CIRQUE D'ASPE
PANORÂMICA DO LAQUET E CABANE DE GOURGUE SEC
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Easy to follow
Scenery
Moderate
Arlet foi mesmo maravilhoso, tomar banho naquele lago, ao fim da tarde, foi realmente um momento que ficará na memória! Não estava à espera, pois já me tinha conformado com a ideia de não haver chuveiros e "lavar-me" à gato, com toalhetes! Foi realmente muito divertido. E o jantar foi também excecional, muito bem apresentado e muito bem servido, com muita qualidade. Aliás, toda a etapa foi belíssima (tem sido todas!!!). Grande tour, sem dúvida. Abraço!
Viva, Aiguille du Midi, obrigado por mais um comentário "sentido" e generoso. Este tour vai mesmo ficar no nossa memória de uma forma muito bonita. Um grande abraço.
Paisagens fantásticas!!! Obrigado pela partilha, abraço!
Olá, _BIO_RAIA_, obrigado pela avaliação, grande abraço!