Pelo rio Tamuxe, entre as Pozas da Bugalleira, de Loureza e o Pozo do Arco

O percurso aqui partilhado pode conter erros de GPS ou eventualmente passar por propriedades privadas, ou mesmo através de corta mato e ter passagens por locais que podem ser perigosos para os menos experientes. A descrição do percurso é efetuada à data da sua realização, pelo que se deve ter em atenção que as condições do trilho podem facilmente vir a alterar-se, quer pelas condições meteorológicas, quer por mudança da vegetação, quer por outros fatores inimputáveis à minha vontade. O grau de dificuldade e as condições técnicas atribuídas é baseado na minha experiência pessoal e apenas serve de referência, pelo que não me responsabilizo por qualquer acidente que possa ocorrer por influência ou utilização do percurso aqui disponibilizado.


PORMENOR DO PERCURSO


POZAS DA BUGALLEIRA

- Este trilho coincide com o percurso desenhado por Makca, que o testou no terreno em maio deste ano (2023) e a quem agradeço a partilha (segundo o próprio, esta foi já a terceira incursão que fez por esta zona, sendo todas diferentes);
- Percurso circular apenas com marcações nos troços coincidentes com o Sendeiro Loureza Burgueira, com início e fim na EP-2202, junto à ponte viária sobre o rio Tamuxe (opcional);
- Seguindo o percurso no sentido recomendado (contrário aos ponteiros do relógio), decorre na sua quase totalidade pelas margens do rio Tamuxe (umas vezes junto ao rio, outras mais afastado). Começando na ponte viária da EP-2202, inicia-se por um estreito carreiro ao longo da margem esquerda, até se chegar a um conjunto de lagoas. Aí o trilho desvia-se ligeiramente do rio, subindo a encosta para logo depois a voltar a descer na direção das Pozas de Loureza, um belo conjunto de lagoas, poços e cascatas. O troço seguinte será aquele que considero o menos interessante, pois desenvolve-se por estradão de terra, caminho de pé posto e novamente estradão, até se chegar à Área Recreativa do Pozo do Arco. Este troço decorre maioritariamente entre eucaliptal e zonas de matos, sempre a subir, pelo que em dias quentes se torna difícil devido às temperaturas que aí se intensificam. Pouco depois surgem as vistas panorâmica sobre o belo conjunto das cascatas e Pozas do Arco, antes de se fazer um curto desvio linear até ao Encoro de Vilachán (Hidroeléctrica da Burgueira). Cruzando o rio pela passagem lateral da Tubagem da Hidroelétrica, inicia-se agora a descida pela sua margem direita. Primeiro surgem alguns moinhos (bem restaurados) e logo a seguir vislumbra-se a ponte de madeira sobre o Pozo do Arco, uma piscina natural, profunda e belíssima, bem encaixada nas encostas que amparam o rio Tamuxe. Continuando a descer, o trilho volta a afastar-se um pouco do rio, prosseguindo por caminho largo de terra numa cota mais elevada, até se chegar a uma bifurcação, onde se deve seguir pela esquerda na direção de um armazém, o qual se contorna por um estreito caminho e se chega de novo junto ao rio. Nesse local, antes de se tomar um estreito carreiro, é necessário transpor algumas rochas na margem pelo que, se o caudal estiver forte, pode ser mais complicado. Logo a seguir, e durante cerca de 1,3 kms, acompanha-se uma levada, antes de nos desviarmos dela para regressar à EP-2202, junto à ponte viária. Inicia-se agora um novo troço, primeiro pela estrada (cerca de 600 metros) e logo depois por um desvio à esquerda, por caminho de terra também conhecido por "Camiño dos mortos", até se chegar à Ponte de Portarás, uma bonita ponte em lajes graníticas, a qual se atravessa para retomarmos o caminho na margem esquerda do Tamuxe. O último troço desta rota faz-se novamente junto ao rio até às fantásticas lagoas, cascatas e Pozas da Bugalleira. No entanto, estes cerca de 500 metros fazem-se por um estreito carreiro sempre pela margem, muitas vezes pouco percetível e com a vegetação a cobrir o trilho e a dificultar a progressão, sobretudo no últimos metros antes das Pozas da Bugalleira, que obrigam a "entrar" pelo leito do rio. Se este estiver baixo, é tranquilo. Mas nas alturas do ano em que o caudal esteja mais forte, esta opção já será muito complicada, podendo mesmo obrigar a retroceder no caminho já efetuado ou, em alternativa, encontrar um ponto mais acessível para se subir a encosta até à estrada que está muito próxima. Ultrapassadas as rochas em torno destas lagoas e cascatas, sobe-se a ladeira por um pequeno trilho até à estrada, mais concretamente ao estacionamento lateral, ponto de partida e de chegada deste percurso;
- Ao longo do trilho passa-se por vários pontos de interesse, tais como as lagoas e cascatas das Pozas de Loureza, os carreiros pelas margens do rio Tamuxe, a Área Recreativa, Moinhos e ponte de madeira do Pozo do Arco, assim como as muitas cascatas e lagoas aí formadas, o Encoro de Vilachán (Hidroeléctrica da Burgueira), a levada e o "Camiño dos mortos", a Ponte de Portarás, as lagoas e cascatas das Pozas da Bugalleira e as várias vistas panorâmicas sobre este bonito vale e o rio Tamuxe;
- Embora neste percurso apareçam marcações, estas dizem respeito ao acima referido "Sendeiro Loureza Burgueira", pelo que o uso de GPS será uma ajuda preciosa, de forma a evitar-se acrescentar kms desnecessários;
- Misto de caminhos de terra, carreiros ribeirinhos, trilhos de pé posto e algum piso asfaltado;
- Trilho com características fáceis, tendo em conta que não é um trilho muito longo nem complexo e sem declives muito acentuados. NO ENTANTO, É FUNDAMENTAL TER EM ATENÇÃO A ÉPOCA QUE SE ESCOLHE PARA AQUI PASSAR, DE FORMA A EVITAREM-SE ALTURAS EM QUE O CAUDAL DO RIO ESTEJA MUITO FORTE E ALTO, O QUE PODE DIFICULTAR E INVIABILIZAR ALGUNS TROÇOS E PASSAGENS. Se chover, com vento e neblina, as dificuldades também serão acrescidas. Botas e bastões serão uma preciosa ajuda;
- Do ponto de vista paisagístico é um trilho bonito, bem desenhado, que dá a conhecer parte deste vale por onde corre o rio Tamuxe, assim como as várias lagoas, poços e cascatas que o seu caudal vai formando. A densa vegetação ripícola nas margens do rio proporcionam também muita sombra e uma moldura verde que tornam alguns locais pequenos paraísos naturais, muito procurados no período estival, e de uma beleza ímpar nas estações do outono e primavera;
- No seu todo é um percurso muito interessante e bonito, ótimo para ser percorrido em dias primaveris e outonais. No verão, excetuando os troços mais expostos, procurar a frescura das lagoas e cascatas deste rio será, sem dúvida, uma excelente opção.
Vale a pena ser conhecido!


POZA DO ARCO


RIO TAMUXE

Outros percursos realizados nesta região:
PR-G 94: Ruta dos Muiños do Folón e do Picón + 5 Muiños do Calán
De A Guarda ao Monte de Santa Trega, entre o Atlântico e o Rio Minho
De A Guarda ao Monte de Santa Trega, entre o Atlântico e o Rio Minho (2ª versão)


CAMINHO JUNTO À LEVADA (PORMENOR DO PERCURSO)


ENCORO DE VILACHÁN

- POZAS DE LOUREZA
O rio Tamuxe e o seu ambiente natural são um pequeno tesouro na região do Baixo Minho, na Galiza. Aqui encontramos as Pozas de Loureza, um maravilhoso oásis ideal para tomar um bom banho no verão.
O Baixo Minho é um lugar único graças ao rio Minho, um dos maiores da Galiza. Uma paisagem extraordinária que mistura paisagens costeiras, montanhosas e fluviais. Um desses lugares é o rio Tamuxe, que nasce na Serra da Groba, em Oia, e desagua no rio Minho, em O Rosal.
No seu curso, o rio Tamuxe forma um conjunto paradisíaco de pequenas cascatas e piscinas de águas cristalinas. Este lugar é conhecido como Pozas de Loureza, em homenagem a uma aldeia próxima com o mesmo nome. No verão, estas piscinas naturais são o local ideal para se refrescar e desfrutar de um grande dia rodeado pela natureza.
As Pozas de Loureza são um local popular entre os locais e também recebem alguns visitantes por serem cercadas por vegetação e terem águas cristalinas azul-turquesa. É um lugar natural onde se costuma praticar o nudismo, embora aqui também convivam pessoas em trajes de banho.
Na zona pode fazer um percurso de 12,5 km que percorre as freguesias de Loureza e Burgueira e conhecer o património natural e cultural local e visitar três lagoas: as Pozas da Bugalleira, as Pozas de Loureza e o Pozo do Arco.
Para se chegar a esta zona de carro, deve-se fazer um desvio na estrada PO-552 que liga Baiona a A Guarda, em Mougás. Terminada a estrada, inicia-se um caminho florestal, por vezes encerrado ao trânsito, sobretudo em épocas de perigo de incêndio. Está bem sinalizado e tem espaço para estacionar, embora não seja muito amplo.
Também se pode chegar a pé pela estrada principal, a EP-202, junto a uma ponte que atravessa o rio, onde se verá uma placa que diz Pozas de Loureza. O percurso é de 800 metros.
A envolvente das Pozas do Lourenza oferece recantos extraordinários.


CAMINHO JUNTO AO RIO TAMUXE


RÁPIDOS E CASCATAS DAS POZAS DO ARCO

- OIA
Entra Baiona e A Guarda aparece Oia, onde a costa resiste à agitação do oceano. O espetáculo pode ser visto dos montes onde os cavalos selvagens pastam livremente.
O mosteiro de Santa María la Real é outra figura da que presume a prefeitura de Oia. É românico do séc. XII e tem uma fachada barroca feita no séc. XVIII, durante uma de suas reformas. Está declarado monumento nacional.
Embora as terras de Oia estejam de frente para o mar, a pesca não se desenvolveu muito, e a que se mantém é de tipo artesanal. A terra cultivada ocupa áreas muito concretas, com um claro predomínio do milho sobre qualquer outro produto. O gado bovino tem quase tanta relevância como o equino, que se cria em liberdade até que no mês de junho desce para o curral: os cavalos trazidos para marcar estão soltos numa das ladeiras do belo monte de A Groba, onde nascem os exemplares mais puros do cavalo galego. Alguns petróglifos demonstram a presença dos equinos neste monte faz já cinco mil anos. No curral os cavalos são marcados, domados e as suas crinas são cortadas para a venda.
Oia é sinónimo de costa, natureza e património. Esta paróquia de Vigo baseou o seu crescimento em duas indústrias: a conserveira e a produção do linho… daí o topónimo Liñares, tão comum na zona, que é também o nome da capela onde se celebra a popular romaria do bairro, no mês de setembro. Oia é uma zona de geografia completa e ambiente natural rico, na qual se localiza um dos sítios romanos mais importantes de Vigo, na Vila Romana de Toralla, que se localiza na chamada Quinta Mirambell.
Oia conquista-nos pelos olhos… e pelo paladar. Em lugares como Canido podem comer-se os melhores produtos do mar da ria de Vigo. Marisqueiras, tascas e taperías estão à sua espera após um plácido dia nas praias da zona, como A Sobreira e O Xunqueiro no Cabo Estai, uma zona residencial na primeira linha de costa.


PORMENOR DO PERCURSO


POZAS DO ARCO

- GALIZA
Conhecida pelos romanos como a região do fim do mundo, a Galiza é a comunidade mais ocidental de Espanha: uma região montanhosa que termina numa costa recortada formada por uma sucessão de rias e largos estuários rochosos. O seu interior é constituído por prados e florestas densas, povoadas por rica fauna e flora. Esta área é tradicionalmente dedicada à agricultura, caça e, pela proximidade do mar, também à pesca.
Além do território continental fazem também parte da Galiza os arquipélagos de Cies, Ons, Salvora, as Ilhas Malveiras e Sisargas, Cortegada e a ilha de Arousa.
Fazem parte da Galiza as províncias de A Coruña, Ourense, Lugo e Pontevedra, cujas cidades principais são Santiago de Compostela, A Coruña e Vigo. No seu total vivem aqui 1.2 milhões de habitantes.
A Galiza tem uma tradição cultural e folclórica muito própria, marcada também pela sua língua, o Galego. Nesta região instalaram-se povos celtas que muito contribuíram para a formação desta zona, que se vê muito mais como celta do que como latina ou hispânica.
Assim, ouvir aqui a gaita de foles é tão natural como na Escócia, pois é o instrumento "nacional" da Galiza. Nada como visitar as festas e festivais locais para melhor tomar o pulso desta cultura tão particular. E apesar disto, os galegos não têm pretensões separatistas, considerando-se tão espanhóis como o resto de Espanha.
A belíssima e entre-cortada costa galega é a mais extensa das províncias de Espanha, se tivermos em conta todas as baías e enseadas. O resultado é um infindável número de pitorescas praias e baías pontilhadas por portos e cidades costeiras. Esta região é abençoada com praias encantadoras banhadas muitas delas por águas calmas e mornas em contraste com a temperatura tipicamente mais fria do Atlântico. Praias como Sanxenxo, Bueu, Samil em Vigo, para não falar nas praias das Islas Cies, estão entre as melhores praias da Galiza para férias de mar.
A Galiza também é conhecida como a região dos 1000 rios. Estes desaguam no mar via estuários e baías conhecidos como Rias Baixas e Rias Altas, sendo as primeiras próximas da fronteira de Portugal e as segundas a norte do cabo Finisterra. A partir de Finisterra, o clima e a paisagem mudam; as Rias Altas são enquadradas por montanhas rochosas de vegetação mais rara. As temperaturas baixam e os ventos sopram com mais intensidade. É também uma zona mais chuvosa. A sul de Finisterra, a encosta desce com mais suavidade em direção ao mar com pinheiros e eucaliptos, bem como campos agrícolas verdejantes.
A singularidade da cultura galega está bem representada na sua gastronomia. Aqui não se encontra tanto o arroz ou a massa. Aqui são as batatas que acompanham os pratos, muitos deles à base de peixe. Marisco é muito popular e peixe em geral faz parte da dieta local, pois é a Galiza que mais pesca na comunidade europeia, por causa dos muitos bancos de areia e portos piscatórios. Assim, muitas são as formas de preparar, seja peixe ou seja marisco, sempre muito fresco nesta região.
O clima na Galiza é temperado, com os invernos que podem ser bastante rigorosos e muito ventosos e primavera e verão que podem ser bastante quentes. A chuva é uma presença regular que pode por vezes manifestar-se nos meses de verão.


RIO TAMUXE


PONTE DE PEDRA SOBRE O RIO TAMUXE