PR-G 119 Ruta do Xabriña (Galiza)
near Paraños, Galicia (España)
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Trail photos
Itinerary description
O percurso aqui partilhado pode conter erros de GPS ou eventualmente passar por propriedades privadas, ou mesmo através de corta mato e ter passagens por locais que podem ser perigosos para os menos experientes. A descrição do percurso é efetuada à data da sua realização, pelo que se deve ter em atenção que as condições do trilho podem facilmente vir a alterar-se, quer pelas condições meteorológicas, quer por mudança da vegetação, quer por outros fatores inimputáveis à minha vontade. O grau de dificuldade e as condições técnicas atribuídas é baseado na minha experiência pessoal e apenas serve de referência, pelo que não me responsabilizo por qualquer acidente que possa ocorrer por influência ou utilização do percurso aqui disponibilizado.
CAMINHO PARA O RIO XABRIÑA (PARAÑOS)
"FERVENZAS" DO RIO XABRIÑA
- Trilho circular com marcações, com início e fim na aldeia de Paraños, Pontevedra (Galiza);
- Este é um trilho versátil que permite várias opções: pode-se iniciar em Paraños, A Lamosa, Prado de Canda ou Corzós. Além disso, o percurso divide-se em dois grande anéis, que se cruzam na Ponte Folón. Desta forma, o caminhante pode optar por começar num dos locais acima referidos, percorrer a totalidade da rota ou apenas um dos anéis. Se optar pelo anel de Paraños, o rio Xabriña é o principal protagonista, junto com as fragas e a abundante vegetação ribeirinha. Caso opte pelo anel de Prado e A Lamosa, então tomará contacto com a desaparecida atividade dos "cereiros", a arquitetura rural das aldeias e um conjunto de caminhos ancestrais e históricos. Para se obter informações mais detalhadas acerca deste e de muitos outros percursos galegos, aconselho uma visita à página web do Turismo da Galiza;
- A direção tomada foi no sentido contrário aos ponteiros do relógio (aconselhada), começando por percorrer as margens do rio Xabriña e posteriormente as zonas altas (aldeias). No entanto, caso se opte por fazer o percurso no sentido horário, não se sentirá grande diferença em termos de desníveis, pois ambas as direções apresentam uma idêntica altimetria;
- Partindo-se do centro de Paraños, após se passar pela igreja Paroquial de Santa María, desce-se na direção do Xabriña por caminhos murados entre lameiros e carvalhais.Chegados à margem direita do rio, toma-se de imediato contacto com o primeiro dos muitos moinhos que se encontrarão ao longo da rota. Descendo umas centenas de metros, inverte-se a marcha, atravessando o rio sobre uma ponte improvisada com dois troncos assentes nas margens. Seguindo agora para montante pela sua margem esquerda, vai-se percorrendo frondosos bosques de vegetação ribeirinha, densos carvalhais e inúmeros moinhos em ruínas que testemunham uma atividade ancestral, atualmente desativada. Pequenas quedas de água (fervenzas), fragas, pontes e pontelhas, poços de água cristalina, fontes e um ambiente natural ímpar acompanham-nos ao longo deste trajeto que nos faz esquecer o tempo, tal a beleza que nos rodeia. Antes de se chegar à ponte Folón faz-se um desvio à direita, pelo rio Azal, para ver a queda de água da Fraga das Millariñas. Após cruzar-se a ponte (local onde é possível inverter-se a marcha e encurtar a rota), o percurso segue agora por uma histórica e belíssima calçada, o Caminho Real, na direção de A Aldea de Riba, e desta continua a subir até ao ponto mais elevado da rota, o miradouro natural de Cotos da Bouza, de onde se obtêm vistas panorâmicas excecionais sobre toda a envolvente: o vale do Xabriña e a serra da Canda. Consecutivamente, retoma-se o caminho na direção da aldeia de Corzós, passando pelo Cruzeiro e Capela de San Miguel, e regressa-se ao rio Xabriña, para novamente percorrer a sua margem esquerda até à pontelha e Moinho das Ovellas. Neste local inicia-se uma subida com alguma exigência física e técnica, por uma antiga calçada por onde corre uma linha de água, o que torna as lajes graníticas muito escorregadias e muito irregulares. No topo da subida entra-se na aldeia de A Lamosa, passando pela igreja Paroquial de San Bartolomeu. Nesta aldeia, por opção, fez-se uma paragem para almoçar no Bar Cuartel. Foi uma excelente opção, pois para além da simpatia com que fomos recebidos, almoçamos uma diária (prato de entrada, prato principal, sobremesa, café, pão e bebida) por 10€. E que belo almoço este! De volta ao trilho, desceu-se novamente na direção do Xabriña por caminhos rurais entre frondosos carvalhais. Chegados à sua margem direita, este troço decorre acompanhando tranquilamente o correr das águas, pelo meio de uma exuberância verde que faz desta rota uma experiência inesquecível. Junto à garganta do Poço do Demo, o percurso vira à direita e afasta-se definitivamente do rio, na direção de Paraños, ponto de partida deste trilho;
- Ao longo do trajeto existem vários pontos de referência, com destaque para o casario rural das aldeias de Paraños, A Aldea de Riba, Corzós e A Lamosa, as igrejas de Santa María de Paraños, San Bartolomeu da Lamosa e a Capela de San Miguel de Corzós, o Miradouro de Cotos da Bouza com excecionais vistas panorâmicas sobre a serra da Canda e o vale do Xabriña, os lameiros agrícolas em torno das aldeias, os densos bosques de carvalhos e toda a vegetação ripícola, o deslumbrante rio Xabriña e o rio Azal (seu afluente), os inúmeros moinhos antigos (quase todos em ruínas), as várias pontes e pontelhas que se atravessam, nomeadamente as pontelhas das Tapadas e das Ovellas, a ponte Folón, as muitas quedas de água (fervenzas) e fragas, os poços da Brea e do Demo, as calçadas, o Caminho Real, o Museu e Lagar da Cera em Paraños, a Eira da Cera das Brasileiras II, em A Lamosa e, por fim, toda a envolvente paisagística que este paraíso galego nos proporciona;
- Misto de caminhos de terra, calçadas e arruamentos (aldeias);
- Percurso com características moderadas (tendo em conta a distância a percorrer) mas fisicamente acessível, com uma subida mais pronunciada para o miradouro de Cotos da Bouza e uma calçada que requer algum cuidado e atenção antes de entrar em A Lamosa. Se chover, com vento ou neblinas fortes, as dificuldades serão acrescidas e o uso de GPS constitui sempre uma boa ajuda. Neste caso concreto, as marcações estão muito visíveis e existe muita informação ao longo de todo o percurso, com referência às distâncias entre pontos de interesse;
- No seu todo é um percurso maravilhoso, que permite usufruir das excecionais características deste curso de água, assim como de um bom conjunto de pontos de interesse. Além disso submerge-nos numa atmosfera verde, ancestral, de bosques autóctones que fazem com que esta seja, sem dúvida, uma experiência extasiante e que perdura na memória. A primavera e o outono são as estações, por excelência, para se usufruir em pleno desta experiência natural, absolutamente potenciada pela explosão de cores e aromas típicos dessas estações. Quem por aqui passe não esquecerá, absolutamente, esta maravilha!
HORREO (ESPIGUEIRO) EM PARAÑOS
"UMBIGO-DE-VÉNUS" (PORMENOR DO PERCURSO)
Outros percursos realizados nesta região:
Rota do Rio Xabriña, Galiza (versão curta)
Trilho 'Percursos Marginais do Rio Minho' (circular e adaptado)
Bosques e moinhos de Padrenda (Galiza)
PANORÂMICA DESDE O MIRADOURO DE COTOS DA BOUZA
CRUZEIRO NA IGREJA DE SANTA MARÍA DE PARAÑOS (PORMENOR DO PERCURSO)
- PR-G 119 RUTA DO XABRIÑA
O rio Xabriña, afluente do Chá, torna-se o verdadeiro protagonista deste percurso circular que começa na freguesia de Paraños e passa por outras localidades como Prado de Canda e A Lamosa.
Para além da frondosa vegetação que apresenta nas suas margens, ao longo do percurso poderá desfrutar de uma extraordinária riqueza etnográfica e cultural pois encontrará elementos de grande valor e em bom estado de conservação como a igreja paroquial de Paraños, várias antigas fábricas de velas como o "Lagar da Cera" em Portocortiñas, quase trinta moinhos ao longo do rio, caminhos tradicionais, fontes, cursos de água e pontes como a de Folón.
O seu desenho circular é dividido em dois grandes anéis. O primeiro decorre ao longo do rio desde Paraños, através de exuberantes bosques, até à Ponte Folón. O segundo anel, que visita Prado e A Lamosa, aproxima-nos do Miradouro dos Cotos da Bouza e de pequenas aldeias onde podemos conhecer a atividade dos antigos artesãos que se dedicavam ao trabalho da cera.
Além disso, em vários pontos do percurso podemos apreciar painéis que recolhem poemas do poeta galego Uxío Novoneyra do seu livro intitulado "Os Eidos".
- TIPO DE PERCURSO: circular, de pequena rota
- ÂMBITO DO PERCURSO: etnográfico, paisagístico, ambiental e natural
- LOCALIZAÇÃO DO PERCURSO: Covelo, Pontevedra (Galiza)
- PONTO DE PARTIDA / CHEGADA: Paraños, Covelo
- DURAÇÃO DO PERCURSO: 06h00
- DISTÂNCIA PERCORRIDA: 17 km
- GRAU DE DIFICULDADE: médio
- DESNÍVEL POSITIVO / NEGATIVO: +550m / -550m
- COTA MÍNIMA / MÁXIMA: 341m / 649m
- ÉPOCA ACONSELHADA: primavera, verão e outono
"FERVENZAS" NO RIO XABRIÑA
"FERVENZAS" NO POÇO DA BREA
- FAVUM: LAGAR DA CERA DE PARAÑOS
No Covelo conservam-se vários edifícios para a produção de velas e ex-votos de cera. Aqui existia um comércio artesanal de grande importância regional onde os "cereiros" ou "borreiros" faziam estes produtos de cera amarela ou branca. Exemplos destes edifícios podem ser vistos em A Lamosa e Paraños. Nesta última freguesia podemos visitar um destes locais de fabricação de cera. Aí temos um pequeno edifício centenário, restaurado e convertido em museu, onde podemos ver a prensa de cera, todas as "pías" (pilhas de pedra) e a maquinaria necessária para a referida transformação deste material proveniente das abelhas. Tudo isso acompanhado das informações necessárias para a compreensão do processo.
O Lagar do Tío Bernardo consistia numa grande viga de madeira de cerca de 7 metros, na qual era aparafusado um “fuso” com um peso de 1.200 kg para realizar a prensagem. Na outra ponta ficava o bloco de prensagem com uma cavidade onde era inserido o "chapuzo". A cera derretida era despejada num bloco com água que filtrava pelos orifícios para três “pias” que ficavam abaixo. Perto do bloco fica a "caldeira" que servia para derreter a cera com a água misturada numa panela de cobre. Na parede há três bacias que serviam para resfriar a cera e formar grandes blocos solidificados.
O dia do "lagareiro" começava bem cedo, uma vez recolhida a matéria-prima necessária (favo) para a elaboração. O favo de mel em galego chama-se "favo", topónimo que dá nome a esta construção. Limpas as panelas e fervida a cera, iniciava-se a prensagem, deitando o conteúdo nas três pias, a cera numa delas e a água nas outras duas.
O Favum ou Lagar da Cera está localizado na rota do rio Xabriña, um rio lindo e cheio de lugares maravilhosos.
CAMINHO PELA MARGEM DIREITA DO RIO XABRIÑA
CALÇADA DO CAMINHO REAL
- GALIZA
Conhecida pelos romanos como a região do fim do mundo, a Galiza é a comunidade mais ocidental de Espanha: uma região montanhosa que termina numa costa recortada formada por uma sucessão de rias e largos estuários rochosos.
O seu interior é constituído por prados e florestas densas, povoadas por rica fauna e flora. Esta área é tradicionalmente dedicada à agricultura, caça e também pesca, pela proximidade do mar.
Além do território continental fazem também parte da Galiza os arquipélagos de Cies, Ons, Salvora, as Ilhas Malveiras e Sisargas, Cortegada e a ilha e Arousa. Fazem parte da Galiza as províncias de A Coruña, Ourense, Lugo e Pontevedra cujas cidades principais são Santiago de Compostela, A Coruña e Vigo. No seu total vivem aqui 1.2 milhões de habitantes.
A Galiza tem uma tradição cultural e folclórica muito própria, marcada também pela sua língua, o Galego. Nesta região instalaram-se povos celtas que muito contribuíram para a formação desta zona, que se vê muito mais como celta do que como latina ou hispânica.
Assim, ouvir aqui a gaita de foles é tão natural como na Escócia, pois é o instrumento "nacional" da Galiza. Nada como visitar as festas e festivais locais para melhor tomar o pulso desta cultura tão particular. E apesar disto, os galegos não têm pretensões separatistas, considerando-se tão espanhóis como o resto de Espanha.
A belíssima e entre-cortada costa galega é a mais extensa das províncias de Espanha se tivermos em conta todas as baías e enseadas. O resultado é um infindável número de pitorescas praias e baías pontilhadas por portos e cidades costeiras.
Esta região é abençoada com praias encantadoras banhadas muitas delas por águas calmas e mornas em contraste com a temperatura tipicamente mais fria do Atlântico. Praias como Sanxenxo, Bueu, Samil (em Vigo), para não falar nas praias das Islas Cies, estão entre as melhores praias da Galiza para férias de mar.
Também é conhecida como a região dos 1000 rios. Estes desaguam no mar via estuários e baías conhecidos como rias. São conhecidas como Rias Baixas e Rias Altas, sendo as primeiras próximas da fronteira de Portugal e as segundas a norte do cabo Finisterra.
A partir de Finisterra o clima e a paisagem mudam; as Rias Altas são enquadradas por montanhas rochosas de vegetação mais rara. As temperaturas baixam e os ventos sopram com mais intensidade. É também uma zona mais chuvosa. A sul de Finisterra a encosta desce com mais suavidade em direção ao mar, com pinheiros e eucaliptos, bem como campos agrícolas verdejantes.
A singularidade da cultura galega está bem representada na sua gastronomia. Aqui não se encontra tanto o arroz, a massa. Aqui são as batatas que acompanham os pratos, muitos deles à base de peixe. Marisco é muito popular e peixe em geral faz parte da dieta local, pois na comunidade europeia é a Galiza quem mais pesca, por causa dos muitos bancos de areia e portos piscatórios. Assim, muitas são as formas de preparar o peixe e o marisco, sempre muito frescos nesta região.
O clima na Galiza é temperado, com invernos que podem ser bastante rigorosos e muito ventosos e primavera e verão que podem ser bastante quentes. A chuva é uma presença regular que pode por vezes manifestar-se nos meses de verão.
QUEDA DE ÁGUA DA FRAGA DAS MILLARIÑAS
RUÍNAS DO INTERIOR DO MOINHO DA RITA (PORMENOR DO PERCURSO)
CAMINHO PARA O RIO XABRIÑA (PARAÑOS)
"FERVENZAS" DO RIO XABRIÑA
- Trilho circular com marcações, com início e fim na aldeia de Paraños, Pontevedra (Galiza);
- Este é um trilho versátil que permite várias opções: pode-se iniciar em Paraños, A Lamosa, Prado de Canda ou Corzós. Além disso, o percurso divide-se em dois grande anéis, que se cruzam na Ponte Folón. Desta forma, o caminhante pode optar por começar num dos locais acima referidos, percorrer a totalidade da rota ou apenas um dos anéis. Se optar pelo anel de Paraños, o rio Xabriña é o principal protagonista, junto com as fragas e a abundante vegetação ribeirinha. Caso opte pelo anel de Prado e A Lamosa, então tomará contacto com a desaparecida atividade dos "cereiros", a arquitetura rural das aldeias e um conjunto de caminhos ancestrais e históricos. Para se obter informações mais detalhadas acerca deste e de muitos outros percursos galegos, aconselho uma visita à página web do Turismo da Galiza;
- A direção tomada foi no sentido contrário aos ponteiros do relógio (aconselhada), começando por percorrer as margens do rio Xabriña e posteriormente as zonas altas (aldeias). No entanto, caso se opte por fazer o percurso no sentido horário, não se sentirá grande diferença em termos de desníveis, pois ambas as direções apresentam uma idêntica altimetria;
- Partindo-se do centro de Paraños, após se passar pela igreja Paroquial de Santa María, desce-se na direção do Xabriña por caminhos murados entre lameiros e carvalhais.Chegados à margem direita do rio, toma-se de imediato contacto com o primeiro dos muitos moinhos que se encontrarão ao longo da rota. Descendo umas centenas de metros, inverte-se a marcha, atravessando o rio sobre uma ponte improvisada com dois troncos assentes nas margens. Seguindo agora para montante pela sua margem esquerda, vai-se percorrendo frondosos bosques de vegetação ribeirinha, densos carvalhais e inúmeros moinhos em ruínas que testemunham uma atividade ancestral, atualmente desativada. Pequenas quedas de água (fervenzas), fragas, pontes e pontelhas, poços de água cristalina, fontes e um ambiente natural ímpar acompanham-nos ao longo deste trajeto que nos faz esquecer o tempo, tal a beleza que nos rodeia. Antes de se chegar à ponte Folón faz-se um desvio à direita, pelo rio Azal, para ver a queda de água da Fraga das Millariñas. Após cruzar-se a ponte (local onde é possível inverter-se a marcha e encurtar a rota), o percurso segue agora por uma histórica e belíssima calçada, o Caminho Real, na direção de A Aldea de Riba, e desta continua a subir até ao ponto mais elevado da rota, o miradouro natural de Cotos da Bouza, de onde se obtêm vistas panorâmicas excecionais sobre toda a envolvente: o vale do Xabriña e a serra da Canda. Consecutivamente, retoma-se o caminho na direção da aldeia de Corzós, passando pelo Cruzeiro e Capela de San Miguel, e regressa-se ao rio Xabriña, para novamente percorrer a sua margem esquerda até à pontelha e Moinho das Ovellas. Neste local inicia-se uma subida com alguma exigência física e técnica, por uma antiga calçada por onde corre uma linha de água, o que torna as lajes graníticas muito escorregadias e muito irregulares. No topo da subida entra-se na aldeia de A Lamosa, passando pela igreja Paroquial de San Bartolomeu. Nesta aldeia, por opção, fez-se uma paragem para almoçar no Bar Cuartel. Foi uma excelente opção, pois para além da simpatia com que fomos recebidos, almoçamos uma diária (prato de entrada, prato principal, sobremesa, café, pão e bebida) por 10€. E que belo almoço este! De volta ao trilho, desceu-se novamente na direção do Xabriña por caminhos rurais entre frondosos carvalhais. Chegados à sua margem direita, este troço decorre acompanhando tranquilamente o correr das águas, pelo meio de uma exuberância verde que faz desta rota uma experiência inesquecível. Junto à garganta do Poço do Demo, o percurso vira à direita e afasta-se definitivamente do rio, na direção de Paraños, ponto de partida deste trilho;
- Ao longo do trajeto existem vários pontos de referência, com destaque para o casario rural das aldeias de Paraños, A Aldea de Riba, Corzós e A Lamosa, as igrejas de Santa María de Paraños, San Bartolomeu da Lamosa e a Capela de San Miguel de Corzós, o Miradouro de Cotos da Bouza com excecionais vistas panorâmicas sobre a serra da Canda e o vale do Xabriña, os lameiros agrícolas em torno das aldeias, os densos bosques de carvalhos e toda a vegetação ripícola, o deslumbrante rio Xabriña e o rio Azal (seu afluente), os inúmeros moinhos antigos (quase todos em ruínas), as várias pontes e pontelhas que se atravessam, nomeadamente as pontelhas das Tapadas e das Ovellas, a ponte Folón, as muitas quedas de água (fervenzas) e fragas, os poços da Brea e do Demo, as calçadas, o Caminho Real, o Museu e Lagar da Cera em Paraños, a Eira da Cera das Brasileiras II, em A Lamosa e, por fim, toda a envolvente paisagística que este paraíso galego nos proporciona;
- Misto de caminhos de terra, calçadas e arruamentos (aldeias);
- Percurso com características moderadas (tendo em conta a distância a percorrer) mas fisicamente acessível, com uma subida mais pronunciada para o miradouro de Cotos da Bouza e uma calçada que requer algum cuidado e atenção antes de entrar em A Lamosa. Se chover, com vento ou neblinas fortes, as dificuldades serão acrescidas e o uso de GPS constitui sempre uma boa ajuda. Neste caso concreto, as marcações estão muito visíveis e existe muita informação ao longo de todo o percurso, com referência às distâncias entre pontos de interesse;
- No seu todo é um percurso maravilhoso, que permite usufruir das excecionais características deste curso de água, assim como de um bom conjunto de pontos de interesse. Além disso submerge-nos numa atmosfera verde, ancestral, de bosques autóctones que fazem com que esta seja, sem dúvida, uma experiência extasiante e que perdura na memória. A primavera e o outono são as estações, por excelência, para se usufruir em pleno desta experiência natural, absolutamente potenciada pela explosão de cores e aromas típicos dessas estações. Quem por aqui passe não esquecerá, absolutamente, esta maravilha!
HORREO (ESPIGUEIRO) EM PARAÑOS
"UMBIGO-DE-VÉNUS" (PORMENOR DO PERCURSO)
Outros percursos realizados nesta região:
Rota do Rio Xabriña, Galiza (versão curta)
Trilho 'Percursos Marginais do Rio Minho' (circular e adaptado)
Bosques e moinhos de Padrenda (Galiza)
PANORÂMICA DESDE O MIRADOURO DE COTOS DA BOUZA
CRUZEIRO NA IGREJA DE SANTA MARÍA DE PARAÑOS (PORMENOR DO PERCURSO)
- PR-G 119 RUTA DO XABRIÑA
O rio Xabriña, afluente do Chá, torna-se o verdadeiro protagonista deste percurso circular que começa na freguesia de Paraños e passa por outras localidades como Prado de Canda e A Lamosa.
Para além da frondosa vegetação que apresenta nas suas margens, ao longo do percurso poderá desfrutar de uma extraordinária riqueza etnográfica e cultural pois encontrará elementos de grande valor e em bom estado de conservação como a igreja paroquial de Paraños, várias antigas fábricas de velas como o "Lagar da Cera" em Portocortiñas, quase trinta moinhos ao longo do rio, caminhos tradicionais, fontes, cursos de água e pontes como a de Folón.
O seu desenho circular é dividido em dois grandes anéis. O primeiro decorre ao longo do rio desde Paraños, através de exuberantes bosques, até à Ponte Folón. O segundo anel, que visita Prado e A Lamosa, aproxima-nos do Miradouro dos Cotos da Bouza e de pequenas aldeias onde podemos conhecer a atividade dos antigos artesãos que se dedicavam ao trabalho da cera.
Além disso, em vários pontos do percurso podemos apreciar painéis que recolhem poemas do poeta galego Uxío Novoneyra do seu livro intitulado "Os Eidos".
- TIPO DE PERCURSO: circular, de pequena rota
- ÂMBITO DO PERCURSO: etnográfico, paisagístico, ambiental e natural
- LOCALIZAÇÃO DO PERCURSO: Covelo, Pontevedra (Galiza)
- PONTO DE PARTIDA / CHEGADA: Paraños, Covelo
- DURAÇÃO DO PERCURSO: 06h00
- DISTÂNCIA PERCORRIDA: 17 km
- GRAU DE DIFICULDADE: médio
- DESNÍVEL POSITIVO / NEGATIVO: +550m / -550m
- COTA MÍNIMA / MÁXIMA: 341m / 649m
- ÉPOCA ACONSELHADA: primavera, verão e outono
"FERVENZAS" NO RIO XABRIÑA
"FERVENZAS" NO POÇO DA BREA
- FAVUM: LAGAR DA CERA DE PARAÑOS
No Covelo conservam-se vários edifícios para a produção de velas e ex-votos de cera. Aqui existia um comércio artesanal de grande importância regional onde os "cereiros" ou "borreiros" faziam estes produtos de cera amarela ou branca. Exemplos destes edifícios podem ser vistos em A Lamosa e Paraños. Nesta última freguesia podemos visitar um destes locais de fabricação de cera. Aí temos um pequeno edifício centenário, restaurado e convertido em museu, onde podemos ver a prensa de cera, todas as "pías" (pilhas de pedra) e a maquinaria necessária para a referida transformação deste material proveniente das abelhas. Tudo isso acompanhado das informações necessárias para a compreensão do processo.
O Lagar do Tío Bernardo consistia numa grande viga de madeira de cerca de 7 metros, na qual era aparafusado um “fuso” com um peso de 1.200 kg para realizar a prensagem. Na outra ponta ficava o bloco de prensagem com uma cavidade onde era inserido o "chapuzo". A cera derretida era despejada num bloco com água que filtrava pelos orifícios para três “pias” que ficavam abaixo. Perto do bloco fica a "caldeira" que servia para derreter a cera com a água misturada numa panela de cobre. Na parede há três bacias que serviam para resfriar a cera e formar grandes blocos solidificados.
O dia do "lagareiro" começava bem cedo, uma vez recolhida a matéria-prima necessária (favo) para a elaboração. O favo de mel em galego chama-se "favo", topónimo que dá nome a esta construção. Limpas as panelas e fervida a cera, iniciava-se a prensagem, deitando o conteúdo nas três pias, a cera numa delas e a água nas outras duas.
O Favum ou Lagar da Cera está localizado na rota do rio Xabriña, um rio lindo e cheio de lugares maravilhosos.
CAMINHO PELA MARGEM DIREITA DO RIO XABRIÑA
CALÇADA DO CAMINHO REAL
- GALIZA
Conhecida pelos romanos como a região do fim do mundo, a Galiza é a comunidade mais ocidental de Espanha: uma região montanhosa que termina numa costa recortada formada por uma sucessão de rias e largos estuários rochosos.
O seu interior é constituído por prados e florestas densas, povoadas por rica fauna e flora. Esta área é tradicionalmente dedicada à agricultura, caça e também pesca, pela proximidade do mar.
Além do território continental fazem também parte da Galiza os arquipélagos de Cies, Ons, Salvora, as Ilhas Malveiras e Sisargas, Cortegada e a ilha e Arousa. Fazem parte da Galiza as províncias de A Coruña, Ourense, Lugo e Pontevedra cujas cidades principais são Santiago de Compostela, A Coruña e Vigo. No seu total vivem aqui 1.2 milhões de habitantes.
A Galiza tem uma tradição cultural e folclórica muito própria, marcada também pela sua língua, o Galego. Nesta região instalaram-se povos celtas que muito contribuíram para a formação desta zona, que se vê muito mais como celta do que como latina ou hispânica.
Assim, ouvir aqui a gaita de foles é tão natural como na Escócia, pois é o instrumento "nacional" da Galiza. Nada como visitar as festas e festivais locais para melhor tomar o pulso desta cultura tão particular. E apesar disto, os galegos não têm pretensões separatistas, considerando-se tão espanhóis como o resto de Espanha.
A belíssima e entre-cortada costa galega é a mais extensa das províncias de Espanha se tivermos em conta todas as baías e enseadas. O resultado é um infindável número de pitorescas praias e baías pontilhadas por portos e cidades costeiras.
Esta região é abençoada com praias encantadoras banhadas muitas delas por águas calmas e mornas em contraste com a temperatura tipicamente mais fria do Atlântico. Praias como Sanxenxo, Bueu, Samil (em Vigo), para não falar nas praias das Islas Cies, estão entre as melhores praias da Galiza para férias de mar.
Também é conhecida como a região dos 1000 rios. Estes desaguam no mar via estuários e baías conhecidos como rias. São conhecidas como Rias Baixas e Rias Altas, sendo as primeiras próximas da fronteira de Portugal e as segundas a norte do cabo Finisterra.
A partir de Finisterra o clima e a paisagem mudam; as Rias Altas são enquadradas por montanhas rochosas de vegetação mais rara. As temperaturas baixam e os ventos sopram com mais intensidade. É também uma zona mais chuvosa. A sul de Finisterra a encosta desce com mais suavidade em direção ao mar, com pinheiros e eucaliptos, bem como campos agrícolas verdejantes.
A singularidade da cultura galega está bem representada na sua gastronomia. Aqui não se encontra tanto o arroz, a massa. Aqui são as batatas que acompanham os pratos, muitos deles à base de peixe. Marisco é muito popular e peixe em geral faz parte da dieta local, pois na comunidade europeia é a Galiza quem mais pesca, por causa dos muitos bancos de areia e portos piscatórios. Assim, muitas são as formas de preparar o peixe e o marisco, sempre muito frescos nesta região.
O clima na Galiza é temperado, com invernos que podem ser bastante rigorosos e muito ventosos e primavera e verão que podem ser bastante quentes. A chuva é uma presença regular que pode por vezes manifestar-se nos meses de verão.
QUEDA DE ÁGUA DA FRAGA DAS MILLARIÑAS
RUÍNAS DO INTERIOR DO MOINHO DA RITA (PORMENOR DO PERCURSO)
Waypoints
Bridge
1,132 ft
Ponte de troncos
NOTA: à data, esta ponte ainda se encontrava em estado provisório. Tal deveu-se às chuvas fortes do inverno e consequente aumento do caudal do rio.
Bridge
1,256 ft
Pontelha da Feixa
NOTA: desvio para a fonte da Faixa e para os moinhos do Peso, dos Durán e do Xirondo.
Comments (8)
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O magnifico rio Xabriña... que saudades! Já faz uns anos que lá fui e adorei. Gostava mesmo de lá voltar, é um local belíssimo, como já não se encontra com facilidade, infelizmente. Que bom rever estas paisagens... Continua tão bonito quanto dele me recordo. Muito bom! Obrigado pela partilha, grande abraço.
Viva, Aiguille du Midi! Tenho planos para no outono lá regressar (vai ser um outono intenso pois pretendo regressar a vários outros locais...). No entanto, neste inicio de primavera, o verde continua sublime e as águas do rio transparentes. Foi realmente muito bom lá voltar. Obrigado pela comentário e avaliação ao trilho. Grande abraço!!
Local maravilhoso! Não conheço e fiquei mesmo com vontade de lá ir. A biodiversidade deste vale do Xabriña deve ser impressionante... Obrigado pela partilha, este vou guardar. Abraço!
Obrigado pela avaliação, _BIO_RAIA_. Vale mesmo a pena visitar este vale do rio Xabriña. Grande abraço!
Woooowwww, what a wonderful photos and beautiful trail, congratulations my friend
Thanks for the kind words, mehdi.tabibvand. Happy hiking!
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Information
Easy to follow
Scenery
Moderate
Belíssimo trilho, obrigado pela partilha 👌
Viva, Manuel Martins! Muito obrigado pela avaliação e simpáticas palavras. É muito bom saber que esta partilha resulta e que desfrutou deste belíssimo trilho, pois o Xabriña é mesmo uma imersão verde!
Continuação de ótimas caminhadas!!