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O Camiño dos Faros: ETAPA 4/8 - LAXE A AROU (19,2 KM)

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Trail stats

Distance
11.93 mi
Elevation gain
883 ft
Technical difficulty
Easy
Elevation loss
902 ft
Max elevation
327 ft
TrailRank 
70 5
Min elevation
-23 ft
Trail type
One Way
Time
6 hours 33 minutes
Coordinates
2134
Uploaded
August 11, 2020
Recorded
August 2020
  • Rating

  •   5 2 Reviews

near Laxe, Galicia (España)

Viewed 503 times, downloaded 6 times

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Itinerary description

O percurso aqui partilhado pode conter erros de GPS ou eventualmente passar por propriedades privadas, ou mesmo através de corta mato e ter passagens por locais que podem ser perigosos para os menos experientes. A descrição do percurso é efetuada à data da sua realização, pelo que se deve ter em atenção que as condições do trilho podem facilmente vir a alterar-se, quer pelas condições meteorológicas, quer por mudança da vegetação, quer por outros fatores inimputáveis à minha vontade. O grau de dificuldade e as condições técnicas atribuídas é baseado na minha experiência pessoal e apenas serve de referência, pelo que não me responsabilizo por qualquer acidente que possa ocorrer por influência ou utilização do percurso aqui disponibilizado.

ETAPA 4/8: LAXE – AROU (19,2 KMS)
Nesta quarta etapa, a partir do farol de Laxe, a costa volta a ser mais agreste e as ondas do mar rebentam com mais força. Visita-se a Praia dos Cristais e sobe-se pelo Peñón de Soesto para admirar uma estupenda vista panorâmica. Daí, o trilho segue pela Praia de Traba e a sua lagoa, antes de atravessar uma espetacular zona de formações rochosas que nos aproxima de Camelle e Arou, o fim da etapa.


- Trilho linear pela denominada Costa da Morte, Galiza, dividido em oito etapas. Nesta quarta etapa percorreram-se 19,2 kms, entre a vila de Laxe e a praia de Arou;
- Esta é a etapa mais curta e também a mais fácil, comparada com as outras sete. No entanto, são quase 20 kms pela costa, quase sempre pelas falésias, o que significa que a atenção ao trilho continua uma constante;
- Começando na vila de Laxe, os primeiros 3,5 kms levam-nos pela sua marginal até ao porto, passando pela histórica Igrexa de Santa María da Atalaia, para depois contornar a Punta de Laxe, ou da Insua, até á praia dos Cristais;
- Continuando pelas falésias, consecutivamente sobe-se ao Peñón de Soesto, excepcional miradouro natural, do qual se desce para a praia do mesmo nome;
- Durante os próximos 3 kms, as falésias fazem a delicia da paisagem, cenário selvagem a que este caminho já nos habituou. Punta do Catasol, Praia do Castrallón e Praia do Arnado são os locais por onde se tem que passar;
- Terminado este troço, chega-se a uma das jóias do Camiño dos Faros: a Praia e Lagoa de Traba, um paraíso natural, abrigo de muitas espécies de aves, sobretudo, e um importante ecossistema da região. Além disso, esta praia é um hotspot para a prática de surf;
- No final da travessia da lagoa (passadiço), o caminho desvia ligeiramente para o interior, passando nas imediações de Mordomo, uma pequena povoação rural. No entanto, este desvio revela-se providencial, pois passa pelo Bar Os Espiños, excelente local para uma paragem e respetivo reforço alimentar. E que bem sabe uma bebida fresca na esplanada, à sombra de uma ramada...;
- Realizada a merecida paragem para repor energias, o próximo objetivo chama-se Punta Corbeiro. São 3 kms deslumbrantes, sempre pelas falésias, muito próximo ao mar e pelo meio de uma floresta de esculturas graníticas. É um dos troços mais incríveis da jornada. As rochas moldadas por anos de erosão à força das marés e ondas impiedosas criou aqui um cenário surreal, onde cada pessoa pode dar largas à sua imaginação e descobrir as mais improváveis formas animais, vegetais e humanas... é simplesmente maravilhoso!!!;
- Camelle já está no horizonte, quando se passa pelos Coído da Señora e Coído de Sabadelle, com as suas características "bolas" de pedra a ocuparem toda a margem das enseadas. É importante ter algum cuidado ao pisar estes seixos gigantes, para evitar torções de tornozelo;
- E a seguir entra-se em Camelle, atravessando a praia e seguindo ao longo do cais até ao porto, passando obrigatoriamente por um ex-libris local: as ruínas do Museu de Man, onde ainda é possível observar muitas das esculturas ao ar livre deixadas pelo peculiar Homem, Manfred Gnädinger. A sua história é extremamente curiosa, assim como o seu legado;
- De Camelle à praia de Arou, final desta etapa, são menos de 2 kms e ainda se passa por Porto da Lagoa;
- E aqui, na praia de Arou, termina a quarta etapa do Camiño dos Faros, a mais curta mas não menos bela das oito. No entanto, é bom nesta altura ter percorrido uma etapa menos dura e menos longa, pois o corpo agradece tendo em conta que só agora se chegou a meio da aventura. E as próximas jornadas não darão tréguas, seguramente;
- Este trilho desenvolve-se por caminhos de terra, passadiços e trilhos pé posto (junto às falésias);
- Trilho costeiro muito acessível, com poucos desníveis e bastantes zonas planas. No entanto, as falésias são uma constante, pelo que todo o cuidado é necessário;
- Ao longo de todo o percurso a paisagem continua deslumbrante. Destaque para a Punta de Laxe e a Praia dos Cristais, o Peñón de Soesto e a Praia de Soesto, as falésias selvagens de Punta do Catasol, com as suas pequenas praias do Castrallón e Arnado, o impressionante areal e dunas da Praia de Traba, barreira natural para a reserva ornitológica da Lagoa de Traba, a soberba Punta Corbeiro com o seu "jardim" de esculturas naturais, os Coídos da Señora e de Sabadelle antes de entrar na praia de Camelle, o Museu de Man, Porto da Lagoa e praia de Arou;
- E assim continua o Camiño dos Faros, um trilho mítico, fabuloso e que requer boa preparação física.



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- TRASNO (ou Goblin): mascote do Camiño dos Faros
Um trasno (do latim "trans gradi") é um ser mitológico tradicional galego que, segundo a tradição, habita as casas e prega partidas. Diz-se que é um anão travesso e saltitante, de pele morena e barba. Veste-se de vermelho, é coxo e tem um buraco na mão esquerda. Atua à noite pelas casas, partindo a louça, remexendo na roupa, assustando o gado nos estábulos, fazendo barulho nos sótãos. Durante o dia, desaparece. Na Galiza é muito comum chamar "trasnos" às crianças quando estas são muito irrequietas ou indisciplinadas. Também se chama "trasno" aquele que anda sozinho pelos caminhos ou florestas.


- CAMIÑO DOS FAROS (Caminho dos Faróis)
O Camiño dos Faros é uma rota de caminhada de 200 quilômetros que liga Malpica a Finisterra pela costa, sempre junto ao mar. É um percurso que tem o mar como protagonista e que passa por todos os faróis e principais pontos de interesse da Costa da Morte.
É um percurso que percorre as mais variadas paisagens, sempre voltado para o mar e a oeste. Faróis, praias, dunas, rios, falésias, matas, estuários com grande quantidade de aves, mares de granito, castros, dólmens, vilas de pescadores, miradouros para o mar cujas ondas rebentam de todas as formas possíveis, crepúsculos deslumbrantes... e muita magia.
Um percurso pedestre como poucos, que levará o caminhante a um mundo de sensações únicas que só podem ser desfrutadas nesta Costa da Morte. Como sabemos que este percurso é único e que quem o fizer ficará surpreendido, nós, os "trasnos", estamos decididos a promovê-lo sem qualquer fim lucrativo. O nosso único objetivo é que este Camiño dos Faros exista e que muitas pessoas o façam com o maior respeito pela natureza.
O Camiño dos Faros, como os "trasnos" o conceberam, é dividido em 8 etapas com uma média de 9 horas por etapa. É um ritmo lento, um ritmo em que se pára em todos os pontos-chave, tiram-se fotos, faz-se uma pausa para comer e aproveita-se o passeio durante todo o dia. O facto de se tratar de um percurso junto ao mar não significa que se trate de um percurso junto à praia. O percurso é de dificuldade média / alta, visto que esta costa é muito íngreme e tanto se está a contornar falésias como já se está a subir a um monte de 100 metros. O percurso total tem um desnível de 4000 metros positivos e 4000 metros negativos, resultando num acumulado de 8000 metros!
Posto isto, consideramos que este é um caminho onde, aos poucos, se vai ganhando forma, uma vez que a dificuldade aumenta com a passagem das etapas. Mas não tenha medo disso pois, connosco, "Trasnos" de todas as idades e de todas as condições físicas fizeram o percurso completo. Daqui o convidamos a seguir-nos na aventura e a ajudar-nos na criação deste bem comum para os cidadãos. Divulgue estas informações, participe no nosso Facebook, Twitter ou Instagram, conte aos seus amigos e familiares sobre esta aventura, vá em frente e faça-a... qualquer sugestão pode ser muito válida para valorizar este caminho que temos tão perto e, às vezes, tão longe!!!

LINKS PARA AS VÁRIAS ETAPAS:

Camiño dos Faros - ETAPA 1/8


Camiño dos Faros - ETAPA 2/8


Camiño dos Faros - ETAPA 3/8


Camiño dos Faros - ETAPA 5/8


Camiño dos Faros - ETAPA 6/8


Camiño dos Faros - ETAPA 7/8


Camiño dos Faros - ETAPA 8/8




Informações mais detalhadas podem ser consultadas no endereço oficial:
www.caminodosfaros.com

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Waypoints

PictographWaypoint Altitude -19 ft
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Laxe

Laxe é uma das vilas costeiras mais belas da costa galega e é um município espanhol na província da Corunha, comunidade autónoma da Galiza. A origem do topónimo está na palavra galega laxe (anteriormente grafado de: lage), procedente da forma altomedieval do galego-português lagena, de origem celta e cujo significado atual é, em português, "laje" ou "pedra plana". Destaca-se pela sua localização, no centro geográfico da Costa da Morte, pela sua praia de 2 km no centro da povoação e também pelo seu típico porto de pesca, com barcos de pesca costeira indo e vindo a qualquer hora do dia. O porto pesqueiro de Laxe abriga a frota costeira. Quando regressam da pesca, as capturas do dia são leiloadas na lota: escacho, pregado, linguado, raias, robalo, perceves ... Este porto é também uma base para os barcos madeireiros que encontram nas suas instalações o local ideal para transportar as suas cargas desde a costa da Morte para outros lugares.

Photo ofIgrexa de Santa María da Atalaia Photo ofIgrexa de Santa María da Atalaia Photo ofIgrexa de Santa María da Atalaia

Igrexa de Santa María da Atalaia

Construída no final do século XIV, a Igrexa de Santa María da Atalaia é de grande valor histórico-artístico. Um exemplo claro do gótico marinheiro que aparece em muitas igrejas da costa galega, algumas esculturas estão preservadas desde a época da sua construção. De nave única com abside quadrada, a fachada é decorada com imagens da Virgem. No interior da igreja existem vários túmulos do século XIII dos Moscoso que governaram estas terras após os senhores de Traba. O retábulo barroco que existia no altar-mor foi destruído por um raio em 1955, deixando à vista um simples retábulo de pedra. Do átrio da igreja tem-se uma vista panorâmica maravilhosa do porto e da praia de Laxe. Perto do templo, onde hoje funciona uma garagem, fica o túmulo do navio inglês Adelaide, que naufragou na baía.

PictographPanorama Altitude 69 ft
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Punta do Costado

PictographMonument Altitude 155 ft
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Faro de Laxe

Na ponta do Monte da Insua está o Farol de Laxe. Construído em 1920, é exatamente como o Roncudo, um cilindro simples revestido de azulejos brancos. Mas a sua localização, como o resto dos faróis desta rota, é privilegiada. A seus pés naufragou em 1972 o Playa de Arnela, um navio de Corme que estava a chegar ao seu porto quando foi encontrar os rochedos de Punta da Insua, salvando-se apenas dois tripulantes deste mar implacável.

PictographWaypoint Altitude 177 ft
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Monumento 'A espera'

"A espera" é uma escultura em bronze de Iria Rodríguez, uma homenagem a todos os homens do mar e às suas mulheres, que aguardam impacientemente a sua chegada ao porto. Neste local, as vistas são espetaculares. À direita, toda a Ria de Corme-Laxe. À esquerda, toda a costa de mar aberto que o Camiño dos Faros percorre. Ao fundo, avista-se o Penal de Veo e a duna de Monte Branco, ponto central na distância total deste caminho.

PictographWaypoint Altitude 42 ft
Photo ofFurna da Espuma Photo ofFurna da Espuma Photo ofFurna da Espuma

Furna da Espuma

Este é um fenómeno natural que acontece sempre que o mar bate contra este Monte da Insua, coisa que acontece constantemente. Nesta furna em particular, a força das ondas transforma-se em espuma que se espalha pela encosta, pelo que é preciso ter muito cuidado ao passar. Se estiver um dia de vento forte, o espetáculo vale a pena. Quem disse que não neva na Costa da Morte?! (no dia que aqui passamos, o mar estava excepcionalmente calmo...)

PictographBeach Altitude 21 ft
Photo ofPraia dos Cristais Photo ofPraia dos Cristais Photo ofPraia dos Cristais

Praia dos Cristais

A natureza é caprichosa e o mar devolve sempre o que lhe foi atirado. Nesta zona de Laxe existia um antigo depósito onde garrafas e outros recipientes de vidro eram deitados fora. Ora, nestas falésias de ondas perpétuas, o mar foi recolhendo esses resíduos de vidro e devolveu-os completamente polidos, transformando esta pequena enseada numa obra de arte a céu aberto. Cristais (vidros) de todas as cores misturam-se com pequenas conchas neste inusitado recanto. Uma paragem neste local é obrigatória: desfrute, tire fotos... mas lembre-se: é proibido recolher e levar os cristais da praia!!!

PictographPanorama Altitude 323 ft
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Peñón de Soesto

É um miradouro privilegiado! Do topo do Peñón de Soesto tem-se vistas panorâmicas impressionantes. Ao norte todo o Roncudo, com Corme ao fundo. Em primeiro plano, todo o Monte da Insua até ao Farol de Laxe, Praia dos Cristais e Enseada da Baleeira. A sul, avista-se a praia de Soesto com o mar a rebentar com força e, ao fundo, a ponta do Catasol.

PictographBeach Altitude 34 ft
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Praia de Soesto

Soesto é uma praia tranquila e familiar localizada na parte de trás da vila de Laxe, onde se pode chegar pelo O Camiño dos Faros, depois de descer o Peñón do Castro. Outras formas de lá chegar são através de um percurso pedestre que começa na vila ou por estrada. A praia de Soesto possui areia fina e branca e o seu areal está aberto para o mar, com muito vento e muitas ondas, sendo o local escolhido por muitos surfistas para praticar o seu desporto preferido.

PictographWaypoint Altitude 37 ft
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passadiço pelas dunas

PictographPanorama Altitude 78 ft
Photo ofPunta do Catasol Photo ofPunta do Catasol Photo ofPunta do Catasol

Punta do Catasol

PictographBeach Altitude 55 ft
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Praia do Castrallón

PictographBeach Altitude 66 ft
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Praia de Arnado

PictographBeach Altitude 40 ft
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Praia de Traba

A área natural de Traba, formada pela praia e pela lagoa, é repleta de belezas naturais. Diz a lenda que a cidade de Valverde foi enterrada, por castigo divino, sob as suas águas. A ampla Praia de Traba, de 2650 metros, aberta para o mar, possui um complexo de dunas que a separa da lagoa de grande valor ecológico.

PictographWaypoint Altitude 34 ft
Photo ofpassadiço da lagoa Photo ofpassadiço da lagoa Photo ofpassadiço da lagoa

passadiço da lagoa

PictographLake Altitude 32 ft
Photo ofLagoa de Traba Photo ofLagoa de Traba Photo ofLagoa de Traba

Lagoa de Traba

A Lagoa de Traba é um espaço natural, por onde se passa pelo passadiço de madeira. No processo da sua formação, há primeiro uma baía na qual fluem dois riachos. A contribuição da matéria fluvial e das correntes marinhas forma uma barra de areia que fecha a baía e uma praia em forma de flecha. Na barra forma-se uma corda de dunas que vai se espalhando. Quando a foz dos dois rios foi fechada, formou-se uma lagoa muito maior que a atual. A partir desse momento, ocorreu outra fase, em que depósitos de areia e limos preenchem as margens da lagoa, reduzindo a sua profundidade e permitindo a fixação de vegetação adaptada a estas condições, o que, por sua vez, ocasiona uma maior deposição de sedimentos e mais terrenos vão ficando a descoberto. Esta é a fase atual da Lagoa de Traba: uma pequena lagoa rodeada por um pântano. Hoje, a lagoa é estreita, com cerca de 250 m de largura e cerca de 800 m de comprimento. A comunicação com o mar é feita através de um canal estreito de aproximadamente 5 m de largura e 400 m de comprimento. A vegetação é típica destes biótopos: a lagoa é quase inteiramente rodeada por um denso caniço (Phragmites australis), existem também plantas herbáceas perenes do género Typha (Typha latifolia) e um junco (Juncus maritimus) onde já se nota a salinidade da água. Relativamente à fauna, é de referir que várias aves como a galinha dos rios (Gallinula chloropus), o carril (Rallus aquaticus) e a fulepa unicolor (Locustella luscinioides) encontram aqui refúgio para os seus ninhos. Os patos, cisnes e gansos (Anatidae) também estão bem representados. No entanto, o interesse deste espaço natural está centrado no grande número de pássaros invernantes, estranhos nestas latitudes: pilro americano (Calidris melanotos), bilúrico de patas amarelas (Tringla flavipes), gaivota-chorona americana (Larus atricilla), gaivota de Bonaparte (Larus philadelphia), shady carrán (Sterna fuscata), galinhola pinta (Porzana porzana), pequena galinhola (Porzana silta), galinhola comum (Porzana pusilla), abeto americano (Botaurus lentiginosus) e estamenha de junco (Emberiza schoeniclus), entre outras.

PictographProvisioning Altitude 57 ft
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Bar Os Espiños

PictographPanorama Altitude 25 ft
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Punta da Cruz de Rosa

PictographWaypoint Altitude 51 ft
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Punta Corbeiro

Punta Corbeiro é um dos lugares onde se pode ver o espetáculo das ondas no inverno. E está povoada por enormes pedras de granito de todas as formas e feitios. Conforme nos vamos "perdendo" neste jardim de esculturas naturais, as formas destas ficam cada vez mais retorcidas e os pontos de apoio entre as enormes massas são cada vez menores. Um espetáculo natural que seguramente ficará na memória de quem por aqui passa.

PictographPanorama Altitude 23 ft
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Coído da Señora

PictographPanorama Altitude 15 ft
Photo ofCoído de Sabadelle Photo ofCoído de Sabadelle Photo ofCoído de Sabadelle

Coído de Sabadelle

Tal como o Coído da Señora, o Coído de Sabadelle supõe-se ser a origem da atual Camelle. É uma enseada formada por grandes bolas de granito, que requer cuidado ao atravessar. Nas proximidades encontram-se vestígios da antiga vila medieval e um petróglifo denominado Pé do Santo.

PictographBeach Altitude 21 ft
Photo ofPraia de Camelle Photo ofPraia de Camelle Photo ofPraia de Camelle

Praia de Camelle

Camelle é um pequeno e belo porto pesqueiro que preserva nas ruas o encanto de outrora. Encontra-se no coração da Costa da Morte, um dos troços de costa com mais naufrágios do mundo. O seu povo, a maioria dedicado à pesca, tem fama de ser um povo do mar que, arriscando a vida, ajudou no resgate dos muitos naufrágios nestas costas. De um desses naufrágios, o do navio inglês City of Agra, naufragado em 1897, o sino está preservado na Igreja do Espírito Santo. Esta atitude heróica dos habitantes de Camelle e Arou no resgate levou-os a serem condecorados pela coroa inglesa. Em 1898 foi instalada a Estação de Salvamento Barbeito que, além de prestar socorro, também salvou cargas e recuperou navios danificados. Camelle foi o lugar para onde os náufragos eram encaminhados e recebiam os primeiros socorros, pelo que havia seguradoras, despachantes alfandegários e cônsules de diversos países.

PictographMooring point Altitude 23 ft
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Porto de Camelle

À entrada da pequena enseada de Camelle existiram alguns baixios denominados "A Pedra do Porto" que, com a construção do pontão do Porto, foram demolidos em 2005. Ali, no início do século XX, três navios terminaram as suas viagens. Reza assim a história: "Era uma noite de nevoeiro e tempestade, a 10 de fevereiro de 1904. O Yeoman, um navio inglês recentemente construído em Liverpool e capitaneado pelo Sr. Willian Lang, estava a fazer a viagem Liverpool-Calcutá com 4 toneladas de carga geral, 2 de sal e 1,5 carvão. Perante o perigo da noite, os oficiais revezaram-se de guarda na ponte, enquanto os seus 80 tripulantes (67 índios) e 4 passageiros dormiam. Às 3 da manhã encalhou contra A Pedra do Porto. O pánico apoderou-se da tripulação que não foi capaz de seguir as ordens do capitão. Oito dos índios saltaram para o mar num barco que, algumas horas depois, foi encontrado destruído na praia do Arnado, com quatro deles cadáveres. O resto da tripulação sobreviveu graças à generosidade e à coragem do povo de Camelle, que não hesitou em arriscar a vida para salvar aqueles infelizes da morte certa. Dois dias após o naufrágio, parte da mercadoria começou a chegar às praias e os moradores da região saltavam de pedra em pedra para recolher os destroços. Às 23 horas do dia 12 de janeiro de 1915, o Natalia, um navio espanhol de 2000 toneladas que se dirigia de Liverpool à Coruña e Vigo com carga geral, também naufragou na Pedra do Porto. Depois de deixar parte da sua carga na Coruña, estava a navegar no nevoeiro quando foi encalhar nestes baixios. O povo de Camelle acudiu ao acidente e salvou todos os 35 membros da tripulação. No dia seguinte, a tempestade destruiu o navio, mas um enorme tôrno e uma coleção de teares ainda foram recuperados. Com o passar dos dias, fardos e sacos de bacalhau e sulfato deram em toda a costa. A 20 de agosto de 1934, o petroleiro russo Boris Sheboldaev, de 13000 toneladas e equipado com a melhor tecnologia da época, dirigia-se com os tanques vazios de Leningrado a Batun. No meio de uma tempestade e sob o nevoeiro, encalhou na Pedra do Porto, demorando no máximo meia hora para se partir em dois e ficar sem eletricidade. Aos gritos de socorro chegaram os bravos marinheiros de Camelle que não tinham tarefa fácil pela frente. O navio estava paralelo a terra, encalhado na rocha e sob a força do mar cujas ondas varriam o convés. No meio daquela noite infernal, conseguiram salvar 28 dos 41 tripulantes. Os restantes, que permaneceram com o capitão na proa, foram salvos no dia seguinte. Apesar de vazio, o acidente deste navio provocou a primeira maré negra na Costa da Morte. Na praia havia uma extensa camada de crude e durante um ano não se podia comer peixe ou marisco. Como se pode constatar, Camelle e A Pedra do Porto têm uma história repleta de naufrágios."

PictographRuins Altitude 25 ft
Photo ofMuseu de Man (ruínas) Photo ofMuseu de Man (ruínas) Photo ofMuseu de Man (ruínas)

Museu de Man (ruínas)

No final do cais encontra-se um dos museus mais curiosos da Galiza: um museu de pedras, das mais diversas formas e cores, que durante muitos anos foram esculpidas por uma singular personagem que chegou da Alemanha e que ficou rendida a estas terras: O Homem, o Alemão de Camelle. Eis a sua história: "Há muitos anos chegou a Camelle um jovem alemão que, maravilhando-se com esta zona da costa, ficou aí viver num compromisso de perfeita harmonia com a natureza. Essa harmonia com o mar e as pedras reflete-se neste museu a céu aberto que lhe serviu de casa. Manfred Gnädinger (Homem) faleceu em dezembro de 2002, dias depois que o Prestige derramou toda a sua carga de hidrocarbonetos nesta costa, afetando seriamente o seu museu. A partir daí quisemos fazer a nossa parte para que este homem, amante da natureza, não fosse esquecido e para que o seu trabalho e a sua filosofia, tão integrados com a zona, perdurem no tempo. A visão do Homem impressionou-nos muito: alto e magro, com cabelos e barba compridos, a sua única roupa era uma tanga. Ele morava no museu, uma cabana pintada com marcantes círculos coloridos, uma constante no seu trabalho. Manfred Gnädinger nasceu em 1936 em Radofzell (Alemanha), numa família rica, onde é o mais novo de 7 irmãos. Aos 14 anos iniciou os seus estudos de pastelaria, o que o levou a trabalhar na Suíça. Aos 16 anos a sua mãe morre, e esse foi um golpe muito duro para o ele. Embora continue a trabalhar na Suíça, já se começa a interessar por arte e a sua mente inquieta começa a efervescer. Aos 25 anos volta para a sua cidade natal, onde ficará por um breve período. Desde o falecimento da mãe, apoia-se numa senhora idosa, de Muxía, que lhe fala da Costa da Morte, das pedras e do mar... O homem fica fascinado por essas histórias. Mais tarde, faz uma viagem por França e pelo norte de Espanha até chegar à praia de Traba e dali vai para Camelle, onde chega no dia da festa, em 1962. Era suposto que fosse a Muxía, mas por alii ficou. Bem vestido e católico praticante, fez amizade com a família Baña Heim, a única que sabia alemão. Alugaram-lhe uma pequena casa de pedra na entrada da povoação, local onde começou a sua "evolução interior". Pinta as paredes de negro e começa a juntar todo tipo de coisas que encontra. No entanto, os proprietários dizem-lhe que as coisas não podem continuar assim. Então o homem desaparece. Ao cabo de dois dias reaparece, totalmente nu, apenas com a sua tanga. Compra um terreno junto ao cais e começa a construir a sua cabana, em total comunhão com a natureza, sem luz e sem água. É aqui, no início dos anos 70, quando o Homem inicia a sua obra, que o círculo e as cores básicas formam parte fundamental. Apesar de realizar obras em todo o território, o seu jardim-museu está a consolidar-se à volta da casa. É um artista multidisciplinar e a escrita, a pintura ou a fotografia também têm lugar nessa mente inquieta. Enquanto isso, o seu estilo de vida ambientalista evolui, plantando o seu próprio jardim ao redor da casa, que é aquecida através de um pequeno solário. A dieta vegetariana, as suas longas caminhadas pelas montanhas próximas e as suas travessias a nado mantiveram-no forte e saudável. Em 1985 começaram as obras do cais, de que os marinheiros de Camelle tanto precisavam para proteger os seus barcos. Mas o projeto "invadiu" o seu museu-jardim. Depois de enviar cartas às autoridades assim como outros protestos, ele conseguiu mudar parte do projeto, mas não tudo. As obras começaram e, em sinal de protesto, deitou-se no cimento, criando a sua própria silhueta que ainda se pode ver hoje. A partir desse momento, o quebra-mar também passou a fazer parte da sua obra e o "Homem" está a evoluir. O museu é uma coleção de pedras, ossos de animais, apetrechos de pesca e outros destroços que o mar lhe trouxe, todos perfeitamente combinados e com formas predominantemente esféricas e circulares em cores vivas. Como dizia na entrada do seu museu, ‘Ver 1 euro’. O homem cobrava esse preço simbólico aos visitantes enquanto lhes dava alguns lápis de cor e um caderno onde lhes pedia que fizéssem um desenho do que viam, o que era para eles o seu museu, além de assinarem com nome e data de nascimento. Nas suas próprias palavras: “Isto é para interpretação livre, sim, para as crianças produzirem a sua imaginação, e dou a cada criança um caderno para fazer um desenho livre sobre o museu. O museu é a árvore, e cada página do caderno é uma página dessa árvore e cada desenho é um fruto dessa árvore". A 16 de novembro de 2002, a primeira vaga de combustível do Prestige inundou o seu museu. O homem declarou: "Eu diria que isto nunca deve ser limpo..., que seja um episódio da história. Ficar assim deve, para todos, lembrar quem é o homem, porque o homem não ama o homem, nem o mar, nem o peixe, nem a praia". A 28 de dezembro de 2002, Manfred Gnädinger faleceu e com ele uma obra única. O homem é um personagem que deve ser lembrado pelo amor que dedicou à natureza neste recanto da costa galega, e por uma arte nela totalmente integrada. No entanto, o seu legado está em estado crítico. Nem as administrações, nem o povo de Camelle puderam proteger este tesouro único. Os invernos na Costa da Morte são muito duros e estão a fazer o seu trabalho. Nos últimos anos, iniciou-se um projeto de recuperação e catalogação da sua obra, numa pequena cave do armazém onde se havia guardado grande parte dos seus cadernos, fotografias, jornais e esculturas. O resultado deste trabalho pode hoje ser visto no museu da Casa do Alemán.

PictographMooring point Altitude 27 ft
Photo ofPorto da Lagoa Photo ofPorto da Lagoa Photo ofPorto da Lagoa

Porto da Lagoa

Porto da Lagoa está rodeado por Punta Percebeira e Punta do Curro, e forma um pequeno abrigo onde as barcaças descansam dos dias difíceis no mar.

PictographBeach Altitude 25 ft
Photo ofPraia de Arou Photo ofPraia de Arou Photo ofPraia de Arou

Praia de Arou

Comments  (3)

  • Photo of Aiguille du Midi
    Aiguille du Midi Nov 19, 2021

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    Uma etapa simpática e mais descontraída. Mas sempre rodeada de paisagens belíssimas.

  • Photo of João Marques Fernandes
    João Marques Fernandes Nov 19, 2021

    Obrigado, Aiguille du Midi, pelo comentário e avaliação do trilho.
    É assim o Camiño dos Faros: sempre deslumbrante.
    Continuação de boas caminhadas.

  • Photo of _BIO_RAIA_
    _BIO_RAIA_ Dec 21, 2022

    Paisagens top e um excelente percurso. *****

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