TORRE BLANCA DESDE EL CABLE

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ASCENSÃO À TORRE BLANCA (2619M)

Os Picos de Europa são uma formação calcária que se estende pelas Astúrias, Cantábria e Leão e as suas alturas destacam-se, em muitos casos acima dos 2.500 metros, pela proximidade do Mar Cantábrico, visto que no seu ponto mais setentrional distam apenas 15 quilómetros do mar. Ocupam uma área total de 64.660 hectares distribuídos pelas três províncias.

A Torre Blanca é um evidente cume, bem visível para quem se aproxima da Cabaña Verónica. Este cimo faz parte da corda que inicia no Madejuno e se prolonga até ao Llambrion, e onde se encontram alguns dos cumes mais altos desta zona. Está localizada no Maciço Central dos Picos de Europa, na linha divisória entre a Província de Leão e a Cantábria. Com os seus 2.619 metros de altitude, representa o pico mais alto da Comunidade Autônoma da Cantábria, embora esta honra seja tradicionalmente concedida a Peña Vieja por ser inteiramente em território cantábrico. Apesar de tudo isso, a presença próxima de Llambrión (2.642m), que é a segunda maior altura dos Picos de Europa, torna-o menos relevante.

Destacam-se nesta zona as seguintes elevações, todas acima de 2.600 metros: Torre Blanca (2.619m), Torre Sin Nombre (2.638m), Tiro Tirso (2.640m), Torre Casiano el Prado (2.622m), Llambrión (2.642m), Torre de las Llastrias (2.621m) e Torre de la Palanca (2.619m), constituindo a maior concentração de picos acima deste nível nos Picos de Europa. De todos eles podemos considerar a Torre Blanca, o Llambrión e a Torre de la Palanca verdadeiramente notáveis. Devido ao relevo acidentado da crista que une todos os picos do maciço, a travessia entre os picos apresenta uma certa dificuldade técnica que não é desprezível (caso do Llambrión).

A ascensão a Torre Blanca, apesar de não envolver dificuldades técnicas significativas, não é para principiantes, pois exige algumas trepadas e pode ser feita a partir de vários locais: Por Dobresengos y el Hoyo Grande, desde Cain; Por Tiro Callejo, desde o refugio de Collado Jermoso; Por a Horcada de Cain, desde el refugio de Urriellu e Por Cabaña Verónica, desde El Cable (trilho realizado).




DESCRIÇÃO DA TRILHA

Em Fuente Dé (1094m) entramos no teleférico que nos deixou na estação superior: El Cable (1834m). Assim vencemos um desnível de aproximadamente 800 metros em apenas alguns minutos. Por isso, o trilho partilhado começa na estação superior do teleférico, El Cable, com um impressionante miradouro sobre Liebana e a zona do Pico de Coriscao a sul.

Saímos da estação superior do teleférico, El Cable, por um amplo caminho de terra do PR-PNPE 23 até à Horcadina de Covarrobles. Continuando em frente, seguiríamos para o Refúgio de Aliva, por isso viramos 90º à esquerda, seguindo o caminho na base das imensas paredes que formam os contrafortes de Peña Olvidada. O trilho não tem que enganar, do nosso lado esquerdo a bonita imagem das Lagunas de Lloroza, um pouco à frente, em La Vueltona o caminho bifurca. À esquerda um caminho que contorna uma gruta, onde na época das chuvas podemos encontrar água, que vai para as antigas minas de Altaiz. Nós continuamos pelo caminho da direita, mais ingreme e pedregoso, em direção à Cabana Verónica e Horcados Rojos.

Agora, começa-se a sentir o desnível que se tem de vencer, o nosso caminho continua por uma encosta íngreme com abundantes ziguezagues, sem sair da base das paredes que unem Peña Vieja com a Torre de Horcados Rojos. Junto ao Cartel - Peña Vieja, fizemos uma pausa para recuperar as forças. Depois continuamos à esquerda pelo PR-PNPE 23, o caminho desce ligeiramente para voltar a subir até nova bifurcação no sopé da Torre de Horcados Rojos. Se seguirmos o caminho principal, chegaremos ao Collado de Horcados Rojos de onde podemos contemplar a impressionante descida para Jou de los Boches e, ao fundo, Pico de Urriellu. Nós seguimos pela esquerda, um caminho que sobe abruptamente, apenas 100 metros de desnível, que nos leva ao pequeno refugio da Cabaña Verónica, onde a vista de Peña Vieja, Picos de Santa Ana, Torre de Horcados Rojos é impressionante.



Aproveitamos o local para recuperar as forças para o que nos espera, a parte mais difícil e exigente deste percurso até ao cimo da Torre Blanca. Continuando, deixamos para trás o pequeno refugio pela direita, subindo os rochedos que se erguem atrás do refúgio. A todo o momento vemos o nosso objetivo em segundo plano, também à nossa direita podemos ver o Pico Tesorero.

Nesta área, as mariolas tendem a abundar para onde quer que se olhe. Algumas mariolas (hitos/jitos) orientam-nos em direção a Hoyos Sengros, mas deve-se notar que existem duas possibilidades de ascensão que permitem, em qualquer caso, chegar ao cume - Uma, é subir as pequenas elevações que nos separam de Hoyos Sengros e descer rapidamente para uma colina a sul destes, para de seguida, subir na diagonal orientados pelo cume. O terreno é de caos rochoso e requer pequenas trepadas e destrepes. Chega-se à base do canal à direita do cume, e por ele, alcança-se o cume. Outra, a que seguimos, no bordo de Hoyos Sengros não descemos ao fundo, seguimos em direção às rochas planas que temos à nossa direita. Um pouco mais à frente, começa uma curva confortável que, sem perder altura, faz fronteira com os Hoyos Sengros ao norte, e nos deixa na Collada Blanca, colina entre Torre Blanca e Tesorero.

Aqui, separa-se do caminho que vai à direita para o Llambrión, continuamos à esquerda, para seguir a aresta NE – Este é o ponto onde começa a sua alongada aresta (mais de 500 metros), fecha o Hoyo Trasllambrión a Este, separando-o de Hoyos Sengros. Em mais de uma ocasião temos de usar as mãos para trepar, mas sem grandes dificuldades. Assim, posicionamo-nos no inicio de um Canal. Não é aconselhável subir o canal pelo seu fundo, descomposto e escorregadio, portanto, subimos pelas rochas que o delimitam à direita para atravessá-lo o mais alto possível, e progredir pelo terreno mais firme dos seus lados até ao final do canal, Horcada/Brecha, que separa as escarpas da crista do cume da Torre Blanca.

Aqui, vemos o desnível vertiginoso a Hoyo Trasllambrión, por onde continuamos o caminho marcado com algumas mariolas à Colladina sobre os abismos de Trasllambrión. Os últimos metros são de rocha firme, ascendendo com subidas simples, um pouco expostas, que nos leva praticamente sem qualquer perda ao cume. No topo, existem duas caixas de correio que indicam os cumes mais ou menos da mesma altitude.



Se o tempo permitir, como foi o nosso caso, da Torre Blanca (2619m) tem-se uma das melhores vistas de 360º sobre o maciço central dos Picos de Europa com muitos dos picos mais importantes ao redor e/ou ao longe… Torre dos Horcados Rojos, Pico Tesorero, Peña Vieja, Torre de Llambrión, Torre Cerredo, Tiro Llago, Tiro Tirso, Tiro Callejo, La Palanca...

O regresso foi no sentido inverso do itinerário.


FICHA TÉCNICA
Dia: 9 de outubro 2021
Percurso: Estação Superior “El Cable” - La Vueltona - Cabaña Verónica - Collada Blanca - Torre Blanca (Regresso sentido inverso)
Distancia: 14,1km
Duração: 7h20min
Tempo em movimento: 3h54min
Tempo parado: 3h26min
Movimento médio: 3,6kms/h
Acumulado positivo: 996m
Acumulado negativo: 996m







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