:VM11: Via Mariana - Campo Lameiro ---} Cuntis Pensión A Fontiña
near A Lagoa, Galicia (España)
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Itinerary description
nota prévia: o texto incorpora imagem e links só visíveis em browser e não na app wikiloc
VM11 - 22.2 Km - Campo Lameiro - Cuntis / Pensión A Fontiña
Um dos mais completos pequenos almoços que tomamos na Via Mariana. Abastecemo-nos bem de véspera, e tiramos também proveito de alguns items que estavam disponíveis na grande cozinha da casa.
Às 8:00h estávamos de partida, subindo inicalmente por asfalto, mas sempre com belas vistas para nascente-sul. Pouco depois já pisávamos um estradão florestal, pelo meio de eucalipto e sobretudo pinheiro, até que, pelas 9:00, já tínhamos ganho 200 metros de cota e estávamos no ponto alto do dia.
Iniciamos a descida, a dada altura mais acentuada, por entre um grande carvalhal.
Lá em baixo, depois de um pequeno troço de asfalto, chegamos à bela igreja de San Mamede de Amil, onde paramos para descanso e um snack.
Continuando em asfalto, fomos até ao Santuário da Virgem dos Milagros de Amil, logo mais abaixo. É o momento alto da etapa. Um dos Santuários Marianos mais famosos da Galiza.
De um texto inserido na Galicia Maxica:
"Sebastián de Castro. Ese es el nombre por el cual hoy y según la leyenda existe en Moraña uno de los santuarios marianos más famosos de Galicia. Este era un arriero que en el año 1778 pidió ayuda a la Virgen para poder conseguir agua para sus cultivos y su familia, ya que él estaba impedido por su edad y no podía cargar agua para llevarla hasta ellos. Al cavar una mina en el lugar, el agua brotó rápidamente con un buen caudal. Ello provocó que Sebastián, en agradecimiento, mandara construir una imagen en piedra de 80 cm de la Virgen que llamó Virxe dos Milagres y que colocó presidiendo una fuente que él mismo hizo y que se conoce como Fonte de Rozabella, situada en el lugar del mismo nombre a unos 500 metros del actual santuario en dirección oeste. Los rumores del milagro se extendieron rápidamente por la comarca y pronto ya era miles los romeros que venían al lugar del suceso. Así fue necesario la construcción de un templo en el lugar de A Chan, templo que fue inaugurado en el año 1892[...]
La iglesia se encuentra en una gran explanada en la que existen árboles ya centenarios, un hermoso cruceiro, un pequeño palco de música, una gran construcción porticada para las barbacoas en los días de fiesta e incluso servicios. Todo esto para celebrar una de las romería más famosas y con más tradición de la provincia de Pontevedra, la romería da Virxe dos Milagres de Amil. Esta fiesta centenaria se celebra el primer domingo después del 8 de septiembre y su fama es tal que se congregan varios miles de devotos y romeros. El acto principal es la procesión alrededor de la iglesia en la que la imagen es venerada y los devotos recorren el trayecto de rodillas, con cadenas o incluso son llevados (cada vez menos) en el interior de ataúdes. La gente procura tocar el manto de la Virgen que es engalanada con billetes a modo de ofrenda y agradecimientos."
E como era Domingo, notava-se já a afluência de devotos, ainda antes da missa que seria o meio-dia. E presenciamos mais do que uma pessoa cumprindo promessa de joelhos, em volta da igreja.
Descemos a imponente escadaria construída no séc. XX e continuamos a descer sempre, por asfalto, até que o trajecto nivelou, junto a Castro. Segue-se um pouco de estradão florestal, e depois de novo asfalto, parece que é a sina do dia. Tal como o são as castanhas. Foi mais um dia em que fomos comendo castanhas, boas, grandes, doces, às toneladas pelo chão da rua, nos campos...
Passamos a igreja românica de San Martiño precisamente quando o sacristão abria as portas, ia haver missa, dando-nos assim possibilidade de a visitar, iluminada e ainda livre de fieis, que não gostamos de perturbar quem está em oração. Mais adiante, em Paraños , sentamos num banquinho frente a uma casa para o nosso almoço: massa de fiambre e cogumelos, vinho tinto e uns troços de tartes de maçã, tudo sobra do jantar e, claro, um café quente. Um luxo, facilitado pela estadia na Eladio!
Descemos, cruzamos a PO-221 e seguimos uma estrada rural. Passamos em A Laxe e atingimos finalmente a igrega de Santa Xusta de Moraña, que fomos visitar. Em frente conversamos com uma velha de longa pêra e seu filho. Muito contentes por ali ver passar peregrinos, pois só sabiam destes modernos romeiros no Caminho de Santiago, que passa bastante afastado dali.
Descansamos um pouco na área de repouso em Chaián, e de seguida entramos em terra, o caminho vai-nos baixando até junto do curso do Umia, onde seguimos um agradável trilho. Junto de uma velha azenha atreavessamos a corrente sobre uma ponte de grandes blocos de granito, para então subir forte na outra margem. Mas o caprichoso trajecto volta a descer e volta a encontrar o Umia junto de outra azenha. Tanto quianto sei aquela ponte ficou submersa e ainda mais arruinada no Inverno logo a seguir (2019/2020), e irá ser substituída.
Nesta descida até junto do rio, perdemos a sinalização e entramos em caminho errado. Como o track gps que eu trazia não era muito exacto, dei o benefício da dúvida... mas andamos a perder tempo. Acabamos por voltar mais acima e recomeçar a descida que no final faz um longo zig-zag para iniciar o acompanhamento do curso de água junto da ruína de uma azenha.
É um troço muito bonito aquele que se segue, mas era tarde, paramos e fotografamos pouco. Mas não podíamos ignorar aquele banco estratégicamente colocado na confluência dos Umia e Gallo, um sitio dos mais idílicos da Via, ainda mais em finais de tarde, com os raios dourados do sol a razar as copas em frente e a chegar-nos com o seu calor morno no meio das sombras da floresta húmida. Sentamos, comemos ovos cozidos e pão, sem pressas.
Fazia-se tarde, continuamos a acompanhar as águas, agora as do Gallo, até que ao fim de 3 km de beleza no vale daqueles rios, atravessamos uma ponte e entramos em Cuntis.
Rápidamente estávamos dentro da vila. Tínhamos pensado em ficar no Mosteiro das Madres Beneditinas, um sítio com tradição, mas que nos ia ficar caro e mais complicado, sem refeição. Como a Via Mariana, logo ali junto da igreja, passa no Restaurante e Pensión A Fontiña, entramos e inquirimos. O empregado que nos atendeu, hesitou um pouco e de forma um tanto arbitrária, disse que costumava alugar o quarto com banho a 50 euros (eu tinha previamente visto na booking que estava a 40 🙂 ) mas que aos peregrinos fazia 27 euros.
Não hesitamos, sentamos a beber uma cerveja enquanto arranjavam o quarto, e ali pernoitamos, com restaurante no r/c para o jantar e pequeno almoço, que mais podíamos querer?
Bom, poderíamos querer comer bem, e assim aconteceu: Richada à Fontiña, requeijão com mel e nozes, e vinho verde em malgas
A despesa total, com pequeno almoço e bocadillo para o caminho foi de 69.5 eur, incluindo as cervejas à chegada.
Links para as restantes etapas:
VM00 - 08.2 Km Sameiro - Braga Albergue Casa da Roda (+ texto introdutório)
VM01 - 21.1 Km Braga - S. Pedro de Goães Albergue (+ links úteis)
VM02 - 31.6 Km S. Pedro de Goães - Ponte da Barca Pensão Gomes (+ notas sobre esta série de trilhos)
VM03 - 23.4 Km Ponte da Barca - Soajo
VM04 - 16.6 Km Soajo - Sra. da Peneda Casa Penedino
VM05 - 26.0 Km Sra. da Peneda - Melgaço D. Isabel
VM06 - 17.3 Km Melgaço - Santiago de Parada de Achas Albergue (O Feirón)
VM07 - 21.5 Km Santiago de Parada de Achas - Santiago de Covelo Casa Costa
VM08 - 24.7 Km Covelo - Estacas Casa Rural D'Agosto
VM09 - 25.7 Km Estacas - Cotobade Casa Rural O Bergando
VM10 - 19.6 Km Cotobade - Campo Lameiro Vivenda Turística Eladio
VM11 - 22.2 Km Campo Lameiro - Cuntis Pensión A Fontiña
VM12 - 22.2 Km Cuntis - Padrón Pensión Flavia
VM13 - 14.5 Km Padrón - Osebe Casa Carolina
VM14 - 14.7 Km Osebe - Santiago de Compostela Hostal La Salle
VM15 - 22.1 Km Santiago de Compostela - Negreira Albergue Alecrín
VM16 - 32.0 Km Negreira - Brandoñas Campamento Turístico Brandoñas
VM17 - 16.9 Km Brandoñas - Berdoias Albergue Via Mariana
VM18 - 19.0 Km Berdoias - Muxía Albergue Bela Muxia
VM global - 389 Km Sameiro - Muxía
Mapa Global da Via Mariana
VM11 - 22.2 Km - Campo Lameiro - Cuntis / Pensión A Fontiña
Um dos mais completos pequenos almoços que tomamos na Via Mariana. Abastecemo-nos bem de véspera, e tiramos também proveito de alguns items que estavam disponíveis na grande cozinha da casa.
Às 8:00h estávamos de partida, subindo inicalmente por asfalto, mas sempre com belas vistas para nascente-sul. Pouco depois já pisávamos um estradão florestal, pelo meio de eucalipto e sobretudo pinheiro, até que, pelas 9:00, já tínhamos ganho 200 metros de cota e estávamos no ponto alto do dia.
Iniciamos a descida, a dada altura mais acentuada, por entre um grande carvalhal.
Lá em baixo, depois de um pequeno troço de asfalto, chegamos à bela igreja de San Mamede de Amil, onde paramos para descanso e um snack.
Continuando em asfalto, fomos até ao Santuário da Virgem dos Milagros de Amil, logo mais abaixo. É o momento alto da etapa. Um dos Santuários Marianos mais famosos da Galiza.
De um texto inserido na Galicia Maxica:
"Sebastián de Castro. Ese es el nombre por el cual hoy y según la leyenda existe en Moraña uno de los santuarios marianos más famosos de Galicia. Este era un arriero que en el año 1778 pidió ayuda a la Virgen para poder conseguir agua para sus cultivos y su familia, ya que él estaba impedido por su edad y no podía cargar agua para llevarla hasta ellos. Al cavar una mina en el lugar, el agua brotó rápidamente con un buen caudal. Ello provocó que Sebastián, en agradecimiento, mandara construir una imagen en piedra de 80 cm de la Virgen que llamó Virxe dos Milagres y que colocó presidiendo una fuente que él mismo hizo y que se conoce como Fonte de Rozabella, situada en el lugar del mismo nombre a unos 500 metros del actual santuario en dirección oeste. Los rumores del milagro se extendieron rápidamente por la comarca y pronto ya era miles los romeros que venían al lugar del suceso. Así fue necesario la construcción de un templo en el lugar de A Chan, templo que fue inaugurado en el año 1892[...]
La iglesia se encuentra en una gran explanada en la que existen árboles ya centenarios, un hermoso cruceiro, un pequeño palco de música, una gran construcción porticada para las barbacoas en los días de fiesta e incluso servicios. Todo esto para celebrar una de las romería más famosas y con más tradición de la provincia de Pontevedra, la romería da Virxe dos Milagres de Amil. Esta fiesta centenaria se celebra el primer domingo después del 8 de septiembre y su fama es tal que se congregan varios miles de devotos y romeros. El acto principal es la procesión alrededor de la iglesia en la que la imagen es venerada y los devotos recorren el trayecto de rodillas, con cadenas o incluso son llevados (cada vez menos) en el interior de ataúdes. La gente procura tocar el manto de la Virgen que es engalanada con billetes a modo de ofrenda y agradecimientos."
E como era Domingo, notava-se já a afluência de devotos, ainda antes da missa que seria o meio-dia. E presenciamos mais do que uma pessoa cumprindo promessa de joelhos, em volta da igreja.
Descemos a imponente escadaria construída no séc. XX e continuamos a descer sempre, por asfalto, até que o trajecto nivelou, junto a Castro. Segue-se um pouco de estradão florestal, e depois de novo asfalto, parece que é a sina do dia. Tal como o são as castanhas. Foi mais um dia em que fomos comendo castanhas, boas, grandes, doces, às toneladas pelo chão da rua, nos campos...
Passamos a igreja românica de San Martiño precisamente quando o sacristão abria as portas, ia haver missa, dando-nos assim possibilidade de a visitar, iluminada e ainda livre de fieis, que não gostamos de perturbar quem está em oração. Mais adiante, em Paraños , sentamos num banquinho frente a uma casa para o nosso almoço: massa de fiambre e cogumelos, vinho tinto e uns troços de tartes de maçã, tudo sobra do jantar e, claro, um café quente. Um luxo, facilitado pela estadia na Eladio!
Descemos, cruzamos a PO-221 e seguimos uma estrada rural. Passamos em A Laxe e atingimos finalmente a igrega de Santa Xusta de Moraña, que fomos visitar. Em frente conversamos com uma velha de longa pêra e seu filho. Muito contentes por ali ver passar peregrinos, pois só sabiam destes modernos romeiros no Caminho de Santiago, que passa bastante afastado dali.
Descansamos um pouco na área de repouso em Chaián, e de seguida entramos em terra, o caminho vai-nos baixando até junto do curso do Umia, onde seguimos um agradável trilho. Junto de uma velha azenha atreavessamos a corrente sobre uma ponte de grandes blocos de granito, para então subir forte na outra margem. Mas o caprichoso trajecto volta a descer e volta a encontrar o Umia junto de outra azenha. Tanto quianto sei aquela ponte ficou submersa e ainda mais arruinada no Inverno logo a seguir (2019/2020), e irá ser substituída.
Nesta descida até junto do rio, perdemos a sinalização e entramos em caminho errado. Como o track gps que eu trazia não era muito exacto, dei o benefício da dúvida... mas andamos a perder tempo. Acabamos por voltar mais acima e recomeçar a descida que no final faz um longo zig-zag para iniciar o acompanhamento do curso de água junto da ruína de uma azenha.
É um troço muito bonito aquele que se segue, mas era tarde, paramos e fotografamos pouco. Mas não podíamos ignorar aquele banco estratégicamente colocado na confluência dos Umia e Gallo, um sitio dos mais idílicos da Via, ainda mais em finais de tarde, com os raios dourados do sol a razar as copas em frente e a chegar-nos com o seu calor morno no meio das sombras da floresta húmida. Sentamos, comemos ovos cozidos e pão, sem pressas.
Fazia-se tarde, continuamos a acompanhar as águas, agora as do Gallo, até que ao fim de 3 km de beleza no vale daqueles rios, atravessamos uma ponte e entramos em Cuntis.
Rápidamente estávamos dentro da vila. Tínhamos pensado em ficar no Mosteiro das Madres Beneditinas, um sítio com tradição, mas que nos ia ficar caro e mais complicado, sem refeição. Como a Via Mariana, logo ali junto da igreja, passa no Restaurante e Pensión A Fontiña, entramos e inquirimos. O empregado que nos atendeu, hesitou um pouco e de forma um tanto arbitrária, disse que costumava alugar o quarto com banho a 50 euros (eu tinha previamente visto na booking que estava a 40 🙂 ) mas que aos peregrinos fazia 27 euros.
Não hesitamos, sentamos a beber uma cerveja enquanto arranjavam o quarto, e ali pernoitamos, com restaurante no r/c para o jantar e pequeno almoço, que mais podíamos querer?
Bom, poderíamos querer comer bem, e assim aconteceu: Richada à Fontiña, requeijão com mel e nozes, e vinho verde em malgas
A despesa total, com pequeno almoço e bocadillo para o caminho foi de 69.5 eur, incluindo as cervejas à chegada.
Links para as restantes etapas:
VM00 - 08.2 Km Sameiro - Braga Albergue Casa da Roda (+ texto introdutório)
VM01 - 21.1 Km Braga - S. Pedro de Goães Albergue (+ links úteis)
VM02 - 31.6 Km S. Pedro de Goães - Ponte da Barca Pensão Gomes (+ notas sobre esta série de trilhos)
VM03 - 23.4 Km Ponte da Barca - Soajo
VM04 - 16.6 Km Soajo - Sra. da Peneda Casa Penedino
VM05 - 26.0 Km Sra. da Peneda - Melgaço D. Isabel
VM06 - 17.3 Km Melgaço - Santiago de Parada de Achas Albergue (O Feirón)
VM07 - 21.5 Km Santiago de Parada de Achas - Santiago de Covelo Casa Costa
VM08 - 24.7 Km Covelo - Estacas Casa Rural D'Agosto
VM09 - 25.7 Km Estacas - Cotobade Casa Rural O Bergando
VM10 - 19.6 Km Cotobade - Campo Lameiro Vivenda Turística Eladio
VM11 - 22.2 Km Campo Lameiro - Cuntis Pensión A Fontiña
VM12 - 22.2 Km Cuntis - Padrón Pensión Flavia
VM13 - 14.5 Km Padrón - Osebe Casa Carolina
VM14 - 14.7 Km Osebe - Santiago de Compostela Hostal La Salle
VM15 - 22.1 Km Santiago de Compostela - Negreira Albergue Alecrín
VM16 - 32.0 Km Negreira - Brandoñas Campamento Turístico Brandoñas
VM17 - 16.9 Km Brandoñas - Berdoias Albergue Via Mariana
VM18 - 19.0 Km Berdoias - Muxía Albergue Bela Muxia
VM global - 389 Km Sameiro - Muxía
Mapa Global da Via Mariana
Waypoints
Comments (2)
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Information
Easy to follow
Scenery
Moderate
Foi fácil seguir o trilha, é uma boa ajuda para ter a noção de todos os pontos a visitar. Temos é de fazer atenção pois á saída de Campos, á poça marcação da via Mariana, e podemos ficar em dúvida….. também ter em atenção, quem faz o caminho no inverno, perto do rio o terreno é muito escorregadio e há a possibilidade de não conseguir atravessar o rio…. É necessário criar uma passagem mais segura.
Mas no geral é uma fantástica trilha 🙏
Eu adorei a Via Mariana. Não é de facto um caminho fácil em alguns pontos, e de Janeiro a Março o peregrino vai molhar e enlamear bem as botas!!