SUPER INTEGRAL MAMPODRE (1ºDÍA)

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SUPER INTEGRAL MAMPODRE

A Super Integral de Mampodre é um magnífico circuito no Maciço de Mampodre. Sem dúvida, a melhor atividade que se pode realizar no Maciço desde que a nossa condição física o permita, pois é um percurso muito exigente com mais de 4.000m de desnível acumulado e com uma extensão de 20km, que percorre os treze principais picos de Mampodre com mais de 2.000m de altitude, para além de alguns promontórios sem nome, que também ultrapassam os 2.000m de altitude e, estando no nosso caminho ou pela sua proximidade, vale a pena subir.



Este circuito, com início e fim no Albergue La Parada, em Maraña, “Pueblo” emblemático desta zona da montanha leonesa, é um percurso exigente, com troços aéreos, mas sem grandes dificuldades técnicas, pelo que exige apenas boa forma física. Damos a categoria de difícil, e pode ser muito difícil para quem não está acostumado, pois é um terreno muito alpino com secções de cumes expostos e desníveis constantes, com trepadas, algumas de grau III+, embora à semelhança do resto do percurso com o terreno seco não há grande problema se tivermos o cuidado necessário.

O circuito pode ser realizado num dia, aproximadamente entre 10 a 14 horas, nós optamos por realiza-lo em dois dias, com pernoita em tenda junto ao Reguero de Murias (1.700m). Ao longo de todo o percurso não temos fontes onde se possa obter água, pelo que é um facto importante a ter em conta, principalmente nos dias quentes, apenas encontramos água no Reguero de Murias, onde abastecemos utilizando o filtro.

Na descida de La Graya há uma instalação de dois rapeis ligados de 16m e 12m. A instalação está ligada por uma corda fixa que nos permite descer sem ter que fazer rapel, embora a segunda seção seja bastante vertical, o que obriga a boa força de braços. A corda em outubro de 2022 está em boas condições, mas vai deteriorar-se com o tempo, o mais recomendável é levar uma corda de 30 metros para fazer rapel, o que foi o nosso caso, usamos a nossa corda e descemos em rapel.


ETAPAS DO CIRCUITO
SUPER INTEGRAL MAMPODRE (1ºDÍA)
SUPER INTEGRAL MAMPODRE (2ºDÍA)

CIRCUITO COMPLETO
SUPER INTEGRAL MAMPODRE





DESCRIÇÃO DA ETAPA

SUPER INTEGRAL MAMPODRE (1ºDIA)
La Polinosa, La Cruz, La Uve, El Convento, Salamanquino, Cervunal, La Graya y Peña Bustil

Saímos do emblemático pueblo de Maraña (1260m), onde deixamos o carro no Aparcamiento (Albergue La Parada). Seguimos para Oeste, pela Calle Alto Otero, até uma bifurcação, onde viramos à Izquierda. Seguimos agora por um amplo caminho de terra que atravessa o rio Maraña por uma pequena ponte e sobe progressivamente o Valle de Maraña até encontra uma pequena Cabaña. Aqui, rodamos à esquerda e intersetamos o Arroyo de Valverde o qual acompanhamos aproximadamente ao longo de dois quilómetros, para Sul, pelo Valle de Valverde, onde começamos a vencer o maior desnível à direita do Collado Valverde (1828m) até alcançar o Collado Occidental de Valverde (1947m).

Agora seguimos na direção Este, mais uma subida em ziguezague e alcançamos o cume! Peña La Polinosa (2159m). Em dias de céu limpo a panorama de 360º que temos diante de nós é simplesmente espetacular. Pico La Cruz, o cume mais alto do Maciço de Mampodre, Peña del Convento, Pico Cervunal, Pico Susarón, Embalse del Porma, a Montanha Palentina, as Montanhas Vegarada, as Montanhas San Isidro, Pico Torres, os Picos da Europa, com Torre Bermeja no Maciço Ocidental e intermináveis cumes do Maciço Central, Pico Coriscao, Cordilheira Riaño, Pico Jario, montanhas ao redor do Porto de Panderrueda e Puerto de Pandetrave. A localização tão centralizada do Maciço de Mampodre torna suas vistas privilegiadas! Hoje não nos foi possível desfrutar dessa magnifica envolvência devido à nebulosidade do dia…

Depois continuamos pela aresta e baixamos ao Collado Cervunal (2027m). Seguimos pela base do Pico Cervunal (Valcerrao) e rodamos a Norte passando pelo Collado (2093m) e base do Pico El Convento. Continuamos pelo cordal em direção ao Pico La Cruz que à nossa frente, parece muito complicado subir, mas com cuidado fomos ganhando altura pela sua face sul num terreno de rocha. Para concluir a subida ao Pico La Cruz, no lado sul, é preciso superar algumas subidas simples e uma um pouco mais aérea, já no topo. Com alguma experiência, não há problema em chegar ao cume.



Superando a face sul acidentada e bonita, chegamos ao Pico de La Cruz (2.192m), sendo este o pico mais alto do Maciço de Mampodre e onde encontramos o vértice geodésico. Também aqui, em dias de céu limpo permite contemplar as majestosas vistas de 360º. Podemos ver todos os picos acima mencionados do Maciço de Mampodre, como também: Pico de Yordas, Peñas Pintas, Pico Espigüete, Pico del Lago, Peña Ten, Peña Pileñes, Pico Tiatordos, Peña Maciédome… Um local privilegiado para apreciar o belo panorama que temos! Ainda não nos foi possível desfrutar totalmente dessa magnifica envolvência devido à nebulosidade do dia… aproveitamos o cume para fazer a pausa de almoço.

Continuando o circuito, descemos até a outra face do cume e vamos até ao próximo pico que fica a poucos metros de distância, onde sem problemas chegamos ao topo de La Uve (2162m). As panorâmicas são semelhantes ao Pico de La Cruz. Pouco depois, voltamos em sentido inverso até ao Pico de La Cruz, descemos até ao “collado” onde desta vez viramos à esquerda para subir a encosta até ao topo de El Convento. Troço sem complicações, apenas o esforço para superar as exigentes encostas e uma passagem um tanto exposta entre os dois picos. Em poucos minutos chegamos ao Pico Convento (2146m), de onde temos uma bonita vista panorâmica de Peña La Cruz. Também já conseguimos ver Maraña e grande parte da Cordilheira Cantábrica. Ao fundo, os majestosos Picos da Europa.

Descemos pelo outro lado em direção ao outro "collado", mas sem alcançá-lo, tomamos um caminho a meia encosta passando por baixo dele, até um outro "collado" (2091m), entre os nossos próximos cumes, aos quais chegamos sem problemas, o Salamanquino (2105m) e a Punta Extrema del Salmanquino (2104m). Deste lado da montanha é impressionante como a Peña de la Cruz parece inacessível. Voltamos novamente em sentido inverso para chegar ao “collado” (2085m) e subimos abruptamente pelo prado, sem dificuldades técnicas, até ao nosso próximo cume, El Cervunal (2173m), as vistas são espetaculares.



Aqui, é importante ter a certeza das nossas condições físicas e da água que transportamos, pois se continuarmos a Super Integral temos de rapelar, troços expostos, trepadas de grau III+, descer o vale, voltar a subir e não temos fontes nem a certeza de água ao longo o caminho. No nosso caso acabamos por encontrar água no Reguero de Murias.

Mantivemos o objetivo, a Super Integral, e sem problemas subimos e descemos até ao Picacho del Cervunal (2137m). Saímos do Picacho del Cervunal e seguimos por uma aresta com alguma rocha em direção ao nosso próximo cume, passando pelo Collado de Murias, à nossa frente temos os primeiros blocos de calcário que compõem a escarpada da aresta de La Graya e que a separam de Peña Bustil. Seguimos a meia encosta por caminho de pé posto até uma pequena brecha onde se pode dizer que começa a aresta, cuja rocha é bastante decomposta e exige avançar com a máxima concentração. Pouco depois chegamos à La Graya (2071m), localizada nas encostas Sul dos Picos de Mampodre, fazendo parte da divisão entre os vales de Murias e Butil de Pepe, caraterizada pela sua escarpada aresta.

Depois, continuamos o circuito pela sua aresta até chegarmos à secção dos Rapeles. São dois rapeis de 16 e 15 metros, que com uma corda de 30 metros é quanto basta. Como tínhamos duas cordas de 30 metros fizemos um único rapel, juntando as duas secções. O rapel é facultativo, pois há uma corda fixa para descer, sendo a segunda secção mais vertical o que obriga a boa força de braços. A corda em outubro de 2022 está em boas condições, mas vai deteriorar-se com o tempo, o mais recomendável é levar uma corda de 30 metros para fazer o rapel.



Feito o rapel, recolhemos o material e seguimos o caminho pelos prados até chegar-mos ao topo da Peña Bustil (2031m) e Cimas Secundarias Peña Bustil, também superiores a 2000m. Olhando para trás vemos o Cervunal, La Graya e ainda o cume que vamos fazer amanhã, o Pico del Mediodía. Para finalizar a etapa de hoje, temos uma longa e ingreme descida por um Canal de Bajada até alcançar o Reguero de Murias (1689m), onde abastecemos de água e montamos as tendas para a pernoita.


FICHA TÉCNICA DA ETAPA
Realização: 8 outubro de 2022
Percurso: Maraña (Albergue La Parada) - Collado Valverde - La Polinosa - Collado Cervunal - Pico de La Cruz - La Uve - Pico Convento - Salamanquino - Punta Extrema del Salamanquino - Cervunal - Piacho Valcerao - La Graya - Peña Bustil - Valle de Murias (Acampada)
Distancia: 11,6 km
Duração: 9h32min
Tempo em movimento: 3h57min
Tempo parado: 5h35min
Movimento médio: 2,93km/h
Acumulado positivo: 1564m
Acumulado negativo: 1123m







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