PR 01 FEC (Freixo de Espada à Cinta) - vale da ribeira do Mosteiro. Calçada de Alpajares

PR 01 FEC (Freixo de Espada à Cinta) - vale da ribeira do Mosteiro. Calçada de Alpajares


Publicamos um trilho circular de cerca 7,7 km de notório interesse cultural, histórico, arqueológico, geológico e paisagístico, que se desenvolve no município de Freixo de Espada à Cinta, no vale da ribeira do Mosteiro, junto à sua foz no Rio Douro, perto de Barca de Alva.

Tem como principais pontos de Interesse a Calçada de Alpajares, a Calçada de Stª Ana, a geomorfologia local e o envolvente paisagístico proporcionada pela erosão da ribeira do Mosteiro e ribeira do Brita numa região caracterizada por inúmeros afloramentos quartzíticos.
Trata-se de um trilho fácil de seguir, sem grandes dificuldades a registar. No entanto, a exposição solar é muito grande e não existem pontos de abastecimento de água. Pode ser efetuado em qualquer época do ano, sendo no entanto menos aconselhado no verão pelas razões atrás mencionadas.
Este interessante trilho tem início na Estrada do Candedo, pouco depois do desvio da EN221. Entramos em caminho florestal largo em terra batida, seguindo as indicações da sinalética do PR 01 FEC (Freixo de Espada à Cinta).
Passamos por algumas instalações agrícolas do nosso lado direito e ao Km 1,2 atravessamos a ponte sobre a ribeira do Mosteiro e logo depois saímos do caminho principal, viramos a esquerda e entramos em caminho secundário estreito.
A certa altura, afastamo-nos da ribeira do Mosteiro para entrar noutro vale mais estreito, da ribeira do Brita e após atravessar outra ponte, iniciamos a subida pela calçada de Alpajares.
À medida que avançamos os afloramentos quartzíticos tornam-se cada vez mais evidentes, impondo a sua presença na paisagem. Ao fim de 1 km de subida, termina a calçada, junto ao miradouro de Alpajares e ao Castro de São Paulo.
Iniciamos a descida, passamos por estrada asfaltada e logo depois viramos à esquerda, iniciando depois descida em direção novamente à ribeira do Mosteiro por outra interessante calçada, de Sant’ Ana. Entramos novamente no profundo vale com vertiginosas escarpas e precipícios. Atravessamos a ribeira do Mosteiro numa bela e antiga ponte de arcos e iniciamos nova subida por outra calçada até atingir umas alminhas e o seu miradouro. Iniciamos a última descida pela estrada municipal (do Candedo) até atingir o nosso ponto de partida.

O trilho impressionou-nos pela sua beleza agreste e pelos extraordinários vestígios de uma antiga ocupação humana.

Boas caminhadas

Algo mais sobre a Calçada de Alpajares
Esta calçada romano-medieval tem cerca de um quilómetro e está construida em lages de xisto e de quartzitos. Tem inicio na ribeira do Brita e termina no Castro de São Paulo antigo povoado da Idade do Ferro com vestígios de ocupação romana, edificado no topo de um espigão na confluência da ribeira do Mosteiro com a ribeira do Brita, com testemunhos ocupacionais dos períodos romanos e medieval.
A Calçada de Alpajares, também conhecida como Calçada do Diabo (em alusão à sua lenda, segundo a qual terá sido construída num único dia, após a realização de um pacto com o diabo) ou Calçada dos Mouros, como é mais conhecida pelas populações locais, está Classificada como Imóvel de Interesse Público, segundo o Decreto n° 129/77 de setembro 1977.
O Centro Interpretativo instalado na antiga escola de Poiares conta a história deste património envolto em lendas e nele surgem três olhares: o romano, o medieval e o árabe.
Alpajares tem um prefixo árabe que até hoje permaneceu e é conhecido pelos locais como calçada dos Mouros, como já referido.
Esta calcada teria integrado a via romana de carácter secundário que atravessava o rio Douro (nas imediações da localidade de Barca de Alva) e a ribeira do Mosteiro, até chegar ao planalto mirandês.
Por último, são inúmeras, as provas da ocupação medieval.