PR8 BCL - No trilho do monte de S.Gonçalo

O percurso “No Trilho do Monte de São Gonçalo” é um traçado classificado como de pequena rota (PR), com cerca de 14 km, de tipologia circular e de dificuldade “muito difícil” (V), que calcorreia as freguesias de Aldreu, Palme, Carapeços e Fragoso. É um trilho rico em património ambiental, religioso, cultural e arqueológico que nos transporta para a Idade do Bronze e Idade Média.

Do ponto de vista patrimonial, destacam-se as ruínas do Mosteiro de São Salvador de Palme, o conjunto de gravuras rupestres, a Ermida de São Vicente, a capela de São João, a capela de S. Gonçalo e o seu extraordinário miradouro, o ponto mais alto do concelho.
Partindo da igreja paroquial de São Tiago de Aldreu, o percurso segue com o monte de São Gonçalo no horizonte, passando junto às ruínas do mosteiro de São Salvador de Palme que, segundo alguns historiadores, remonta ao primeiro quartel do século XI.

Seguindo por uma antiga estrada real que ladeia o mosteiro, o trilho continua por caminhos rurais até encontrar um dos sítios arqueológicos do santuário rupestre. Este achado arqueológico, que vai desde o Calcolítico até à Idade do Bronze, é caracterizado pela existência de “covinhas” gravadas nos aflorados graníticos, um pouco por toda aquela área, o que constata a importância do monte de São Gonçalo na pré-história.

O trilho segue por caminhos rasgados na montanha, passando pelo parque de lazer do Crasto, no encalce do topo do monte de São Gonçalo, onde se encontra a capela com o mesmo nome. Conhecido por ser o ponto mais alto do concelho de Barcelos, com cerca de 489 metros, é um local singular de onde é possível desfrutar da serenidade e da beleza envolventes. É também um dos espaços com melhor panorâmica do Minho litoral, destacando-se a exuberante vista sobre a orla costeira e territórios limítrofes, como são exemplo, o monte de Santa Luzia, Viana do Castelo, o vale do rio Lima a norte, o monte do Sameiro, em Braga e o vale do rio Cávado, a sul.

Em seguida, o trilho embrenha-se por caminhos florestais até encontrar a ribeira de São Vicente e a fonte da virtude da qual, segundo a lenda, a Rainha Peregrina Santa Isabel fez brotar água para saciar a sede, numa das suas passagens por estas terras, a caminho de Santiago de Compostela. Envolto nesta lenda, surpreenda-se com a ermida de São João, a quem D. Afonso Henriques atribuiu carta de couto em 1127, hoje local de culto pelos devotos ao santo popular e local de peregrinação a 24 de junho.
Daí, o trilho segue novamente por caminhos rurais e retorna à freguesia de Aldreu, com destaque ainda para a passagem pela Capela de Nossa Senhora do Pilar, também local de peregrinação anual, no segundo fim de semana após a Páscoa.

Em relação à sua biodiversidade, neste percurso predominam carvalhos (Quercus robur), sobreiros (Quercus suber), pinheiros mansos (Pinus pinea), pinheiros bravos (Pinus pinaster), azevinhos (Ilex aquifolium), castanheiros (Castanea sativa), loureiros (Laurus nobilis), entre outras espécies. Do ponto de vista faunístico, ao longo do trilho não se surpreenda com prováveis avistamentos de espécies, tais como, o coelho europeu (Oryctolagus cuniculus), a raposa (Vulpes vulpes), a rola turca (Streptopelia decaocto), o melro (Turdus merula), a pega-rabuda (Pica pica), a poupa (Upupa epops), a águia de asa redonda (Buteo buteo), a cobra rateira (Malpolon monspessulanus), o sardão (Lacerta lepida), a lagartixa ibérica (Podarcis hispanica), entre outras espécies.
Desfrute, respeite a natureza e delicie-se com o que Barcelos tem de melhor para lhe oferecer!

#descobrirbarcelos