Parque Nacional de Aigüestortes i Estany de Sant Maurici: Carros de Foc (ou rota da pedra e da água)
near Pla de l'Ermita, Catalunya (España)
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Trail photos
Itinerary description
1. O Parque Nacional de Aigüestortes i Estany de Sant Maurici fica situado na parte central dos Pireneus na província de Lleida – Catalunha. Neste parque, tudo gira em volta de arcos de altas e agrestes montanhas, da pedra e da água que delas brota. É, diríamos, um éden onde as montanhas (algumas com mais de 3.000 metros), os rios, os ribeiros e os lagos (mais de 200) dão forma a uma paisagem de conto de fadas e criam um magnifico cenário onde a vida frui em total harmonia.
As características cénicas aliadas à ação humana (9 refúgios e 27 percursos marcados) fazem deste parque um motivo de atração irresistível para milhares e milhares de amantes da natureza que nós, pedestrianistas de fim de semana, também quisemos conhecer e vivenciar. Com este objetivo e tendo por base o percurso “Carros de Foc” (o percurso mais conhecido do parque com cerca de 70 km de extensão e 9 000 a 10 000 metros de desnível acumulado), desenhamos o “nosso” próprio percurso com cerca de 82 km e estruturado em 6 etapas.
Etapa 0 – 25 de junho: Porto –> Boí (cerca de 1000 km)
Etapa 1 - 26 Junho: Planell de Aiguestortes -> Refúgio Colomina (16 km; desníveis: + 960 e - 376 metros).
Etapa 2 – 27 junho: Refúgio Colomina –> Refúgio D´Amitges (22 km; desníveis: + 1230 e – 1280 metros).
Etapa 3 – 28 junho: Refúgio D´Amitges –> pico Tuc Ratera (2861 m) -> Refúgio Colomérs (10 km; desníveis: + 580 e – 820 metros).
Etapa 4 – 29 junho: Refúgio Colomérs –> Pico Montardo (2833 m) –> Refúgio Restanca (10.5 km; desníveis: + 900 e – 1020 metros)
Etapa 5 – 30 de junho: Refúgio Restanca –> Refúgio D´Estany Long (15 km; desníveis: + 1180 e – 1200 metros).
Etapa 6: do, 1 de julho: Refúgio D´Estany Long -> Parque de Molina (10.5 km; desníveis: + 20 e – 630 metros) –> Porto.
2. Descrição
Etapa 0: Porto - Boí (em carrinhas).
Jantar, dormida e pequeno almoço em Boí – uma linda e excelentemente enquadrada vila pirenaica.
Etapa 1: Planell de Aiguestortes -> Refúgio Colomina
Transfer Boí -> Planell de Aiguestortes (local de início do tour) em carrinhas/táxis.
Do Planell de Aiguestortes fizemos um pequeno desvio ao miradouro de Sant Espirit com vistas fabulosas sobre o vale do rio Sant Nicolau. Apreciado o vale e as montanhas que o moldam, seguimos por um amplo e arborizado caminho ao longo do rio Sant Nicolau até ao Refúgio de Estany Llong. Junto a este refúgio, abandonamos o caminho e o vale do rio e, já pelo trilho de Carros de Foc, subimos ziguezagueando até ao colo de Dellui (2574 m) passando pelo lago do mesmo nome. A subida foi longa e, aqui e ali pedregosa, mas, chegados ao cimo, fomos recompensados com magníficas panorâmicas de vários lagos (Cubieso, Nariolo e Tort) e dos arcos das montanhas que os circundam. Apreciadas as vistas, descemos serpenteando pela encosta por um trilho bastante técnico até ao refúgio Colomina, passando pelos lagos referidos e, a partir do lago Tort, por uns carris abandonados que seguimos até ao desvio para o refúgio de Colomina, situado próximo do lago com o mesmo nome.
No refúgio Colomina: banho, jantar e cama (cedo).
Etapa 2: Refúgio Colomina –> Refúgio D´Amitges.
Alvorada cedo, pequeno almoço substancial (07.00 h) e pés a caminho (07:30 h).
Contornamos os lagos de Colomina e de Mar, rodeados por grandes blocos rochosos que ultrapassamos saltando de bloco em bloco. Depois de ultrapassado o lago de Mar, subimos até “Pas d`Ós” donde se tem uma linda perspetiva do lago de Saburó rodeado de rochas enormes. Descemos em direção ao lago Saburó para, depois de ultrapassado, subirmos ao Colo de Saburó (2668m) donde pudemos apreciar panorâmicas fabulosas. Descemos em direção aos lagos de Cap de Port, Llastra e Coveta. Depois passamos entre os lagos Negre de Peguera (à direita) e Tort de Peguera (à esquerda) em cuja margem está situado um belíssimo refúgio – o refúgio Josep Maria Blanc. Do início da descida para os lagos de Peguera, as vistas são simplesmente deslumbrantes. Contornamos o lago Tort de Peguera seguindo inicialmente por um amplo caminho que passa a trilho numa saída à esquerda. Passamos os Lagos de La Cabana, Coveta e Gran Peguera e subimos em direção ao colo de Monestero (2716 m) – uma subida bastante íngreme e prolongada. No cume, uma pequena pausa de recuperação e toca a descer por “trilho” ingreme e tecnicamente complicado até ao lago de Monestero. Depois foi só fruir o magnífico vale do rio Monestero até ao lago de Sant Maurici (lago que dá nome ao parque). Deste lago, subimos em direção a uma imponente cascata – a cascata de Ratera, admirada e fotografada a partir de dois miradouros. Depois foi só seguir o caminho de Estany Gran d´Amitges que nos conduziu primeiro ao lago de Ratera e depois ao refúgio d`Amitges onde tomamos banho, jantamos e dormimos.
Etapa 3: Refúgio D´Amitges –> pico Tuc Ratera (2861 m) -> Refúgio Colomérs.
Etapa mais curta, mas como pretendíamos fazer a ascensão ao pico Tuc de Ratera, mantivemos a rotina: alvorada cedo, pequeno almoço substancial (07.00 h) e mochilas às costas (07:30 h).
Começamos por um amplo caminho de terra que segue à esquerda do refúgio por entre os lagos de Barbs e Munyidera. Subimos rapidamente até ao colo Port de Ratera. Aqui, o grupo dividiu-se: uns ficaram a guardar as mochilas; outros fizeram a ascensão ao pico Tuc de Ratera. Subida e descida difíceis, plenas de adrenalina. As magníficas vistas de 360 graus compensaram totalmente o esforço. Fabulosas! Objetivo da etapa cumprido. Uma hora e meia depois, grupo junto e início da descida em direção à meta – refúgio Colomérs, passando pelos lagos Redon, Obago (em cuja margem almoçamos), Long de Colomérs e Major de Colomèrs em cuja margem se situa o Refúgio de Colomèrs, local de banho, jantar e pernoita.
Etapa 4: Refúgio Colomérs –> Pico Montardo (2833 m) –> Refúgio Restanca.
Começamos o dia, mantendo a rotina: alvorada cedo, pequeno almoço (07.00 h) e pés a caminho (07.30 h) que se faz tarde, também porque pretendíamos fazer a ascensão ao pico Montardo.
Iniciamos a caminhada seguindo o trilho que sai do refúgio e pouco depois vira à esquerda colina acima, na direção de Port de Caldes, colo que atingimos sem dificuldade (2570 m). A visibilidade estava intermitente devido aos bancos de nevoeiro que se iam formando e desfazendo o que comprometeu as vistas panorâmicas sobre toda a cordilheira pirenaica com destaque para os picos Aneto e Posets. Continuamos passando próximo dos lagos de Mangades e dos Monges. Perto deste lago e um pouco antes do colo Port de Rius, o grupo dividiu-se: uns fizeram a ascensão ao pico Montardo e outros ficarem a guardar as mochilas. Tarefas ingratas para ambos os grupos: o tempo não estava de molde a apanhar banhos de sol nem havia visibilidade que permitisse fruir as vistas que dizem ser magníficas do alto do monte Montardo. Enfim … ficou a satisfação de mais um objetivo cumprido por parte dos elementos que subiram e o desconforte de quase duas horas de penação dos que ficaram na base. Reunificado o grupo, dirigimo-nos ao colo Port de Rius (2745 m) e, daqui, descemos por trilho sinuoso e duro com panorâmicas fantásticas sobre o lago Restanca até ao refúgio de Restanca, situado numa das margens do lago, passando, na descida, pelo lago Cap Deth Port.
O jantar e início da noite no refúgio Restanca foram penosos: distúrbios gastrointestinais na maior parte dos elementos do grupo e chuva intensa que, em conjunto, não auguravam nada de bom para a etapa seguinte – a mais dura do tour.
Etapa 5: Refúgio Restanca –> Refúgio D´Estany Long.
O pequeno almoço decorreu sombrio tal como o tempo prometia estar durante as primeiras horas da manhã. Mas esses eram fatores que não podíamos controlar. Porque o caminho se faz caminhando e o tempo se espera no campo, às 07.30 h estávamos no trilho que nos conduziria ao Refúgio de Ventosa pelo “Paso de Tumeneia” (2600m), um troço pouco usado no Carros de Foc e um dos colos, juntamente com o de Contraix (2749m), de maior dificuldade do tour. Contornando o Lago de Restanca (lago à nossa direita) fomos ganhando altitude. A ascensão final ao Colo de Tumeneia é íngreme. O percurso está marcado com sinalética pintada de amarelo até ao colo de Tumeneia. A partir do colo, as marcas deixam de se ver e a orientação passa a ser feita através de algumas/poucas mariolas. Se a subida foi árdua a descida até aos Lagos de Tumeneia foi ainda mais. Daqui seguimos pelo caos rochoso que contorna os lagos em direção ao refúgio Ventosa, atravessando uma magnífica zona salpicada por pequenos lagos e riachos envoltos em maciços e cumes rochosos.
Repostas as reservas energéticas no refúgio Ventosa, atacamos o troço mais difícil da etapa – o Passo de Contraix (2749 m) que, visto de baixo, parece impossível de transpor. Mas como o caminho (repetimos) se faz caminhando, lá fomos fruindo as vistas do lago Gran de Colieto até ao início da ascensão ao famoso Contraix. A progressão fez-se sobre e por entre blocos rochosos com recurso, aqui e ali, às mãos. A subida foi demorada e dura, mas desafiante sobretudo o último troço - um estreito vertical de rocha e terra solta que tem de ser transposto com muito… muito cuidado.
Chegamos ao alto, depois de um breve momento de descanso e de fruição das espetaculares vistas, iniciamos, de vagar ... "de vagar para ninguém se magoar", a descida (e que descida!) sobre e por entre enormes blocos de pedra e terra solta. Uf! Ultrapassado o grande obstáculo, seguimos saltando de pedra em pedra até perto da estação meteorológica. Mais uma descida ingreme ao longo do lago e da ribeira de Contraix até ao vale do rio Sant Nicolau ao longo do qual seguimos até ao refúgio Estany Llong, local de fim de etapa e de pernoita.
Etapa 6: Refúgio D´Estany Long -> Parque de Molina –> Porto.
A 6ª e última etapa foi uma etapa de descompressão, plena de frescura e de beleza. Partimos de Estany Long às 07.30 h. Descemos por um arborizado e lindo caminho ao longo do vale do rio Sant Nicolau até ao Planell de Aiguestortes, local onde iniciamos o tour (caminho já conhecido). Daqui continuamos a descer ao longo do vale pelo caminho de Aiguestortes e Estany de Sant Maurici até ao parque de Molina, passando pela belíssima cascata de Sant Espirit, o lago de Llebreta e bosques idílicos. Foram cerca de 10 km repletos de serenidade e beleza.
Por volta das 10.30 h terminamos a caminhada e começamos a parte mais aborrecida e demorada da etapa – o regresso ao Porto.
3. Em síntese, diríamos que se trata de um magnífico tour. Duro quanto baste pelos desníveis acumulados e pelas características acidentadas e pedregosas do terreno, características amenizadas pela presença constante dos lagos e da água que os enche.
As características cénicas aliadas à ação humana (9 refúgios e 27 percursos marcados) fazem deste parque um motivo de atração irresistível para milhares e milhares de amantes da natureza que nós, pedestrianistas de fim de semana, também quisemos conhecer e vivenciar. Com este objetivo e tendo por base o percurso “Carros de Foc” (o percurso mais conhecido do parque com cerca de 70 km de extensão e 9 000 a 10 000 metros de desnível acumulado), desenhamos o “nosso” próprio percurso com cerca de 82 km e estruturado em 6 etapas.
Etapa 0 – 25 de junho: Porto –> Boí (cerca de 1000 km)
Etapa 1 - 26 Junho: Planell de Aiguestortes -> Refúgio Colomina (16 km; desníveis: + 960 e - 376 metros).
Etapa 2 – 27 junho: Refúgio Colomina –> Refúgio D´Amitges (22 km; desníveis: + 1230 e – 1280 metros).
Etapa 3 – 28 junho: Refúgio D´Amitges –> pico Tuc Ratera (2861 m) -> Refúgio Colomérs (10 km; desníveis: + 580 e – 820 metros).
Etapa 4 – 29 junho: Refúgio Colomérs –> Pico Montardo (2833 m) –> Refúgio Restanca (10.5 km; desníveis: + 900 e – 1020 metros)
Etapa 5 – 30 de junho: Refúgio Restanca –> Refúgio D´Estany Long (15 km; desníveis: + 1180 e – 1200 metros).
Etapa 6: do, 1 de julho: Refúgio D´Estany Long -> Parque de Molina (10.5 km; desníveis: + 20 e – 630 metros) –> Porto.
2. Descrição
Etapa 0: Porto - Boí (em carrinhas).
Jantar, dormida e pequeno almoço em Boí – uma linda e excelentemente enquadrada vila pirenaica.
Etapa 1: Planell de Aiguestortes -> Refúgio Colomina
Transfer Boí -> Planell de Aiguestortes (local de início do tour) em carrinhas/táxis.
Do Planell de Aiguestortes fizemos um pequeno desvio ao miradouro de Sant Espirit com vistas fabulosas sobre o vale do rio Sant Nicolau. Apreciado o vale e as montanhas que o moldam, seguimos por um amplo e arborizado caminho ao longo do rio Sant Nicolau até ao Refúgio de Estany Llong. Junto a este refúgio, abandonamos o caminho e o vale do rio e, já pelo trilho de Carros de Foc, subimos ziguezagueando até ao colo de Dellui (2574 m) passando pelo lago do mesmo nome. A subida foi longa e, aqui e ali pedregosa, mas, chegados ao cimo, fomos recompensados com magníficas panorâmicas de vários lagos (Cubieso, Nariolo e Tort) e dos arcos das montanhas que os circundam. Apreciadas as vistas, descemos serpenteando pela encosta por um trilho bastante técnico até ao refúgio Colomina, passando pelos lagos referidos e, a partir do lago Tort, por uns carris abandonados que seguimos até ao desvio para o refúgio de Colomina, situado próximo do lago com o mesmo nome.
No refúgio Colomina: banho, jantar e cama (cedo).
Etapa 2: Refúgio Colomina –> Refúgio D´Amitges.
Alvorada cedo, pequeno almoço substancial (07.00 h) e pés a caminho (07:30 h).
Contornamos os lagos de Colomina e de Mar, rodeados por grandes blocos rochosos que ultrapassamos saltando de bloco em bloco. Depois de ultrapassado o lago de Mar, subimos até “Pas d`Ós” donde se tem uma linda perspetiva do lago de Saburó rodeado de rochas enormes. Descemos em direção ao lago Saburó para, depois de ultrapassado, subirmos ao Colo de Saburó (2668m) donde pudemos apreciar panorâmicas fabulosas. Descemos em direção aos lagos de Cap de Port, Llastra e Coveta. Depois passamos entre os lagos Negre de Peguera (à direita) e Tort de Peguera (à esquerda) em cuja margem está situado um belíssimo refúgio – o refúgio Josep Maria Blanc. Do início da descida para os lagos de Peguera, as vistas são simplesmente deslumbrantes. Contornamos o lago Tort de Peguera seguindo inicialmente por um amplo caminho que passa a trilho numa saída à esquerda. Passamos os Lagos de La Cabana, Coveta e Gran Peguera e subimos em direção ao colo de Monestero (2716 m) – uma subida bastante íngreme e prolongada. No cume, uma pequena pausa de recuperação e toca a descer por “trilho” ingreme e tecnicamente complicado até ao lago de Monestero. Depois foi só fruir o magnífico vale do rio Monestero até ao lago de Sant Maurici (lago que dá nome ao parque). Deste lago, subimos em direção a uma imponente cascata – a cascata de Ratera, admirada e fotografada a partir de dois miradouros. Depois foi só seguir o caminho de Estany Gran d´Amitges que nos conduziu primeiro ao lago de Ratera e depois ao refúgio d`Amitges onde tomamos banho, jantamos e dormimos.
Etapa 3: Refúgio D´Amitges –> pico Tuc Ratera (2861 m) -> Refúgio Colomérs.
Etapa mais curta, mas como pretendíamos fazer a ascensão ao pico Tuc de Ratera, mantivemos a rotina: alvorada cedo, pequeno almoço substancial (07.00 h) e mochilas às costas (07:30 h).
Começamos por um amplo caminho de terra que segue à esquerda do refúgio por entre os lagos de Barbs e Munyidera. Subimos rapidamente até ao colo Port de Ratera. Aqui, o grupo dividiu-se: uns ficaram a guardar as mochilas; outros fizeram a ascensão ao pico Tuc de Ratera. Subida e descida difíceis, plenas de adrenalina. As magníficas vistas de 360 graus compensaram totalmente o esforço. Fabulosas! Objetivo da etapa cumprido. Uma hora e meia depois, grupo junto e início da descida em direção à meta – refúgio Colomérs, passando pelos lagos Redon, Obago (em cuja margem almoçamos), Long de Colomérs e Major de Colomèrs em cuja margem se situa o Refúgio de Colomèrs, local de banho, jantar e pernoita.
Etapa 4: Refúgio Colomérs –> Pico Montardo (2833 m) –> Refúgio Restanca.
Começamos o dia, mantendo a rotina: alvorada cedo, pequeno almoço (07.00 h) e pés a caminho (07.30 h) que se faz tarde, também porque pretendíamos fazer a ascensão ao pico Montardo.
Iniciamos a caminhada seguindo o trilho que sai do refúgio e pouco depois vira à esquerda colina acima, na direção de Port de Caldes, colo que atingimos sem dificuldade (2570 m). A visibilidade estava intermitente devido aos bancos de nevoeiro que se iam formando e desfazendo o que comprometeu as vistas panorâmicas sobre toda a cordilheira pirenaica com destaque para os picos Aneto e Posets. Continuamos passando próximo dos lagos de Mangades e dos Monges. Perto deste lago e um pouco antes do colo Port de Rius, o grupo dividiu-se: uns fizeram a ascensão ao pico Montardo e outros ficarem a guardar as mochilas. Tarefas ingratas para ambos os grupos: o tempo não estava de molde a apanhar banhos de sol nem havia visibilidade que permitisse fruir as vistas que dizem ser magníficas do alto do monte Montardo. Enfim … ficou a satisfação de mais um objetivo cumprido por parte dos elementos que subiram e o desconforte de quase duas horas de penação dos que ficaram na base. Reunificado o grupo, dirigimo-nos ao colo Port de Rius (2745 m) e, daqui, descemos por trilho sinuoso e duro com panorâmicas fantásticas sobre o lago Restanca até ao refúgio de Restanca, situado numa das margens do lago, passando, na descida, pelo lago Cap Deth Port.
O jantar e início da noite no refúgio Restanca foram penosos: distúrbios gastrointestinais na maior parte dos elementos do grupo e chuva intensa que, em conjunto, não auguravam nada de bom para a etapa seguinte – a mais dura do tour.
Etapa 5: Refúgio Restanca –> Refúgio D´Estany Long.
O pequeno almoço decorreu sombrio tal como o tempo prometia estar durante as primeiras horas da manhã. Mas esses eram fatores que não podíamos controlar. Porque o caminho se faz caminhando e o tempo se espera no campo, às 07.30 h estávamos no trilho que nos conduziria ao Refúgio de Ventosa pelo “Paso de Tumeneia” (2600m), um troço pouco usado no Carros de Foc e um dos colos, juntamente com o de Contraix (2749m), de maior dificuldade do tour. Contornando o Lago de Restanca (lago à nossa direita) fomos ganhando altitude. A ascensão final ao Colo de Tumeneia é íngreme. O percurso está marcado com sinalética pintada de amarelo até ao colo de Tumeneia. A partir do colo, as marcas deixam de se ver e a orientação passa a ser feita através de algumas/poucas mariolas. Se a subida foi árdua a descida até aos Lagos de Tumeneia foi ainda mais. Daqui seguimos pelo caos rochoso que contorna os lagos em direção ao refúgio Ventosa, atravessando uma magnífica zona salpicada por pequenos lagos e riachos envoltos em maciços e cumes rochosos.
Repostas as reservas energéticas no refúgio Ventosa, atacamos o troço mais difícil da etapa – o Passo de Contraix (2749 m) que, visto de baixo, parece impossível de transpor. Mas como o caminho (repetimos) se faz caminhando, lá fomos fruindo as vistas do lago Gran de Colieto até ao início da ascensão ao famoso Contraix. A progressão fez-se sobre e por entre blocos rochosos com recurso, aqui e ali, às mãos. A subida foi demorada e dura, mas desafiante sobretudo o último troço - um estreito vertical de rocha e terra solta que tem de ser transposto com muito… muito cuidado.
Chegamos ao alto, depois de um breve momento de descanso e de fruição das espetaculares vistas, iniciamos, de vagar ... "de vagar para ninguém se magoar", a descida (e que descida!) sobre e por entre enormes blocos de pedra e terra solta. Uf! Ultrapassado o grande obstáculo, seguimos saltando de pedra em pedra até perto da estação meteorológica. Mais uma descida ingreme ao longo do lago e da ribeira de Contraix até ao vale do rio Sant Nicolau ao longo do qual seguimos até ao refúgio Estany Llong, local de fim de etapa e de pernoita.
Etapa 6: Refúgio D´Estany Long -> Parque de Molina –> Porto.
A 6ª e última etapa foi uma etapa de descompressão, plena de frescura e de beleza. Partimos de Estany Long às 07.30 h. Descemos por um arborizado e lindo caminho ao longo do vale do rio Sant Nicolau até ao Planell de Aiguestortes, local onde iniciamos o tour (caminho já conhecido). Daqui continuamos a descer ao longo do vale pelo caminho de Aiguestortes e Estany de Sant Maurici até ao parque de Molina, passando pela belíssima cascata de Sant Espirit, o lago de Llebreta e bosques idílicos. Foram cerca de 10 km repletos de serenidade e beleza.
Por volta das 10.30 h terminamos a caminhada e começamos a parte mais aborrecida e demorada da etapa – o regresso ao Porto.
3. Em síntese, diríamos que se trata de um magnífico tour. Duro quanto baste pelos desníveis acumulados e pelas características acidentadas e pedregosas do terreno, características amenizadas pela presença constante dos lagos e da água que os enche.
Waypoints
Lake
8,532 ft
Lago Gran de Peguera
Mountain hut
6,226 ft
Refugio Ernest Mallafré
Lake
7,791 ft
Lago Barbs
Lake
8,120 ft
Lago Port de Ratera
Lake
6,926 ft
Barragem de Colomers
Mountain hut
6,322 ft
Refugio da Centraleta
Car park
4,563 ft
Parque la Molina
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