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:VM18: Via Mariana - Berdoias ---} Muxía Albergue Bela Muxia

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Trail stats

Distance
11.82 mi
Elevation gain
856 ft
Technical difficulty
Easy
Elevation loss
1,637 ft
Max elevation
916 ft
TrailRank 
57
Min elevation
916 ft
Trail type
One Way
Time
6 hours 29 minutes
Coordinates
3515
Uploaded
April 14, 2020
Recorded
November 2019
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near Berdoyas, Galicia (España)

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Itinerary description

nota prévia: o texto incorpora imagem e links só visíveis em browser e não na app wikiloc


VM18 - 19.0 Km - Berdoias - Muxía / Albergue Bela Muxía (+ Muxía > Lisboa)

Foi com emoção que às 7:30 partimos para a última etapa, depois de um pequeno almoço nas calmas na larga e confortável cozinha do Albergue de Berdoias.
O dia da chegada a Muxía. Já lá tínhamos estado, no final de um Caminho de Santiago. Mas foi um dia de tempestade onde muitas vezes tivemos que nos agarrar para não sermos lançados ao chão pelo vento ciclónico, acompanhado de chuva. Seria hoje que visitaríamos calmamente Muxía?

Os primeiros passos levaram-nos junto da igreja de San Pedro de Berdoias, pouco depois cruzávamos a AC-552, para entrar num caminho ervoso. Mais adiante já seguíamos entre giestas, que deram lugar depois a um belo e antigo caminho entre muros. Uma ponte rural, e eis-nos a atravessar um bosque de carvalhas.
Depois é a vez dos eucaliptos, paisagem sempre menos interessante. E é no final dos eucaliptos que vem a parte mais aborrecida do dia: desembocamos num extenso terreno de pasto, que o gado deixou perfeitamente intransitável. As botas desaparecem dentro da lama... e a fuga para fora do caminho não é produtiva, quer porque os pastos estão mergulhados em lama, quer porque são atravessados aqui e ali por fios delimitadores, finos, baixos, quase invisíveis.

O suplício termina numa estrada rural em asfalto que nos desce até que saímos à esquerda de novo para dentro de um eucaliptal. É ao entrar nesta estrada asfaltada que temos pela primeira vez a visão do mar. Uma sensação de renovação.
Em breve estamos a descer por um caminho lento, todo escalavrado, até chegar a Peropombo. Um pastor que subia com três ou quatro vacas disse que o Concello o reparou há pouco, mas depois vieram as chuvas... claro, tem que acontecer. O caminho é uma recta a descer a encosta, o exemplo perfeito de como nunca se deve vencer um desnível abrupto.

Passamos depois pouco abaixo de Castelos, e um nadinha mais adiante sentamos na borda da estrada para partilhar um bocadillo de jamón serrano que preparei pela manhã antes de sair.
Poucos passo depois estávamos em Quintãs, onde vimos a primeira flecha amarela. Estamos no Caminho de Santiago, num dos seus prolongamentos a Muxía. Entramos na café Pensión Plaza, todo artilhado para peregrinos, com menus e isso tudo, para continuar o almoço: uma excelente empanada com uma caña, que com café nos custou 6.70 eur. Enquanto comíamos entrou um peregrino Coreano. Estamos de novo acompanhados!

De volta ao caminho fomos passar um pouco depois a San Martiño de Ozón; não demorou muito a sermos desviados para um trilho com algumas silvas, que nos leva de novo à AC-440. Umas centenas de metros mais abaixo deixamos de novo a movimentada artéria, desviando-nos para Os Muiños. O mar está perto, quase podemos tocar-lhe. Se estivesse bom tempo...
Mas está frio agora. Quando a estalajadeira regionalmente vestida do bar do Mosteiro de Moraime nos convidou a entrar, não hesitamos, tomamos um chá verde bem quente.

O Monasterio de Moraime

É o ponto alto do dia. Mas a igreja estava em obras (toda a gente se prepara para o 2021 🙂 ) e não pudemos visitar, nem fotos fiz.

Moraime e Muxía. Uma mesma história.
O mosteiro foi criado mesmo na alvorada do séc. XII, para ser logo arrasado em 1105 pelos Normandos, depois pelso Almorávidas, em 1115, nem o santo que lhe deu o nome, San Xiao de Moraime, conseguia proteger o lugar.
Foi Alfonso Raimúndez, o futuro rei Alfonso VII de Leon y Castilla, que, aos 14 anos de idade fez uma doação que permitu a reconstrução em 1119. Ele tinha passado alguns anos da sua infância ali na região, e nunca o esqueceu - e a realeza que lhe sucedeu respeitou essa herança, tendo o mosteiro sido agraciado com extensas propriedades, que se alargavam até Fisterra, e assim se manteve até ao séc. XV.
Na verdade Alfonso esteve lá... refugiado no mosteiro, enquanto decorriam acesas lutas entre os seu partidários e uma tal Urraca a Temerária (1079-1126), raínha de Castela desde 1108 até à sua morte.

A partir do séc. XIV terá começado a decadência, primeiro sofendo roubos da pequena nobreza rural e depois, nos séculos XVI e XVII, os corsários ingleses ditaram o seu abandono, tantas vezes o assaltaram. E foi já no séc. XIX que o complexo foi desactivado, tendo a igreja que ficado sempre em funcionamento. Agumas construções foram adaptadas a casa reitoral.

No séc. XVI, já o mosteiro estava abandonado, o rei Carlos de Castela (e de Aragão) - isso: o célebre Carlos V, imperador do Sacro Império Romano, comprou Muxía, pois queria ter um porto que lhe facilitasse o comércio com o reino da sua prima Maria I de... Inglaterra. A Europa. Flandres, Austria, Espanha a parte "italiana" da Itália, tudo girava na mesma família...

E estes episódios são a história da actual Muxia, logo ali ao lado (3km pela estrada Real), que era sobretudo terra de pescadores vivendo sob a protecção do mosteiro. O seu nome vem precisamente do mosteiro, ou melhor, dos seus monges que tão forte e longa influência tiveram naquelas terras. Muxía era Mugia em Castelhano, terra de monges.





Desde o Mosteiro até Muxía foi um instante. Dirigimo-nos ao Albergue Bela Muxía, onde o Angel nos recebeu calorosamente. É um hospitaleiro muito simpático e que procura em tudo ajudar o peregrino, ficamos muito agradados. Quanto ao albergue... não faz própriamente as minhas delícias.
É uma construção moderna, desenhada por um daqueles arquitectos que pensa no show-off e nada de forma-função. Os espaços, sobretudo em dias invernais (o que muito acontece em Muxía durante todo o ano) é frio, inóspito, impessoal e pouco acolhedor.
O custo da dormida era de 12 eur por pessoa, mas apetecia-nos descanso, neste último dia da nossa vigaem, pedimos um quarto. Como não havia disponível (?) o Angel atribuiu-nos uma camarata de quatro pessoas na qual fez um desconto, ficando por 45 eur. Talvez por ser camarata, com beliches e sem qualquer mobiliário... não sei, era pouco confortável, comparando com outros espaços onde pernoitamos. E o ambiente frio, alegadamente era chão aquecido, por isso não havia ar condicionado nem aquecedores, mas por mais que regulássemos o termostato, nada acontecia. Perguntamos a uma funcionária que logo alvitrou que talvez só ligassem o "sistema" depois das 19 horas. Esquisito, pensei, os peregrinos começam a chegar às 16 horas, se não for antes...
Claro que nem antes nem depois das 19 horas, tudo continuou na mesma. safa-se a vista do terraço superior.
Não faltam soluções na concorrência a partir de 35 eur para pernoita de um casal; mas a Mariana só é fornecida no Bela Muxía ou no Delfin - que ao passar-lhe à porta me pareceu muito mais acolhedor para o meu gosto. Na próxima vamos conhecer a Rózsa Benedek!

Entretanto, mal chegamos, pousamos tudo e fomos a correr para visitar o Santário da Virxe da Barca, a ver se era desta que eu via e fotografava a igreja, a pedra de abalar , o bonito promontório... nada. Chegamos lá debaixo de uma violento duche, soprado pela ventania, tivemos a felicidade de terem aberto a porta exterior da igreja, pudemos contemplar o interior no átrio de entrada, delimitado por um gradeamento (o Santuário tinha fechado na semana anterior, final de Outubro, como habitual no período de Inverno).
Esta igreja, nascida em inícios do séc. XVIII, foi erigida no local onde já existiam capelas desde o século XII, quando finalmente a religião Cristã conseguiu chegar a estes povos, os que mais resistiram ao abandono das suas prácticas "pagãs", que já vinham do tempo dos Celtas.
Agradecemos à Virgem toda a nossa fantástica viagem, e prometemos que haveríamos de voltar a este que foi o último Santuário Mariano da nossa peregrinação.

Mais tarde, depois de secos e descansados, fomos à igrexa de Santa María, pois o Angel disse-nos que aí teríamos a missa das 18h e poderíamos obter o mesmo selo paroquial que na Virxe da Barca... mas foi infrutífera a espera. A igreja não abriu, soubemos depois que a missa teria sido a essa hora na Virxe da Barca... desapontados, seguimos para uma das casas identificadas pelo Angel para jantar.
Novamente molhados entramos no A Marina, um restaurante banal, sem nada de especial. O serviço foi mediano, o peixe espada em que apostamos, para sair de dieta de bocadillos e carne, agora que tínhamos chegado à costa, era uma anedota, congelado e do mais fraco que havia no fornecedor, por certo. Safou-se a tarte casera de queso!

Assim terminou a Via Mariana, um final molhado e ventoso, quase sem fotos, a pedir-nos para voltar outra vez a Muxía. Planeado para meados da Primavera de 2020, mas que teve de ser adiado devido ao drama pandémico que assolou a Humanidade...


Notas sobre o regresso:

Embora não faça parte desta etapa, a verdade é que muitos dos meus seguidores no Wikiloc são de Portugal e algumas das informações que vou deixar podem ser úteis também para eles.

Pouco depois das 8 horas já estávamos no ambiente confortável do gastrobar A Furna. Éramos os únicos clientes, nós e um pardal reboludo, na sua plumagem de inverno, que esperava ávidamente toda a migalha que lhe déssemos. Comemos umas maravilhosas tostadas com tomate, e ainda tostadas com mantequilla e marmelada e sumo, americanos e expresso, tudo por 9 eur. Bom e económico.
Ainda fiz uma fotos junto do mar, mas enquanto comíamos a chuva voltou. A rapariga do bar contáva-nos:
"Aqui é assim. Chove muito, é certo que no Verão é melhor, mas dura pouco tempo. lembro-me que quando era pequena, o mar chegou a atravessar o átrio da igreja no Santuario da Barca. Lembro-me como se fosse hoje de uma vez o mar ter inundado a parte baixa da vila, e de os pescadores terem andado a recolher habitantes isolados..."

A conversa seguia interessante, mas tivemos que fugir: às nove horas não falhou, tínhamos um táxi à porta do albergue. A minha companheira ao fim de uns dias de caminhada só pode viajar de carro, comboio ou avião, no autocarro é um drama enjoatório. Aqui em Muxía a única hipótese era pois... o táxi. E foi o Angel que logo se ofereceu para arranjar uma solução económica.
Um belíssimo carro num instante nos colocou em Santiago, por 50 euros, o que afinal nem foi muito, sendo dois passageiros, quando comparado com um autocarro. e aprendemos mais um pouco sobre Muxía e sobre os monges e sobre o clima - também ele, tal como a rapariga d'A Furna, nos aconselhou Junho como mês mais "seguro".

Às 10:40 já estávamos no luxuoso tren para Vigo. E aí chegados fomos logo um pouco acima da estação ao já nosso conhecido Las Tablas, onde comemos um excelentes entrecots com batata e cebola caramelizada. bem servido, bem confeccionado, 10 eur cada menu, incluíndo a caña.
A estadia, préviamente reservada na booking, foi no Hotel Pantón. Modesto mas a bom preço, fica perto da estação (Guixar), e perto do casco antigo. Acresce o facto de, quando passamos por Vigo de carro, podermos beneficiar da pequena garagem que o hotel dispobiliza sem custo para os hóspedes - sujeito aos poucos e exíguos lugares existentes.
O jantar foi uma descoberta, ali muito perto: A Casa das Meigas. Conseguimos jantar às 20:30 (tudo o resto por ali só quer falar em jantar a partir das 21:00) comemos numa agradável sala interior, com todos os requintes, naquela velha casa restaurada, um menu de 9 eur: lentejas + rape com batata frita + tarte de castanhas e vinho Ribeiro branco. Casa a repetir, música de jazz em fundo, atendimento muito eficaz e discreto.
No dia seguinte, antes de apanhar o Celta das 8:58 para o Porto, onde teríamos ligação num Alfa para Lisboa, entramos na cafetaria mesmo por baixo do Pantón. Bons croissants, mas uma casa sem pretensões, e café e serviço mais fraquitos. Pelo caminho, até à estação, há soluções muito melhores.



Links para as restantes etapas:

VM00 - 08.2 Km Sameiro - Braga Albergue Casa da Roda (+ texto introdutório)
VM01 - 21.1 Km Braga - S. Pedro de Goães Albergue (+ links úteis)
VM02 - 31.6 Km S. Pedro de Goães - Ponte da Barca Pensão Gomes (+ notas sobre esta série de trilhos)
VM03 - 23.4 Km Ponte da Barca - Soajo
VM04 - 16.6 Km Soajo - Sra. da Peneda Casa Penedino
VM05 - 26.0 Km Sra. da Peneda - Melgaço D. Isabel
VM06 - 17.3 Km Melgaço - Santiago de Parada de Achas Albergue (O Feirón)
VM07 - 21.5 Km Santiago de Parada de Achas - Santiago de Covelo Casa Costa
VM08 - 24.7 Km Covelo - Estacas Casa Rural D'Agosto
VM09 - 25.7 Km Estacas - Cotobade Casa Rural O Bergando
VM10 - 19.6 Km Cotobade - Campo Lameiro Vivenda Turística Eladio
VM11 - 22.2 Km Campo Lameiro - Cuntis Pensión A Fontiña
VM12 - 22.2 Km Cuntis - Padrón Pensión Flavia
VM13 - 14.5 Km Padrón - Osebe Casa Carolina
VM14 - 14.7 Km Osebe - Santiago de Compostela Hostal La Salle
VM15 - 22.1 Km Santiago de Compostela - Negreira Albergue Alecrín
VM16 - 32.0 Km Negreira - Brandoñas Campamento Turístico Brandoñas
VM17 - 16.9 Km Brandoñas - Berdoias Albergue Via Mariana
VM18 - 19.0 Km Berdoias - Muxía Albergue Bela Muxia
VM global - 389 Km Sameiro - Muxía


Mapa Global da Via Mariana

Waypoints

PictographMountain hut Altitude 129 ft

Albegue Bela Muxía

PictographMountain hut Altitude 934 ft

Albergue de Berdoias

PictographProvisioning Altitude 339 ft
Photo ofCafe bar Plaza em Quintãs Photo ofCafe bar Plaza em Quintãs Photo ofCafe bar Plaza em Quintãs

Cafe bar Plaza em Quintãs

PictographProvisioning Altitude 257 ft

Café do Monasterio de Moraime

PictographReligious site Altitude 304 ft

Cruzeiro

Photo ofDescida escalavrada

Descida escalavrada

PictographFountain Altitude 267 ft

Fonte

PictographReligious site Altitude 875 ft
Photo ofIglesia Parroquial de San Pedro de Berdoias

Iglesia Parroquial de San Pedro de Berdoias

PictographReligious site Altitude 239 ft
Photo ofIgrexa Monacal de San Martiño de Ozon

Igrexa Monacal de San Martiño de Ozon

Photo ofIgrexa Santa María de Muxía Photo ofIgrexa Santa María de Muxía

Igrexa Santa María de Muxía

Saint Mary of Muxia Church Muxía, A Coruña, ESP

Photo ofLameiros Photo ofLameiros Photo ofLameiros

Lameiros

PictographWaypoint Altitude 299 ft

Ozón

PictographBus stop Altitude 224 ft

Paragem de bus coberta

PictographWaypoint Altitude 0 ft

Peropombo

PictographBridge Altitude 777 ft
Photo ofPonte rural sobre o Rio Castro / ria de Lires

Ponte rural sobre o Rio Castro / ria de Lires

PictographPanorama Altitude 863 ft
Photo ofPrimeira vista do mar

Primeira vista do mar

PictographProvisioning Altitude 0 ft
Photo ofRestaurante a Marina Photo ofRestaurante a Marina

Restaurante a Marina

Internet(Wlan) a Marina Marina 30 15124, Muxía, A Coruña, ESP +34629172124

Photo ofSantuario Virxe Da Barca Photo ofSantuario Virxe Da Barca Photo ofSantuario Virxe Da Barca

Santuario Virxe Da Barca

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