Gerês: Xertelo, Ponte do Sobroso, Lago do Marinho, Lagoa Pequena, Cocões de Couçolinho (Concelinho)
near Xertelo, Vila Real (Portugal)
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Trail photos
Itinerary description
Trilha circular a partir de Xertelo, com passagem por:
- Lagoa do Marinho (8.7 km)
- Lagoa Pequena (14.2 km)
- Ponte do Sobroso (18.9 km)
- Cascata Vila Nova (20.0 km)
- Fonte de Travassós (21.4 km)
Tínhamos grandes planos para este dia: Xertelo -Lagoa do Marinho - Cocoes de Concelinho - Sesta da Lamalonga - Lage dos Bois - Lages dos Infernos-Xertelo mas a metereologia não deixou. Quando chegamos ao Rio do Penedo (Km5.5) foi impossível transpor o rio que levava muita correnteza. Voltámos para trás ao km5.5 mas não demos essa ida por perdida porque vimos um Teixo! Um Teixo!
O Teixo é uma árvore pequena ou arbusto, de folha persistente e copa cónica e larga, é uma espécie de crescimento lento que pode elevar-se até aos 25 metros, embora raramente chegue a esta altura. De grande longevidade, o teixo pode ultrapassar os dois mil anos de idade e há mesmo relatos de alguns que chegaram aos cinco mil anos. Por ser uma espécie de crescimento lento, não é considerada como uma espécie “interessante” para quem planta floresta. Além disso, os incêndios recorrentes são uma forte ameaça à sua sobrevivência assim como a sua destruição por parte dos agricultores /pastores porque as partes verdes desta espécie contêm um potente alcaloide venenoso, a taxina, capaz de causar graves efeitos no sistema nervoso e cardiovascular dos animais, podendo levar à sua morte. As propriedades da madeira do teixo, densa e elástica, eram apreciadas na Idade Média para diferentes fins: instrumentos musicais, mobiliário, bestas, arcos e flechas. O aumento da procura por esta espécie levou ao seu corte indiscriminado um pouco por toda a Europa. Assim como as propriedades medicinais também fizeram do teixo uma espécie apetecível. Embora seja venenoso, o teixo que conhecemos em Portugal é a fonte do precursor do Taxol, um dos medicamentos mais procurados para o tratamento do cancro. Este interesse mais recente por parte da indústria farmacêutica contribuiu para a exploração e corte dos melhores exemplares. Esta conjugação de fatores explica o abate sistemático desta espécie arbórea, que culminou na sua quase extinção em Portugal. Os colegas diziam que haveria em Portugal á volta de 80 exemplares no Gerês e Serra da Estrela.
Depois de muito apreciar o teixo, voltamos a subir a encosta para voltar para trás e reformular o trilho. Voltamos ao estradão (Km6.5) e continuamos nele até ás lagoas do Xertelo, passámos a Ponte do Sobroso e um bocado mais acima saímos do estradão e cortamos ao km9 á direita começando uma subida do demo até ao planalto da Lagoa do Marinho, sempre acompanhados de chuva e nevoeiro. Na cabana da Lagoa do Marinho, completamente encharcados, encontramos meio mundo que nesse dia também se lembraram de ir á Lagoa do Marinho. Encontramos muita gente amiga. Depois do almoço continuámos mais para norte, passando uma zona chamada Couce. Ali, e apesar de estarmos todos molhados, o nosso entusiasmo cresceu. Entramos numa área nova e diferente do Gerês. Um vale cheio de currais, circundados por paredes altas em forma de U. Passámos pelas Minas do Borrajeiro com resquícios da antiga actividade, buracos abertos e casebres em ruínas, isto á nossa esquerda. E pelo BorrajeiroII. Culminando ao fundo com a visão espectacular do Cocões de Coucelinho. Do melhor que já vi no Gerês.
A forma glaciária típica testemunha a presença de um antigo glaciar nesta zona da serra do Gerês.
Há aqui diferentes formas de chamar a esta zona. Segundo Rui Barbosa, pessoa entendida e estudiosa do Gerês: "A região a jusante é denominada 'Couço' e apresenta uma larga chã onde existem vários currais. Ora, a denominação de 'Concelinho' será uma deturpação do termo 'Couçolinho', sendo ali uma área mais pequena onde existe um curral - Curral do Colástica (Curral dos Cocões do Couçolinho). De sublinhar que o topónimo 'Couço' é utilizado em vez de 'Couce' tal como é referido nas nossas cartas militares. Esta designação (Couço) é utilizada pelas gentes de Cabril para designar a área referida como 'Couce'".
A tarde já ia adiantada, tínhamos perdido muito tempo a tentar passar o rio. Mas naquele momento perante tamanho colosso granítico a nossa vontade era avançar mais á frente para ver melhor. Fomos até ao curral dos Coções de Coucelinho com a promessa de voltarmos para explorar mais e fazer o trilho que nos tínhamos proposto. Porque se tivéssemos feito o trilho inicial vínhamos ter a um alto algures á nossa direita para descer e passar o Ribeiro e passar pela Lagoa do Marinho.
Imperando o bom senso lá voltamos para trás, passando novamente pela Cabana da Lagoa. Descemos pelo estradão. Um bocado contrariados por tanto estradão ainda quisemos inventar mas não era dia para isso e o trilho já estava longo.
Apesar de não termos feito o que queríamos, este traçado é interessante de ficar registado como forma de encontrar uma solução quando os rios não deixam passar pelo grande caudal. Mesmo que tivéssemos passado no Rio do Penedo íamos ter novo problema para passar o Ribeiro de Couce que também levava muita água.
Dizer também que apesar de ser inconveniente caminhar em dias de chuva na verdade é quando a serra está mais abundante... as cascatas explodem de todos os cantos, os rios cheios embelezam tudo. Os pés molhados são só um pequeno preço para ver a serra no seu esplendor.
Assim como conhecer Cocões de Couçolinho. A lá voltar!
- Lagoa do Marinho (8.7 km)
- Lagoa Pequena (14.2 km)
- Ponte do Sobroso (18.9 km)
- Cascata Vila Nova (20.0 km)
- Fonte de Travassós (21.4 km)
Tínhamos grandes planos para este dia: Xertelo -Lagoa do Marinho - Cocoes de Concelinho - Sesta da Lamalonga - Lage dos Bois - Lages dos Infernos-Xertelo mas a metereologia não deixou. Quando chegamos ao Rio do Penedo (Km5.5) foi impossível transpor o rio que levava muita correnteza. Voltámos para trás ao km5.5 mas não demos essa ida por perdida porque vimos um Teixo! Um Teixo!
O Teixo é uma árvore pequena ou arbusto, de folha persistente e copa cónica e larga, é uma espécie de crescimento lento que pode elevar-se até aos 25 metros, embora raramente chegue a esta altura. De grande longevidade, o teixo pode ultrapassar os dois mil anos de idade e há mesmo relatos de alguns que chegaram aos cinco mil anos. Por ser uma espécie de crescimento lento, não é considerada como uma espécie “interessante” para quem planta floresta. Além disso, os incêndios recorrentes são uma forte ameaça à sua sobrevivência assim como a sua destruição por parte dos agricultores /pastores porque as partes verdes desta espécie contêm um potente alcaloide venenoso, a taxina, capaz de causar graves efeitos no sistema nervoso e cardiovascular dos animais, podendo levar à sua morte. As propriedades da madeira do teixo, densa e elástica, eram apreciadas na Idade Média para diferentes fins: instrumentos musicais, mobiliário, bestas, arcos e flechas. O aumento da procura por esta espécie levou ao seu corte indiscriminado um pouco por toda a Europa. Assim como as propriedades medicinais também fizeram do teixo uma espécie apetecível. Embora seja venenoso, o teixo que conhecemos em Portugal é a fonte do precursor do Taxol, um dos medicamentos mais procurados para o tratamento do cancro. Este interesse mais recente por parte da indústria farmacêutica contribuiu para a exploração e corte dos melhores exemplares. Esta conjugação de fatores explica o abate sistemático desta espécie arbórea, que culminou na sua quase extinção em Portugal. Os colegas diziam que haveria em Portugal á volta de 80 exemplares no Gerês e Serra da Estrela.
Depois de muito apreciar o teixo, voltamos a subir a encosta para voltar para trás e reformular o trilho. Voltamos ao estradão (Km6.5) e continuamos nele até ás lagoas do Xertelo, passámos a Ponte do Sobroso e um bocado mais acima saímos do estradão e cortamos ao km9 á direita começando uma subida do demo até ao planalto da Lagoa do Marinho, sempre acompanhados de chuva e nevoeiro. Na cabana da Lagoa do Marinho, completamente encharcados, encontramos meio mundo que nesse dia também se lembraram de ir á Lagoa do Marinho. Encontramos muita gente amiga. Depois do almoço continuámos mais para norte, passando uma zona chamada Couce. Ali, e apesar de estarmos todos molhados, o nosso entusiasmo cresceu. Entramos numa área nova e diferente do Gerês. Um vale cheio de currais, circundados por paredes altas em forma de U. Passámos pelas Minas do Borrajeiro com resquícios da antiga actividade, buracos abertos e casebres em ruínas, isto á nossa esquerda. E pelo BorrajeiroII. Culminando ao fundo com a visão espectacular do Cocões de Coucelinho. Do melhor que já vi no Gerês.
A forma glaciária típica testemunha a presença de um antigo glaciar nesta zona da serra do Gerês.
Há aqui diferentes formas de chamar a esta zona. Segundo Rui Barbosa, pessoa entendida e estudiosa do Gerês: "A região a jusante é denominada 'Couço' e apresenta uma larga chã onde existem vários currais. Ora, a denominação de 'Concelinho' será uma deturpação do termo 'Couçolinho', sendo ali uma área mais pequena onde existe um curral - Curral do Colástica (Curral dos Cocões do Couçolinho). De sublinhar que o topónimo 'Couço' é utilizado em vez de 'Couce' tal como é referido nas nossas cartas militares. Esta designação (Couço) é utilizada pelas gentes de Cabril para designar a área referida como 'Couce'".
A tarde já ia adiantada, tínhamos perdido muito tempo a tentar passar o rio. Mas naquele momento perante tamanho colosso granítico a nossa vontade era avançar mais á frente para ver melhor. Fomos até ao curral dos Coções de Coucelinho com a promessa de voltarmos para explorar mais e fazer o trilho que nos tínhamos proposto. Porque se tivéssemos feito o trilho inicial vínhamos ter a um alto algures á nossa direita para descer e passar o Ribeiro e passar pela Lagoa do Marinho.
Imperando o bom senso lá voltamos para trás, passando novamente pela Cabana da Lagoa. Descemos pelo estradão. Um bocado contrariados por tanto estradão ainda quisemos inventar mas não era dia para isso e o trilho já estava longo.
Apesar de não termos feito o que queríamos, este traçado é interessante de ficar registado como forma de encontrar uma solução quando os rios não deixam passar pelo grande caudal. Mesmo que tivéssemos passado no Rio do Penedo íamos ter novo problema para passar o Ribeiro de Couce que também levava muita água.
Dizer também que apesar de ser inconveniente caminhar em dias de chuva na verdade é quando a serra está mais abundante... as cascatas explodem de todos os cantos, os rios cheios embelezam tudo. Os pés molhados são só um pequeno preço para ver a serra no seu esplendor.
Assim como conhecer Cocões de Couçolinho. A lá voltar!
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