:VM09: Via Mariana - Estacas ---} Cotobade Casa Rural O Bergando
near Estacas, Galicia (España)
Viewed 1107 times, downloaded 45 times
Trail photos
Itinerary description
nota prévia: o texto incorpora imagem e links só visíveis em browser e não na app wikiloc
VM09 - 25.7 Km - Estacas - Cotobade / Casa Rural O Bergando
Antes de me deitar, lembrei-me de procurar o quadro de energia. Já nos aconteceu em outras vezes, e mesmo nesta Via Mariana, de ficarmos às escuras... aqui seria pior, ficávamos também a gelar e sabíamos ser dificil ou impossível de contactar o dono, enquanto que quem veio abrir a casa foi embora sem deixar contacto.
Corri tudo. Entrei em toda a porta que não estivesse trancada, mas nada. Como tinha visto a entrada de comunicações no piso de cima, fui lá espreitar. Nada. Atrás da tv mais uma porta. Abri, pareceu-me uma espécie de escritório, onde o feixe da minha lanterna acordou um morcego que ficou louco a voar em círculos! Ooops!
Voltei a fechar bem a porta e tratamos de dormir, os dois sózinhos naquele casarão com lugar para vinte e cinco hóspedes mais um morcego, pelo menos...
Pela manhã a mochila serviu-nos o pequeno almoço, que tomamos falando em voz baixa, e saímos da casa em bicos de pés, não fossemos acordar o Gasparzinho... :D
Começamos em asfalto, mas em breve entramos num trilho, um fantástico troço de um Camiño de Arrieiros. Passamos uma pequena ponte rústica sobre o rio Couñago, e depois a inesperada e surpreendente ponte Anceu (séc. XVII) sobre o rio Parada que já foi Anceu.
Mais adiante, em Berducedo, encontramos uma velha venda aberta, entramos e compramos tangerinas e almendrados - estes morreram logo à saída da loja.
"Olhem que sem gps não conseguem seguir o trilho, a partir daqui não está marcado", avisou-nos o dono da venda. Já o sabíamos, nesta e em algumas futuras etapas há troços ainda por marcar.
Logo a seguir fomos surpreendidos pela beleza do conjunto monumental da igreja, cruzeiro e túmulos de San Martiño de Verducido, edificado no séc. XVIII sobre ruínas de um templo anterior. Uma prova mais da importância desta antiga via comercial que hoje seguimos.
Cruzamos a PO-255 e entramos por um caminho que vai atravessar o Rego do Porto e segue depois paralelo a ele. É um caminho largo e plano mas, à medida que se interna no bosque, cada vez mais parece estarmos a fazer uma viagem no tempo. A dada altura já seguimos uma velha calçada, desgregada em muitas xonas pelo passar dos anos. As velhas pedras empilhadas que formam os muros, os musgos, os fetos cor de ferrugem, tudo constroi um cenário de rara beleza, exaltada pelas gotículas que ficaram da chuva de ontem. Vamos seguindo em deleite até cruzar o Oitavén numa pequena ponte rústica, para continuar a subir agora do outro lado, mas no mesmo cenário.
Acabamos por chegar a Eido de Arriba, onde um banco junto de uma casa nos convidou a para descansar, actualizar o diário de bordo e roer uma maçã. Logo a seguir, em Forzáns, passamos no chiringuito da Glória. Ela andava num quintalito em frente.
- tem café?
- de saco!
Passamos uns minutos com ela, tomámos duas chávenas grandes de café com madalenas e ficamos a saber mais coisas do sítio e do chiringuito e da sua sina. E dos cogumelos! Mas tínhamos que nos fazer ao caminho, despedimo-nos e fomos correr estradas rurais, asfaltadas, até atingir o Parque Recreativo da Carballeira, o local ideal para saborear as deliciosas empanadas de atum compradas no dia anterior à Maribel, e umas tangerinas.
Mais adiante estamos outra vez entre velhos muros, feitos de pedras verdes do espesso musgo que as reveste. O caminho desce para nos levar à mais bonita travessia em poldras da Via Mariana: a travessia do rio Verdugo, nos Pasos da Fraga.
Além da beleza própria do conjunto de poldras, todo o sítio onde se situam é um encanto natural. Esta travessia é das poucas que restam no Verdugo, em relativamente bom estado, e poderá ter mais de 300 anos de idade...
No sobre e desce desta etapa, é agora altura de começar a mais longa ascensão do dia, embora não seja contínua, há um bom carrocel na nossa frente. É de novo uma beleza o evocativo caminho que nos leva desde o Verdugo até lá acima ao asfalto, para logo adiante entrar num estradão florestal que nos leva lá abaixo de novo, até quase tocar... o Verdugo, para depois subir forte até chegar à PO-234. O asfalto é tão sómente uma modalidade diferente de como subir: até pouco depois da igreja de Santa Maria de Aguasantas há que trepar.
Há então uma pausa , para logo continuar a subida. Passamos a Ermida de S. José, depois a igreja de Santo Andre de Valongo, até que, já cansados, encontramos o bar A de Tucho, mesmo à entrada na estrada principal, a PO-235.
Ainda há que subir um pouco e depois descer até Loureiro, faltam 4km. Mas não resistimos: entramos e pedimos uma cerveja e umas batatas fritas para petiscar, mas nem era preciso: à boa maneira espanhola, ela ofereceu uns pratinhos de queijo e de de chouriço, a acompanhar a cerveja.
A subida continuou depois até à capela de Santa Lucia; entramos então num cabeço careca, um caminho que se fazia bem mas que em breve piorou. O caminho segue agora cavado ou entre muros pelo meio de um eucaliptal, até que estamos a já a precisar de uma catana para derrubar o mato. Como um mal nunca vem só, deparamos com uma longa zona completamente inundada de água negra... conseguimos subir para terrenos laterais e avançar fora do trilho até chegar a uma zona onde descemos de novo, para finalmente descer até à Casa Rural Bergando, em O Loureiro, onde tínhamos marcado estadia via booking (45.90 euros). Em todo este troço, desde o cabeço fomos vigiados por um canito preto de regaço, que a dada altura quis seguir por outro lado... ele é que sabia, de certo, mas eu quis seguir o trilho gps da Via Mariana...
A casa da D. Carmen é ricamente decorada, até nos sentimos mal por entrar ali com as botas sujas do lameiro no final do dia. Mas a senhora que nos atendeu em nada se incomodou, e instalou-nos no quarto que nos estava destinado - bastante acanhado e frio de noite (aquecimentos desligados às 23:00 ou perto disso...)
Não há onde jantar nas proximidades, mas a senhora que nos recebu, empregada da D. Carmen, marcou-nos o jantar no Mesón Casa Inés, em A Chan, e levou-nos lá de carro; regressamos depois a pé (2.6 km). A refeição estava pronta quando chegamos, à hora combinada, pianinho no churrasco com batata frita, pão, vinho Ribeiro e queijo com marmelada para sobremesa, 9 euros por pessoa.
Links para as restantes etapas:
VM00 - 08.2 Km Sameiro - Braga Albergue Casa da Roda (+ texto introdutório)
VM01 - 21.1 Km Braga - S. Pedro de Goães Albergue (+ links úteis)
VM02 - 31.6 Km S. Pedro de Goães - Ponte da Barca Pensão Gomes (+ notas sobre esta série de trilhos)
VM03 - 23.4 Km Ponte da Barca - Soajo
VM04 - 16.6 Km Soajo - Sra. da Peneda Casa Penedino
VM05 - 26.0 Km Sra. da Peneda - Melgaço D. Isabel
VM06 - 17.3 Km Melgaço - Santiago de Parada de Achas Albergue (O Feirón)
VM07 - 21.5 Km Santiago de Parada de Achas - Santiago de Covelo Casa Costa
VM08 - 24.7 Km Covelo - Estacas Casa Rural D'Agosto
VM09 - 25.7 Km Estacas - Cotobade Casa Rural O Bergando
VM10 - 19.6 Km Cotobade - Campo Lameiro Vivenda Turística Eladio
VM11 - 22.2 Km Campo Lameiro - Cuntis Pensión A Fontiña
VM12 - 22.2 Km Cuntis - Padrón Pensión Flavia
VM13 - 14.5 Km Padrón - Osebe Casa Carolina
VM14 - 14.7 Km Osebe - Santiago de Compostela Hostal La Salle
VM15 - 22.1 Km Santiago de Compostela - Negreira Albergue Alecrín
VM16 - 32.0 Km Negreira - Brandoñas Campamento Turístico Brandoñas
VM17 - 16.9 Km Brandoñas - Berdoias Albergue Via Mariana
VM18 - 19.0 Km Berdoias - Muxía Albergue Bela Muxia
VM global - 389 Km Sameiro - Muxía
Mapa Global da Via Mariana
VM09 - 25.7 Km - Estacas - Cotobade / Casa Rural O Bergando
Antes de me deitar, lembrei-me de procurar o quadro de energia. Já nos aconteceu em outras vezes, e mesmo nesta Via Mariana, de ficarmos às escuras... aqui seria pior, ficávamos também a gelar e sabíamos ser dificil ou impossível de contactar o dono, enquanto que quem veio abrir a casa foi embora sem deixar contacto.
Corri tudo. Entrei em toda a porta que não estivesse trancada, mas nada. Como tinha visto a entrada de comunicações no piso de cima, fui lá espreitar. Nada. Atrás da tv mais uma porta. Abri, pareceu-me uma espécie de escritório, onde o feixe da minha lanterna acordou um morcego que ficou louco a voar em círculos! Ooops!
Voltei a fechar bem a porta e tratamos de dormir, os dois sózinhos naquele casarão com lugar para vinte e cinco hóspedes mais um morcego, pelo menos...
Pela manhã a mochila serviu-nos o pequeno almoço, que tomamos falando em voz baixa, e saímos da casa em bicos de pés, não fossemos acordar o Gasparzinho... :D
Começamos em asfalto, mas em breve entramos num trilho, um fantástico troço de um Camiño de Arrieiros. Passamos uma pequena ponte rústica sobre o rio Couñago, e depois a inesperada e surpreendente ponte Anceu (séc. XVII) sobre o rio Parada que já foi Anceu.
Mais adiante, em Berducedo, encontramos uma velha venda aberta, entramos e compramos tangerinas e almendrados - estes morreram logo à saída da loja.
"Olhem que sem gps não conseguem seguir o trilho, a partir daqui não está marcado", avisou-nos o dono da venda. Já o sabíamos, nesta e em algumas futuras etapas há troços ainda por marcar.
Logo a seguir fomos surpreendidos pela beleza do conjunto monumental da igreja, cruzeiro e túmulos de San Martiño de Verducido, edificado no séc. XVIII sobre ruínas de um templo anterior. Uma prova mais da importância desta antiga via comercial que hoje seguimos.
Cruzamos a PO-255 e entramos por um caminho que vai atravessar o Rego do Porto e segue depois paralelo a ele. É um caminho largo e plano mas, à medida que se interna no bosque, cada vez mais parece estarmos a fazer uma viagem no tempo. A dada altura já seguimos uma velha calçada, desgregada em muitas xonas pelo passar dos anos. As velhas pedras empilhadas que formam os muros, os musgos, os fetos cor de ferrugem, tudo constroi um cenário de rara beleza, exaltada pelas gotículas que ficaram da chuva de ontem. Vamos seguindo em deleite até cruzar o Oitavén numa pequena ponte rústica, para continuar a subir agora do outro lado, mas no mesmo cenário.
Acabamos por chegar a Eido de Arriba, onde um banco junto de uma casa nos convidou a para descansar, actualizar o diário de bordo e roer uma maçã. Logo a seguir, em Forzáns, passamos no chiringuito da Glória. Ela andava num quintalito em frente.
- tem café?
- de saco!
Passamos uns minutos com ela, tomámos duas chávenas grandes de café com madalenas e ficamos a saber mais coisas do sítio e do chiringuito e da sua sina. E dos cogumelos! Mas tínhamos que nos fazer ao caminho, despedimo-nos e fomos correr estradas rurais, asfaltadas, até atingir o Parque Recreativo da Carballeira, o local ideal para saborear as deliciosas empanadas de atum compradas no dia anterior à Maribel, e umas tangerinas.
Mais adiante estamos outra vez entre velhos muros, feitos de pedras verdes do espesso musgo que as reveste. O caminho desce para nos levar à mais bonita travessia em poldras da Via Mariana: a travessia do rio Verdugo, nos Pasos da Fraga.
Além da beleza própria do conjunto de poldras, todo o sítio onde se situam é um encanto natural. Esta travessia é das poucas que restam no Verdugo, em relativamente bom estado, e poderá ter mais de 300 anos de idade...
No sobre e desce desta etapa, é agora altura de começar a mais longa ascensão do dia, embora não seja contínua, há um bom carrocel na nossa frente. É de novo uma beleza o evocativo caminho que nos leva desde o Verdugo até lá acima ao asfalto, para logo adiante entrar num estradão florestal que nos leva lá abaixo de novo, até quase tocar... o Verdugo, para depois subir forte até chegar à PO-234. O asfalto é tão sómente uma modalidade diferente de como subir: até pouco depois da igreja de Santa Maria de Aguasantas há que trepar.
Há então uma pausa , para logo continuar a subida. Passamos a Ermida de S. José, depois a igreja de Santo Andre de Valongo, até que, já cansados, encontramos o bar A de Tucho, mesmo à entrada na estrada principal, a PO-235.
Ainda há que subir um pouco e depois descer até Loureiro, faltam 4km. Mas não resistimos: entramos e pedimos uma cerveja e umas batatas fritas para petiscar, mas nem era preciso: à boa maneira espanhola, ela ofereceu uns pratinhos de queijo e de de chouriço, a acompanhar a cerveja.
A subida continuou depois até à capela de Santa Lucia; entramos então num cabeço careca, um caminho que se fazia bem mas que em breve piorou. O caminho segue agora cavado ou entre muros pelo meio de um eucaliptal, até que estamos a já a precisar de uma catana para derrubar o mato. Como um mal nunca vem só, deparamos com uma longa zona completamente inundada de água negra... conseguimos subir para terrenos laterais e avançar fora do trilho até chegar a uma zona onde descemos de novo, para finalmente descer até à Casa Rural Bergando, em O Loureiro, onde tínhamos marcado estadia via booking (45.90 euros). Em todo este troço, desde o cabeço fomos vigiados por um canito preto de regaço, que a dada altura quis seguir por outro lado... ele é que sabia, de certo, mas eu quis seguir o trilho gps da Via Mariana...
A casa da D. Carmen é ricamente decorada, até nos sentimos mal por entrar ali com as botas sujas do lameiro no final do dia. Mas a senhora que nos atendeu em nada se incomodou, e instalou-nos no quarto que nos estava destinado - bastante acanhado e frio de noite (aquecimentos desligados às 23:00 ou perto disso...)
Não há onde jantar nas proximidades, mas a senhora que nos recebu, empregada da D. Carmen, marcou-nos o jantar no Mesón Casa Inés, em A Chan, e levou-nos lá de carro; regressamos depois a pé (2.6 km). A refeição estava pronta quando chegamos, à hora combinada, pianinho no churrasco com batata frita, pão, vinho Ribeiro e queijo com marmelada para sobremesa, 9 euros por pessoa.
Links para as restantes etapas:
VM00 - 08.2 Km Sameiro - Braga Albergue Casa da Roda (+ texto introdutório)
VM01 - 21.1 Km Braga - S. Pedro de Goães Albergue (+ links úteis)
VM02 - 31.6 Km S. Pedro de Goães - Ponte da Barca Pensão Gomes (+ notas sobre esta série de trilhos)
VM03 - 23.4 Km Ponte da Barca - Soajo
VM04 - 16.6 Km Soajo - Sra. da Peneda Casa Penedino
VM05 - 26.0 Km Sra. da Peneda - Melgaço D. Isabel
VM06 - 17.3 Km Melgaço - Santiago de Parada de Achas Albergue (O Feirón)
VM07 - 21.5 Km Santiago de Parada de Achas - Santiago de Covelo Casa Costa
VM08 - 24.7 Km Covelo - Estacas Casa Rural D'Agosto
VM09 - 25.7 Km Estacas - Cotobade Casa Rural O Bergando
VM10 - 19.6 Km Cotobade - Campo Lameiro Vivenda Turística Eladio
VM11 - 22.2 Km Campo Lameiro - Cuntis Pensión A Fontiña
VM12 - 22.2 Km Cuntis - Padrón Pensión Flavia
VM13 - 14.5 Km Padrón - Osebe Casa Carolina
VM14 - 14.7 Km Osebe - Santiago de Compostela Hostal La Salle
VM15 - 22.1 Km Santiago de Compostela - Negreira Albergue Alecrín
VM16 - 32.0 Km Negreira - Brandoñas Campamento Turístico Brandoñas
VM17 - 16.9 Km Brandoñas - Berdoias Albergue Via Mariana
VM18 - 19.0 Km Berdoias - Muxía Albergue Bela Muxia
VM global - 389 Km Sameiro - Muxía
Mapa Global da Via Mariana
Waypoints
Religious site
1,330 ft
Alminha e banco
Provisioning
1,332 ft
Bar Taperia o Novo Chiringuito
Fountain
1,319 ft
Fonte e lavadouro do Souto
Fountain
797 ft
Fonte e tanque
Fountain
1,184 ft
Fonte e tanque
Provisioning
1,165 ft
Minimercado
Bus stop
932 ft
Paragem de bus coberta
P
Bus stop
1,044 ft
Paragem de bus coberta
Bus stop
1,212 ft
Paragem de bus coberta
P
Bus stop
1,218 ft
Paragem de bus coberta
Bus stop
1,257 ft
Paragem de bus coberta
Bus stop
1,421 ft
Paragem de bus coberta
Bus stop
1,102 ft
Paragem de bus coberta
You can add a comment or review this trail
Comments