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As voltas do impossível

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Trail stats

Distance
13.86 mi
Elevation gain
4,498 ft
Technical difficulty
Very difficult
Elevation loss
4,498 ft
Max elevation
3,646 ft
TrailRank 
43
Min elevation
1,021 ft
Trail type
Loop
Time
6 hours 50 minutes
Coordinates
16467
Uploaded
January 1, 2021
Recorded
December 2020
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near Rio de Frades, Aveiro (Portugal)

Viewed 1452 times, downloaded 72 times

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Itinerary description

Por muitas voltas que dê, os atalhos da vontade continuam a levar-me para os caminhos da serra da Freita. Desta vez, o motivo eram As Voltas do Impossível, a prova mais recente da Freita. A prova estende-se por mais de 100 km, em cinco voltas e com limites horários. Em 2014 consegui terminar a minha primeira prova de trail, a exigente Ultra Trail Serra da Freita, mas sabia que não estaria preparado para este novo desafio, cujo contexto deambula pelas serranias e histórias mineiras de Rio de Frades. Amante da Freita, fiquei de imediato em pulgas fazer uma volta por lá e aproximar-me do impossível.

Cheguei a Rio de Frades quando o sol de inverno ainda estava escondido pelas encostas altaneiras e por uma neblina que se atrasava pelos vales. O termómetro marcava 1º C. Depois dos preparativos fui até à pedra de xisto da meta e iniciei o périplo. Subi pelo caminho rural e passei pela aldeia acolhedora. Entrei depois no encalço do PR8 – Rota do Ouro Negro, subindo a encosta que me haveria de levar ao planalto. No fundo dos vales envolventes subsistia uma neblina espalhada em farrapos de mar. Quando cheguei à crista da encosta reencontrei a fantástica paisagem da Pena Amarela. Há largos anos que não andava por ali, mas bastou um segundo para perceber que o fascínio se mantinha.

Ao terminar a primeira parte da subida cheguei a um planalto e o trilho prossegue depois com vistas deslumbrantes para os dois vales, em particular para a Pena Amarela. Mais acima, quando me aproximei da cascata que encima o vale, notei a existência de um trilho que descia para a zona da cascata e não consegui resistir a seguir no seu encalço. Recordei então o dia em que vi pela primeira vez o vale da Pena Amarela do topo do enorme rochedo que fica ao lado da cascata, nos idos de 2011. Na altura andava à procura do lugar certo para uma história e foi o encontro perfeito.

Desci quase até ao rio para contemplar a cascata e voltei a subir. Ao chegar ao planalto descansei as vistas e acelerei o passo para recuperar o tempo. Acompanhando a estrada, mas quase sempre por antigos trilhos, desci para o rio Frades. Como o rio tinha bastante água, para não molhar os pés ainda tive de dar um salto de fé. O início da levada é espetacular, com passagens suspensas sobre as cascatas/lagoas. Passei por Tebilhão de soslaio e apanhei o trilho para Cabreiros. As folhas caídas das árvores criam uma passadeira natural muito fotogénica, complementada com o som bucólico dos riachos.

Deixando Cabreiros para trás, investi na subida da Gralheira. A paisagem alterou-se bastante desde que saltitava pelas encostas despidas da Pena Amarela. Com menos motivos de interesse, acelerei o passo pelo antigo estradão até às abandonadas minas das Chãs. Gostei de revisitar o local e continuei depois pelo planalto da Gralheira, cumprimentando os gigantes de vento que por lá perduram. No chão, o gelo dos últimos dias continua a vencer as horas de sol e foi por esta altura que começou a cair uma chuva miudinha e fria que me fez acelerar ainda mais o passo. O céu estava fechado num cinzento infinito.

Entrei depois no PR2 – Rota das Bétulas e espreitei o miradouro da ribeira Escura. Na descida para o Candal apanhei vários caminhos de água, mas felizmente já tinha parado de chuviscar. Subsistem nas encostas envolventes as leiras esverdeadas, entretanto deixadas ao abandono. Passei pela aldeia em modo acelerado e iniciei a subida para o monte encimado por uma cruz. A partir daí andei por terrenos desconhecidos. Corri pelo trilho até encontrar o ponto de descida para o rio Frades. Mais abaixo, encontrei os resquícios da exploração mineira. Passei a mina da galeria com o mesmo fascínio de sempre e desci depois a escadaria para a parte inferior da aldeia, junto ao rio. Para trás tinham ficado sete horas e 22 km de mais uma experiência fantástica!

Comments  (3)

  • Photo of bunhas
    bunhas Feb 9, 2021

    Olá bom dia!
    Estive a ler a tua aventura e adorei a descrição que fizeste, Top 😉
    Sou praticante de trail e como não conheço a serra da Freita! Só de bike é que fiz uns passeios..
    Gostaria de saber se o trilho que fizeste é possível de fazer?
    Não importa se é difícil...se fosse fácil não não era a mesma coisa 😉
    Obrigado
    José Duarte.

  • Photo of Valente Cruz
    Valente Cruz Feb 9, 2021

    Olá!

    Obrigado :)

    Sim, o trilho é perfeitamente possível. É um bom trail e dá para experimentar algumas das dificuldades da Freita, que depois podes explorar mais para o lado da Drave / vale do rio Paivô.

    Abraço,
    António

  • Photo of bunhas
    bunhas Feb 9, 2021

    Muito obrigada pela resposta.
    Assim que for possível vou lá experimentar a serra da Freita

    Abraço
    José Duarte

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