Serra do Gerês: de Regada ao Pico da Nevosa

É um excelente percurso desenhado num contexto orográfico fabuloso. Partimos de A Regada (perto de Lobios/Espanha) em direção ao pico da Nevosa (ponto mais alto da serra do Gerês) subindo pela encosta da margem esquerda do rio Lobios. Percorridos cerca de 4 km, deixamos um caminho ótimo (estradão) para seguirmos, à esquerda, por um "trilho" parcialmente tapado por vegetação (carquejas e urzes) bastante alta durante cerca de 500/600 metros. Neste troço do percurso, é preciso ter muito cuidado para não perder o trilho e para passar ileso de arranhões. Mas, com mais ou menos arranhões, passamos sem problemas de maior. Ultrapassada a dificuldade referida, desfrutamos, durante algumas centenas de metros, de uma vista panorâmica fantástica sobre a albufeira do Lindoso. A partir daí, o percurso poderia ter sido feito em velocidade de cruzeiro não fosse a espetacularidade das formações rochosas e das vistas panorâmicas que estava constantemente a prender quer a atenção quer a objetiva das máquinas fotográficas. A passo de caracol e com muitas saídas e entradas no trilho para apreciar paisagens e fazer os respetivos registo fotográficos lá fomos progredido até ao objetivo - o Pico da Nevosa. Mas, antes de lá chegarmos, passamos e demoramo-nos no Chan do Frielo - zona muito aprazível. A subida ao Pico da Nevosa foi fácil. Do seu topo, as vistas são amplas e magníficas. A caminho de regresso (espetacular) foi feito até ao curral da Abelleira, por um trilho, aqui e ali mal definido (mas facilmente transitável), por cima de rochas e fragaredos. Do curral da Abelleira até ao ponto de partida foi só "dar corda às sapatilhas" devido à conjugação de dois fatores: menor atratividade do percurso e adiantado da hora.
As expetativas relativamente a este percurso eram elevadas ("foi simplesmente o melhor trekking que fiz até hoje no Xerês" - Makca, 2015). Não foram defraudadas. As partes inicial e final do percurso são vulgares - nada de surpreendentes. A partir do miradouro da albufeira do Lindoso até ao curral da Abelleira (parte alta do percurso) é do melhor que já vivenciamos no Gerês/Xurês.
Notas:
1. As partes inicial e final do percurso podem ser facilitadas acrescentando-lhe apenas algumas poucas centenas de metros . A partir do ponto de confluência dos percursos de ida e volta (a 700/800 metros do ponto inicial) há um caminho que segue em direção a um pequeno ribeiro. A partir do ribeiro, o caminho continua para a direita em direção a um estradão que passa uns duzentos metros a cima. Seguindo por este caminho até ao estradão e pelo estradão (à esquerda) até encontrar o traçado do percurso evita-se o corta-mato que fizemos para chegar ao estradão. Idêntica solução pode ser encontrada para a parte final do percurso. Uns metros à frente do apiário, descemos por trilho mal definido (a corta-mato) em direção ao ponto de convergência dos trajetos de ida e volta. Teríamos evitado alguns arranhões nas pernas se tivéssemos continuado a descer pelo estradão até encontrar o traçado do trilho ascendente e, a partir daí, regressar por ele até ao ponto inicial.
2. O percurso original é da autoria de dois excelentes caminheiros e conhecedores do Gerês: o Makca e o Truka. Para eles, o nosso agradecimento.